31 dezembro 2013

bom ano



(CIO DA TERRA com MILTON NASCIMENTO e CHICO BUARQUE)

n devemos deixar q a futilidade e a mediocridade se arrastem e se expandam.

2013 foi um ano bom q obriga a q 2014 seja melhor sp a andar e a falar!

Bom dia final de 2013 para 2014 começar c boa e muita energia!

Tudo de bom!

recomeçar o caminho, plantar, recolher, fecundar, ver crescer o que criámos!


'Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão'

cada dia a vida vive melhor, façamos por ela!

n nos acomodemos!

2014 solto e livre!
2014 nunca existiu: vamos merecê-lo!

28 dezembro 2013

O Meu Amor



Encontrei A mulher da minha vida!!!

SHHH AI AI AI HUMMM HUMMM HUMMM

O meu amor tem
um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
(Jorge Palma)

O meu Amor (Chico Buarque)

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

24 dezembro 2013

porque acho que descobrir imagens feias é fácil



mas não é grande dom passa-las!

o desafio é darmos calor carinho calor afeto e ternura!

fazer crescer o Amor!

não queria que lessem beatitudes... este blog não é beato!!!

somos todos e cada um visitantes de um mesmo sonho.

vamos pintá-lo mais colorido.

musicá-lo mais alegre.

vivê-lo melhor.

sonhá-lo mais descansados.

escrevê-lo com melhor poesia.

lê-lo espicaçando vontades.


imagens fortes e bonitas:

um bebé ao colo que sorri e vai crescer e ser pessoa;

uma  criança a dar os primeiros passos.

despertar sorrisos.

uns pais que aprendem a bem educar, descobrem truques de construir.

um professor a aprender a ensinar.

alguém que melhora os outros.

um texto que nos sai bem.

uma flor fresca e bonita, simples, silvestre, roubada e entregue, oferecida.

uma comida bem cuidada/cozinhada que aquece no frio e esfria no calor.

ingredientes, cuidado

olhar para trás e descobrir certezas que o futuro será melhor e ainda está por descobrir e inventar.

andar, correr, levantar de uma cadeira de rodas para caminhar.

levantar para andar e começar um caminho sem saber para onde ir.

levantar para andar e começar um caminho sabendo para onde ir.

um animal que se enrosca em nossas mãos e festinhas com gosto/prazer.

gente.

sumo natural.

natureza.

uma criança que consegue fugir.

uma criança que tenta fugir e não consegue.

uma criança.

a correr.

parada.

que sorri.

que tem gozo e dá piada.

a dormir.

um velhote.

que se senta.

que brinca.

a dormir.

que se levanta e grita.

que se levanta calado.

que se levanta.

acorda amor que é Nataaal



"Morre lentamente quem não viaja,

Quem não lê,

Quem não ouve música,

Quem destrói o seu amor-próprio,

Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,

Repetindo todos os dias o mesmo trajeto,

Quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,

Quem prefere O "preto no branco"

E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,

Justamente as que resgatam brilho nos olhos,

Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

  Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,

Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,

Quem não se permite,

Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante,

Desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece

E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,

Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o Simples ato de respirar.

Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda  (1904-1973)

19 dezembro 2013

inconstuticional



o governo é anti Constitucional.

ah xiça os juízes do tribunal constitucional votaram contra por unanimidade, assim não dá para governar bem.

só nos tramam.

sempre a mostrarem amarelos e vermelhos.

não foi falta sour árbitro, LADRÃO!!!

o tribunal Constitucional defende a constituição que devia ser toda alterada para defender TROIKAS e afins!

sentimento quente e bom que se sente hein!?



gosto de ter nascido no dia de natal.

há sempre gente que diz que só recebo uma prenda:

'fica pelos anos e pelo Natal ok!?'

mesmo que fizessem isto (que não fazem) agrada-me ter nascido num dia para estar com o outro, não me interessa as prendas (não gozem, tanto me faz...).

sente-se mais prazer na vida, calor, os olhos falam mais, há mais abraços durante esta época, não só no dia 25 mas até lá!

gosto de jesus magro e humilde, não gosto do pai natal gordo e capitalista.

a verdade é que não deveria ser obrigatório (e n é) nada neste dia nem por deus nem por nada...

e a verdade é que muito sentimento é 'obrigado' nesta época.

talvez falso.

há muito sentimento bonito que aparece.

e se é preciso algum empurrão para aparecer que seja!

é bonita a história ter trazido este sentimento durante tantos séculos.

se é preciso empurrão para sermos melhores que seja este!

valorize-se os momentos bons que existem.

Amigos improváveis



Ouvíamos o Félix (o gato animado) a miar pedindo ajuda.
 
Fomos direito ao quarto pelo corredor (donde pensávamos vir o ruído: fechara-se lá dentro e não conseguia sair...).
 
Ouvimos a Ginja (a cadela doce lady e experiente) bater na porta da cozinha para tentar passar: comer, passear, sentir os cheiros, sei lá!
 
Foste abrir a porta da cozinha enquanto esperava na entrada do corredor. 
 
O inacreditável aconteceu: o Félix estava do outro lado a miar, a pedir ajuda!
 
Ginja tinha ido em socorro e regressara a deitar-se: Missão Cumprida!

18 dezembro 2013

2013 foi bom e 2014 vai ser melhor



cena fixe este vídeo no Google para todos verem!


o filme do Mandela é um filme comovente, deixa-nos com vontade de amar, fazer pequenos gestos  para melhorar o outro!

também nos põe em causa.

ao intervalo: 'mundo feio este mas mundo bonito onde há homens destes!'


:) o natal tem um dom de aquecer a alma!


andar e largar a cadeira de rodas, cantar alegria rodar a dançar!

13 dezembro 2013

Bom Natal...



...se a gente não se vir!

igualmente e se nos virmos também! (piada de bolso que resulta sempre...)


sexta feira 13 dizem que dá sorte e amanhã é fim de semana, já vai sendo tempo de festejar esta época.


Se você pode andar, você pode dançar. Se você pode falar. você pode cantar.

09 dezembro 2013

já esteve tudo pior



doce pensamento tive hoje.

melhor nunca esteve porque o importante é agora.

agora e aqui é quando interessa.

e corre tudo melhor.

está frio.

mas...

...dá vontade de dar abraços a aquecer e acende-se a lareira que aquece e dá luz! 

:) o sorriso aquece!

06 dezembro 2013

alguém invulgarmente bom



http://archives.nelsonmandela.org/: 'faz-nos sentir que somos uma parte integral para construirmos a nossa história em conjunto'

 Não estou perante vcs como um profeta mas como um servidor (Nelson Mandela)

'tivemos o privilégio de viver na mesma altura que este homem!'
(Manuela Ferreira Leite)


dignidade.

herói.

coragem humana.

exemplo.

inteligência.

alma.

reconciliador.

apaixonado pela vida.

inspirador.

brilho nos olhos.

criança.

chapada de luva branca ao mundo.

coração.

sopro.

admirável

anedota

cultura

justiça.

alento.

humildade.

tinha a certeza de ser incerto.

liderança.

sério.
 
Tenho uma grande admiração por um povo a faz o luto a cantar e a dançar (Luis moita)
 
 

04 dezembro 2013

Virtualidade e realidade


 
Viver em cada lado como parte essencial do que és.

São complementos, escolher um ou outro é escolher parte do todo.

Gosto mais de escrever à mão, tem outra qualidade; mas estou a escrever no Word e vou postar no Blog; escrever à mão é não poder emendar ou gastar mais papel, estamos mais connosco e com o outro (!?).

Temos a tendência de dizer que preferimos ter cheiro, imagens, sons, sabores e toques.

De facto, sempre foi assim, sempre existimos cara a cara.

A modernidade não se coaduna com isto!

Não há tempo para estarmos e não ter tempo é interessante.

Ter tempo é antiquado.

Por outro lado, podemos estar ao longe.

Não ter facebook é antiquado.

Não ter email é dificultar a comunicação.

Não ter email é perca de tempo.

Escrever cartas já não se usa.

Escrever e receber cartas sabe bem, alguém esteve a dar-nos tempo de qualidade.

Gosto de escrever e ler.

Tenho inveja de quem vive aparte sms’s e e-mails.

Ou não tenho nada mas cria dependência.

Escrever versus falar, não se opõem mas falo mal e escrevo bem, precisas melhorar a fala e a escrita não se perde.

Não se opõem.

Mas falar, escrever à mão, escrever no computador por esta ordem.

Imagens: toda a gente tira fotos, o telemóvel também dá para falar entre outras coisas; até bússola tem; não é preciso ser bonita a imagem basta ser nua.

Tudo o que tem qualidade pede tempo.

O aqui e agora não é de passou bens, beijos e abraços.

01 dezembro 2013

monty python football philosopher



segunda circular no topo.

o porto tem um mau perder... AH, pois, não estão habituados... :)

BRIOOOSAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!

os velhos não é possível exterminá-los



http://abrupto.blogspot.pt/
 

Os velhos: não é possível exterminá-los?

Na verdade, estou farto de exibições de confrangimento público e exercícios de “preocupação social”.
        
Eu gostaria muito de escrever artigos racionais, ponderados, que merecessem uma aura académica e sensata, que unissem em vez de dividir, que me permitissem ter a minha quota de lugares, prémios e prebendas, mas estou condenado, nestes tempos, a escrever cada vez mais panfletos. Acontece. Isto do imperativo categórico, como Kant sabia, é uma maçada.
 
Isso deve-se ao facto de não querer ter nenhuma falinha mansa, daquelas que enchem o balofo da nossa política de mútuos cumprimentos e salamaleques, com gente que se mostra impiedosa por indiferença, hostil com os fracos que estão do lado errado da “economia”, subserviente com os fortes, capaz de usar todos os argumentos para dividir, se daí vier alguma pequena folga para as suas costas.
Tenho dito e vou repetir: a herança que estes dois anos de “Governo” Passos Coelho-Portas-troika vai deixar ultrapassará muito o seu tempo de vida como governantes. Se não for antes, em 2015, passarão à história como um epifenómeno dos tempos da crise e sobreviverão incrustados nos partidos de onde lhes vem o poder, como um fungo que não se consegue limpar. Vão continuar a estragar muita coisa, mas a própria lógica de onde vieram os substituirá por outros mais ou menos maus. A maldição portuguesa é esta. Aquilo que mais precisamos, não temos.
 
Mas, mesmo que desapareçam como as figuras menores que realmente são, vão deixar estragos muito profundos no tecido já de si muito frágil da nossa vida coletiva, cavando fundo divisões e conflitos, destruindo o pouco de humanidade social que algum bem-estar tinha permitido. Eles estão, como as tropas romanas, a fazer no seu Cartago, infelizmente no nosso Portugal, o terreno salgado e estéril.
 
Pode-se-lhes perdoar tudo, os erros de política, a incompetência, o amiguismo, uma parte da corrupção dos grandes e dos médios, menos isto, este salgar da terra que pisamos, apenas para obter uns ganhos pequeninos no presente e com o custo de enormes estragos no futuro.
 
Um exemplo avulta nos últimos dias, que já vem de trás, mas que ganha uma nova dimensão: o ataque aos velhos por serem velhos, uma irritação com o facto de haver tanta gente que permanece como um ónus para o erário público apesar de já não ser “produtiva”, de não ter saída no “mercado do trabalho”, de estar “gasta”. De ministros que não leram Camões e nem sequer sabem quem são os “velhos do Restelo”, a gente que pulula nesse novo contínuo dos partidos e do Estado que são os blogues, a umas agências de comunicação que são as Tecno forma dos dias de hoje, boys e empregados de todos os poderes para fazerem na Internet e nos jornais o sale boulot, todos, de uma maneira ou de outra, atacam os velhos, por serem velhos. Numa sociedade envelhecida, isso significa atacar a maioria dos portugueses, em nome de uma ideia de juventude “empreendedora”, capaz de fazer uma empresa do nada só com “ideias”, “inovação” e design, sem os vícios do “passado”, capaz de singrar na vida sem “direitos adquiridos”, nem solidariedade social, imagem que tem o pequeno problema de ser tão mitológica como a Fada dos Dentinhos.
 
Grande parte do ataque a Mário Soares e a muitos que estiveram na Aula Magna foi feito em nome de eles serem “velhos”, logo senis. Nem sequer é por implicação, é dito com clareza, com o mesmo tipo de “argumentos” com que os soviéticos enviavam os dissidentes para os asilos psiquiátricos porque quem estivesse no uso normal das suas faculdades não podia deixar de ser comunista. Aqui é o mesmo: só pode ser senil quem duvidar da bondade das medidas do Governo, apresentadas como sendo a realidade pura, inescapável, inevitável. Como pode estar bom da cabeça quem coloca em causa a versão em “economês” da lei da gravidade? Só um louco. E se for velho, é-se senil, ultrapassado, antiquado, mesquinho, por definição. Não há outra maneira de explicar que haja velhos com tantas ideias “erradas” sobre a bondade do nosso “ajustamento” e que sejam empecilhos para os “jovens” brilhantes que o aplicam com vigor e sem vergonha.
 
(Acresce dizer que o velhote -  nascido a 07 de Dezembro de 1924 (faz 89 anos) - insurge-se a gritar que 'O REI VAI NÚ!!! mostrando ter tomates no sítio e fazendo o que todos gostavam de fazer)
 
Muito do discurso contra os velhos, que começa, em bom rigor, cada vez mais cedo, quando se perde o emprego e se fica “gasto” para o mercado de trabalho, é um discurso que pretende ser utilitário no plano político, e é isso que o torna moralmente desprezível. Destina-se a justificar o violento ataque a reformas e pensões, a gente que trabalhou a vida toda, e que ainda tem memória do que custou obter esses malfadados “direitos”, resultado de “contratos” de “confiança” com o estado, tudo coisas de velhos que estão a “roubar” aos mais novos do seu futuro. Estão a mais. E se eles não percebem que estão a mais a gente vai mostrar-lhes pelo vilipêndio e pelo saque que já há muito deveriam ter desaparecido.
 
Muita coisa tem hoje a ver com esta demonização da idade. Um caso entre muitos, é o que se está a passar com o despedimento coletivo dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo. Nem sequer discuto se a empresa tinha que encerrar ou não, porque a partir de um certo nível de dolo e degradação da linguagem esse não é o primeiro problema. Podia ser, mas com esta gente não é, porque, ao fazerem as coisas como fazem, sempre obcecados em enganar-nos, merecem que contra eles se volte tudo, o discurso empolgado dos “navegadores” e a retórica do “mar”, ao mesmo tempo que se fecha o único estaleiro que sobrava, a disparidade de não querer pagar 180 milhões de euros, enquanto se aumenta a taxa para a RTP, que recebe todos os anos muito mais do que isso, a displicência com que se apresenta como grande vitória, mais de 600 despedimentos.
 
Acresce a soma de mentiras habituais: que 400 trabalhadores vão ser reintegrados (afinal não há nenhuma garantia), que vão ser pagas as devidas indemnizações (afinal parece que só a parte deles), que vai continuar a construção naval (quando não custa perceber que o que a Martifer vai fazer não são navios). O que vai acontecer é um enorme despedimento colectivo feito pelo Estado, o encerramento dos estaleiros à construção naval, o preço de saldo para a Martifer após o Estado, como no BPN, pagar todos os custos. E, na vaguíssima hipótese de alguns trabalhadores serem empregados na nova empresa, serão sempre poucos, com salários mais baixos, com uma folha de antiguidade a zero, e ficarão de fora os mais velhos e os mais reivindicativos. Alguém vai contratar um membro da comissão de trabalhadores, mesmo que seja um excelente soldador? Como muita da mão-de-obra dos estaleiros já tem uma certa idade – os velhos começam a ser velhos aos quarenta –, está-se mesmo a ver a sua “empregabilidade”.
 
Não custa fazer o discurso politicamente correto de que a “esquerda não tem o monopólio da sensibilidade social” (e não tem), nem dizer aqueles rodriguinhos do costume do género “que bem sabemos como os portugueses estão a sofrer”, ou que “nenhum Governo gosta de tomar estas medidas”, ou elogiar os portugueses pelo seu papel “decisivo” no sucesso da aplicação do “ajustamento”, etc., etc. Na verdade, estou farto de exibições de confrangimento público e exercícios de “preocupação social”, já não posso ver a hipocrisia de Passos Coelho e de Aguiar Branco, ao lado do exibicionismo pavoneado dos soundbites de Portas.
 
Swift escreveu em 1729 uma sátira sobre a pobreza na Irlanda chamada Uma modesta proposta para evitar que as crianças dos pobres irlandeses sejam um fardo para os seus pais e o seu país e para as tornar um benefício público. Aconselhava os pobres a comerem os filhos, como meio de combater a fome, “grelhados, fritos, cozidos, guisados ou fervidos”. Na verdade, quando se assiste a este ataque à condição de se ser mais velho – um aborrecimento porque exige pagar reformas e pensões, faz uma pressão indevida sobre o sistema nacional de saúde, e, ainda por cima, protestam e são irreverentes –, podia avançar-se para uma solução mais simples. Para além de os insultar, de lhes retirar rendimentos, de lhes dificultar tudo, desde a obrigação de andar de repartição em repartição em filas para obter papéis que lhes permitam evitar pagar rendas de casa exorbitantes, até ao preço dos medicamentos, para além de lhes estarem a dizer todos os dias que ocupam um espaço indevido nesta sociedade, impedindo os mais jovens de singrarem na maravilhosa economia dos “empreendedores” e da “inovação”, será que não seria possível ir um pouco mais longe e “ajustá-los”, ou seja, exterminá-los?
 
JOSÉ Pacheco Pereira, Historiador