31 dezembro 2020

O movimento


O calendário relembra-nos a metamorfose dos dias. 

Nestes tempos de renovada luz lanço deste lado esperanças de boa nova, de encontros de felicidade e de amizade. 

Depois do inverno vem sempre a primavera e é essa incondicional beleza, fortuna e luminosidade que todos os dias devemos procurar. 

Agora somos chamados a relembrar a importância dos tempos imediatos e dos laços construídos e da força e alegria da Vida como cascata incessante de luz. 

A água tem memória e o corpo transforma a memória em sentimento, arte e criação. Sejamos todos felizes na luz renovada nestes tempos como fénix. 

Até já porque a memória e os sentimentos não tem tempo, horário ou duração apenas pairam na eternidade como nevoeiro em manhã de D.Sebastião

27 dezembro 2020

Momento de Natal - 24.12.2020 - por Jorge Abegão


Hoje de manhã, terminada a marcha pelo Campo Grande, em conversa com um amigo no jardim de Telheiras, surge um pai espavorido e desnorteado, de máscara à banda, perguntando se não tínhamos visto uma criança de 4 anos, seu filho, que desaparecera sem deixar rasto. 

Disse que não sabia, perguntei como estava vestida a criança, tendo o pai referenciado que tinha um gorro cinzento e se chamava Francisco. O pai lá partiu a correr desnorteado. 

Eu que já tinha passado um dia por aquela angústia de pai, percebi o seu desespero e fiquei de atalaia no jardim. Eis senão quando vejo um gorro cinzento mover-se bem perto no jardim por detrás de uns arbustos. Arranco em passo de corrida e apanho o miúdo do gorro cinzento. Nada assustado e à minha pergunta se era o Francisco, manteve-se silencioso com um riso maroto, parecendo consciente da sua proeza. 

Trouxe-o pela mão e vendo a suposta mãe e irmãos no início do jardim, bracejando e gritando FRANCISCO!!! FRANCISCO!!, largo-o da mão, apoio  a minha mão nas costas dele, com um leve impulso e digo: vai, vai, corre, vai dar um abracinho à tua mãe!

Qual é a minha surpresa o Francisco dá meia-volta e desata a fugir em sentido contrário com a família esbracejando e correndo atrás dele em seu alcance: FRANCISCO!!! FRANCISCO!!. 

Apanhado pelo pai que vinha em sentido contrário, lá terminou a sua aventura, nunca tendo estado perdido, como o pai pensava, mas sim fugido e libertado. Ao longe a mãe apontava para mim indicando ao marido: - foi aquele senhor! 

E eu acenei com um sorriso, partilhando contraditoriamente o sentimento de alívio dos pais e  o sentimento cúmplice e efémero de liberdade da criança. 

Bom Natal!

25 dezembro 2020

Foi o nascimento de uma pessoa:


Nasceu bebé e cresceu, fez-se, por vezes, mulher,
noutras homem, não alimentava lutas de 
qualquer género. 
Formou-se corpo, voz, olhar, alma e pensamento, 
lançou relações, criou segredos, esconderijos, 
pequenos ninhos onde escondia pegadas.

Abriu os olhos, os braços, a boca, o nariz e os ouvidos, 
movimentou-se, cresceu, ganhou energia, comeu, 
engoliu, respirou, encheu o peito de vida, aprendeu a 
cuidar-se, ser cuidado e a cuidar do outro.

Abriu-se ao mundo, entraram outros!

É muito bonito, acredite-se ou não, a história principal 
que forma a nossa civilização ter por base um 
nascimento e ser formada com base no Amor.

Entraram imagens e espanto; sons, energia e magia; 
aprendizagens, esperança, sabedoria e crescimento; 
sabores e gosto que deram força à vontade; cheiros que 
descobriram mundos e inundavam o pequeno corpo; 
sentiu chão, esforço, dignidade, aconchego, recordações
 e imaginações.

Levantou-se, pôs a máscara, não por ele mas pelos 
outros que davam graça ao existir, desinfetou as mãos 
duas vezes, de novo, mais três ou quatro vezes: queria 
estar preparado para a noite de natal.

Não tinha criatividade para inventar um mundo sozinho; 
detestava aquela sensação de estar com a respiração 
ofegante e não entender expressões, sorrisos, ilusões, 
quereres, ao olhar faltar a boca.

Faltavam pessoas e dançou sem limites, sem regras, 
sozinho, só a voar, sonhar, desenhar, esculpir, escrever 
poesias e ser, apareceu alguém para fazer par.

Reinventou-se!
Encaminhou-se a ser luxuoso como alguém

ensinara,

um luxo quase humilde de gostar de cá estar,

viver,

reaprender gestos, jeitos de ser melhor, de

aproveitar

o privilégio que existe em sorrir, o prazer.
Chorar também porque nenhuma vida forte se faz

sem choros de despedidas mas comoções;

quando são

feitas de ânimo leve, normalmente, perder água

essencial para o nosso corpo se limpar não ajuda;

e é bem melhor

estar mais leve, menos pesado/a.
Não devemos chorar por puro egoísmo, (e algum

altruísmo) porque como gostamos de estar com pessoas

alegres, também é mais provável que elas gostem de

estar com gente animada.
O tal menino cresceu e criou uma História rica em adulto

tinha o condão de perceber qualidades nos outros.

24 dezembro 2020

BOM NATAL

Instalámo-nos para passar a noite. Desembarcamos cinco ou seis caixotes, colocando-os em círculo, vazios como guaritas. E, dentro de cada um, uma vela acesa, mal protegida contra o vento. Assim em pleno deserto, sobre a crosta nua do planeta,num isolamento dos primeiros dias do mundo Nós CONSTRUIMOS UMA PEQUENA ALDEIA DE HOMENS
Agrupados para a noite, nesta grande praça da nossa aldeia, neste farrapo de areia em que os caixotes lançavam um luar trémulo Nós ESPERAMOS…
Esperámos a madrugada, a madrugada que nos salvaria ou nos entregaria aos mouros…EU NÃO SEI O QUE DAVA A ESTA NOITE UM GOSTO DE NATAL…
Contávamos as nossas recordações, riamos e cantávamos sentíamos a mesma alegria leve Que SE SENTE NUMA FESTA BEM PREPARADA…
Contudo éramos infinitamente pobres. Vento…Areia…Estrelas…UM ESTILO DURO ATÉ PARA TRAPISTAS…
Mas sobre esta toalha de areia mal iluminada,seis ou sete homens que não possuíam mais nada no mundo alem das suas recordações…PARTILHAVAM ENTRE SI INVISÍVEIS RIQUEZAS

 

(Antoine Saint Éxupery)

15 dezembro 2020

1ª prenda de natal: vale bem a pena, asseguro!

Bom dia!!!!

No próximo SÁBADO, 19/DEZEMBRO às 17h a CiM em parceria com Rising Child convida todos a estarem presentes na aula online. Será uma celebração em que podem trazer e convidar família, amigos, colegas. Queremos juntar o maior número possível de pessoas a estarem presentes e partilhar a energia pelo movimento nesta altura de festas! Juntem-se a nós! Venham daí! Podem convidar, partilhar e até já!!!!

Vamos fazer deste dia 19 dezembro às 17h o momento da família CiM e amigos!!!! 

Venham! 

Convidem! 

Até já!!!!


ID da reunião: 839 3261 6154 
Senha de acesso: 049551

13 dezembro 2020

Falta encetar a descolonização de mentalidades.

Má altura (ou qualquer altura é má para isto...) para vir denegrir o nome que ostentas ó Jorge!!!

Mais uma vez acerta na mouche o Vítor (link)!:

Porque é criminosa esta forma de pensar (mal e pouco), é que este senhor é mais ouvido que os Belancianos de Portugal e a mensagem enviesada de Jesus passa asneiras.


12 dezembro 2020

Porque vale mesmo a pena deliciares-te!

Isto é Arte... genialmente bom! (lnk) e a Olivia (link) merecem aplausos, sem comparações de nenhum nível, admiráveis!

De algum modo, ambos têm uma infantilidade que ensina, qual S. Beckett a falhar, falhar de novo e falhar sempre melhor 

No dançar a equilibrar e a cair, no tocar enormidades e muitas cordas nervosa, está ali muita gente crescida.

11 dezembro 2020

o homem é a medida de todas as coisas? (Protágoras)

Há à partida um erro na formulação da pergunta que deve trocar o homem pelo Ser Humano.

Se é a medida de todas as coisas o ser humano?

Gostaria de dizer que não mas acho que tende a ser, sim; o Ser Humano é que tem o poder de medir (pesar, contar, medir, pensar o mundo) e exclui muitas vezes todos os outros animais…

Como os pais são a medida de todas as coisas?

Há um mundo muito próprio de cada animal em que o ser humano não é tido nem achado, os animais sentem outras coisas no mundo; logo, há um mundo de cada animal em que o Ser Humano não existe mas que é cada vez menor: o bicho humano está em todo o lado!

Não sei se os animais pensariam naturalmente melhor para o bem de todos e/ou das suas espécies. 

Há muitos seres humanos diferentes e, às vezes, entram em conflito sendo que as medidas não são sempre convergentes e democráticas…


RESPOSTA FINAL:

Há mundos muito próprios inacessíveis às sensações humanas!


O mar e as praias


Como é 

bom podermos 

falar sem

palavras 

sobre a literatura, 

os amantes, 

sobre a amizade 

os poemas

 (por ZMiguel Pinto porque 'a poesia é para todos')

10 dezembro 2020

Mas quem sabe? Porquê eu!?

Não há garantias de que consigamos levar isto avante. Porém, de  uma coisa tenho a certeza: sei que no dia em que erguer a minha mão direita e jurar ser presidente dos EUA, o mundo começará a olhar para a América de forma diferente. Sei que  os jovens por todo este país - miúdos negros, hispânicos, miúdos que não se integram - também se verão  a si mesmos de modo diferente, com horizontes mais vastos e possibilidades alargadas. E só isso.... só por isso, teria valido a pena 

(B. Obama responde a Michelle antes da sua candidatura)

09 dezembro 2020

Sentes-te em CASA!!!

Há um aconchego escondido, um esconderijo, a caminho de 
Sintra, na Várzea de Sintra.

Quase não se dá por ele, fica do lado esquerdo por baixo do 
pavilhão gimnodesportivo da Várzea. 

E se virmos de frente, não conhecendo o interior, é provável 
que se fique com uma impressão errada do poiso e não tenhamos 
curiosidade em ver mais.

Talvez, seja uma forma de defesa, só lá está quem foi 
aconselhado ou já experimentou; reserva-se assim a qualidade.

O refúgio tem o nome de CASA e tem outro tempo, mais  
tranquilo; um tempo que nos desabituámos a ter.

Que dá espaço para uma refeição completa: da sopa à sobremesa 
e café.

Para fortalecer o bem estar tem o sorriso simpático do NUNO 
e loiça artesanal portuguesa espalhada pelas paredes do vasto 
espaço.

Petiscos, comida portuguesa bem confecionada e servida; tem 
qualidade inquestionável.

Tem um parking enorme com bons acessos!

Do meu gestor de imagem, o Fernando da tranquilidade:  

Exatamente, a casa faz jus ao nome e como se tivéssemos em 
casa!

08 dezembro 2020

Pergunta o Obama

Como é o teu mundo? 

Parece-me que estas respostas não se têm, vão-se tendo; é um modo de perguntar que pode levar a melhorias ao nível comunitário mas também a erros filosóficos e devaneios existenciais.


O meu mundo É lento, pequeno, egocêntrico, terapêutico com muitos obrigados e pedidos de desculpa; manifestamente É fenomenal a capacidade que o desafio da vida me trouxe para fazer melhor.
Vivo com o síndroma do otimismo, está na moda, dizem... talvez o realismo e o pessimismo (ainda menos) não me pareçam boas formas para caminhar mais leve e ande espantado pela magia do estar vivo.

Se pensarmos bem em tanto privilégio que temos/existe, agradecíamos aos nossos pais por nos terem posto no mundo.

A música;

A pintura;

A comunicação;

A literatura;

A dança;

A História;

O ensino;

A dança;

A ginástica;

O Amor;

As invenções;

Os mimos;

E ETCETERA e tal.


Como gostarias que fosse?

Tem graça entender formas de ser e o uso da palavra, a comunicação, talvez, seja muito mais que a FALA... encontrei grandes vantagens nesta deficiência: há males que vêm por bem!

Gostaria que todos vivêssemos melhor uns com os outros e que fosse um mundo menos egoísta; que se valorizasse o outro mais que no Natal e na hora da morte; gostaria de ter algo a dizer mais que balelas; de crar uma coisa maior, mais a sério!

A divulgar: é uma pena se perdermos a criação, sabedoria e aprendizagem humanas

Aos meus amigos  e  amantes da cultura

O pedido no sentido de encaminharem para um significativo número de amigos e amigas, sob pena de, por inércia, se perder um interessante site de consulta cultural.

Andem lá. Cada um encaminha para 20 a 25 destinatários e em breve contribuiremos para o reforço da existência do site.

Já que o ensino se está a tornar pago, aproveitemos o que ainda é gratuito!

Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desactivada por falta de acessos. Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:

·Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci;

·Escutar músicas em MP3 de alta qualidade;

·Ler poesia de Fernando Pessoa

·Ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia;

·Ter acesso às melhores histórias infantis e vídeos da TV ESCOLA

·E muito mais...

Esse lugar existe!

O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, bastando acessar o site: www.dominiopublico.gov.br

Só de literatura portuguesa são 732 obras!

Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da
cultura e do gosto pela leitura.

Divulgue para o máximo de pessoas!

06 dezembro 2020

acordar


Aline Frazão - Lugar Vazio
 

Obama de 59 anos em uma Terra prometida (link)Um testemunho vibrante e profundamente pessoal do presidente que nos inspirou a acreditar no poder da democracia.


e  Maria João Pires de 76 anos em Fiolhais:


Fazem-nos crer na vida; uma história: certo dia a mãe do Barack, ao saber que ele tinha gozado em grupo com colegas, foi conversar com ele e disse, nesta vida há dois tipos de pessoas:

- aqueles que não saem de si e vivem à volta do seu umbigo;

- e outros, que olham para o lado e se metem no lugar do outro.

05 dezembro 2020

Agora é connosco o nosso bem estar e o uso que fazemos do ninho...



CONFIANÇA é este o valor de viver numa sociedade e zelarmos todos pela nossa segurança comum, é inteligente o António Costa ao falar ao país (é jurista, logo sabe que as palavras têm peso), se vivemos todos os dias em constante medo e insegurança é imponderável vivermos uns com os outros.

Admitiu já que o Governo poderá flexibilizar o regime de restrições a aplicar no período de Natal, mas não no Ano Novo: estamos livres para partilhar o bem comum, não o vírus.

Vejamos: termos uma sociedade onde o trânsito tem as regras cumpridas; não saímos com medo de apanhar com um tiro na cabeça; temos ensino, segurança, saúde públicas e solidariedade social a funcionar bem é importante para vivermos bem.


27 novembro 2020

A queda do melhor do futebol!


La Vida Tombola (com Diego Maradona, ele próprio ;) - Manu Chao 


Maradona (por J. Abegão, vulgo Fino)

Ninguém sabe do que eras feito
Meio pessoa meio animal
Tinhas dos deuses aquele jeito
Arte dança e mão divinal

Eras um génio um portento
Excesso telúrico em espiral
Eras um touro contra o vento
Minotauro no orgasmo final 


Maradona (link) morreu com 60 nos e uma vida, um talento de pasmar; não gostando de comparações há, com certeza, mais esforçados, profissionais, atléticos mas duvido que algum divirta tão bem o público (sentimos todos, com o vírus, que o futebol sem ele pede força) e a ele próprio, tem golos inacreditáveis :)

São centenas as histórias e curiosidades que por estes dias se recordam sobre Diego Armando Maradona, que faleceu na quarta-feira, aos 60 anos. Da magia nos relvados às loucuras fora deles, El Pibe tinha também as suas 'manias'. Como a de usar sempre dois relógios, um em cada pulso.


A justificação é simples: Maradona gostava de ter um dos relógios com a hora do país onde se encontrava e o outro com o fuso horário da sua Argentina para se sentir mais próximo de casa, o que fazia desde os seus tempos em que jogava no Nápoles e que manteve até depois de ter terminado a carreira.

A Arte nos pés: Diego Armando Maradona!!!

24 novembro 2020

diametralmente oposto: e agora!?



Depois de Barack Obama (um Senhor!) veio um George Trump (sem insultos para aquele BABABA incompreensível...) que é grave, como se o mundo percebesse todo que o Rei vai nu e ninguém tivesse coragem para dizer que aquela pessoa é nojenta, estamos a educar os nossos filhos e netos para quê, para onde!?

Sai com mau perder, agarrado aos ecrãs, egocêntrico e já vai tarde, nunca devia para lá ter entrado para o mais alto cargo americano!
 
Entra um experiente vice-presidente de Obama, George Biden que fez uma campanha sublime sem se deixar arrastar para a lama pela Trumpa, de assinalar a coragem que ele teve quando foi provocado num debate pela toxicodependência de um filho.

Traz essa experiência Democrata como principal trunfo!

Pondo como Vice-presidente, Kamala Harris, jovem de 56 anos, advogada, filha de uma indiana e de um jamaicano sustenta o futuro.

Sente-se ar fresco!

18 novembro 2020

18.11.2006: há males que vêm por bem!


Cat Power - Sea Of Love



Festejo esta data porquê?

Dia 18.11 é hoje e faz 14 anos que me despistei da estrada e um plátano me ressuscitou.
 
O que podes levar a bem no que te aconteceu aquando do acidente ter resultado nesse famoso TCE (Traumatismo Crânio Encefálico)? 

Em não andares e não falares?

Podia ser bem pior e é uma sorte estar vivo e a escrever-vos isto...

A teimosia, a cabeça ter ficado boa e não um totó!

Ter encontrado muitos portos seguros à minha volta e muita mundo por descobrir.

O Amor é um mar enorme: partilha-se, ganha-se, troca-se, dá-se mas não se perde.

É dos maiores ganhos que a vida tem para nos dar e pedir.

15 novembro 2020

A Cidade Onde Envelheço


Normalidade é sempre uma palavra difícil de utilizar (Elizabete Francisca).

A Mãe não come, ela tem fome!

A atenção da Bela...

Normalmente, quem tem cuidados como este são as mães pelos filhos; é cuidado e é meiguice!

A filha não come, ela tem fome, é um comentário usual,

Esta situação, conhecendo a situação e as personagens, se não tivesse o seu quê de grave, era terna.

Nascimentos e Mortes são duas das situações a que damos mais importância; entre elas corre a vida! 

Quando alguém deixa de comer, é o primeiro sinal de falência, desistência do corpo, da vida.

É o primeiro sinal que as memórias passam a falar mais alto e todos temos memórias da gente que nos fez mal e bem: dos pais, familiares, amigos, inimigos, de amores atingidos e falhados, de situações e momentos vividos.

É brilhante o corpo humano ficar com a nossa história escrita para ser relembrada.

Há quem tenha melhor e/ou pior memória, quem reconstrua a sua História (link).

14 novembro 2020

Diário da peste por João M. Tavares


Conversas Confinadas por Gonçalo M. Tavares

Engraçado como ele passa facilmente de uma história a outra, como se fosse num caminho e mudasse o percurso, virasse à direita, subisse à esquerda, contornasse obstáculos; leva-nos a passear com ele, várias histórias num curto caminho.

Diário da Peste,

18 de Junho

Penso num fim do mundo que passa despercebido.
Já chegou, dizem uns.
Já chegou mas já foi embora, dizem outros.
O ballet de Nova Iorque cancela apresentações até 2021.
Um ginásio da Califórnia cria cápsulas individuais.
O esforço é solitário, e tal é mais do que justo.
Em 2020, o fim do mundo é invisível.
O fim do mundo aparece e não o vemos. E nada de essencial altera.
Quando muito adia a performance exterior do mundo.
O espectáculo prossegue, mas em 2021.
Debord se estivesse vivo andaria de avião por cima das cidades a deixar cair folhetos:
Não trabalhes nunca!
Apaguem os ecrãs!
Longa vida ao efémero!
Deixem-nos viver!
Estudo a Cloud Appreciation Society - Sociedade de Apreciação das Nuvens.
O fundador é inglês, Gavin Pretor-Pinney.
Entrevista antiga, ele diz que as nuvens são "injustamente difamadas".
E diz que estão por todo o lado os "fascistas do sol".
Indivíduos que tentam espalhar a ideia “de que só seremos felizes debaixo de um céu azul e limpo”.
O céu tem estado azul e quase limpo.
Albert Cossery dizia que nunca quis ter um belo carro.
Que só se quis ter a si próprio:
“Saio à rua com as mãos nos bolsos e sinto-me um príncipe.”
Não trabalhar, longa vida ao efémero, deixem-nos viver.
Enviaram na semana passada uma sonda para estudar as origens do Sistema solar.
Saber o começo, outra vez.
Na China dizem que a segunda vaga da pandemia veio da Europa.
Onde começa o segundo começo, o terceiro começo e etc.
Documentário sobre terra planistas.
Os terra planistas fazem muitas experiências.
Todas chegam à conclusão evidente que é impossível a terra ser uma esfera.
Economia: Reino Unido com valores próximos de 1963.
Avanço pela cidade e as lojas estão com bandeira a meia haste. Um velório que tenta fazer sapateado para parecer festa.
Baudrillard e algo importante.
Muitas culturas têm imaginários da sua origem, poucas têm imaginários sobre o seu fim.
E algumas não sabem nem imaginam como terão começado e como irão acabar.
Estamos no meio e olhamos para os dois lados e nada vemos.
Falta uma ciência do apocalipse.
Em 2020, os apocalípticos, cientistas e outros, saíram à rua e já andam à solta.
Do Brasil, recebo mensagens: o céu azul está negro.
Nuvens como aquilo que educa os meninos da rua.
Não há professores e os meninos apocalípticos estão abandonados debaixo do sol.
Drummond de Andrade.
“Entre as desesperanças da hora,
e à falta de melhores notícias,
venho informar-lhes que nasceu uma orquídea.”
Debaixo do sol limpo, os apocalípticos saem à rua. E debaixo do solo também acontecem coisas.
Detectou-se o vírus nos esgotos já em Dezembro na Europa.
18 de Junho. Os esgotos do mundo continuam a falar.
Penso nisto, nestas novas pitonisas: os esgotos. Deles virá a clarividência em 2020.
Entre os esgotos e a orquídea, um caminho estreito.

13 novembro 2020

A imagiação está na berra, imaginem que... pode acontecer!

Imaginação. Faculdade de formar imagens reproduzindo o que foi percebido ou registrado mentalmente o que antes foi objeto de uma percepção (imaginação reprodutora). Mas também a faculdade de combinar imagens provenientes da experiência num novo conjunto: É então a imaginação criadora ou inovadora. (1)

Imaginação. Filos. Dados históricos - Na acepção consagrada por longa tradição, a I. designa um ato ou fenômeno psíquico determinado, uma "faculdade" intermédia entre a percepção sensível do individual concreto e a abstração das ideias universais. Na sua extensão máxima e mais profunda, a problemática da I. vem de Platão que introduziu no âmago de sua filos. a afirmação de que uma coisa aparece como imagem de outra e de que remete, graças à semelhança, a uma realidade primitiva, considerada como modelo, paradigma ou arquétipo. No entanto, é a tradição aristotélica que predominou na filos. ocidental, e que as diferentes escolas se sucedem no tempo, vão desenvolvendo ou corrigindo sem a rejeitarem completamente. De acordo com o princípio fundamental de que a sua psicologia, que é a estreita união entre a alma e o corpo, Aristóteles considera a imagem como a representação analógica ou "fantasma", deixada na alma pela sensação, que persiste, e pode renovar-se com uma certa liberdade, após o ato de sensação ter cessado. As imagens, nascidas das sensações, têm pois uma vida própria e podem combinar-se, associar-se entre elas, reaparecendo à superfície da consciência. A I. ou "fantasia" está pois estreitamente unida à memória. Os Escolásticos incluem a I. entre as "faculdades" sensíveis internas e definem-na, segundo a tradição aristotélica, como a capacidade de fixar, conservar, reproduzir e combinar as imagens das coisas sensíveis. Pode-se, metaforicamente, compará-la a um reservatório ou tesouro, constituído pelas imagens recebidas pelos sentidos. Este reservatório contudo não é uma "faculdade" puramente passiva. Manifesta-se certa espontaneidade e atividade na maneira como as imagens se combinam e emergem à consciência.

Psic. - Atividade psicológica que desempenha um papel intermediário entre a atividade intelectual, essencialmente subordinada ao raciocínio lógico e ao princípio da realidade, e o pensamento autista que depende exclusivamente das leis da afetividade. A atividade imaginativa implica uma transformação dos hábitos do pensamento e dos modelos formais de raciocínio, pode revelar-se consciente ou inconscientemente, ora no domínio da originalidade e da capacidade criadora ora no do sonho e do delírio. (2)


(1) DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.

(2) ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

a imaginação não foi cancelada


A IMAGINAÇÃO DISPÕE DE TUDO?
À priori, diria que sim mas imagino que a resposta não seja assim
 tão óbvia?

Tudo é sempre (outra) palavra como o Nada que se arrisca a erros; 
numa cultura boémia (sobretudo) o Tudo é escasso.

Mas, a imaginação é fértil e reinventa-se...

Não sei se temos um controlo tão real da nossa imaginação, se ela
 nos controla: já estás a imaginar coisas…

Imagina-se com imagens passadas, criadas, inventadas, suponhamos,
 conversadas com os outros aqui ou ali.

Nasce de nós, do concreto; podemos transformar realidades: há  
pessoas, povos e países mais imaginativos!?

Acho que a imaginação pode ser trabalhada, pode ser melhorada e 
pode ser em alturas melhor do que em outras.

A imaginação supõe memórias, parte-se delas para inventar novos 
mundos!? 
Depende de quem imagina… da liberdade que essa pessoa se dá...
Circunstâncias, lugares e tempo, depende do contexto e estímulo, 
cansado baixam as armas/censuras do nosso corpo.

Com ele a minha imaginação cresce, ganha asas, naquele grupo e 
ali, naquela época, naquele tempo éramos muito imaginativos. 

A imaginação não dispõe de tudo não, a imaginação é bastante 
limitada.

Há pessoas a quem imaginar dá asas, outras para quem é complicado
 deixar-se imaginar.

11 novembro 2020

E dança leve com música

ELA (link) dança com recordações faz lembrar uma criança, ELA é a primeira bailarina da cidade de Nova Iorque a espanhola Marta C. Gonzalez em Valência, em 2019 a ouvir o Lago do Cisnes de Tchaikovsky.


09 novembro 2020

A Ginja e a morte


17 anos numa cadela implica muita teimosia e gosto de viver.

Tem alguma dignidade serena no deixar partir e alegria no ver chegar e encostar a cabeça para receber carinho festivo.

Escolheu esconderijos e cantos onde ser terna.

Olhar feminino que faz falta e um abanar sempre da cauda no tapete a passar boa energia!

Como toda a morte pede-nos que estejamos à altura de desfrutar a vida!

Teve uma vida porreira!

Podes crer  Toni Mamute!


Deixa SAUDADES!

08 novembro 2020

Esperança alegre!!!


Van Jones emociona-se com a tabela de pressão solta...



A Vice President-eleita Kamala Harris abre a voz às mulheres, a todas!




President-eleito Joe Biden's proclama a vitória


É tão bom sentir que depois de puxar o autoclismo da Trumpa ir pela sanita abaixo há luz, sonho e dignidade!  

E a gentes nas ruas, foi como um 25 de Abril!

06 novembro 2020

BIDEN ganha discreto e sereno e a Trumpada perde com mau perder...


Há um problema: fala-se mais no perdedor que na delicadeza e subtileza do vencedor... 

Há mais a vibrar em o pior presidente da história da América democrática ter saído de cena (gosta tanto de flash's que não sai por ele próprio!) é preciso que não lhe demos palco.

Biden não vem sozinho, nem com a família, vem com a maturidade democrata e a clarividência futura da comunicadora vice presidente Kamala Harris feminina em traços africanos.

É com Alegria e certeza enormes que nós (não tão longe como isso) recebemos esta mudança, traz segurança e confiança; que este tempo ultrapassado ganhe memória para não se repetir!

02 novembro 2020

Para inspirar Alegria!

Sumário das alegrias (motes de Clarice Lispector) 

1ª forma de alegria: os BONS HÁBITOS 

Viver sem excessivas cautelas, deixar cair o que impede os cuidados simples, a alegria diária que tem o seu esteio no hábito, no retorno da luz, no que vem ter connosco e confirma a nossa existência, esforçando -nos por fazer diluir os pontos de dor, às vezes por esquecimento, outras, para quem souber, por uma espécie de massagem, à procura dos harmónicos modestos: «O bem -estar. É uma coisa muito estranha: a comida é boa, o coração é simples, encontro um menino na rua jogando bola, eu lhe digo: não quero que você brinque de bola em cima de mim, ele responde: vou tomar cuidado». 

2ª forma de alegria: animalidades 

Descobrir que o corpo é um dom, saber isso sem esforço, como o gato ao sol. O que é equivalente a «tornar -se real». O estado de graça de existir (não a da inspiração), tranquila felicidade, lucidez, bem -aventurança física. Não é um êxtase, não precisa de mediadores, maravilhosos fossem eles, anjos, ninguém ajuda, é só contacto, intimidade, com a mudez simples, sem máscara, dos animais. Para nós, que conhecemos tantos obstáculos (isto é, falamos, inventámos as máscaras e os corpos para prolongar e substituir os nossos), é difícil permanecer muito tempo aí: «Sai -se melhor do que se entrou», porém «sai -se lentamente (suspira -se ao sair), mas ficamos por assim dizer indizíveis e incomunicáveis». O que Clarice Lispector gostaria de ser, integra -se nesta segunda forma de alegria: «uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal». 

3ª forma de alegria: estar vivo 

A aceitação acima de tudo o que sabemos e podemos. A alegria mansa: acordo sem contrato nem disciplina, sem agradecimentos, sem consolação, sem emoção nem torpor, acontecimento puro: «Estou à janela e só acontece isto: vejo com olhos benéficos a chuva, e a chuva me vê de acordo comigo. Estamos ocupadas ambas em fluir […] Talvez seja isso que se poderia chamar de estar vivo. Não mais que isto: vivo. E apenas vivo é uma alegria mansa». Consideremos o uso de «talvez»: não tem a ver com a incerteza do saber -se vivo, mas com a precaução subtil que impede a formação de qualquer doutrina. 

4ª forma de alegria: implorar e receber 

«Talvez valha a pena ter nascido para que um dia mudamente se implore e mudamente se receba». Demoremo -nos neste outro uso de «talvez» (que não pede a simétrica: «talvez não valha a pena ter nascido», quem pensa assim não diz «talvez»), sem sombra de reserva nem ressentimento, apenas consciência de que não haverá argumentos definitivos. 

5ª forma de alegria: uma plenitude severa 

A alegria como fatalidade (que toma conta de nós e não nos deixa sorrir). É como ser executante da vida, descobrir isso é descobrir o carácter sagrado da vida: «[A mulher] sabe que está brilhando de água, e sal e sol. Mesmo que o esqueça daqui a uns minutos, nunca poderá perder tudo isso. E sabe de algum modo obscuro que seus cabelos escorridos são de náufrago», 169. 

6ª forma de alegria: serviço de urgência … 

precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a fcar contente porque esta está tão contente que não pode fcar sozinha com a alegria, e precisa reparti -la […] é urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram […]. 

7ª forma de alegria: memento vivere! 

O dia de amanhã, o dia do nosso medo, da nossa previdência, o dia da formiga, é um dia da prudência que não convém idolatrar (haverá outro dia da amanhã, o da herança, mas o seu uso não vem agora ao caso), pois impede o estar diante dos agoras, uma sombra que não deixa ver o risco que nos cabe por estarmos vivos. Nestes tempos que correm, o mais grave dos esquecimentos, pois só aprofundando o risco poderemos salvar -nos (é em Thoreau e a Bernarnos que Clarice Lispector vai alicerçar a sua compreensão). Ainda mais que um esquecimento, um irreconhecimento combativo: a luta cega pela segurança. O carácter anestesiador dessa luta observa -se no viver como se houvesse outra vida para viver, fazendo soar a cantilena do diabo: adia, adia… Ora, diz Clarice: «A mensagem é clara: não sacrifique o dia de hoje pelo de amanhã» — ecoando o carpe diem de Horácio e a exigência goethiana de fazer jus ao dia, no sentido de «não te esqueças de viver!» (mote de um maravilhoso livro de Pierre Hadot) — o que se prolonga na aceitação de que há um tempo para cada coisa, para cada nascimento, sejam rosas ou morangos: «Sentia que havia um tempo inadiável correspondente a cada momento […] Nada guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir».

01 novembro 2020

faltava uma guerra, crise ou VÍRUS para questionar o que é estar vivo


O discurso no vídeo é do melhor que tenho ouvido, por alguém que já esteve em guerras e batalhas e vive o dia a dia do SNS ao vivo.

Há quem seja ingénuo, realista, surrealista, irrealista, revivalista, pessimista, sonhador, otimista, quimérico, utópico mas ninguém sabe bem como será o futuro.

Se voltará a haver beijos e abraços, se os deves dar agora porque são os últimos ou se o ZOOM e os telefonemas são do mal o menos e conservam sorrisos.

De alguma forma isto é uma aprendizagem e dá valor ao  que tínhamos por garantido.

28 outubro 2020

a Ginja é um exemplo de força



É serena, vem-se despedindo lenta, devagar, olhar doce, teimosa.

Com alguns ataques angustiantes próprios da idade, nascida em 2004 numa cadela corresponde a idas de estudo intensivo a ver o mar, bairro alto, voltas ao pinhal, serra e afins!!!

Teve uma vida cheia: 16 anos numa cadela são muito mais.


Uma imagem que me dá gosto reviver: 

Logo no início da vida Ginja veio comigo à Praia da Aguda e descemos lá abaixo animados, entro no mar calmo, maré baixa, o que é raro na zona, dava para andar e nadar  entre salta ondas.

Anda Ginja, bora menina filha, Anda!

Ela ficou à beira mar a ladrar às ondas desmaiar na areia e a chamar por mim: AU, AU, PAI parvo, eu não sei nadar...

Anda lá que está calma, tu consegues e vai saber-te bem, pensava eu a rir!

Às duas por três lá entrou e veio a nadar até mim e eu agarrei-a num abraço apertado: 

- Meu amor, minha menina!

24 outubro 2020

Tem o nome certo para a Trumpa que é!


O terceiro debate foi menos confuso, pelo corte do som dos microfones e 2 minutos a cada um...



Deve ser horrível ser o Trump, até a ele próprio se deve enganar.

Biden (77 anos, Trump tem 74 mas toma ácidos...) comparado com Ele é um polo de elevação e dignidade, tem a pecha de ser algo apagado mas perante tanta energia desorganizado é complicado pensar correto.

Ou muito me engano ou o crescente número de votantes quer dizer um adeus à Trumpa e um regresso ao EUA moderno e do futuro.

Biden parece ter ideias e um projeto, está rodeado de Pessoas do melhor, a ver em 03 de Novembro.

Nestas eleições não se discute apenas o futuro de um país. A escolha do eleitorado norte-americano entre Donald Trump e Joe Biden vai ser determinante para todos nós.