29 outubro 2025

estreito ser tenta larguras...

O mar nem sempre está calmo, felizmente

Mas tem fases em que está endiabrado, é preciso encontrar as correntes alegres nele para o tornar de novo Belo, as fantasias coloridas.

Quantas ventanias nascem atrás das esquinas e se escondem por trás dos biombos luminosos claros e aquáticos!?

Quantos soluços são engolidos por piscar de olhos no pescoço!?

Quantos amigos se perdem na vida ou se adiam até ver...

Amores debaixo das mesas entre as canelas e os calcanhares?

E quando suspiramos relembramos amores, gostos e sabores

Memórias do tempo pior para pensar 'estamos tão bem agora', podemos sempre estar pior e melhor.

Estamos bem assim!

15 outubro 2025

somos todos burlões: é um gosto!

Há um mundo ficcional dentro de cada um de nós, um mundo habitual de espaços e passos, momentos movimentos emoções e palavras. Temos pessoas em nós mesmos que inventar e ficcionar, pessoas que existem. Os sonhos são criados com alusões ao passado e despertares de futuros em aberto, por fechar e concluir.

Temos a responsabilidade (parecia tudo muito bonito não era!?) de criar mundos melhores para nós e para os outros. E (é engraçado) inventar, fazer acreditar na viagem; sermos realizadores ou escritores burlões: caracterizar para onde queremos ir e voar em novos amanhãs por inventar.

Temos, à nossa disposição um leque de atores com quem estamos habituados a ser movidos e ideias a pensar a serem estimuladas.

 

Inventávamos provérbios, nos tempos modernos por WhatsApp:

A Sónia ‘tornava as suas fragilidades em aprendizagens’ e ganhava nisso confiança. Estivera na conversa com a amiga Teresa que estava reformada e era professora e força ganha no telefonema, na conversa que nutria as duas.

A tia Isabel partira o braço e não lhe faltava movimento à volta por entre o Diogo, o Jorge e o Francisco. Quem o avisara fora a Sylvia era a sobrinha bem prática, entre outras coisas, muito mais que uma auxiliar e tinha energia quase sem querer. A sua atividade era um monólogo que ligava todos as outras ficções. 

O treinador principal pela primeira vez, um mister na gíria futebolística dissera ‘ainda não começou o campeonato e temos uma equipa fraquinha’; ‘ora essa, o futebol é, como qualquer desafio, muito o momento e tens de criar neles a ficção que podem ganhar todos os jogos se tiverem vontade e carácter’; ‘pois, tens razão, este pessimismo nem parece meu, perder antes do jogo começar.

O afilhado Miguel deixara o convite por escrito, já falado oralmente ‘Querido ZM, para celebrar os 44 gostava de juntar alguns amigos num jantar tranquilo este sábado dia 18 às 20h no restaurante no mercado. Posso contar convosco? Abraço’

Claro que sim querido afilhado, comigo e com a mãe e amiga Teresa tinha sido a resposta matinal.

Olá, Zé Maria, estás bom? No outro dia disseste no nosso grupo de primos que gostavas de arranjar uma ocupação profissional. Envio-te este encontro / feira de emprego na universidade nova Sbe. E promovida por uma amiga minha que me enviou e sugeriu que tu fosses. Acho que era uma boa para ti. Vou dar conhecimento a tua mãe para te ajudar na logística da ida. Grande abraço

Assim enfrentava o mundo com suas ficções e invenções.

Não sei se a ideia de que o mundo real era uma burla o alegrava.

Estavam no meu WhatsApp estes indivíduos e começaram a falar uns com os outros como que por magia: a Sónia, a Sylvia, a Isabel, a Teresa, os Miguéis e eu.

Isabel: As coisas às vezes acontecem não é porque queremos, não sabemos porquê, vou muito bem a andar, de repente tropeças não tens onde te amparar e depois fica-se numa situação sem podermos: parti um braço. Já não tenho como dizer mais.

Eu: E esse 'não saber porquê" é que é mágico. Sylvia: eu queria ver se achavas mágico ter o braço com gesso agarrado ao peito!?

Eu: Se soubéssemos tudo e tivéssemos tudo controlado era mais aborrecido! Assim ficas com mais histórias giras para contar. E podes vir connosco ao encontro que o primo Miguel falou?

Miguel: faz falta ao mundo quem se empregue! 

A Isabel indignada: eu!? Acha? Universidades novas em Carcavelos, estou muito bem onde estou, na creche, que já trabalhei muito, com muito movimento à volta…

Sónia a rir: Zé, isso é para nós, gente mais nova que temos idade para tornar as nossas fragilidades em aprendizagens, a tua tia já encontrou o seu ninho. 

Sylvia sempre hiper realista: achas que ela agora que encontrou o emprego de sonho perto de casa ia para longe? 

Pedro com ar maduro e culto, mão a segurar no queixo: é o que digo sempre aos meus miúdos; vamos para a guerra com as armas que temos.

Miguel: hrumpf, o mundo não é uma guerra 

Pedro: foi uma analogia mal encontrada, mais em voga, desafio.

Teresa: às vezes, no nosso mundo os desafios são muito desequilibrados com combates no WhatsApp entre gente analfabeta. É engraçado como atualmente quem é analfabeto, não sabe escrever está muito mal servido para viver.

Pedro: é bem pior, que ser anão. Diz, encolhendo os ombros…

Miguel: está tudo associado, quem, não sabe ler, normalmente não tem emprego. 

Sylvia, realista: não há falta de pontos negativos nesta vida, neste telemóvel 

Zé Maria: ouch, o meu telemóvel não é negativo, normalmente, tem dias de manhã ao acordar horríveis, mas vocês são animados a maior parte do tempo e não está tão desequilibrado como isso. Para um nascimento, há sempre uma morte e cada ferida tem uma crosta, e lágrimas têm sorrisos.

Amanhã há sempre um sol que nasce.

 

Começam todos a vibrar e acaba a conversa: estou? Bom dia, Samuel, como vai isso?



10 outubro 2025

o ILCN tem dias que parece um Freak Show

- OBRIGADO A CADA UM -


Ir ao ILCN é como ir visitar amigos, hoje o pedacinho com a Maria foi bem fixe mas pensei depois que os países não estão num quadro de valores, numa hierarquia. 

Não são uns melhores que os outros, todos têm coisas boas e coisas más; até Monte Abraão  terá qualidades diferentes. Há países que preferimos mas todos os lugares fazem parte  da vida, que deve ser o melhor possível.

Verónica (terapeuta da fala): tem o hábito de atirar copos ao chão para os recolher como ginástica todas as manhãs, é divertida. 

André 'GERARDO' (um dos dois Totós) é uma recente aquisição, está em aprendizagem ativa, promove o bem estar e bom ambiente no ILCN.

André Batista (neuropsicólogo) low-profile: vive um pouco aparte da ralé.

Diogo - o ar virginal teve agora uma filha Victória com C para não se confundir com a águia, eleva o ambiente o boss.

Marias (2 Neuropsicólogas): a mais recente passa simpatia e boa energia, os olhos sorriem; 

A mais antiga dos bons fins de semana à 5ª feira à partida e sorriso que recebe bem à chegada, é bem bonita e tem um olhar cativante, sou fã dela.

Luísa e Inês (Fisioterapeutas).

A brasileira mais antiga e experiente é certezas.

A Inês é boa energia da linha de Sintra, é serena e devagar se vai ao longe, aprende sem pressas.

O ILCN abusa da neuropsicologia, pobres utentes.

Quanto ao Carlos (o outro Totó) é uma das virtudes daquele centro, sem ele ficamos mais pobres.

Esta clínica é feita muito à custa da neura psicologia, o que não dá muito conforto aos utentes.


inesperado


Não tenho o tempo todo livre, ao contrário do que parece, tenho uma rotina terapêutica: terapias diárias salvo à terça feira, fisioterapia, terapia ocupacional, piscina, terapia da fala, Rummy, amizade, comes, bebes e cinema.

É uma vida de que gosto mas é exigente, só andar e falar bem (coisas normais e habituais, entre todos) dão uma trabalheira que me tornam crente e algo beato...

Conheci por uma amiga comum, A.F. o Paulo e gostei LOGO muito dele... não sei bem como na sua desatenção deu no meu gosto e jeito para a escrita. 


Tornou-se impulsionador para a minha vontade e 
BORA LÁ, pegou num texto meu e deu-lhe corpo de livro. 

Calma, não há pressa nenhuma, não estresses. Supostamente é para te divertires e saboreares não para estressares e ficares sem dormir. Calma, … respira, Sem stress!

Nota minha: usar três vezes o verbo 'stressar' na mesma frase é stressante.

Isto é como saborear um bom rebuçado. Sem pressa. Não transformes isso numa chatice de stress. Olha para as situações, saboreias, sublinha partes interessantes, junta-lhes notas, e reescreve. Mas sem stress. Quando achares q estás pronto para escrever, com todos os elementos que desejas e com as ideias nítidas na tua mente, é porque está na hora de escreveres. 

(Paulo, um freakalhoco livre)

05 setembro 2025

alternando a inclusão


Que tentas tu fazer dessa cassete?

Não toca sem aparelho. 

E o ruído que faz não passa a música assim nesse jeito alternativo, tipo ginasta, bailas muito entre mãos.

E sinto o brilho no olhar de quem baila...

Tem os seus limites mas também tem sabor antigo: ai os gravadores de cassetes, no carro, para jogar consola. 

Aquilo é que era qualidade, quem nunca ouviu um jogo a entrar  no LOAD num mega drive ou num master system, não sabe o que é esforço.




escrever para o altruísmo, para ti


A sombra que faz pensar é outra, longe de nós.

Ela é amante de melhorar o outro.

De fugir do nosso umbigo.

Sem estar nele não existem.

O mundo é enorme e nele podemos ter vários heterónimos e já não é fácil sermos nós, para quê também não ser.

Podes ser tanta coisa mais bonita e que não te atormenta

Deixa-te ir, deixa-te fugir.

Estar solto e livre do corpo, das ideias e só sentir é bom.

Não te repitas, faz do amanhã um novo dia, um dia melhor.


10 agosto 2025

PROVAVELMENTE NÃO SERÁ NADA DO QUE PENSASTE ANTES DE O LER.

 Nem sei o que vou escrever, vertente desorganizada.

 

Faço o contrário do que critico.

 

Se escrever palavras, ideias e textos é comum.

 

Se nascem olhares e boa energia em tudo.

 

Tudo pode ser celebrado e raramente o é.

 

Porquê falar do comum, do que é habitual.

 

Se não nos surpreende!?

 

Se o bem é natural para quê divulgá-lo?

 

Um concerto de música boa pode ser escutado.

 

E o computador pode ser polo de comunicações.

 

Porquê reforçar o mal constantemente!?

 

Torna-lo presente é dizer, falar nele.

 

Isso torna-o menos forte!?

 

Acho que apenas valoriza os momentos maus.

 

Não os torna bons.

 

Façamos por tornar habituais e banais os passos que andam.

 

E as palavras que falam.

 

Talvez não tudo mas há muita coisa por aí que é mágica e não é dita.

 

Não é pensada.

 

Cada nascimento.

 

Cada vida que nasce, corre e sorri.

 

Cada sonho.

 

Cada acordar.

 

Cada adormecer.

 

Cada refeição, cada garfada, cada gosto.

 

Cada olhar.

 

Cada arrepio.

 

Cada gesto, cada impulso.

 

Cada memória de ontem transmite novos amanhãs.

 

Soltar palavras é fácil, mas discorrer pensamentos delas é complicado.

 

Falar bem não é tão fácil como isso.

 

É preciso respirar.

 

Articular.

 

Gerir as regras da gramática.

 

E pensar.

 

Amar é quase natural nas humanas

 

Nelas é o começo.

 

Eles precisam de um empurrão.

 

Em cada ser há diferenças, não só no género.

 

Há muita qualidade por aí que não é dita, nem escrita.

 

Este é um bom tema de conversa para gerar otimismos e comunhões.

03 junho 2025

parte de mim

Esta parte, aquela parte

Parte de mim não sabe

O que queria saber mais.

Não sabe onde procurar

Nem o quê

Nem porquê

Mas grande parte

Está insatisfeita com quem é

Nessa insatisfação cria confiança

Na procura do melhor

Que vai encontrar e melhorar

Mas também realizada com quem já sou

Parte de mim acredita no amanhã melhor

Parte de mim no ontem de onde veio

Tenho outra parte ainda na dúvida

Pode ir voando ao vento

Contra quem virá

Desviando

E acariciando

Fazendo das costas como um ninho

Onde criar vida e gerar sementes

A favor da crença nos amigos

E na palavra sábia

Confia que o olhar

Transmite novas energias

Também pode ser naïve

Como qualquer palavra

Ao vento é estéril

Parte de mim anseia pelo futuro

Outra parte tem saudades do passado

Outra quer só descansar

Parar quieto

E voar ao vento

Parte de mim continua sem saber.

01 junho 2025

15-Érase una vez


Érase una vez

-

Érase una vez
un lobito bueno
al que maltrataban
todos los corderos.

Y había también
un príncipe malo,
una bruja hermosa
y un pirata honrado.

Todas estas cosas
había una vez.
Cuando yo soñaba
un mundo al revés.

20 maio 2025

A Máquina de Ganhar Eleições

Pensar fora da caixa dói muito

Curto interlúdio:
Se vivemos num mundo telecomandado, há coisas que não são naturais, como até aqui: a história não se repete mas pode ser condicionada.



Os resultados das eleições legislativas são uma
surpresa para todos os falantes da coisa política que
preenchem o espaço público. Entre os perdedores,
estão também eles.

“Refletir”, “fazer uma reflexão profunda”: eis o que os partidos em estado de catástrofe e ainda em fase de ruminação disseram que iriam fazer, recorrendo a um tópico retórico tradicional, muito repetido nestas circunstâncias. Anteriores apelos circunstanciais a uma “reflexão profunda” não produziram um único pensamento de destaque e digno de registo.

As hipóteses explicativas do resultado das eleições
começam logo na noite da contagem dos votos.
Gente autorizada nestas andanças e com muito
treino na arte da análise e do comentário procura
razões plausíveis para as quedas abruptas e as
ascensões eufóricas. Buscam nos resultados da
votação uma racionalidade política, evocam os
determinismos e as contingências económico-
sociais, redesenham o esquematismo das causas
que produzem determinados efeitos, de acordo com
uma antiga codificação que estas exegeses
espontâneas (a “opinião” no seu sentido mais
caricato) têm como pressuposto, incapazes de
perceber que a origem dos abalos já não está no
lugar onde tentam encontrá-la.

Toda esta racionalidade teve o seu tempo de
vigência. Mas a prova inequívoca de que já não
vigora reside no facto de os resultados das eleições
serem uma surpresa para todos estes falantes da
coisa política que preenchem o espaço público.
Entre os perdedores, estão também eles, que não
vão além da evocação do populismo, do voto de
protesto, da influência das redes sociais, da
hipocrisia dos líderes, sem pecado nem punição.
Tudo isso é verdade, mas é insuficiente para que os
cálculos sejam, pelo menos, um pouco mais
certeiros. Alguns, muitos, gostam também de nos
martelar com a ideia de que a esquerda é “woke” e
isso só serve para pôr as pessoas a saltar para o
regaço da direita; e dizem que a esquerda
abandonou o povo e a luta de classes, deleitando-se
em festins de caviar e voltando as costas ao
chouriço e ao vinho tinto.
Se seguir o modelo de anteriores “reflexões”, a
“profunda reflexão” agora prometida não produzirá
grandes resultados. Se me é permitido — a mim,
que não tenho nenhuma autoridade nestas matérias
— sugerir aos intervenientes nos enclaves da
reflexão por onde devem começar, sugeriria o
seguinte: não prossigam na mesma lógica do
discurso viciado dos comentadores e analistas.
Tentem pensar fora ou ao lado dessa racionalidade,
leiam outras coisas, para pensar o mundo em que
vivemos. Digo-o sem altivez nem arrogância, mas
com a humildade de leitor.

Vamos então a uma bibliografia mínima. Proponho,
sobretudo às esquerdas, que leiam um livro que
acaba de ser publicado em França. Chama-se La
Machine à Faire Gagner les Droites e o seu autor é
um notável professor de Literatura e de Teoria dos
Media, co-director da revista Multitudes, chamado
Yves Citton (que poderá ser ouvido, na Culturgest,
Lisboa, dia 28 de Maio às 19h, onde proferirá uma
conferência sobre um tema do qual é especialista: a
atenção). As suas teses para o entendimento da
generalizada “direitização” (um neologismo que dá
conta desta tendência: a direita atual identifica-se
com o que dantes era a extrema-direita) partem
desta evidência: por todo o lado, no mundo, as
direitas e a as extremas-direitas estão a ganhar as
eleições. Esse fenómeno transnacional destitui de
razão todas as explicações baseadas em fatores da
vida política nacional. Yves Citton mostra então que
todas essas direitas estão habilmente enxertadas
numa máquina eleitoral e mediática comum, numa
engrenagem transnacional que explica as suas
conquistas.
A mediarquia resulta, portanto, numa publicocracia e
não numa democracia. Por isso, quando os nossos
políticos aceitam ser entrevistados naqueles
programas televisivos de entretenimento,
oferecendo-se como pasto a um público constituído,
estão a alimentar a lógica que aniquila a
democracia. Aquilo a que Citton chama a “Machine à
Faire Gagner les Droites” (ele utiliza as maiúsculas)

é uma máquina de constituir certos tipos de público.
Ideias e programas, características éticas e tudo o
mais, seja ele da ordem do fazer ou do dizer, pouco
podem fazer ao estado das nossas formas e infra-
estruturas mediáticas. É isto que Citton descreve e
analisa de maneira notável, apelando à necessidade
de criar contramaquinações a toda esta
engrenagem.

Toda a “reflexão” deve começar por pensar esta
Máquina que traduz toda a informação em
propaganda e que, em última análise, substituiu
antigas máquinas policiais.

13 maio 2025

Porque deves votar Livre!?


Porque votar no PSD ou PS é votar em mais do mesmo, não traz nada de novo.

PSD é anti vivermos bem e em equilíbrio; PS é melhor mas não muito...

Abstenção é não ir a jogo.

Votar na direita: Chega e IL, é dar passos atrás, em direção ao passado funesto, de antes do 25 de Abril.

Votar na esquerda é melhor: possível Geringonça II, BE, PCP, PAN ou Livre? 

Diria para votarem no Livre à confiança, o Rui é o pai da geringonça, esteve a trabalhar na UE como deputado independente e bem, é inteligente, dá confiança e parece ter um ninho de onde sai gente diversa e de qualidade.