31 julho 2017

poema futurista piqueniqueiro

E se até dá gosto cantar,
Se toda a terra sorri,
Quem não te há de amar menino a ti!?
O futuro das crianças começa redondo,
E flui num Rio até às nuvens,
Bem aventuradas mães de quem somos todas filhas e filhos,
Pelo seu Amor e sacrifício nossa gratidão eterna,
Faz sempre só o que te apetecer mas faz bem feito,
Estas crianças vão continuar a crescer e, esperamos, a sorrir para a vida e sua exigência.
É isso que ainda falta aos pais que assim continuarão a aprender.

26 julho 2017

O que importa é o AMOR.

“Ama e faz o que quiseres. 
Se calares, calarás com amor; 
se gritares, gritarás com amor; 
se corrigires, corrigirás com amor; 
se perdoares, perdoarás com amor. 
 
Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.”
 
― Santo Agostinho ―

20 julho 2017

Querido recém chegado ao mundo,

Releio a carta que te escrevi e há sempre, felizmente, coisas novas em que falar.

Bem vindo sejas e parabéns pelo inicio dessa caminhada, que a caminhada continue forte e a sorrir-te, descontrai e busca optimismo em tudo porque é uma maneira de a estrada te sorrir, ser melhor. Para cada coisa pior, haverá sempre mais que uma melhores, constrói bons alicerces, um bom ninho, com família e amigos onde ergues teu ser.

Saboreia, deixa a comida dar-te prazer, gosto, descer por ti abaixo a refrescar-te, tornar-se em ti, dá-te tempo para seres melhor.

Como podemos nós, todos, melhorar o mundo para nós e para elas/eles que estavam na barriga!?

Sinto-me pequenino mas acredito que somos agentes numa mesma sociedade e todos queremos que tudo funcione pelo melhor para todos, farei/façamos por isso; respeitar quem sou/és/somos e cada espaço conjunto...

O que é que achamos realmente importante na vida, ou alguma coisa de que nunca ninguém nos avisou e agora já sabemos? Para as novas pessoas que nascem e crescem?

Não sei bem como responder a essa pergunta, é com cada um encontrar respostas para preencher as perguntas que a vida lhe faz e é contigo achares o que queres fazer na vida, é tua responsabilidade e não há poucas coisas para te surpreenderes com elas. Nem duas vidas davam para tanto, para tudo!

Tenho a sensação de já ter vividas várias vidas na mesma, há pessoas que estiveram sempre lá mas mesmo elas vão mudando ou o teu olhar para elas.

Mas coisas importantes para mim são ter um lar onde estás seguro e sabe bem voltar, ter desafios giros para vencer, desafios à nossa altura e encontrares gente em quem confiar, gente amiga que te protege/defende, onde te acolheres e recolheres, criares teu ninho. Confiar na viagem em cada recta, curva, subida e/ou descida e tirar dela segurança/confiança para novos voos. É bom não sabermos como será o futuro, toda a gente gosta de surpresas e se soubéssemos tudo era uma pasmaceira. Ter consciência que vais ter quebras, momentos piores mas elas fazem parte da vida e vais reerguer-te mais forte.

Gosto de me sentir bem vindo, de receber sorrisos, todos gostamos de nos sentir bem vindos, logo, faz os outros sentir-se bem vindos e sorri muito.

Tenho alguma dificuldade em destrinçar o Eu e o Nós, a maior parte do tempo sou eu pequeno mas também há fases em que talvez, por isso mesmo, por me sentir pequeno e querer ser maior, me descentro de mim e centro nos outros.

A vida é muito divertida e surpreende sempre, nunca sabes por muito organizado que sejas o que e como vai acontecer; podes controlar-te a ti e mesmo isso é, por vezes, complicado.

Aproveita e desfruta tanta surpresa e esse privilégio: o enorme monte de pequenas células, organismos, vida que fazem parte de cada movimento teu a cada momento, é incrível.

Que é importante saber é que tens de estar cá contente não só por ti (o Eu dá muito trabalho liberta-te e solta-te dele; pode ser maravilhoso quando consegues dedicar-te aos outros) mas também porque a vida o melhor que nós temos e é um privilégio, não um direito. Aproveitar as quedas para falhar melhor e reconstruir os joelhos feridos. E se não tens arte para ser artista em nenhuma das sete artes, serás espectador de todas, o melhor espectador já existente. Comunicar pode ser uma arte e viajar pode ser feito sem saíres do sitio, mas viaja muito em tua imaginação e criatividade.

E é importante seres verdadeiro/sério contigo e com os outros porque fazer de conta tem piada quando é raro e uma vez por outra; quando é constante fazer de conta deixas de ser alguma coisa concreta e torna-se complicado contar/confiar em ti!

É contigo fazeres arte da tua vida, pintar as cores mais garridas, tocar e cantar os sons mais animados quando queres festejar mas também tens direito a cores mais soturnas, cinzentas, negras e sombrias quando estiveres mais em baixo... o arco íris e a vida são imensas, desfruta-o em todo o seu formato. Arte musical também: com instrumentos clássicos, voz, mais rap, rock and roll, fado, música de todo o mundo e dança, aproveita o teu corpo e sua mobilidade, esculpe nem que seja à beira mar formas nunca inventadas, a arquitectura e o espaço podem potenciar vivermos melhor, repara hoje e aqui como estamos todos mais leves e a poesia, a escrita, pode ser parte de ti se quiseres e fizeres por isso.

Apertando as mãos sempre a olhar nos olhos sério e sorrindo, há uma confiança/segurança na vida que quero dar/passar, posso ter dúvidas e até é bom que as tenha, se fosse fácil o jogo da vida não tinha grande piada, ninguém gosta de jogos fáceis.

À maior dificuldade dar sempre o maior sorriso para a assustar.

Dando abraços ternurentos e carinhosos apertados.

Ter sempre o desafio de tornar o dia de 'Amanhã melhor'; sendo que o amanhã passa por cada momento. Se não és melhor é porque não te estás a esforçar... então: coragem e usa bem essa arte de te fazeres melhor e estaremos cá para o ano em outro piquenique.

Põe quanto És no Mínimo que Fazes

Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
brilha, porque alta vive

Ricardo Reis, in "Odes" , Heterónimo de Fernando Pessoa

Boas coisas,

um amigo

15 julho 2017

Filme que nos dá vontade de escrever

Jim Jarmusch



trailer de Paterson (2016)



Filme que nos dá vontade de escrever, como assumir que é bom não poder prender a Magia que existe no vento luminoso do jardim que respira quando olhas para toda a vida que se solta dele, é demasiado potencial na natureza.

Filme que nos dá vontade de escrever, falar de tanta tecnologia faz parte dos nossos gestos quotidianos: telemóvel, escova de dentes eléctrica, máquina de cortar a barba, microondas, máquina de café, automóvel e continua, continua como dizendo que 'é bom viver sem máquinas' só porque elas existem.

Filme que nos dá vontade de escrever, não sei se pela energia boa que transporta, se por ter surgido num dia com vontade de iniciar de que foi continuação, PATERSON tinha como qualidade especial ser de Jim Jarmusch e isso dar grau pela forma de olhar e nos fazer olhar para as coisas.

Filme que nos dá vontade de escrever, Jarmusch é conhecido por ser um autentico representante do cinema independente e dava garantias de bom cinema, falar de cada personagem é talvez arriscado mas O risco é bom! O filme não seria tão bom sem uma destas personagens, pormenores! Engraçado e por descobrir a forma como vão surgindo gémeos ao longo do filme; conversas entre passageiros características engraçadas.

Paterson: é pelos olhos dele que vemos o filme, muito discreto, com gestos rotinados e habituais que dão através das suas cores, tons, texturas, sons e mudanças um aproximar que nos faz sentir parte do filme. O nome do personagem principal é igual ao da cidade: Paterson!
Paterson trabalha como motorista de autocarro na cidade de Paterson, em Nova Jérsia (EUA). A sua rotina diária é sempre igual: acorda exactamente à mesma hora, vai trabalhar, regressa para os braços de Laura, a namorada, passeia Marvin, o cão, bebe uma única cerveja no bar de um amigo e escreve poesia, não necessariamente por esta ordem. A sua vida é tranquila e a sua existência discreta. Paterson está apaixonado por Laura e ela por ele. Ele apoia os sonhos e projectos mais arrojados da namorada; ela incentiva-o e inspira-o na escrita dos seus poemas. É assim todos os dias.

Laura - é a namorada de Paterson sempre com projectos muito fora, novos e arrojados, é a estabilidade dele. Estilo branco e preto em tudo, alguém que o incentiva a escrever: entre a solidez e o abismo é o acordar certo!

Nelie - é um cão actor (!?), tem gestos muito expressivos como o hmmm... de cada vez que os donos dão um beijo ou o salto contra a caixa de correio na entrada ou a forma como se deita esperando pelo dono à entrada do bar, é um actor essencial.

Doc - é o dono e barman de onde Paterson vai diariamente, tem nas costas uma parede com personagens tipo de paterson em permanente construção, joga xadrez consigo próprio.

Marie - Everett: são um casal a terminar, ela a querer ver-se livre dele e ele a precisar dela para viver melhor. Todos os dias Everett acha que têm de conversar muito a sério. Ponto alto quando ele aparece com uma pistola a tentar matá-la primeiro e depois a suicidar-se.

Donny - é o pessimista tipo a quem tudo de mau acontece, é um funcionário que vêm todos os dias bater à porta do autocarro de Paterson e ver se está tudo bem.

12 julho 2017

como é com o pão em tua casa?

Há gente que pensa nas coisas mais estranhas e acha interesse nisso, há uma variedade enorme de gostos, pormenores, ritos e rituais na vida de cada um que nos torna, incrivelmente, diferentes: ando com a dúvida existencial de se tu compras pão todos os dias como rotina ou descongelas ou nem tomas o pequeno almoço em casa ou não comem pão!?

Nas tuas Actividades da Vida Diária (AVD) qual a importância dada ao pão?

Os adeptos do pão congelado ganharam destaque ao inicio: com três adeptos Há o costume rotinado de comprar o pão diariamente para um casal e seu filho. E há até quem tenha nisso uma missão neste mundo noutro lar de casal e filho.

1) Não como todos os dias. Até evito. O branco nem vê-lo! 

Como iogurtes e cereais ao dito pequeno-almoço. Como frutas pela manhã. Logo ao acordar. Depois de um copo de água.

2) Estou precisamente neste momento a fazer um pão e faço um pão quase todos os dias. O pão é um legado da nossa cultura o qual temos que agradecer aos nossos antepassados.
3) excelente questão. sendo eu presidente de uma associação que se chama pão a pão como poderia não achar pertinente a tua pergunta?

Eu faço o meu próprio pão, sempre de trigo integral e carregado de sementes de girassol e sésamo. tomo todos os dias o pequeno-almoço em casa (sou incapaz de sair sem comer) e todos os dias é o mesmo: torradas (ou pão fresco) com manteiga (e às vezes mel) e uma chávena de leite com café. O M junta-se neste menu. O J que diz que nunca tem fome de manhã, muitas vezes quer comer ao pequeno almoço os restos do arroz do jantar, mas a regra é o pão também, porque eu sou uma ditadora nestas coisas da comida. Acompanha geralmente com um batido de frutas (de banana, pera ou pessego, e leite). A L idem, sendo que se não for eu a preparar o batido, atira-se ao leite com chocolate instantâneo.

4) O Pão é o petisco que mais gosto e tenho sempre congelado para nunca faltar . e vou comprando!!!

5) Pois cá por casa compra-se pão todos os dias, tentamos variar a qualidade de pão que compramos para as (cinco) crianças conhecerem diferentes tipos. Todos tomam o pequeno almoço em casa.

6) pão biológico do António, que se vende no Pomarinho. Tem 3 variedades: espelta e batata doce, regueifa, broa de espelta e milho. Cá nas Azenhas  somos fãs dos 2 primeiros. Nada de congelar.

7)  O pão é o mais importante cá de casa! O S. compra todos os dias e eu compro um pão que custa uns 4 euros e como às fatias durante 4 ou 5 dias.

8)  Pão = muito importante no meu dia-a - dia. Compro assiduamente um pão grande sourdough de qualidade por semana. Fatio e congelo logo metade.  Como duas fatias torradas com manteiga por dia. Acompanho com leite, seguido djm kiwi e um café.
E assim quase todas as manhãs.
Uma maravilha. 

9) Boa questão!

Gosto mais do ritual de comprar o pão, do cheirinho do pão fresco, do que propriamente de o comer. Talvez porque não há pão assim muito bom perto da minha casa.
De manhã, tento não comer pão, mas aveia. Faz melhor aos músculos, aos intestinos e sinto-me mais leve e activa com ela. O pão que compro tento que não seja só de trigo, mas uma mistura de cereais e tento que tenha pouco fermento. Gosto de comer pão ao final da tarde, quando estou com a tensão mais em baixo, é guloso! Também gosto de uma torradinha se tiver insónias!

E é assim!
;)

Ah, adoro tapas e de fazer refeições gulosas com pão, seja uma boa açorda, um prato com bacalhau e broa ou umas tapas de verão com vinho fresquinho! ;)

10) 


Saco (do pão) à porta. 7 da manhã recolho o "pão do padeiro". A seguir rua com a cadela com tachi à parolo no jardim. Voltar. Pequeno almoço sempre em casa (excepto quando estou fora em serviço). UM PÃO a sério com doce de abóbora ou de figo da minha amiga Conceição da quinta do freixo no Algarve. Café, muito café de "filtro". Notícias dos jornais.

Na minha casa paterna e materna o pão era sagrado: "acompanha filho a comida com pão", na mão esquerda o pão, na direita o garfo ou colher. o pão empurra.

Tolstoi que guardo como relíquia

Pão para a Boca (a origem do mal).

11)  O pão é o meu alimento. Tenho pão congelado, mas também como fresco. Gosto de pão duro, de pão seco, de todas as maneiras.

12) o Pão (como a Paz, a Habitação, a Saúde e a Educação) está lá nos píncaros da importância!
de manhã, eu gosto de torradas...
13) ora bem, temos uma máquina e duas farinhas favoritas que costumamos pôr lá dentro à noitinha. 
de manhã, à hora marcada, apita e o pão está pronto, fresquinho.
mas o que mais gostamos... é de ir à padaria do bairro comprar pãozinho de alfarroba e bicos de pato (para as meninas).

14) Tenho por habito comprar pão de 3 em 3 dias, porque normalmente tomo o pequeno almoço com pão e leite de aveia. Mas primeiro bebo um copo de água depois uma peça de fruta (laranja ou kiwi) depois bebo o leite de aveia acompanhado com pão de cereais com queijo.

15)  a)      Compro pão quando não há, nem sequer congelado, e me lembro que não há;
b)      Descongelo quando há no frigorífico e não me lembro de comprar;
c)       Tomo o pequeno almoço (sumo de laranja, meia-de-leite, água e torrada) no café, após comprar o jornal;

Quanto à importância que dou ao pão, depende das circunstâncias e a coisa não me aflige!

16) Nós estamos na fase de não ter pão em casa porque se houver quem o come sou eu.
Só como pão ao pequeno almoço e no café por baixo da nossa casa.
Essa refeição tornou-se um ritual religioso que demora pelo menos meia hora.
Se não tiver essa meia hora acabo por comer outra coisa porque para mim o pão tem de ser comido com tempo.
O pão é um dos alimentos que mais gosto e a minha barriga também. Por isso me sinto tão irritada quando faço dieta.
Concluindo, o pão contribui para que eu seja feliz.

17) Eu como muito pouco pão. Ao pequeno almoço como flocos com leite e só como pão de vez em quando ao lanche, ora comprado e comido em casa, ora comprado no café e lá comido.

18)  Não tomo pequeno almoço...
Quando vejo pão e me apetece compro para levar para casa, mais frequente é nas bombas de gasolina.

19)  Cá em casa é assim: normalmente ao domingo faço pão, um pão rico em fibras. Raramente sobra para 2ª. Tenho pão  grande de centeio escuro congelado às fatias e com ele faço torradas para o meu pequeno almoço. Compramos algum pão do dia à tarde, quase todos os seis dias restantes, para o lanche e jantar/ceia que o L gosta, pão de mistura geralmente. Se sobra congela-se no próprio dia e depois, se algum dia não se puder ir à padaria, descongela-se esse. Mas o pão congelado que realmente fica bom para se descongelar é o que ainda está morno quando se congela.

20)  ora aqui está uma questão vital! No meu caso o pão tem uma importância vital. A minha primeira refeição tem de ter pão!
Ir comprar pão de manhã??!! Nem pensar!! Tomar o pequeno almoço fora!

21)  Curiosidade curiosa... :)

O pão aqui em casa não pode faltar sabes. Não tenho padaria perto, portanto acabo por trazer de véspera, adoraria ir ao pão pela manhã, mas aqui não é possível. 
Houve uma altura que tínhamos comprado uma máquina de fazer pão, mas rapidamente perdemos interesse nela. O T ainda chegou a usá-la mais que eu. 
Também congelo:), e como adoro açordas uso nessa altura.

22)  eu compro pão 2 vezes por semana no mercado, é um bom pão,que corto e congelo. O pão é uma das coisas que mais gosto de comer.

23) Desde Janeiro que não como pão nunca.
Antes comprava e congelada. 
Mas agora não como trigo, centeio, milho nem aveia.

EU: mas é por alguma maleita? :(
ELA: Os intestinos n funcionam e falta C gluten.

Adoro as muitas diferenças que existem


Devo dizer que tive a infeliz esperança de colocar no Google isto: Adoro as muitas diferenças que existem e conseguir escolher 3 ou 4 fotos que pudessem/soubessem definir tanta diversidade que o mundo tem.

Obviamente que é uma tarefa inglória, felizmente que não se pode fazer uma descrição exaustiva no mundo, tanta muita diversidade sabe bem pelas possibilidades que te dão de seres muita coisa diferente.

Assim, fica aqui esta bola pelo significado que tem de possibilidades em rodar para todo e qualquer lado, para qualquer direcção, mais veloz, lenta, mais alegre, energética, saltitona...

O modo como lidamos connosco e com cada pessoa varia imenso, com milhar de coisas e com o espaço e tempo em que estamos:

Se acordámos eufóricos, tivemos uma noite descansada ou terrível, se nos sentimos mal ou bem fisicamente e/ou em estado de espírito, pronto e preparado para o dia e para a vida...

Se a outra pessoa com que nos deparamos está bem disposta ou esfrega o nariz como quem diz, que tenho a mania (também podemos ser indiferentes um ao outro mas não me parece que seja útil/boa e correta forma essa indiferença...);
Se o espaço e o tempo é mais claro e ameno, estável e não confuso, apertado e escuro, com mais ou menos pessoas, mais confuso, emaranhado ou simples, desenvolto.

11 julho 2017

10 julho 2017

Luísa Sobral



Apareceu como irmã do Salvador, pelo menos só a partir da vitória do maninho no festival da Euro Visão da canção em que a música que compôs para ele dei/demos mais por ela. 

Mas ele ganha por ter uma personalidade forte ao lado como a dela, e ganha muito. 

Há um lado boémio nele que ela tenta proteger, torna suave e consegue amenizar mas também dá graça porque o torna infantil.

Ela tem surgido não só por ser mana dele mas também quem escreveu a letra da canção vencedora simples, a descobrir...

Esta foto descreve o estado/personalidades que os manos Sobral aparentam.

07 julho 2017

a ler...

e a gostar!!! :)

 É difícil amar?
 
Não é fácil, mas é bom. E se não se amar não se vive. Tive uma analisanda — professora de psicologia — que um dia me disse que tinha descoberto que eu era religioso, que o meu deus era o amor. Acho que é verdade. É a coisa que nos mantém, que nos entusiasma e pelo qual vale a pena lutar.

05 julho 2017

Cuidado com os rapazes (Ricardo Araújo Pereira)

Conheçam Francisco Bosco em debate: ser pai no séc XXI com Ricardo Araújo Pereira.

 





João Fazenda

A minha geração vai começar a mandar no mundo. Temo o pior.

Há um aspecto das eleições francesas que tem sido incompreensivelmente desprezado pelos analistas: Macron tem mais ou menos a minha idade. Depois de Justin Trudeau, é o segundo rapaz da minha geração a ascender ao poder. Este facto sugere-me duas reflexões diferentes. Primeira: eu já sou uma pessoa que se refere a outras como “rapazes da minha geração”. A minha avó costumava usar a mesma formulação, no caso dela para designar rapazes de idade igual ou superior a 80 anos. Segunda: isto significa que a minha geração vai começar a mandar no mundo. Temo o pior.

Não sei se estamos preparados. Está tudo contra nós. Somos a última geração a saber o que é viver sem internet, smartphones, redes sociais e apps. Aqueles que vieram depois de nós já não sabem o que isso é e têm dificuldade em imaginá-lo. Para eles, nós nascemos no século XIX. Talvez nunca uma geração tenha estado tão distante da seguinte, quanto à experiência de ser humano neste planeta. “No teu tempo já havia carros?”, perguntam
-me, por vezes, pessoas de gerações mais novas. Depois de mandar essas pessoas para o quarto de castigo, ponho-me a pensar no que aquela pergunta revela: a nova geração olha para a nossa como nós olhávamos para o Marquês de Pombal – e os jovens, mesmo os que não são jesuítas, não consideram certamente agradável um governo do Marquês de Pombal. Eles são pessoas do futuro que, por qualquer razão inexplicável, estão a viver no presente connosco. Agora que mandamos nós, temos de lidar com as gerações anteriores, que acham que nós não sabemos nada, e com as gerações seguintes, que também acham que nós não sabemos nada. Uma coisa é a geração anterior lamentar a nossa falta de experiência, outra coisa é acontecer o mesmo com a geração seguinte. Infelizmente, é possível que os jovens tenham razão: nós temos menos capacidade do que eles no que respeita a lidar com o mundo tal como ele é hoje. Tinha de me calhar a mim: quando finalmente atinjo a maturidade, o mundo muda radicalmente e faz-me criança outra vez. É preciso ter azar. 
E há mais. Tenho a suspeita muito forte de que, em breve, os cientistas descobrirão uma maneira de viver para sempre. Tudo indica que não faltará muito. E eu até desconfio que sei quando é que isso vai acontecer. Em princípio será exactamente um dia depois de eu ter morrido

01 julho 2017

que parvalhões os que não souberam apreciar a magia, o sentimento e a entrega



é fecharem os olhos e apreciarem a Arte! Não é toda a gente que consegue receber a dádiva!

O peido de Salvador Sobral (João Miguel Tavares)

Salvador não tem nada que pedir desculpa. Tem apenas de aprender, como Nietzsche há muito nos ensinou, a beber de um só trago as tempestades que é capaz de criar.

Já toda a gente sabe o que foi dito no concerto pelas vítimas de Pedrógão Grande, mas vale sempre a pena repetir: “Eu sinto que posso fazer qualquer coisa que vocês aplaudem. Vou mandar um peido para ver o que é que acontece.” Utilizei “peido” no título deste texto, e não “pum”, “traque” ou “flato”, alternativas socialmente mais aceitáveis, por uma razão: apesar de ser palavra feia, só ela faz inteira justiça a esta nova manifestação de desagrado pelo tipo de reconhecimento de que tem vindo a ser alvo. Salvador Sobral, 27 anos, é um homem desconcertante e profundamente incomodado com a absurda fama que se abateu sobre ele, por causa de uma canção simples composta pela sua irmã.

Todo o artista quer ser reconhecido, mas não de qualquer forma. Basta olhar para Salvador no pós-Eurovisão e escutar com atenção o que diz nas entrelinhas: ele considera esta fama fraudulenta, por ser fruto de um acaso e não de um percurso artístico consistente. Salvador Sobral é um artista verdadeiro que sente ter conquistado uma glória falsa. Está com dificuldade em perdoar o público por isso, e em perdoar-se a si mesmo. Essa é a razão porque a sua frase é bruta, mas não ofensiva, tal como não é ofensivo soltarmos um palavrão depois de nos ter caído um tijolo no pé. Pelo contrário: a revolta do peido caracteriza e descontrói na perfeição as regras cínicas da sociedade do espectáculo – a degradação do “ser” em “parecer”, para citar Debord –, confessando o desejo íntimo, comum a todo o artista genuíno, de as fazer implodir. A fama – esta fama específica por causa de Amar Pelos Dois – é o tijolo a cair no pé do artista Salvador Sobral.

Há dias estava a ler a revista Empire, na qual o louro Dolph Lundgren – bolseiro do MIT que abandonou a engenharia química para ir apanhar murros de Sylvester Stallone em Rocky IV, tornando-se uma estrela mundial instantânea – partilhava com os leitores estas sábias palavras: “Failure is tough, but success can be worse.” Falhar é mau, mas ter sucesso pode ser ainda pior. E para o provar há, de facto, uma fila quilométrica de estrelas que perderam o norte por incapacidade em lidar com a exposição extrema e o eclipse da sua privacidade. Se lidar com este sucesso já é mau, imaginem lidar com ele quando sentimos que o mérito que nos é atribuído não tem razão de ser, e que nos tornámos o nome mais badalado do país graças a um acontecimento que não nos representa enquanto artista.

Salvador Sobral pediu, entretanto, desculpa: “Sempre falei duas vezes antes de pensar. Esta minha característica tem a sua parte boa e também a parte má. [Terça-feira], infelizmente, reconheço que fui bastante inoportuno.” Não sei se consciente ou inconscientemente, Salvador citou Chico Buarque e uma canção maravilhosa chamada Bom Conselho (composta no ano em que eu nasci, 1973, em plena ditadura brasileira), onde a certa altura se escuta: “Faça como eu digo/ Faça como eu faço/ Aja duas vezes antes de pensar.”

Esta inversão dos lugares comuns é aquilo que se espera de um criador autêntico. A canção termina com estes três versos: “Eu semeio o vento/ Na minha cidade/ Vou p’ra rua e bebo a tempestade.” Salvador Sobral deveria incluir Bom Conselho no seu reportório, porque aquele peido – o seu peido atlântico – é precisamente esse vento, que todo o artista tem o dever de semear. Salvador não tem nada que pedir desculpa. Tem apenas de aprender, como Nietzsche há muito nos ensinou, a beber de um só trago as tempestades que é capaz de criar.