30 setembro 2024

O gosto pela escrita




Tenho ideia que não deve ser forçado: as ideias vêm
quando e onde querem, por quererem.

Depois, escrever é conversar contigo e enriquecer
quem és.

Escrever é mágico, leva-te a voar e pensa contigo.

Tem fases em que parece fácil, parecem voar
palavras e ideias, é libertador; noutras em que te
prende, é cansativo e já não te liberta.

Escrever tem que ser treinado para ser natural
soltar-se.

E ao fim de algum tempo escrever textos (com
alguma qualidade) passa a ser natural.

Escrever é uma ótima forma de fugires a ti.

Facilita-te o pensamento, por escrito pensas melhor,
deves ter um bom espaço e tempo, calma e serenidade podes ter um texto/tema a ser escrito ao longo do dia ou de vários dias.

Um bom escritor tem que gostar de ler e dar tempo
ao texto para ganhar interesse, às vezes, estar
pressionado é bom, mas normalmente não.

Há magia na escrita, no ser e estar: há muita coisa,
feliz de quem sabe saborear a vida a cada instante e
momento.

Também pode ser uma coisa hereditária mas terá
sempre que ser trabalhada, exercitada, ganhar seu
espaço e importância.

Da escrita: dar-lhe significado e gosto, mudar-lhe os temas e tons, vesti-la.

Dar-lhe cor, som e textura, torná-la interessante de
ser lida, ouvida e pensada...

19 setembro 2024

Parece procurar o que está por detrás das coisas.

Com 78 anos morreu Maria de Fátima Andrade Belo de Carvalho que todos tratavam por Quica.

Morreu o corpo físico de mulher: tinha o dom de passar paz em seu redor, estando com ela tinhas mais probabilidades de ser feliz.

Transpirava no seu olhar terno sabedoria antiga dos que souberam viver a vida, ganhá-la, conquistá-la e vencê-la com muita ternura.

Não tem jeito para morrer, deixar de estar entre nós.

Filha mais nova de uma família de nove irmãos que reunia como um dom agregador que a vida lhe dera e juntava amigos, filhos, cunhados, irmãos, marido, netos, e sobrinhos em festas anuais.

Nunca se resignara a ser deixada de lado pela idade, por ser a mais nova; alimentara esse estar rebelde, mas tranquilo algo infantil em cada altura, em cada momento e sorria sempre muito inocente como quem procura e pede o melhor de nós.

Ela era em cada encontro, cada momento, cada instante força que recolhe, transmite e passa.

Junta à volta do olhar que tinha e jorrava energia, tem qualquer coisa de desafio aquele encanto.

Não se coaduna com a morte, é muito vida.

Ganhou o dom de se multiplicar em sorrisos, memórias, no olhar mais bonito, ficará para sempre na memória sorridente entre os que ama e por quem é amada. 

Era assim brincadeiras, travessuras, doces, mergulhos no mar, abraços e amor! 

A vida para ter sentido tem de envelhecer, ter um final, acabar, mas o teu espírito brincalhão virá muitas vezes à memória e sonhar conosco cores claras e fantasia. 

Longa vida a quem foste na tua memória sempre sorridente que só deixará ser em nós no tempo e no espaço físico.

Quem acreditou tanto nas pessoas como TU, ganhou a vida e vence a morte, como se nota no teu ensino a ser melhor dia a dia.

Não foste, só mais uma, a mais nova, que a tua vida e energia sirvam de exemplo para todos nós!

Paz à sua alma tia Quica!!!