29 fevereiro 2024

- Os livros oferecem desafios –



Não se homenageia só os mortos.

Às vezes, só percebemos a falta que
nos fazem depois de mortos, havia
um vivo que eu conheci que tinha o
dom da piada e quando estavam a
mandar vir com ele dizia ainda vão ter
saudades minhas, vão ver?

E tinha razão, o bandido!

Talvez devêssemos homenagear mais
os vivos, mas perdia-se raridade.
Jorge Abegão é uma pessoa com
carisma, que transmite Amor pela vida
dele, de que disfrutamos.

O Abegão, que tem  o dom de me
oferecer sempre (2 livros – o sempre
deve ser usado para números
superiores), que me mudam a vida.

O 1º - Ética – de Baruch Espinosa,
mudou e o 2º - Ensaios de Montaigne -
ainda não li.

O Sempre para um livro é porque o
BARUCH é mesmo fixe!



O que sei é que o companheiro tem
piada e descobriu o fascínio recente de
ser avô, o que deve trazer novo ânimo
à sua graça.

O último vinha com um cartão para te
alimentar a escrita, enfadonha, digo
eu, já deve estar farto dos meus
escritos.

Os livros.

Oferecem imenso, oferecem ideias,
momentos, imaginações, abstrações,
viagens.

Cada livro oferece coisas diferentes.
Deve dar gosto encontrar um bom livro
para partilhar com este, esta e aquela
ou aquele.

Com quem gostas e queres fazer voar
num abraço apertado e que abstrai.

A vida é como um livro novo que nunca
se sabe o que vai ser a cada página,
capítulo, leitura, onde e quando o lês, a
cada momento.

Há quem seja bom leitor, mau, é
preciso manter hábitos de leitura para
ganhar rotinas e horas, locais para ler.
Dás e emprestas um livro a alguém que
desejas bem, que acreditas que vai
usufruir dele, passar bom tempo com
ele, a quem desejas bom futuro.

Dar um livro é de bom amigo.

Dar coisas é de bom amigo, prendes-
nos no afeto de onde ganharemos
liberdade.

Depende do que seja, há quem tenha
muito jeito para oferecer boas prendas
e outras nem por isso.

68 – A Amizade –


Tem que se lhe diga uma amizade!

Não é sorte.

Ou, talvez seja, encontrar tal pessoa X em dado lugar Y em Z tempo possa ser acaso, mas manter a relação já implica gostares, necessitares algo nela.

A necessidade fica aquém do grau de amor que uma amizade precisa.

Há gente com muita qualidade a manter amizades, nunca uma amizade é mantida apenas por uma pessoa, no entanto: ‘eu não tenho amigos porque amigos me não têm!’

Um conhecido que vês uma vez ou duas não se pode chamar de amigo, é provável que nunca mais se vejam se não fizerem por isso.

Nem sempre estamos abertos para a amizade, nem sempre temos vontade de estar com essas pessoas.

A amizade é mais dada às pessoas que são extrovertidas, pouco introvertidas.

Fazem mais facilmente amigos, as pessoas que saem da caixa constantemente.

Talvez não: há vários tipos de amizades.

É individual, mas há quem só a conheça em grupo.

Há pessoas e profissões que sabem ser amigas, profissões da saúde e do cuidado onde és melhor por tratares bem do outro.

Pode praticar-se a amizade: o bem receber e acolher num sorriso.

Que têm na sua personalidade ser amigas.

Em grupos que se encontram habitualmente há sempre rotinas da amizade a que sabe bem regressar e reencontrar porque sabe bem-estar com aquelas pessoas.

Adoça-te a alma, gostas de pensar nelas.

Diariamente,

Semanalmente,

Mensalmente,

Anualmente.

Só no telemóvel ou por email.

Só por escrito ou por voz.

Conservar amigos implica vontade, trabalhar para isso.

Não é certa, a amizade, é preciso sabermos cuidar dela.

Não é constante.

Deixá-la respirar.

Quando andas em grupo e tens atividades parece mais óbvio.

Quando és calado, isolado, introvertido talvez prefiras estar longe dos amigos.

O tempo e o espaço são dois padrões, limites.

Não há regras para a amizade, é daquelas magias humanas e sociais que cada um utiliza como, quando e onde quer.

 

 

23 fevereiro 2024

- Solidão –


Eu não ando só, só ando em boa companhia!

Antes só que mal acompanhado.

 

É preciso grande saber para ser feliz sozinho.

Aprender e há pessoas que têm grande qualidade no estar sozinho.

Há outras que ganham energia nas outras pessoas.

Nunca ninguém está realmente sozinho.

Só talvez quando pensas e imaginas sonhos.

Sozinho: ou está sempre ou nunca.

Depende do que consideras que é estar sozinho.

Podemos estar cheios de pessoas à volta.

E sentir solidão sem termos sótão.

Basta que não estejamos em sintonia com os outros.

Ter muitos amigos e nenhum perto.

Atualmente, dificilmente, estás só, na prática.

Só se quiseres, e, às vezes, nem querendo.

Em teoria, podes sempre escolher estar acompanhado.

Por telemóvel.

Por computador.

Por televisão.

Podes sempre preferir, e às vezes, conseguir ter o privilégio de estar sozinha.

Há quem tenha grande qualidade a estar sozinha.

É preciso ter experiência, treino.

Há quem tenha tele móvel.

E pouco contato com eles.

Com pessoas.

Gente estranha.

Refugiada.

O telemóvel já pouco serve para conversar, falar.

Estar só é bom, pode ser gratificante.

Quando a casa está repleta de gente.

Na multidão às vezes esconderes-te é um refúgio.

No silêncio da noite.

No silêncio.

Há alturas em que é claustrofóbico estar no meio das multidões.

No trânsito.

Em fila.

No comboio na primeira e na última carruagem.


o processo educativo...

- O Processo educativo –

Processo educativo torna o tema pesado.

A ideia de processo é fabril.

Ultrapassa a ideia de família e de casa.

De filho passas a ser aluno.

Educação é mais artesanal e primária.

Mais escolar.

De mãe e pai passas a ter professoras e professores.

Doutoras e doutores,

Cientistas e mestres.

Nas mais variadas áreas,

Conhecimentos

E interesses.

Sais de casa para as escolas.

Há muitos locais onde és pessoa e nele há uma troca onde educas e és educado.

Em todas as relações te formas, cresces, melhoras e/ou pioras.

Tenho ideia de que o crescimento.

É feito ao longo da vida, Step by Step.

Nunca paras de crescer, é vida, é o nosso fado!

Podemos ser educados em todo o lado, até no WhatsApp!

Pode nem sempre complicado,

Nem sempre ser pesado.

Ser mais leve e livre.

Mais descontraído.

Não é defeito, é feitio.

Todos somos melhor ou mais mal-educados.

E há nesta coisa da sociedade complicações.

E simplicidades.

Para cada um.

Cada pessoa.

Cada espaço tem cuidado nas relações.

É preciso alguma vontade de seres melhor.

Ser melhor não é o mesmo para toda a gente.

Se conseguirmos guardar o Amor com que fomos criados.

Oiço muita gente queixar-se da escola.

Que nos padroniza, forma iguais.

É com cada um ser diferente.

E identificar suas diferenças.

Se queremos como pais proteger os filhos.

Talvez seja uma intrusão num papel de professor

Treinador que não é nosso e os educadores são cada vez mais.

Somos todos educadores uns dos outros.

Devemos acreditar no papel social.

E acreditar que a certa altura os filhos

Têm que voar e seguir vidas a solo.

Ser autónomos.

Todos tivemos essa luta que na fase adolescente

É complicada.

O processo será sempre diferente por mais alunos, filhos, professores e pais existam.

Por mais pessoas que existam serão sempre diferentes.

Não há duas vidas iguais.

 


20 fevereiro 2024

na altura é mais complicado ficar calmo!!!


OUVIR este senhor, Luís Osório, alimenta o dia!!!

https://www.rtp.pt/play/p12796/postal-do-dia

1. Diogo Ribeiro tem 19 anos e alcançou o topo do mundo.

Fê-lo numa modalidade onde os maiores especialistas diziam que nunca um português haveria de ganhar uma medalha de ouro – e se quisessem candidatar-se a um milagre teriam de treinar nos Estados Unidos ou num centro de alto rendimento em Londres, Paris ou Melbourne. Diogo Ribeiro tem 19 anos, pouco mais de 1,80 metros, nunca treinou fora de Portugal e é bicampeão do mundo de natação numa especialidade de gigantes de dois metros, os 50 e 100 metros mariposa, as últimas provas em que um português poderia ganhar se porventura acreditasse em milagres.

2.

Ainda não tem vinte anos, mas aquilo que viveu ofereceu-lhe a possibilidade de ter experiências para a troca – é como se tivesse três ou quatro coleções de cromos a mais que agora distribui pelos lugares e pessoas por onde passa.

É que Diogo Ribeiro ainda há dois anos estava numa cama de hospital depois de um desastre de mota.

Quando viu a cara pesarosa dos médicos que o receberam teve a certeza absoluta, mesmo que por umas horas, de que não iria voltar a poder competir, que nunca mais poderia regressar a uma piscina.

Ficou internado com hematomas em todo o corpo, queimaduras nas pernas, um pé fraturado, uma enorme dificuldade em respirar, o ombro deslocado e sem um bocadinho do indicador direito.

Chorou pelo fim de uma carreira em que acreditava.

Só que as lágrimas deram lugar ao combate.
Os exames foram animadores e ele recuperou.

Um mês de cama onde pensou muito sobre o que desejava para si. Sobre os erros que não poderia voltar a cometer. Sobre a dedicação que teria de ser multiplicada. No silêncio jurou que nunca mais falharia no essencial: fazer o melhor possível para atingir o seu limite era a única opção.

3.

E falou com o pai.

Um pai que mitificou a partir do momento que teve a consciência de que nunca mais o iria ver.

Um pai que perdeu aos 4 anos.
Um pai que o ajudou a definir-se na ausência e uma mãe que o definiu quase por completo. A Teresa que hoje também aplaudimos. Porque foi ela quem o convenceu a inscrever-se na natação para não se perder na obsessão por uma ausência.

Não se perdeu.

Na solidão de milhões de braçadas na piscina, o Diogo foi capaz de encontrar um sentido.

E depois na solidão de um hospital, foi capaz de encontrar o segredo para se tornar o melhor do mundo.

Aos 19 anos é o melhor nadador português da história.

E nos próximos Jogos Olímpicos poderá reservar o seu lugar no Olimpo.

Texto e programa de Luís Osório

18 fevereiro 2024

Joseph Conrad

“A vida é uma coisa divertida – aquele arranjo 

misterioso de lógica impiedosa com um 

propósito fútil. O máximo que você pode 

esperar disso é algum conhecimento de si 

mesmo – que chega tarde demais – uma 

colheita de arrependimentos inextinguíveis 

(...)'



“Droll thing life is--that mysterious

 arrangement of merciless logic for a futile 

purpose. The most you can hope from it is 

some knowledge of yourself--that comes too 

late--a crop of unextinguishable regrets (...)'

10 fevereiro 2024

Que Deus nos LIVRE!


O desejo é que votem no Rui Tavares em 10 de Março e que venha uma maioria de esquerda sem maiorias absolutas.

Acho que a nova Geringonça já teria gente nova e inteligente: Mariana Mortágua; Rui Tavares;  Paulo Raimundo e Pedro Nuno Santos.

O miúdo é forte e fala bem, queremos gente desta na AR e no Governo, qualquer pessoa que veja os debates na televisão fica com óptima sensação do Rui, é o melhor em campo!

André Ventura, como alguém disse, parece um teenager numa sala de jogos, sem saber para onde há de virar-se, é um miúdo!

06 fevereiro 2024

A sobreposição de Lisboa in DN

por António Brito Guterres 

(TRAFICANTE DE SONHOS)

O atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa não nasceu na cidade. O seu antecessor também não, e o último presidente da câmara nascido na cidade não era branco. Para quem como eu cresceu em Lisboa, é tudo normal, e seria uma normalidade ainda mais merecida se as suas elites fossem a cara da diversidade histórica e atual.

Em 2018, um estudo da Universidade Católica apoiado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre Identidades Religiosas e Dinâmica Social na Área Metropolitana de Lisboa remata que, dos inquiridos - uma amostra com base no perfil da população -, apenas 33% dos seus habitantes nasceram na região.

Escrito de outra forma, isso quer dizer que 66% da população da Área Metropolitana de Lisboa nasceu noutro sítio, sejam outras localidades do país, Europa, Ásia, América ou África.

Por isso, não é de surpreender que, em 2020, a autarquia de Lisboa tenha definido a cidade - de forma unânime - como antirracista.

Mais audaz, é a candidatura da capital portuguesa a Património Mundial da UNESCO como Lisboa Histórica Cidade Global sugerindo a sua história passada, os “Descobrimentos” e a diversidade de povos presentes em Lisboa como indicadores da primeira cidade global. Digo audaz, porque essa promoção histórica esconde que boa parte dessa diversidade de povos não era livre.

Essa tentativa de ocultar alguns processos históricos é parte da sobranceria de uma suposta sociedade ocidental tolerante que nos impede de olhar realmente para o que somos e permite simularmos que somos outra coisa.

Sobre o nascimento de Lisboa, tanto do ponto de vista mitológico - como cidade fundada por Ulisses -, como do das disputas históricas que a colocam como povoado fenício, cartaginês ou tartesso, em todos os casos, a cidade é composta por populações dos dois lados do Mediterrâneo.

É de interesse geral saber que após o Período Pré-histórico, a população de Lisboa se baseava estruturalmente em berberes com influências fenícias e de Cartago. É essa a população - base de uma Lisboa posteriormente existente, que substituiu e assimilou as últimas comunidades de caçadores - recoletores da região. Somos mouros, portanto.

Do período árabe, há alguns fatores distintivos da cidade. Ibn Hude al-Gudame foi um escritor negro que foi nomeado Váli (governador) de Lisboa no século X, o primeiro caso na península e de acordo com José-Augusto França “a aceitação do negro al-Gudame como governador (...) não deixará de significar uma abertura de espírito dos habitantes da cidade”.

Também vos podia falar da alface (palavra árabe) que veio definir a alcunha dos seus habitantes, ou da forma como atribuímos a categoria de saloios aos habitantes da sua periferia rural, cunho derivado do grupo de muçulmanos que eram taxados para cultivar fora das fronteiras do burgo.

Podemos lembrar, aos que estão tão preocupados com os que vêm de fora, que foram os Cruzados, um grupo de estrangeiros formado por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e germanos, que conquistaram a cidade para ser anexada ao reino de Portugal, numa guerra santa que incluiu o saque, violações em massa e a decapitação do seu bispo (sim, as três principais religiões monoteístas conviviam na cidade).

E não esquecer a forte influência negra na cidade, propositadamente esquecida e arrumada em categorias marginais da aprendizagem. Saber que há 600 anos e durante séculos, onde agora é a Madragoa e a Lapa, havia o Bairro do Mocambo, um bairro formal e fiscal, com a originalidade de ser o único bairro na Europa com uma denominação de língua africana: umbundo.

Os africanos que, enquanto pessoas escravizadas vindas diretamente de África ou do Brasil, contribuíram com a fofa e com o lundum para a fruição que originou o fado, ou para o estabelecimento de uma das mais importantes romarias religiosas da cidade até ao Santuário da Atalaia, no Montijo.

Da história e do presente, nunca houve substituição em Lisboa, mas sim sobreposições: de civilizações e pessoas, em que quem vem fica, montando a sua vida sobre o que existe e acrescentando de si, construindo novos entornos.

Uma marcha sobre Lisboa, contra a sua islamização e com tarjas anunciando que vão “reconquistar Lisboa aos Mouros”, só não é caricato porque sabemos o que querem, mas faz lembrar aquela vez em que um grupo de nazis portugueses foi à Alemanha conviver com os seus congéneres e foram expulsos, por serem mouros.

Pelo caminho, e tendo em conta que o líder do Chega já falou várias vezes - inclusive no Parlamento - sobre a teoria da substituição populacional em curso e sabendo que elementos do Chega estão envolvidos na mobilização para hoje, 3 de Fevereiro, o tempo que se dá a André Ventura nos media podia servir para saber o que diz sobre este assunto, não?


Investigador

01 fevereiro 2024

- Procuro Amor em todas as relações! -

Ele é raro, mas, por vezes, basta um sorriso

ou olhar, para alegrar o coração.
Talvez, não seja assim tão simples, não é!
E até foleiro tratá-lo como prendas noNatal.

Desculpem-me se a minha utopia se
mantém intacta e é, até, parola.

Se fosse fácil não tinha piada, mas tem de ser ganho entre as amarguras.

Conquistado, puxado, retirado de dentro.
Pode roçar a estupidez, mas acreditar nela
faz-me lançar a minha parte e ser beneficiado com ela.

Há uns dias disseram-me que não podemos
esperar o bem não importa de quem, que
também devemos esperar o mal, muito
inteligente essa desconfiança, mas torna-nos menores.

Lamento, mas espero de ti o teu melhor.

Bem-estar e descontração.

Lamento, mas já tenho penas/problemas
suficientes que ultrapassar; não espero de
ti sentimentos negativos: a vida não é um
direito, é um privilégio, se tem tom beato foste tu que o deste…

Conto com tua amizade para me tornar a
vida melhor, mais leve, com mais amor.
Os nossos pais não nos puseram no mundo para sofrer!

É preciso saber com quem contar e no que podemos contar.

Muita leveza há por aí se estivermos despertos, atentos, para ela.

E essa tal da vida, se não fosse um desafio
tão bonito havia mais gente a desistir dela, é genial!