30 novembro 2009

HOSPITAL de santa maria:

MEGA importante:

Aparece nos painéis esta informação a não esquecer:

O SURF provoca problemas auditivos, sabe quais?

Lista grande, enorme...


Já observou o seu nariz por dentro?

Aparece uma foto linda desmacacada!

28 novembro 2009

http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45159 -partido alto!

Chico Buarque de Holanda
Diz que deu, diz que Deus, diz que Deus dará,
Não vou duvidar,ô nega e se Deus não dá, como é que vai ficar, ô nega?
Diz que deu, diz que dá, e se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega, Deus dará, deus dará
Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois prá me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria nasci batuqueiro Eu sou do rio de janeiro
Diz que Deus dará, diz que dá, não vou duvidar,ô nega
E se Deus não dá, como é que vai ficar, ô nega?
Diz que deu, diz que dá, e se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega, Deus dará, Deus dará
Jesus cristo ainda me paga, um dia ainda me explica
Como é que pôs no mundo essa pouca titica
Vou correr o mundo afora, dar uma canjica
Que prá ver se alguém me embala ao ronco da cuíca
E aquele abraço prá quem fica
Diz que Deus dará, diz que dá, não vou duvidar
E se Deus não dá, como é que vai ficar, ô nega?
Diz que deu, diz que dá, e se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega, Deus dará, Deus dará
Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio
Pele e osso simplesmente, quase sem recheio
Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio
Dou pernada a três por quatro e nem me despenteio
Que eu já tô de saco cheio
Diz que Deus dará, diz que dá, não vou duvidar,ô nega
E se Deus não dá, como é que vai ficar, ô nega?
Diz que deu, diz que dá, e se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega, Deus dará, Deus dará
Deus me deu mão de veludo prá fazer carícia
Deus me deu muita saudade e muita preguiça
Deus me deu perna cumprida e muita malícia
Prá correr atrás da bola e fugir da polícia
Um dia ainda sou notícia
Diz que Deus dará, diz que dá, não vou duvidar,ô nega
E se Deus não dá, como é que vai ficar, ô nega?
Diz que deu, diz que dá, e se Deus negar, ô nega

Zé Maria..como o posso descrever..

Ainda que os seus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos de esperança! Simpático e inteligente ! Persistente e corajoso como só Os Grandes (1.82m lololol brincadeirinha) o sabem ser !

a culpa é imortal como a mente

a culpa não é do sol

se o meu corpo se queimar
a culpa é da vontade

que eu tenho de te abraçar



a culpa não é da praia

se o meu corpo se ferir
a culpa é da vontade

que eu tenho de te sentir
a culpa é da vontade que vive dentro de mim
e só morre com a idade

com a idade do meu fim
a culpa é da vontade

a culpa não é do mar

se o meu olhar se perder
a culpa é da vontade

que eu tenho de te ver

a culpa não é do vento

se a minha voz se calar
a culpa é do lamento

que suporta o meu cantar
a culpa é da vontade que vive dentro de mim
e só morre com a idade

com a idade do meu fim
a culpa é da vontade



(inédito de variações

gravado no álbum tu aqui

lena d’água, 89)

demónios interiores ou remorsos

Demónios interiores
Sentei à minha mesa
os meus demónios interiores
falei-lhes com franqueza
dos meus piores temores

tratei-os com carinho
pus jarra de flores
abri o melhor vinho
trouxe amêndoas e licores

chamei-os pelo nome
quebrei a etiqueta
matei-lhes a sede e a fome
dei-lhes cabo da dieta

conheci bem cada um
pus de lado toda a farsa
abri a minha alma
como se fosse um comparsa

E no fim, já bem bebidos
demos abraços fraternos
saíram de mansinho
aos primeiros alvores
de copos bem erguidos
brindámos aos infernos
fizeram-se ao caminho
sem mágoas nem rancores

Adeus, foi um prazer!
disseram a cantar
mantém a mesa posta
porque havemos de voltar

(JORGE PALMA)

26 novembro 2009

uhuhuh... dança corporal

http://www.youtube.com/watch?v=AoarXuaYjGI&feature=related

o zé maria é o periscópio dos amigos.

(Periscópio s. m. Instrumento óptico, formado por um sistema de espelhos montados num tubo colocado na vertical, que permite observar um objecto situado acima do alcance da visão directa, especialmente o que permite a um submarino ver por cima da superficie da agua; pode subir, descer e girar em todas as direcções).
Tu és um observador do que paira por cima do nível da água. Lá bem do teu cantinho...

os passos mais importantes são dados pela força de vontade

Já dei tantos, não todos, descansa!

já joguei boxe, já toquei bateria

O rapaz até que nem é burro
tem é falta de uso
mete o nariz onde não é chamado
como um parafuso
ó meu rapaz, tu só és senhor
do nariz que é teu
aqui paro para explicar uma coisa:
é que o rapaz sou eu
e assim fala quem quer mandar em mim
e assim fala quem quer mandar em mim
e assim fala quem quer mandar em mim
não protestes
não desfiles
não contestes
não refiles
já joguei ao boxe, já toquei bateria (trápum)
p'ra ver se me livrava desta energia
nada feito, que arrelia

Isto no fim não passa de uma fase
que passa com o uso
foi muita liberdade de uma vez
e o rapaz está confuso
agora é tempo de apertar com ele:
olha, acabou-se a farra
ai, ai, que este país está de pantanas
e não há quem o varra
assim fala quem já me quis varrer
assim fala quem já me quis varrer
assim fala quem já me quis varrer
não protestes
não desfiles
não contestes
não refiles
já joguei ao boxe, já toquei bateria (trápum,)
p'ra ver se me livrava desta energia
nada feito, que arrelia


Durante algum tempo foi necessário
pôr o rapaz a uso
pô-lo a gritar sobre o prestígio pátrio
e o orgulho luso
agora só nos faltava ele querer
virar o feitiço
contra o feiticeiro que o pôs a render
é que nem pensar nisso
assim fala quem me pôs a render
assim fala quem me pôs a render
assim fala quem me pôs a render
não protestes
não desfiles
não contestes
não refiles
já joguei boxe, já toquei bateria (trápum)
p'ra ver se me livrava desta energia
nada feito, que arrelia

Sérgio Godimho

23 novembro 2009

entre o remorso e a vaidade há vida

" Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos, amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas, "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só pra escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)!
Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida...
E você também não deveria passar! Viva!!!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é MUITO para ser insignificante."

Charles Chaplin

22 novembro 2009

não quero mudar de vida!

ESTOU ALÉM

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
O meu mundo
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só quero estar
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

António Variações

21 novembro 2009

1995 - Stop! Temos uma coisa importante a comunicar!

parar a vida pq a queremos agarrar.

a vida é feita de pequenos nadas- nada de espaço em nada de tempo,
nada do outro, ninguém vive só, lento morar na rua, na lua, naquela
falua em ritmos vestidos do amanhecer... noite na tarde de manhã

a gente inventa tudo ou qlq coisa para ser feliz.

STOP!

AMANHÃ!!!

Não devo deixar-me levar pela pobreza de espiríto! Nem leveza, nem surpresa, nem o luto que fiz do que passou! Machismo, doença cultural, podres do que foi, vai ser um novo dia amanhã...

não chore, ainda não

Chico Buarque

Não chore ainda não, que eu tenho um violão
E nós vamos cantar
Felicidade aqui pode passar e ouvir
E se ela for de samba há de querer ficar
Seu padre toca o sino que é pra todo mundo saber
Que a noite é criança, que o samba é menino
Que a dor é tão velha que pode morrer
Olê, olê, olê, olá
Tem samba de sobra, quem sabe sambar
Que entre na roda, que mostre o gingado
Mas muito cuidado, não vale chorar

Não chore ainda não, que eu tenho uma razão
Pra você não chorar
Amiga, me perdoa, se eu insisto à toa
Mas a vida é boa para quem cantar
Meu pinho, toca forte que é pra todo mundo acordar
Não fale da vida, nem fale da morte
Tem dó da menina, não deixa chorar
Olê, olê, olê, olá
Tem samba de sobra, quem sabe sambar
Que entre na roda, que mostre o gingado
Mas muito cuidado, não vale chorar

Não chore ainda não, que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí
É um samba tão imenso que eu às vezes penso
Que o próprio tempo vai parar pra ouvir
Luar, espere um pouco, que é pra o meu samba poder chegar
Eu sei que o violão está fraco, está rouco
Mas a minha voz não cansou de chamar
Olê, olê, olê, olá
Tem samba de sobra, ninguém quer sambar
Não há mais quem cante, nem há mais lugar
O sol chegou antes do samba chegar
Quem passa nem liga, já vai trabalhar
E você, minha amiga, já pode chorar

Esta canção

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti

Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

19 novembro 2009

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades por Luiz Vaz de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

18 novembro 2009

RITMO

"numa festa com luz e fogo", riso de jovem acalma o choro de criança,
música é festa, dançemos!

Até para construir o céu é preciso imaginação. mt!

imaginação para acordar, escolher a música, a roupa, o q comes...
escolher (já foi escolhido...) onde ir, com quem, pq... estar lá,
escolher, volver. imaginar, volver. só escolhe quem decide a vida.

foi num atraso do dia q entardeceu, a noite caíu, trazendo chuva,
negra a noite, constelação, estrela cadente, frio. recomeça a festa!
genteee, largo rosto, pele cansada, gente, volver.

viola na garganta, silêncio, ciao, beijo, até amanhã...

crescer sem lutar?

Pequenos ganhos numa vitória maior.

16 novembro 2009

faz três anos que um clio...

... foi contra um plátano! PARABÉNS!

É tarde maria. toda a gente passou horas em q andou desencontrado

como à espera do comboio na paragem do autocarro...

blog intecultural: um hit em firenze... danças gregas, não podem imaginar...

ΤΟ ΚΑΛΟΚΑΙΡΑΚΙ, Νίκος Πορτοκάλογλου

Το καλοκαιράκι στην ακρογιαλιά
μέσα στο νεράκι πλέουμε αγκαλιά
πέφτει το βραδάκι, πιάνει η δροσιά
δως μου ένα φιλακι κι έλα πιο κοντά

Εγώ κι εσύ, εσύ κι εγώ
μόνοι πάνω στη γη...
Ω ω ω, μόνοι στη γη

Ήταν η Αθήνα κόμπος στο λαιμό
νέφος και ρουτίνα και άγχος τρομερό
δως μου ένα τσιγάρο, δως μου και φωτιά
Θεέ μου θα σε πάρω στην καυτή την αμμουδιά

Εγώ κι εσύ, εσύ κι εγώ
μόνοι πάνω στη γη...
Ω ω ω, μόνοι στη γη

Τηλέφωνο χτυπάει, βουλιάζει το νησί
και τ'όνειρο σκορπάει στου γραφείου τη βουή
πετάγομαι ιδρωμένος, δουλεύεις και γελάς
σ'ακούω σα χαμένος το ρεφρέν να τραγουδάς

Εγώ κι εσύ, εσύ κι εγώ
μόνοι πάνω στη γη...
Ω ω ω, μόνοι στη γη



IN ITALIANO

In estate, alla spiaggia
nel acqua ci nuotiamo abbracciati
scende la sera, fa fresco
da mi un bacione e vieni piu vicino a me

io e tu, tu e io
da soli sulla terra
oh, da soli sul terra!

Atene era come un nodo nella gola
nube e trantran e terribile stress
Da mi una sigaretta, da mi anche fuoco
oh, dio ti prendo alla calda sabbiosa spiaggia

io e tu, tu e io
da soli sulla terra
oh, da soli sul terra!

Il telefono suona, l'isola affondare
e il sogno disperde al rumore dell'ufficio
mi sveglio sudato con sorpresa, tu lavori e ridi
ti ascolto come smarrito a cantare il ritornello

io e tu, tu e io
da soli sulla terra
oh, da soli sul terra!

GLÓRIA E CONSEQUÊNCIAS DISSO

I'm more afraid of living

Than i am scared to die

I'm more afraid of falling

Than i am of flying high



Every moral has a story

Every story has an end

Every battle has its glory

And its consequence



I'm more afraid of loving

Than i am of being scorned

But i will keep on trying

Though i have been forewarned



Every moral has a story

Every story has an end

Every battle has its glory

And its consequence



I would rather me be lonely

And you have someone to hold

I'm not as scared of dying

As i am of growing old.



Every moral has a story

Every story has an end

Every battle has its glory

And its consequence

15 novembro 2009

EU vou ser melhor que o que tenho sido, vou superar-me!

não devemos ajudar que a tristeza de espiríto se expanda.

'Fazer o que quer que seja numa altura de descompensação brutal da vida, é fundamental porque te devolve, quanto mais não seja, a sensação de existência.Eu existo, porque faço. Quanto mais saudável fôr essa prática, mais te devolve um sentido de identidade positiva.' (miguel seabra)

CHATICE É ACHAR QUE SEI

Foi assim que foi bem feito:

Fez-se um vídeo na piscina do que o zé maria era, um outro do após-cuba, comparou-se, estou bem mais direito com a arquitectura feita, o rabo não sai para trás - rabo de preta branco!

O que gosto menos, a pedido, na piscina, é das batidas nas pernas quando saio.

Eu vou falar e andar, sinto!

Cantar e dançar, porque não?

O Elixir Da Eterna Juventude - Composição: Sérgio Godinho

Estou velho!
Dói-me o joelho
Dói-me parte do antebraço
Dói-me a parte interna
De uma perna
E parte amiga
Da barriga
Que fadiga
O que é que eu faço?
Escolho o baço ou o almoço?
Vira o osso
Dói o pescoço
É do excesso
Do ex-sexo
Alvoroço
Reboliço
Perco o viço
Já soluço
Já sobroço
Esmiúço
Os meus sintomas
E já agora, do meu médico
Os diplomas
Esmiúço
A consciência
E já agora, apresento a penitência

Ah que estou arrependido
De ter feito e de ter tido
Ai coração, ora seja
Como a que ouvi na igreja

Mea culpa, mea culpa
Minha máxima desculpa
É ter vindo p´ro presente
Conservado em aguardente

Quero ser p'ra sempre jovem
As minhas células movem
Uma campanha eficaz
Água benta e água-raz
O elixir da eterna juventude
Esse que quer que tudo mude
P'ra que tudo fique igual
Estava marado
Falsificado
É desleal!

Vou implorar aos apóstolos
Mas é pior, que desgosto-os
Com tanto pecado junto
Não lhes pega nem o unto

Vou recorrer aos meus santos
Esses, ao menos, são tantos
Que há-de haver um que me acuda
Senão ainda tenho o buda

Maomé vai à montanha
O papa, ninguém o apanha
Na rússia, o rato rói a rolha
Venha o diabo e escolha

O elixir da eterna juventude
Esse que quer que tudo mude
P'ra que tudo fique igual
Estava marado
Falsificado
É desleal!

Misticismo agora à parte
Envelhecer é uma arte
"arte-nova", "arte-final"
Numa luta desigual

Só me vou pôr de joelhos
Ante o mais velho dos velhos
E perguntar-lhes o segredo
De p'ra ele inda ser cedo

Quando o espelho me mira
Já nem o chapéu me tira
Deito-lhe a língua de for a
Pisco o olho e vou-me embora

O elixir da eterna juventude
Esse que quer que tudo mude
P'ra que tudo fique igual
Estava marado
Falsificado
É desleal!

12 novembro 2009

um LENINE no BRASIL

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára...

10 novembro 2009

Quando um homem se põe a caminhar deixa um pouco de si pelo caminho...

A vida não pára, ela é tão rara...

Às vezes no silêncio da noite...

Vives a vida a mil! Odeias hipocrisia e que te tentem catalogar ou prender. Precisas de espaço, mas também de público. Não tens medo do conflito que preferes a uma paz podre de flor de plástico. És um inconformista, um político e um performe...r! Ditas as tuas próprias regras e com isso arrastas multidões. Às vezes pensas em ter uma vida mais tranquila, mas parece que és viciado em adrenalina por isso deixa isso para os teus vizinhos! Tens uma curiosidade e um espírito vivo que faz com que te apaixones por muita coisa, mas também que mudes de amor como quem muda de camisa! Até ao dia em que chegar alguém à tua altura..

E MAIS?

09 novembro 2009

A PAZ

http://www.flickr.com/search/show/?q=%22berlin+wall%22+grafitti&mt=photos&adv=1

20 anos depois

O século XX começou em 1905 com o Soviete de Petrogrado e terminou em 1989 com a queda do muro de Berlim. Século curto, foi um tempo intenso de revoluções e contra-revoluções, de guerras mundiais e fascismo, de colonialismo e exterminismo, de acumulação intensa de capital e de aceleração do tempo tecnológico e militar. Nunca o mundo produziu tanto, nunca a população foi tão grande, nunca a miséria foi tão miserável. E nunca houve tantos muros: na Cisjordânia e em Gaza, na fronteira entre os Estados Unidos e o México, na Ásia, em Schengen. Artigo de Francisco Louçã.



Esse século vertiginoso convoca por isso os ajustes de contas: os vencedores estão sempre a reclamar a sua vitória, por medo dos que esmagaram. Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, floresce assim a ideologia contentatória: o comunismo acabou, diz Saramago e repete, com gosto evidente, António Vitorino. Frágil ilusão, contudo, pois continuou a ser possível ser cristão depois da Inquisição, social-democrata depois da votação dos créditos de guerra e mesmo depois do assassinato de Rosa Luxemburgo, e até continuou a ser possível ser economista liberal depois da grande depressão de 1929. Cada experiência trágica tem muitas leituras e nunca ninguém tem a última palavra. Como é possível ser socialista depois da queda da União Soviética e do seu muro, do mesmo modo que é possível – e necessário – ser socialista depois do colapso do subprime e da criminalidade financeira que se tornou deslumbrantemente evidente com a crise de 2008 e 2009. É possível, por convicção.

Porque os julgamentos não bastam, muito menos os julgamentos interessados. É preciso compreender. Julgar é fácil demais: “O mais fácil, tratando-se do que tem conteúdo e uma consistência pura e sólida, é proceder aos julgamentos; já é mais difícil compreender; e o mais difícil de tudo é reunir julgamento e compreensão, e produzir a sua exposição”, escreve Hegel no prefácio da sua “Fenomenologia do Espírito”. Compreender, portanto.

Porque a esquerda só se merecerá se for capaz de compreender, esse é o combate mais difícil. Compreender a derrocada de uma mentira, de um sistema social esgotado no privilégio e na desigualdade, na repressão e na censura, no militarismo e no Gulag. A queda do Muro foi o episódio final de uma agonia perante a tensão social insuportável. Mas também ensina que o socialismo só pode ser o contrário do Muro: liberdade contra a censura, responsabilidade contra o controlo sindical, todos os direitos sociais, incluindo o pluripartidarismo, a liberdade de formar sindicatos ou de fazer greve.

Esse é ainda hoje o debate incontornável: os saudosos do partido despótico não fazem parte do socialismo que luta contra o capitalismo. O Muro não sobrevive agora senão como uma memória, como um símbolo clarificador da contraposição do que deve ser o socialismo se quer ser socialismo e vencer.

“Vinte Anos Depois”, o último livro da saga dos mosqueteiros na pena de Alexandre Dumas, é na literatura uma despedida triste, um fim anunciado, porque só podia acabar como tragédia. Pelo contrário, vinte anos depois, a queda do Muro deve ser lembrada não como uma tragédia mas antes como o inevitável desenrolar de uma história acabada, sem nenhuma saudade do que era insuportável, com toda a compreensão para a acção. Somos, os socialistas de esquerda, mais precisos do que nunca.

ABRAÇO QUENTE CORPO A CORPO, PELE COM PELE...

CANÇÃO DOS ABRAÇOS
Gilberto Gil
1969

O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e maro
Al, al, Realengo - aquele abrao!
Al, torcida do Flamengo - aquele abrao!
Chacrinha continua balanando a pana
E buzinando a moa e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
Al, al, seu Chacrinha - velho guerreiro
Al, al, Terezinha, Rio de Janeiro
Al, al, seu Chacrinha - velho palhao
Al, al, Terezinha - aquele abraço!
Al, moa da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abrao!
Todo ms de fevereiro - aquele passo!
Al, Banda de Ipanema - aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra voc que meu esqueceu - aquele abraço!
Al, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!

São dois braços, são dois braços
servem pra dar um abraço
assim como quarto braços
servem para dar dois abraços

E assim por aí fora
até que quando for a hora
vão ser tantos os abraços
que não vão chegar os braços

Vão ser tantos os abraços
que não vão chegar os braços
prós abraços

tanque

Da piscina vou tentar falar... Não sei bem como ajudar. Lembro-me que dos principais problemas à patida foi como iriam ser as entradas e as saídas, já saio quase sozinho, entende-se aí a evolução que tenho tido/que espero continuar a ter. Acho que ainda preciso de algum incentivo à concentração...
Adoro quando me pões a andar em pé até lá ao fundo.

A criminalidade toma conta da cidade
A sociedade poe a culpa nas autoridades
O Cacique oficial viajou pro Pantanal
porque aqui a violencia ta demais
E la, encontrou um velho indio que usava fio dental
e fumava um cachimbo da paz
O presidente deu um tapa no cachimbo
e na hora de voltar pra capital, ficou com preguiça
Trocou seu palito pelo fio dental
e nomeou o velho indio pra ministro da justiça
O novo ministro chegando na cidade
achou aquela tribo violenta demais
Que todo cara palida vivia atras das grades
e chamou a TV e os jornais
E disse: Indio chegou, trazendo novidade. Indio trouxe cachimbo da paz.

Refrao:
Maresia, sente a maresia
Maresia Uuuuul
Apaga o revolver da fumaça da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra caixola
Acende, puxa, prende e passa
Indio quer cachimbo
Indio quer fazer fumaça

Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta
Dizem que e do bom, dizem que nao presta
Querem proibir, querem liberar
e a polemica chegou ate o congresso
Tudo isso deve ser pra evitar a concorrencia
porque nao e Hollywood, mas e puro sucesso
O cachimbo da paz deixou o povo mais tranquilo
mas o fogo acabou porque so tinha oitenta quilos
O povo aplaudiu quando o indio partiu pra selva
e prometeu voltar com uma tonelada
So que quando ele voltou: Sujou!
A Policia Federal preparou uma cilada
O cachimbo da paz foi proibido
Entra na caçamba vagabundo, vamo pra DP
Indio ta fugindo porque la nao vai comer

Refrao

Na delegacia so tinha viciado e delinquente
cada um com um vicio, um caso diferente
O cachaceiro esfaqueou o dono do bar
porque ele nao vendia pinga fiado
Um senhor bebeu Whiskie demais
e acordou com um travesti, assassinou o coitado
Um viciado no jogo apostou a mulher
perdeu a aposta e ela foi sequestrada
Era tanta ocorrencia, tanta violencia
que o indio nao tava entendendo nada
Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento
e acendeu um da paz pra relaxar
Mas quando foi dar um tapinha, levou um tapao violento
e um chute naquele lugar
Quando mandado pro presidio
no caminho assistiu um acidente provocado por excesso de cerveja:
Uma jovem que bebeu demais
atropelou um padre e os noivos na porta da igreja
E pro indio nada mais faz sentido
com tantas drogas, porque so o seu cachimbo e proibido?

Refrao

Na penitenciaria o indio fora da lei
conheceu os criminosos de verdade
Entrando, saindo e voltando
cada vez mais perigosos na sociedade
Ai cumpade: ta rolando um sorteio na prisao
pra reduzir a super lotaçao
todo mes alguns presos tem que ser executados
e o indio dessa vez foi um dos sorteados
Tentou acalmar os outros presos
Ai, vamo fumar um cachimbinho da paz
Eles começaram a rir e espancaram o indio ate num poder mais
E antes de morrer ele pensou:
Essa tribo e atrasada demais
Eles querem acabar com a violencia, mas a paz e contra a lei
e a lei e contra a paz
O cachimbo do indio continua proibido
mas se voce quer comprar e mais facil que pao
Hoje em dia ele e vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho indio na prisao

Refrao

GABRIEL, O PENSADOR: http://www.youtube.com/watch?v=ALn1KZDMuSg

Nesta música penso quando pedes que relaxe e me abstraia...

08 novembro 2009

o amor é fodido

"Nascemos todos com vontade de amar. Ser amado é secundário. Prejudica o amor que muitas vezes o antecede. Um amor não pode pertencer a duas pessoas, por muito que o queiramos. Cada um tem o amor que tem, fora dele. É esse afastamento que nos magoa, que nos põe doidos, sempre à procura do eco que não vem. Os que vêm são bem-vindos, às vezes, mas não são os que queremos. Quando somos honestos, ou estamos apaixonados, é apenas um que se pretende.
Tenho a certeza que não se pode ter o que se ama. Ser amado não corresponde jamais ao amor que temos, porque não nos pertence. Por isso escrevemos romances - porque ninguém acredita neles, excepto quem os escreve.
Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa ser o que é. Só na solidão permanece...'

(MIGUEL ESTEVES CARDOSO; adoro escrever asneiras, foda-se! O 'foda-se' é meu!!! JOSÉ MARIA BELO com um l, só com um...)

07 novembro 2009

devagar que tenho pressa

Serenidade. Calma. Segurança. Para quê o stress?

Até que ganhei tamanho para voar mais alto que as torres das igrejas.

Fui ateu num dia de nevoeiro, era triste sentir-me assim, fiz do tronco imunidade, saltei, vi o sino.

fui ateu num dia de névoa, de manhã, depois caíu tarde, anoiteceu, madrugou...

isso do vento foi tardia sensação.

era gargalhada, sorriso, riso.

foi um redondo cipreste a cair! foi um cipreste q subiu!

- Não é vergonha nenhuma ser feliz. Mas é uma vergonha ser feliz sozinho.

Sozinho? nunca estive só, q vergonha! Sou da gente no recreio, sou solto deles, grito às odes rimas, solto versos, flores devastadas em pó, ergo-me em céu.

dou-te uma mão, dás-me um braço... suspiro lento!

ergo um sopro, desvendo a colina, adeus.

sorriso no brio, lágrima para um rio, água planificada, canção.

cantiga em rodinha na viola. fresco o mar.

sombra numa avenida.

luar.

ALMA À SOLTA...

O espectáculo eram duas danças (bem bonitas) encenadas por Rui Horta e Clara Andermatt com deficientes

Um elevar do corpo ao palco num movimento mãos, pernas e troncos; cadeiras são lento corpo!

Comovente perceber como gente arredada do social encontrou um espaço e tempo para encantar.

Os sentidos ganham nova alma quando se ofusca um, audição face à fala... a gente deficiente ganhou nova alma face aos eficientes. PARABÉNS!!!

FIM.

REGAL... MUITO REGAL!!!

Rato de rua
Irrequieta criatura
Tribo em frenética proliferação
Lúbrico, libidinoso transeunte
Boca de estômago
Atrás do seu quinhão

Vão aos magotes
A dar com um pau
Levando o terror
Do parking ao living
Do shopping center ao léu
Do cano de esgoto
Pro topo do arranha-céu

Rato de rua
Aborígene do lodo
Fuça gelada
Couraça de sabão
Quase risonho
Profanador de tumba
Sobrevivente
À chacina e à lei do cão

Saqueador da metrópole
Tenaz roedor
De toda esperança
Estuporador da ilusão
Ó meu semelhante
Filho de Deus, meu irmão

Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato

Saqueador da metrópole
Tenaz roedor
De toda esperança
Estuporador da ilusão
Ó meu semelhante
Filho de Deus, meu irmão.

http://www.youtube.com/watch?v=Nu1hr3jQEJs&feature=player_embedded

Em fim de mais um dia que acaba tarde

Saímos de casa rumo a lisboa com a pergunta da praxe: 'vamos jogar?' e começamos em mo-mo-mos com resposta à altura, diz-se q os melhores terapeutas do mundo têm inveja... adormeci e acordei no meio do oriente com um clio baralhado à procura de onde devia parar. metemos por uma rua em direcção ao rio, 'olha um lugar', 'vou perguntar se é perto'! abre a janela: 'olhe, desculpe, o oceanário?', 'é pertinho, deixe aí o carro', aponta, 'mas nós temos uma cadeira de rodas', 'é num instante, o oriente é moderno, uma montra das acessibilidades comtemporânes, vai ver q está lá num ápice' (a mãe tinha ficado na avenida de berlim em telefonema com o chauffeur). saímos os dois. pagou-se. paramos num expositor, o chaffeur vê coordenadaa com duas companhias,'n percebo nada', avança, 'acho q já enganei 2's...'!
'Extraordinário, como alguém pensou: vou pôr uma pala ali', aponta para a pala do Siza lá no cimo do pavilhão de Portugal. (ALI...).
'telefonema... estou aqui', a mãe aparece, dá uma descarga nos familiares 'da av do berlim até aqui demoraram tanto tempo!?', o pai lá acalmou a fera, 'boraaa', entramos na sala, rumo ao balcão, dei cmg no canto, sei q às 2 por 3 tinha uma bica espalhada no colo. Gente da CERCITOP fizeram-se presentes!!!

05 novembro 2009

acabou

um recomeço é acabar com um passado.
é iniciar tudo.
é recuperar forças.
voltar amanhã ao ontem.
é ser eu aqui e agora.
sem ela.
ela ficou no outro.
acordo lentamente de um amanhecer.
gosto da luz do adiante.
faz-me sentir novo.
morreu o q fiz.
nasce um sol.

fomos juntos sozinhos.
em paz a virtude.
em crescimento o eu,
feito de ti,
nós.

fomos esta canção,
agora somos ilusão,
castanho,
laranja,
azul,
pétala,
tecido,
amarelo,
desabrochar.

fomos juntos sozinhos.
em paz a virtude.
em crescimento o eu,
feito de ti,
nós.

bravia saudade.
nascer hoje,
parto no amago do umbigo,
parto no ser,
jaz em mim tu,
estou vivo.
revivo. morri, ressuscitei.
sorri.

fomos juntos sozinhos.
em paz a virtude.
em crescimento o eu,
feito de ti,
nós.
fomos juntos sozinhos.
em paz a virtude.
em crescimento o eu,
feito de ti,
nós.

eu e tu,
nós, paralelo o sonho,
fuga a isso,
poço da alma,
separados,

04 novembro 2009

Ó tempo volta para trás...

Devagar se vai ao longe e quem espera sempre alcança.

quem quer casar com o BELO q acordou?

http://www.youtube.com/watch?v=rUe0yZ_r7h0

Foi um homem?

AS MÃES - eugénio de andrade

Quando voltar ao Alentejo as cigarras já terão morrido. Passaram o verão todo a transformar a luz em canto - não sei de destino mais glorioso. Quem lá encontraremos, pela certa, são aquelas mulheres envolvidas na sombra dos seus lutos, como se a terra lhes tivesse morrido e para todo o sempre se quedassem órfãs. Não as veremos apenas em Barrancos ou em Castro Laboreiro, elas estão em toda a parte onde nasce o sol: em Cória ou Catânia, em Mistras ou Santa Clara del Cobre, em Varchats ou Beni Mellal, porque elas são as mães. O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua; a minha, se não tivesse morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E o que elas duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se o não forem, são pelo menos incorruptíveis como se participassem da natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços. Às vezes, encostam-se à cal dos muros a ver passar os dias, roendo uma côdea ou fazendo uns carapins para o último dos netos, as entranhas abertas nas palavras que vão trocando entre si; outras vezes caminham por quelhas e quelhas de pedra solta, batem a um postigo, pedem lume, umas pedrinhas de sal, agradecem pelas almas de quem lá têm, voltam ao calor animal da casa, aquecem um migalho de café, regam as sardinheiras, depois de varrerem o terreiro. Elas são as Mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz. Mas também as podes ver seguindo por lentas veredas de sombra, as pernas pouco ajudando a vontade, atrás de uma ou duas cabras, com restos de garbo na cabeça levantada, apesar das tetas mirradas. Como encontrarão descanso nos caminhos do mundo? Não há ninguém que as não tenha visto com umas contas nas mãos engelhadas rezando pelos seus defuntos, rogando pragas a uma vizinha que plantou à roda do curral mais três pés de couve do que ela, regressando da fonte amaldiçoando os anos que já não podem com o cântaro, ou debaixo de uma oliveira roubando alguma azeitona para retalhar. E cheiram a migas de alho, a ranço, a aguardente, mas também a poejos colhidos nas represas, a manjerico quando é pelo S. João. E aos domingos lavam a cara e mudam de roupa, e vão buscar à arca um lenço de seda preta, que também põem nos enterros. E vede como, ao abrir, a arca cheira a alfazema! Algumas ainda cuidam das sécias que levam aos cemitérios ou vendem pelas termas, juntamente com um punhado de maçãs amadurecidas no aroma dos fenos. E conheço uma que passa as horas vigiando as traquinices de um garoto que tem na testa uma estrelinha de cabrito montês - e que só ela vê, só ela vê. Elas são as Mães, ignorantes da morte mas certas da sua ressurreição.1987

02 novembro 2009

fado de um povo, alma...

Foi Deus
Amália Rodrigues
Composição: Alberto Janes
Não sei, não sabe ninguém
Por que canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento
Todo o sofrimento
Eu sinto que a alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto

Foi deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas
Deu oiro ao sol
E prata ao luar
Foi deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
E pôs as estrelas no céu
E fez o espaço sem fim
Deu o luto as andorinhas
Ai, e deu-me esta voz a mim

Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor

Foi deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul às ondas do mar foi deus
Que me pôs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai!, e deu-me esta voz a mim.


Destino herdámos bem cantado de um POVO em jogos de talento. Assim, deu-se DEUS às senhoras, femininas, aos homens a guitarra, braço mudo. Elas são cabeça (alma)!!!

AS VITRINES

Chico Buarque - As Vitrines Eu te vejo sumir por aí... Te avisei que a cidade era um vão, Dá tua mão, olha prá mim, Não faz assim, não vá lá, não... Os letreiros a te colorir... Embaraçam a minha visão... Eu te vi suspirar de aflição... E sair da sessão frouxa de rir... Já te vejo brincando gostando de ser, Tua sombra se multiplicar, Nos teus olhos também posso ver, As vitrines te vendo passar... Na galeria, cada clarão... É como um dia depois de outro dia... Abrindo o salão... Passas em exposição... Passas sem ver teu vigia... Catando a poesia... Que entornas no chão... Já te vejo brincando gostando de ser, Tua sombra se multiplicar, Nos teus olhos também posso ver, As vitrines te vendo passar, Na galeria, cada clarão... É como um dia depois de outro dia... Abrindo o salão... Passas em exposição... Passas sem ver teu vigia... Catando a poesia... Que entornas no chão...

São cortinas por onde espreitas. Nelas um louco respirar emudece, banha-se o tempo de saudades, angústias, tormentos, soluços, dores. Aqui era um sonho. Ali um suspiro. Ela sabe que vai ganhar, Ele vai gritar, dançar, cantar! Vão soltos ver o apaixonado mundo da solidão, era onde tremiam e enalteciam o verde funesto e a ganga. Vão e não soltam emoldurados o grito de ontem. O tempo era aqui. Ali chovia. Foi semente, pão, pedra, murmúrio.

01 novembro 2009

um zé foi isto...

Vês passar o barco rumando p'ró o sul
Brincando na proa gostavas de estar
Voa lá no alto, por cima de ti
um grande falcão, és o rei és feliz
E quando tu vês o Mississipi
tu saltas pela ponte e voas com a mente
Nuvens de tormenta já estão por aqui,
Cobrem todo o céu, por cima de ti
Corre agora, corre e te esconderás
entre aquelas plantas ou te molharás
E sonharás que és um pirata
tu sobre uma fragata
e sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
mil amigos deixarás, aqui, além.
Descobrir o mundo, viver aventuras
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
A aventura te dará o que quiseres:
muitas emoções, eternos amores
Arvores e flores, junto de ti
Esse é o teu mundo somente pra ti.
Podes percorre-lo sempre assim
Corre e sê livre e sonha feliz.
E quando tu vês o Mississipi
tu saltas pela ponte e voas com a mente
Nuvens de tormenta que estão por aqui,
Cobrem todo o céu, por cima de ti
Corre agora, corre e te esconderás
entre aquelas plantas ou te molharás.
E sonharás que és um pirata
tu sobre uma fragata
Tu sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
mil amigos deixarás, aqui, além.
Descobrir o mundo, viver aventuras
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
junto ao rio a passear, Tom Sawyer
A aventura te dará o que quiseres:
muitas emoções, eternos amores

hey dude

http://www.youtube.com/watch?v=_zBgPhsxfhI&feature=player_embedded#

Bart é um TOM SAWYER moderno. Coisas más são o TCE, houve grandes mudanças além de (só) não andares e não falares? Sim, mas estás em tratamento, pois estou!