31 dezembro 2009

HIT THE ROAD JAY!

Eu quero o amanhã, é tempo em aberto, desejar para 2010? Viver!

2010 é um número redondo, onde podemos rolar...

POESIA ANUAL: 2009 para 2010...

e o mar. infinito
reflui.
até ao rio. escasso.
oh perfil de
deuses consentidos.
emergi
da fundura do
mar
oh renascei. no rio
ridente.
banhado pela luz térrea.
ou alta e etérea
sucumbi às simbioses da
beleza
pagã. e
da cisão do ser.
que são verazes. e vorazes.
os versos inscritos.
ver-se-á
a res errante.
ou eros.

LUÍS TAVARES

30 dezembro 2009

festão

Foi no dia 27 que se juntou uma maltinha, comemorava-se um nascimento ou dois, mas vincava-se mais um porque o outro é da concorrência e desleal...

A GINJA andou por lá, LINDA!

Receberam-se prendas, houve quem (eu n...) as trocasse, leu-se, comoveu-se... tocou-se viola!

Provou-se que para ser amigo há intemporalidades.

Ficaram saudades de não ser assim toda a vida, a vida de agora!

Poeira ao vento soprada, poisou...

recomeço

Recomeça….
"Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…"

Miguel Torga


A cada passo e momento com mais força, não que a tenha perdido mas estabilizado os indíces da fogueira, luz lenta e quente. Já corri muito agora o inevitável em pequeninos curtos passos lentos é futurar.

29 dezembro 2009

clandestino

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Pa' una ciudad del norte
Yo me fui a trabajar
Mi vida la dejé
Entre Ceuta y Gibraltar

Soy una raya en el mar
Fantasma en la ciudad
Mi vida va prohibida
Dice la autoridad

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Por no llevar papel

Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Yo soy el quiebra ley

Mano Negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marijuana ilegal

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley
Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Argelino clandestino
Nigeriano clandestino
Boliviano clandestino
Mano negra ilegal

me gustas tu

¿Qué horas son mi corazón?
Te lo dije muy clarito
Doce de la noche en la Habana, Cuba
Once de la noche en San Salvador, El Salvador
Once de la noche en Managua, Nicaragua
Me gustan los aviones, me gustas tu.
Me gusta viajar, me gustas tu.
Me gusta la mañana, me gustas tu.
Me gusta el viento, me gustas tu.
Me gusta soñar, me gustas tu.
Me gusta la mar, me gustas tu.
Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.
Me gusta la moto, me gustas tu.
Me gusta correr, me gustas tu.
Me gusta la lluvia, me gustas tu.
Me gusta volver, me gustas tu.
Me gusta marijuana, me gustas tu.
Me gusta colombiana, me gustas tu.
Me gusta la montaña, me gustas tu.
Me gusta la noche, me gustas u.
Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.
Doce un minuto
Me gusta la cena, me gustas tu.
Me gusta la vecina, me gustas tu.
Radio relojio
Me gusta su cocina, me gustas tu.
Una de la mañana
Me gusta camelar, me gustas tu.
Me gusta la guitarra, me gustas tu.
Me gusta el reggae, me gustas tu.
Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.
Me gusta la canela, me gustas tu.
Me gusta el fuego, me gustas tu.
Me gusta menear, me gustas tu.
Me gusta la Coruña, me gustas tu.
Me gusta Malasaña, me gustas tu.
Me gusta la castaña, me gustas tu.
Me gusta Guatemala, me gustas tu.
Que voy a hacer, je ne sais pas.
Que voy a hacer, je ne sais plus.
Que voy a hacer, je suis perdu.
Que horas son, mi corazón.
(x4)
Cuatro de la mañana
A la bin, a la ban a la bin bon ba
A la bin, a la ban a la bin bon ba
Obladi Obladá Obladidada
A la bin, a la ban a la bin bon ban
Radio relojio
Cinco de la mañana
No todo lo que es oro brilla
Remedio chino es infalible

28 dezembro 2009

aqui e agora

Vivo num mundo muito especial, algo fechado, sem reconhecer relações, e sem ser (raramente e muito especificamente) reconhecido, um espaço e um tempo.

Estou vaidoso, dificil seria não o estar...

Grandes pessoas precisam de grandes desafios para se porem à prova... estou a adquirir paciência para ser e estar por inteiro, dificilmente não farei coisas boas disto.

'Habituaste-nos mal' foi provavelmente a pior coisa que me disseram!!!

Não devemos deixar que a estupidez se alastre. Isso implica maus sentimentos, más companhias, maldade! Quem que não se sente, não é boa gente...

Deus mandou ser bom mas não mandou ser parvo.

Podemos criá-los, não podemos fadá-los. (a minha AVÓ doutorada no saber das gentes dizia...).

ELA é um ponto de confiança inabalável na vida!

26 dezembro 2009

party time

Qd um homem se põe a caminhar deixa um pouco de si pelo caminho... bons nascimentos!

Com esta festa de natal quero implementar um novo curso nas vossas vidas: a tradicional festa de natal torna-se num festão! Bailemos!

Nascimentos é novidade, é sermos bebés, sabiam que vou andar e falar? SIIIM... claro! Segurança tenho nisso, tenham também!

O BELO adormecido acordou e resolveu dizer à sra MORTE q ainda era cedo, q queria viver. Ora, aquilo deu em barulho, dona MORTE consternada, mãos à ilharga, olhar a palpá-lo: ‘mas...’.

‘Mas? N QUERO MORRER!!! JÁ DISSE!!! AZARINHO... VOLTE QD ESTIVER PRONTO!!!’.

‘Mas nunca se está pronto para mim, ser morte é horrível... DESISTO!!!’

‘Calma madame MORTE, nunca estamos prontos para morrer n é bem assim... N DESISTA!!! ONDE VAI!? Já nos habituámos a si... já n sabemos viver sem MORTE... isto tem dias no metro à tardinha q parece um coro das almas penadas mas... sra, mdme, dona MORTE gostamos de si, FIQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEE...'

OK, ressuscitei!!! mas uma morte n pode ressuscitar, vai contra as regras!

Vida dps da morte... um paraíso... estamos cansados e o descanso... MORTE???

Siiiiiim!? Chamou menino!?

Senhora, penso demais ou ainda penso!

Dona morte, resolvi q quero elogiá-la, admirá-la pelo me ter escapado, abarcar o mundo, tenho marcado presença, pois tenho...

Falar do AMOR q corre em mim, ele beija-me as faces, ele dá-me lições, ele inunda-me do sopro... AMO-VOS, n se pode dizer isto assim, é pecado AMAR o mundo, disparate, n é nada!

NASCI no mundo, vivi no universo, morri no sopro.

Façam-me um favor: riam-se, sejam felizes!

25 dezembro 2009

canção de uma cidade NOVA (Francisco Fanhais)

Ó navegante do mar do medo
Ouve um instante o meu segredo,
Ó caminhante da noite fria
Ouve um instante minha alegria:

Ao longe longe já aparece
Uma cidade que resplandece
Ao longe longe o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém.

Virá o pobre do mundo inteiro
Há pão que sobre e sem dinheiro
Há pão e vinho em abundância
E o seu caminho é sem distância

Não tem distância esta cidade
Senão o medo que nos invade
Cantai comigo que o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém

Se o mundo cança de tanta guerra
Uma criança nasceu na terra
Um dia novo ela nos traz
Dará ao povo a flor da paz

Surgi depressa que não é cedo
Cantai comigo irmãos do medo
Cantai comigo que o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém

Hoje um menino venceu a morte
Nasceu franzino mas é Deus forte
Será chamado Emanuel
E sustentado de leite e mel

De longe chegam os povos
Vindo à procura de tempos novos
Cantai comigo que o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém

24 dezembro 2009

pulsa a vida!

bons nascimentos, começos, alentos, recomeços. 2010 vezes melhor!

suavidade inerente

devagar q depressa e bem n há quem, a vida é para ser saboreada devagar como o bom vinho...

bocejos a caminho pela estrada fora.

bons nascimentos

Acaba um ano em natal, antagonismo duma vida, quando se queria a morte, nasceu um sol, a neve derreteu, o frio derreteu, abanamos o vento, escapamos ao abrandar, aceleramos... é que ainda se espera muito de mim, vou dar-lhes, prometo!

23 dezembro 2009

ver o sol chegar

Menino do Bairro Negro

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti

Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

viver, nascer... morrer!

Tive a sorte de crescer entre pessoas raras.

hey josé!?

Valsa dum homem carente
Se alguma vez te parecer
ouvir coisas sem sentido
não ligues, sou eu a dizer
que quero ficar contigo
e apenas obedeço
com as artes que conheço
ao princípio activo
que rege desde o começo
e mantém o mundo vivo

Se alguma vez me vires fazer
figuras teatrais
dignas dum palhaço pobre
sou eu a dançar a mais nobre
das danças nupciais
vê minhas plumas cardeais
em todo o seu esplendor
sou eu, sou eu, nem mais
a suplicar o teu amor

É a dança mais pungente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente
mão atrás e outra à frente
valsa de um homem carente

estimação

Tu és um lindo rapaz
Vê-se que foste educado
E tens boa apresentação
Conheci-te ainda há pouco
Mas já estou enfastiado
Não falo mais contigo
Nem para saber que horas são

Tu queres sorrir como o Steve McQueen
Falar como o Marlon Brando
E o teu olhar lembra-me o Valentino
Do Fred Astaire queres ter os pés
Cantar como o Sinatra
E eu não chego a saber quem tu és

Tu és um lindo rapaz
Mesmo quando olhas de lado
Para ver se estás a ser notado
Gramo à brava o teu cabelo
É pena estar cheio de laca
Só espero que uma hora ao pé de ti
Não dê ressaca

Tu queres sorrir como o Steve McQueen
Falar como o Marlon Brando
E o teu olhar lembra-me o Valentino
Do Fred Astaire queres ter os pés
Cantar como o Sinatra
E eu não chego a saber quem tu és

Tu queres sorrir como o Steve McQueen
Falar como o Marlon Brando
E o teu olhar lembra-me o Valentino
Do Fred Astaire queres ter os pés
Cantar como o Sinatra
E eu não chego a saber quem tu és

Como o Steve McQueen
Como o ....
E o teu olhar lembra-me o Valentino
Do Fred Astaire queres ter os pés
Cantar como o Sinatra
E eu não chego a saber quem tu és ...

o cão é o melhor amigo do homem e da mulher

Amizade (do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar, ainda que se diga também que a palavra provém do grego) é uma relação afetiva, a princípio sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo. Neste aspecto, pode-se dizer que uma relação entre pais e filhos, entre irmãos, demais familiares, cônjuges ou namorados, pode ser também uma relação de amizade, embora não necessariamente.

A amizade pode ter como origem, um instinto de sobrevivência da espécie, com a necessidade de proteger e ser protegido por outros seres. Alguns amigos se denominam "melhores amigos". Os melhores amigos muitas vezes se conhecem mais que os próprios familiares e cônjuges, funcionando como um confidente. Para atingir esse grau de amizade, muita confiança e fidelidade são depositadas.

Muitas vezes os interesses dos amigos são parecidos e demonstram um senso de cooperação. Mas também há pessoas que não necessariamente se interessam pelo mesmo tema, mas gostam de partilhar momentos juntos, pela companhia e amizade do outro, mesmo que a atividade não seja a de sua preferência.

A amizade é uma das mais comuns relações interpessoais que a maioria dos seres humanos tem na vida. Em caso de perda da amizade, sugere-se a reconciliação e o perdão. Carl Rogers diz que a amizade "é a aceitação de cada um como realmente ele é".

O Dia do Amigo é comemorado em 20 de julho


Que bom que é ser pequenino,
Ter pai, ter mãe, ter avós,
Ter esp’rança no destino
E ter quem goste de nós.

A velhice trás revés,
Mas depois da meninice
Há quem adore a velhice
P’ra ser menino outra vez.
Ser menino, que altivez
De optimismo e desatino!
Ver tudo bom e divino,
Tudo esperança, tudo fé,
Enquanto a vida assim é
Que bom que é ser PEQUENINO!... (escrito em grande...)

Ver tudo com alegria,
Sem delongas, sem demora,
Ver a vida numa hora
Ter na mente a fantasia
Dum bem que ninguém supôs,
Ter crença, sonhar a sós,
Co’ a grandeza deste mundo
E, para bem mais profundo,
Ter pai, ter mãe, ter avós.

Ter muito enlevo a sonhar,
Acordar e ter carinho,
Ter este mundo inteirinho
No brilho do nosso olhar.
Viver alheio ao penar
Deste orbe torpe, ferino,
Julgar-se eterno menino,
Supor-se eterna criança,
E, num destino sem esp’rança,
Ter esp’rança no destino.


Ó desventura, ó saudade,
Causas da minha inconstância,
Daí - e pedaços de infância,
Retalhos de mocidade.
Dai-me a doce claridade
Roubando-me ao tempo atroz
Quero ter a minha voz
P’ra cantar o meu passado...
É tão bom cantar o fado
E ter quem goste de nós!...

22 dezembro 2009

Os problemas de audição que o surf causa chamam-se...

... exostoses!

HABITUEI-O MAL

POIS FOI! MERDA!!!

quero mais!

Não devemos deixar que os maus sentimentos se expandam, os remorsos por exemplo.

Devemos deixar que caia em nós um manto de educação e liberdade, vontade de bem viver, VENCER!

Ser conduzido por mim próprio!

Numa fase em que me devo pôr em causa, respeito o mundo.

Levo a sério o que serei, a brincar as flores, a brincar o aquecer, a brincar BRINCADEIRAS!

21 dezembro 2009

e se todo o mundo é composto de mudança

Quem é que não está diferente de ano para ano e de dia para dia? Estamos sempre em mudança... (psicologia...)

20 dezembro 2009

há quem viva sem dar por nada, há quem morra sem tal saber

Não querer partir não ajuda a ser melhor a partida...

chegar é sp abrir os olhos para espreitar novidades, partir um recomeço!

Encontros e Despedidas
Maria Rita
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

as palavras estão muito gastas

“Há momentos e situações em que o olhar comunica mais que as palavras, isso também é intimidade. Creio que sou capaz de dizer muitas coisas sem falar, é o outro que também tem de compreender e de saber interpretar. Quando se estabelece essa relação de intimidade e de amizade, não é necessário falar. [...] frequentemente é melhor não o fazer porque as palavras estão muito gastas.”

Conversas com António Lobo Antunes, de María Luisa Blanco

Adolescência

Há males q vêm por bem... talvez n deixasse q ninguém dissesse isto q neste processo estou numa adolescência a crescer...

Tenho medo da confiança, ela é parte de ti, confia nela...

Óptimo optimismo ou mau celebrar a VIDA enquanto dura... a morte é certa, pois será! ignorância o ontem, amanhá é longe!

LEVANTA-TE E ANDA

Perguntaram a JESUS perto de mais um NATAL 'o que espera para este nascimento?'... 2009 anos? estou velho! que a minha mãe se concentre, é que no último ano e já foi há um ano, eu vi a cara de um pai, distraí-me!, ainda me dói as orelhas... saí com tal força, bati num pinheirito que lá havia, fui parar ao presépio e começou um jingle bells, jingle bells que dura até hoje... a benção senhor!

Estavam todas juntas 400 bruxas à espera, à espera da LUA cheia (José Afonso, vulgo ZECA, é mais TUGA!)

Uma paródia a vida! Um hino ouve-se 'jingle bells, jingle bells...', poça, porra... 'Heróis do mar...', tanta padralhada, tanto mau gosto... Zecaaa!? Zecaaa!
Levanta-te e canta!

Foi com muita emoção que celebrámos, snif, snif, comoção enfrascámos, glu, glu, gluuu!

19 dezembro 2009

preconceito... por Daniel Oliveira

No mesmo dia em que o mundo esperava pelo resultado das eleições americanas, uma outra votação acontecia na Califórnia: o referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A vitória da igualdade parecia garantida. Mas aconteceu um imprevisto: os negros registaram-se em massa para eleger Barack Obama. E votaram maciçamente contra o casamento. Isto chegou para o outro lado vencer.

O episódio tem a vantagem de deixar algumas coisas claras. O oprimido é também opressor e a minoria é muitas vezes maioria, nos outros domínios da sua vida. Assim como muitos homossexuais são racistas, muitas mulheres são homofóbicas, muitos imigrantes são machistas. As minorias não são melhores do que as maiorias. Apenas as circunstâncias fazem delas vítimas da intolerância. Tomar o partido de uma minoria, não é tomar o partido dela, é tomar o partido da igualdade.

Por isso, os direitos das minorias nunca seguem percursos paralelos. O mundo não caminha, não caminhou na última década, rumo à tolerância e à igualdade. Vivemos em constante conflito: os cristãos odeiam os judeus que perseguem os muçulmanos que matam homossexuais, que desprezam os muçulmanos, que humilham as mulheres. São as circunstâncias que determinam o carrasco e a vítima. Não é nada de essencial em cada minoria.

Porque desafiam as identidades de género, a mais primitiva das identidades, os homossexuais são discriminados em todas as culturas. Mas, apesar da sua situação excepcional, a conquista dos seus direitos civis é apenas uma questão de tempo.

Os homossexuais acederam, ao longo desta década, ao casamento civil, em muitos países. Na realidade, os heterossexuais também ficaram a ganhar com esta “laicização” definitiva do casamento, já que este deixa de equivaler a um carimbo de moralidade conservadora. E esta é a razão por que a igualdade dos homossexuais é inevitável: ela corresponde a um movimento maioritário de reinvenção da família e das instituições a ela associadas. A crescente autonomia das mulheres levou à desagregação da família patriarcal e isso baralhou os papéis de homens e mulheres, abrindo um espaço enorme de liberdade.

Temos também de ter em conta que a discriminação dos homossexuais não tem uma base económica – apesar de o estereótipo do gay rico que manobra o poder ser um absurdo que nem debate merece. Hoje, no Ocidente, os constrangimentos a vencer para esta igualdade são, apesar de tudo, menos estruturais. E isto explica porque é que, sendo a homofobia mais generalizada do que as outras formas de intolerância, os homossexuais conquistaram, nesta década, tantos direitos: casamento civil em vários Estados americanos e muitos países europeus, possibilidade de adopção, leis antidiscriminação. Mas vale a pena não esquecer que, no resto do mundo, onde a estrutura familiar se manteve quase inalterada, a homossexualidade ainda é crime grave.

Tudo o que se aplica em relação aos homossexuais é extensível às mulheres, essa maioria subordinada durante séculos. As quotas no Parlamento e o referendo para a despenalização do aborto foram dois momentos cruciais em Portugal. No segundo caso, o resultado decretou o fim da tutela da Igreja sobre a nossa sociedade. Não é pouco. É mesmo o acontecimento nacional mais importante desta década.

Se o reforço dos direitos das mulheres e dos homossexuais é uma evidência da última década, é impensável dizer o mesmo em relação às minorias étnicas e religiosas. A eleição do primeiro Presidente negro nos Estados Unidos – ou do primeiro índio na Bolívia – podem ter acalentado muitas esperanças, mas nem podemos falar de uma América do Norte pós-racial nem de uma América do Sul igualitária. No primeiro caso, um negro conseguiu fazer esquecer que era negro; no segundo, uma maioria oprimida revoltou-se. Mas o conflito está lá.

Vale mais olhar para a Europa para perceber para onde estamos a ir. Desde o 11 de Setembro que a intolerância religiosa e para com os imigrantes se reforçou. O símbolo mais evidente deste processo aconteceu no fim da década, com a proibição da construção de minaretes na Suíça. Mas ela teve, nos últimos dez anos, muitos episódios. As mudanças, para pior, das leis de imigração. O crescimento da extrema-direita. A procura oficial de uma identidade francesa unificadora e exclusiva. A proibição de símbolos religiosos, no espaço público. As polémicas permanentes envolvendo o Islão – da proibição do lenço nas escolas públicas, em França, aos cartoons dinamarqueses. E do “lado de lá” acontece o mesmo: crescimento do fundamentalismo religioso e vitimização como forma de resistência identitária.

O debate na Europa fez-se, até agora, entre o multiculturalismo – uma versão tolerante da lógica identitária, por reservar para cada um o papel que se espera, impedindo a contaminação – e a xenofobia. À margem da contenda ficou o cosmopolitismo. A ideia de que o que se traz da cultura de origem deve sobreviver confrontando-se de forma criativa com os outros. Multiculturalistas e xenófobos preferem o apartheid cultural, o mito da integração ou o puro isolamento. E não é provável que as coisas mudem tão cedo. Porque a subalternização dos imigrantes tem uma base económica incontornável. Em tempo de vacas gordas, são mão-de-obra barata. Em tempo de vacas magras, são mais bocas para alimentar e mais conflitos para gerir.

Se esta década forçou a autonomia dos indivíduos, ela fez, por via da guerra e da crise, recuar os povos para as suas fronteiras. Se entre os cidadãos europeus e brancos se tendeu para a indefinição, a reacção à globalização reforçou identidades e reduziu o espaço para afirmação individual fora das personagens “imigrante”, “muçulmano”, “ocidental”. A década foi contraditória. Porque os direitos das minorias têm apenas em comum serem direitos. As minorias e as razões da sua discriminação nada têm de semelhantes. Como o voto dos negros da Califórnia tão bem provou.

18 dezembro 2009

Traz outro amigo também - AMOR

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

José Afonso


http://www.youtube.com/watch?v=8sYL-cmhHFQ

17 dezembro 2009

16 dezembro 2009

FILANTROPIA

Não metas o carro à frente dos bois... AMEM-SE UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI!
Querem ser melhores? Pois, também eu queria que fossem melhor! Ou também eu queria ser MELHOR!

15 dezembro 2009

o haiti não é aqui

Haiti
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

14 dezembro 2009

a tenda

1998 - Só é permitida a entrada a quem andar espantado de existir.

é como qd és puto e te levam ao circo, pois, crescer leva tempo a acontecer, mais tarde serás trapezista... agora boa, bate palmas, isso!

adulto? qd um jovem cresce é adulto... és filho? és neto? és vida em expoente... és pulso... és veia.... és olho... foste ritmo, serás fogueira!

espreita, endireita-te! põe um pé... entra! foi um assado aqui chegar, ficar!? peço desculpa mas disseram-me q n era incómoda! aqui. aperta-se, enrosca-se, abraça as pernas, quenteee, calooor, lumeee. hey tu! sim tu! faz aqui a fogueira! sim, à volta ponho pedrinhas.

leite? com chocolate e mel? onde? pq? agora! aqui! BESTIAL!!! começa a noite...

descobrir um mundo, entrar numa tenda de novidade, ainda me estou a fazer artista... faço-me sempre melhor com mais cambalhotas e saltos. empresta-me o nariz, vês? agora sou tu!

e neste planeta pinto e grito busco o fácil e o frágil, ágil... fim!

13 dezembro 2009

em lisboa zeca desalentado dá som do norte

Gingando pela rua
Ao som do lou reed
Sempre na sua
Sempre cheio de speed
Segue o seu caminho

Com merda na algibeira
O chico fininho
O freak da cantareira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh

Aos sss pela rua acima
Depois de mais um shoot nas retretes
Curtindo uma trip de heroína
Sapato bicudo e joanetes

A noite vem já e mal atina
Ele é o maior da cantareira
Patchuli borbulhas e brilhantina
Cólica escorbuto e caganeira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh

Sempre a domar a cena
Fareja a judite em cada esquina
A vida só tem um problema
O ácido com muita estricnina

Da cantareira à baixa
Da baixa à cantareira
Conhece os flipados
Todos de gingeira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh

BOM NATAL!

A GENTE VAI CONTINUAR quando é natal um homem nasce outra vez...

Todos os dias nasce uma pessoa... renascer é virtude, morremos quando estamos cansados de NÓS, era sombria a tarde, matinal acordar, ponte por cima do rio... MARESIA!

you're just to good to be true

http://www.youtube.com/watch?v=FJ5BXfXUYwM&NR=1&feature=fvwp

You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you

Pardon the way that I stare
There's nothing else to compare
The sight of you leaves me weak
There are no words left to speak
So if you feel like I feel
Please let me know that it's real
You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you

I love you baby and if it's quite all right
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say
Oh pretty baby, don't bring me down I pray

Oh pretty baby, now that I've found you stay
And let me love you baby, let me love you

You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you


De onde quer que venhamos, estamos todos aqui.

ELA fez-se presente hoje! juntámos a nossa voz ao canto e uma guitarra tocou. embalámos um sentimento e ela desafinou, poesia? na água vislumbrou-se um reflexo do céu... um batuque, uma pandeireta, um arrufo, canção convosco, juntos, sabonete, lágrima, toalha, bacia rota...

senhora do desafio.

ELA deitou-se e acomodou-se, resfatelou-se calma num sereno cirandar, levantou-se, caminhou, chegou perto deles, sentou-se no lugar vazio, sacou de um cigarro, do isqueiro, acendeu, fumo.

deitou-se num colo, começou a cantar, '...sra de preto, diga o que lhe dói: é dor u saudade q no peito lhe rói? é q o meu homem partiu...'

De onde quer que venhamos, estamos todos AQUI

1996 - Para que serve o caminho se no final não houver uma fonte?

Objectivo? chegar! melhor do que à partida, e em cada passo sentirmos o canto do cisne, sirene do lago sobe para a montanha e plana alto, desce serena a melodia, envaidece-me tanta beleza... água, terra, água mata a sede, terra puxa-nos dando-nos o sentimento de estabilidade, areia, solta-se um dia, verde e azul claros alagam um pónei, coelho meiguinho, pomba pacifíca!
um caminho saboreia-se melhor sabendo q à chegada existe calor, macieza de estar e ser melhor qd chegarmos... a maratona é ganha com pequenos e curtos passos, os cem metros com sprints em passos longos e rápidos... vamos e vimos!

12 dezembro 2009

GÉMEOS

Devemos deixar que os mensageiros das BOAS novas entrem e fiquem, ensinem a ter brio desmedido no que somos, é bom entender que o que pensamos não é único, mesmo os males-estares. Assim, sermos capazes de ser estimulados não será nunca um passo atrás.

Pelo homem exerço futuros, porque não reviver passados?

capricórnio

UM SOPRO NO CORAÇÃO
Miguel Seabra tem 38 anos, é Capricórnio, actor, encenador de teatro e um grande comunicador. Há oito anos foi surpreendido por um acidente vascular cerebral que o mergulhou num processo de descoberta interior e exterior. Passado esse tempo sente-se um privilegiado, porque teve uma «segunda oportunidade na vida», como diz.

Sentes-te um homem com duas vidas?
Não, sinto-me um homem com uma vida com duas etapas claramente diferentes e necessariamente complementares.

Que etapas foram essas?
Eu entendo que as grandes experiências, principalmente as trágicas, (entendendo tragédia como dissonância, desequilíbrio, corte com o harmonioso) são oportunidades privilegiadas de evolução, de crescimento. Quando tens, como eu tive, um acidente vascular cerebral (a.v.c.), é não só uma situação trágica admitida socialmente como tal –porque é um grande rompimento com a norma- como individualmente se é forçado a lidar com uma realidade nova. Em última análise, sinto-me humanamente um privilegiado.

Como é que tudo aconteceu? Onde estavas, o que fazias...?
O meu a.v.c. deu-se no dia 26 de Maio de 1995, estava no Teatro São Luiz [em Lisboa] a montar um espectáculo do Teatro Meridional, o Cloun Dei, que ia ser apresentado nessa noite no âmbito do Festival Atlântico. Foi ao fim da tarde, não sei precisar a hora exacta, mas foi entre as 5 e as 7. De repente senti-me mal, caí, levantei-me, recompus-me e, segundo me disseram, disse «acho que não me estou a sentir bem» e deitei-me no chão, não caí, ou seja, foi um desmaio de nível, caí como um senhor. (risos)

Depois estiveste em coma [dez dias].
Estive em coma. Este a.v.c. teve a sua origem numa malformação arteriovenosa. Trocando por miúdos, tinha uma má formação congénita, já nasci com uma deficiência numa bifurcação de duas veias, em que uma recebia excesso de sangue (que foi a que rebentou) e a outra tinha défice. Há dois tipos de acidentes vasculares cerebrais: os chamados isquémicos que são [por exemplo] a trombose (um trombo aloja-se numa veia, entope a passagem e corta o fluído do sangue) e há o acidente vascular hemorrágico, que foi o que eu tive, que são os mais graves porque há uma veia que rebenta e inunda o cérebro de sangue. Estatisticamente 80% das pessoas não sobrevivem ao a.v.c. hemorrágico, portanto, eu pertenço aos 20% que sobrevivem, não obstante terem-me diagnosticado 5% de possibilidades de viver.

«ao princípio só esboçava sons»

Quando recuperaste do coma: lembras-te da primeira ideia que tiveste?
Não.

E tiveste alguma noção de alguma coisa?
Durante mais ou menos seis meses, um ano, fiquei bastante afectado na memória imediata. A recuperação pós-coma foi progressiva a esse nível. Estive dois meses no Hospital de S. José onde fui operado e depois estive quatro meses no Hospital de Alcoitão. Fiquei também muito afectado na fala; só consegui falar com a fluência com que te falo agora após o terceiro ano. Rebentou-me uma veia no lado esquerdo que detém o centro da fala; ao princípio só esboçava sons.

A nível psicológico tiveste que te reapresentar a ti próprio?
O traumatismo é suficientemente grave para tu não teres uma noção real do que aconteceu contigo e do que é que te afectou e de como queres recuperar. Por exemplo, hoje, passados oito anos, tenho um movimento bastante reduzido do braço e da mão direita e no início pensava que era como um braço partido e passado dois meses estaria a tocar piano. A consciência é de facto reduzida.

Como foi acontecendo o relacionamento com o teu novo corpo?
Eu tenho uma consciência muito activa do meu corpo, noção em boa parte dada pelas fisioterapeutas que me trataram. Tenho uma grande noção do movimento e da divisão das partes: bascular a bacia, mexer só o ombro... Sempre fiz muito desporto desde pequeno. Até aos 20 anos pratiquei andebol de competição e joguei futebol toda a vida e aos 23, quando entrei para o Conservatório de Teatro, passei a trabalhar o corpo ainda mais pormenorizadamente. Passei a ter uma relação físico-emocional mais específica. E uma das grandes dificuldades que as fisioterapeutas têm em lidar com pessoas que sofreram este tipo de acidentes, é a quase ausência total de consciência física e corporal.

«Porque é que eu sobrevivi, sendo apontado como um caso que a priori não ia sobreviver de todo?»

Isso pode levar-te a pensar que é por essa razão que te incluis nos 20% que sobrevivem a estes acidentes?
Não. Porque é que eu sobrevivi, sendo apontado como um caso que a priori não ia sobreviver de todo? É uma coisa para a qual ainda não tenho uma resposta concreta e objectiva. Mas sei que me foi dada a oportunidade de continuar a vida e ainda bem, porque quero aproveitar para evoluir o meu nível de consciência.

Normalmente quando este tipo de acidentes acontece às pessoas, elas passam a ser mais crentes em algo transcendente. Isso aconteceu-te?
Não. Sempre tive uma relação com a espiritualidade muito óbvia; não questiono se há outras vidas ou se tudo acaba aqui. Para mim é tão normal, como estarmos em frente um ao outro, que este patamar de evolução é apenas um patamar...

Mas sempre foi assim que pensaste, ou passou a ser assim?
Sempre tive tendência para ter este tipo de pensamento e, hoje em dia, com diversas experiências que já tive na vida, é um dado com que lido naturalmente.

Mas tornaste-te mais esotérico depois de toda esta tua história?
Tento estar mais desperto para a vida, para os pequenos pormenores. Procuro estar mais em sintonia com o pulsar do universo.
Isso é forte. É grandioso!
Sem pretensões, cada vez mais reduzindo-me ao meu tamanho.
Já te ouvi dizer que nos primeiros tempos quiseste recuperar a tua vida. Como se lida com essa vontade na relação com os outros?
Isso é tudo um grande mundo.
Mas há uma nova atitude.
Há.
Essa atitude é de tranquilidade ou ainda de expectativa, de ansiedade?
Tenho a consciência de uma evolução. Há coisas que eu via de uma maneira e agora olho de outra; e invisto nesse estado de alerta.
Porque te parece mais enriquecedor?
É quase uma obrigação, foi-me dada uma segunda oportunidade. Penso que quando és provocado perante uma situação limite como eu fui, ou sim ou sopas! Fui encostado à parede –ou empurras a espada ou deixas-te espetar.
Como eras há oito anos atrás?
Tinha mais cabelo. (risos)
Eras convencido, davas-te com os outros, para que é que servia o teatro... quais eram os teus objectivos?
Tantas perguntas diversas numa só.
Para tentar perceber se a tua personalidade se transformou de facto, ou se consideras que te encaixaste melhor naquilo que de facto és. Eventualmente, se não tivesses sofrido o acidente nunca tinhas tido a possibilidade de te conhecer como agora te conheces.
Respondeste a essa pergunta. (risos)
Outra coisa que me parece curiosa é o facto de quereres publicar um diário que escreveste durante três anos. Tu queres ser lido: por ti, pela sociedade em que vives, pelos direitos que te parece que tens de ganhar...?
Também não te sei responder linearmente. Mas uma coisa sei: é mais uma vez uma oportunidade de passar uma experiência que registei, com a grande particularidade de falar da intimidade de alguém que viveu um processo complicado e como essa pessoa vive o mundo à sua volta e o mundo interior, e estabelece uma ponte. Acho que socialmente é um material interessante.
Não te assusta toda a exposição que o livro possa gerar? Não te parece que vais ser catalogado?
Claro! Ainda por cima hoje em dia, em que se aproveita tudo para fazer capa de qualquer coisa! E neste mundo descartável, hoje estás aqui e amanhã já não se sabe quem tu és.
E isso não é um factor negativo?
Principalmente é o que é. Não é um romance, é em formato de um diário pessoal e íntimo, ou seja, vou ficar muito exposto e tenho consciência que de uma maneira muito particular, porque sei que estes diários não se fazem.
Ou se se fazem, guardam-se na gaveta.
O Cardoso Pires escreveu um que teve muito sucesso, mas foi romanceado e é um texto de um escritor fabuloso. Eu não sou escritor, não sou fabuloso... também não é isso que está em causa. Portanto, tenho a certeza de que se for minimamente divulgado vai dar minimamente nas vistas pela originalidade e pela exposição da alma.

«comecei a a perceber que pondo cá para fora o que me andava na cabeça ficava mais saudável»

Mas a alma é um sítio muito recatado...
É um diário em que escrevo o que sinto. Comecei a escrever para praticar a mão esquerda, depois entusiasmei-me com o que escrevia, comecei a perceber que pondo cá para fora o que me andava na cabeça ficava mais saudável. Então apercebi-me de que o material era interessante e a sentir que, se calhar, era também a minha função partilhar, porque revelo muitas coisas que se passam em hospitais, em centros de recuperação. Sou Capricórnio e, portanto, tenho um sentido de responsabilidade social muito dentro da minha consciência; se calhar é essencialmente por isso que me motiva publicar.

Em relação ao teatro: o que se modificou na tua postura profissional?
Voltei a fazer teatro em 1998, para a Expo, um espectáculo que já tinha feito mais de cem vezes e por isso estava muito dentro de mim. Chamava-se Ñaque ou sobre piolhos e actores.

Vestires de novo a pele dessa personagem deu-te a sensação de estares de volta?
Cada vez tenho mais presente que o eu que estava no CEM há uma hora já cá não está.

«Tem sido um conflito bom. Às vezes cansativo. Mas não me canso.»

Mas tinhas essa ansiedade de voltares a ser quem tu eras.
Sim, mas... é um conflito. A vontade de voltar a ser o que era tem a ver com o sentido de identidade: se voltar a ser quem era volto a ser quem sou, o Miguel. Isto tem sido um conflito ao longo destes oito anos: se eu já não sou quem era, como é que posso querer ser quem era? Ao mesmo tempo, tenho esta consciência e esta lucidez de que há um lado que me puxa a ser quem era para me devolver a identidade e poder recomeçar; e há o outro que me diz «aceita, aguenta-te à bronca, descobre quem és com o que eras, com o que já não és, com o que acrescentaste». Tem sido um conflito bom. Às vezes cansativo. Mas não me canso. Acho que, de certa forma, há um lado que aproveitou muito bem estes oito anos, que é o de alguma sabedoria das entrelinhas da vida, pequenas nuances de que não se fala, percepção de comportamentos... Não que eu me considere sábio. Mas, se alguma sabedoria tenho, com o a.v.c. ficou enriquecida.

E em termos de um espectáculo de teatro?
Tem a ver com o que eu entendo de teatro: é uma arte da comunicação e entre seres humanos –viva, activa, directa, energética, em que há um grupo de pessoas receptoras e um outro de emissores. Gosto de trabalhar no espaço in between, entre cada um desses grupos: como se dá, como se recebe, como se dá sem se ficar vazio...?

Como é que se dá sem se ficar vazio, em cima de um palco?
É dando com o coração. (risos) Tem a ver com muitas coisas que penso: a vida devolve-te o que tu dás à vida; e se dás à vida ser-te-á devolvido de diversas formas. Por isso é que eu precisava de viver esta situação. E é esta consciência que me dá também a noção de que sou um privilegiado. É uma situação tradicionalmente conotada como negativa, mas é gratificante.

No teu caso, foi um processo solitário?
É sempre solitário. Porque só acontece a mim.

E, indirectamente, também às pessoas que estão à tua volta.
Muito. Mas nem nada que se pareça. Vivi todo o processo do a.v.c. diariamente com a Natália Luiza e aconteceu-lhe quase tanto a ela como a mim. Mas, não obstante, mantenho o paradoxo: é quase o mesmo mas não é nada que se compare.

«Acho espantoso pôr-me em causa porque me confronto com uma pessoa que pensa diferente de mim»

Quais são os próximos projectos do Teatro Meridional?
Embora eu seja o director do Teatro Meridional, divido a direcção artística com a Natália Luiza, ou seja, pensamos e concebemos os projectos os dois. A Natália tem uma vontade, não necessariamente ligada mas em ponte com o Teatro Meridional, de criar uma casa da língua portuguesa, um espaço intercultural lusófono, ligado ao teatro, à literatura, à poesia. Pessoalmente, gostava que o Teatro Meridional continuasse a envolver o público através da interpretação do actor, centrando-se cada vez mais nos actores – e levá-los a terem uma consciência activa da relação energética palco-plateia e cada vez dependerem menos de mim como encenador. A interculturalidade é também uma área que quero continuar, na sequência do projecto original do Meridional. É muito mais enriquecedor se eu tiver um chinês comigo que pensa para a direita e eu para esquerda. Acho espantoso pôr-me em causa porque me confronto com uma pessoa que pensa diferente de mim. Com o esbater das fronteiras e com a globalização, suponho que o nível de consciência individual é que passará a diferenciar as pessoas. Elas vão começar cada vez mais a reconhecer-se por níveis de elevação de consciência.

Isso nos próximos cinquenta anos ou duzentos?
Não sei. Mas é uma etapa que já partiu. A revolução cultural e de consciência já se iniciou, as máscaras já começaram a cair –é só ver os casos de pedofilia na sociedade portuguesa. Sabes, o tempo não existe. É só uma invenção dos suíços e dos japoneses para ganharem dinheiro. (risos)

11 dezembro 2009

o eu em rewind

Surgiu a ideia desta entre-vista como surge qualquer ideia...
Eu estava sentado na esplanada do hospital e queria fazer uso da minha magnifíca capacidade da criatividade pela escrita, desenvolve a minha destreza manual e estimula o cérebro.

ENTREVISTA:

O nosso entrevistado vinha para casa após um jantar romântico quando pelas 4h da madrugada foi direito a um plátano que não se desviou.
Ressuscitou e desde aí tem recuperado.

Nunca pensou "isto não devia ter acontecido". Encarou isto com o positivismo irritante do optimismo

Qual a sua principal perda e principal ganho?
Principal ganho: Um muito melhor conhecimento do EU, suas virtudes ( amigos e família)
Principal perda: O carro!

Futuro, presente e passado?
Passsado: estive em Berlim, ia para Moçambique; tinha trocado um salário por um voluntariado, viva ter PAIS! Andava em despedidas....
Presente: todos os dias recupero.
Futuro: andar, falar, namorar a vida, dirigir campos (MOCAMFE); escrever um livro (muito talvez) e muito mais...

08 dezembro 2009

interacção entre eus

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro


Poema: Mário de Sá-Carneiro

sussurro:

a partida é longa e vale cada momento de luta.

andar? falar? nenhum será de repente... pé ante pé pinto a minha tela...

o caminho é como hoje na estafeta: acaba quando ouvir dlim dlom... fazer em cada lance o meu melhor, divertir-me!

Foi bom sentir-me vértice no triângulo equilátero, manuel-carvalho-zé maria. A gente vai continuar... ADOREI!

EU tenho um sonho:

Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)




"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça.


Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material.


Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição. De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro.


Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".


Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.


Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento.


Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.


Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física.


Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino.


Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só. E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?" Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial.


Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar.


Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza. Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento.


Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero. Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho.


É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.


Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.


Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.


Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.


Eu tenho um sonho hoje!


Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.


Eu tenho um sonho hoje!


Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.


Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança.


Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade.


Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre.


Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. "Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.


Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"


E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.


E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.


Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.


Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.


Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.


Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.


Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.


E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:"Livre afinal, livre afinal.




Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

07 dezembro 2009

FMI

Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o Mortimore do Meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attachi-case' sai a solução!

FMI Não há graça que não faça o FMI
FMI O bombástico de plástico para si
FMI Não há força que retorça o FMI

Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!

FMI Não há truque que não lucre ao FMI
FMI O heróico paranóico 'hara-quiri'
FMI Panegírico, pro-lírico daqui

Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!

FMI Não há lenha que detenha o FMI
FMI Não há ronha que envergonhe o FMI
FMI ...

http://www.youtube.com/watch?v=ZUJts90HIHc

You only live once, but if your work it right...once is enough

um ir e vir rebelde.
um respirar lento.
um arriscar.
um soprar.
um risco.
uma frase.
uma palavra.
um assunto.
uma conversa.
uma esperança...

quem perdeu ha-de ter mais cartas para dar!

Ó navegante do mar do medo
Ouve um instante o meu segredo,
Ó caminhante da noite fria
Ouve um instante minha alegria:

Ao longe longe já aparece
Uma cidade que resplandece
Ao longe longe o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém.

Virá o pobre do mundo inteiro
Há pão que sobre e sem dinheiro
Há pão e vinho em abundância
E o seu caminho é sem distância

Não tem distância esta cidade
Senão o medo que nos invade
Cantai comigo que o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém

Se o mundo cansa de tanta guerra
Uma criança nasceu na terra
Um dia novo ela nos traz
Dará ao povo a flor da paz

Surgi depressa que não é cedo
Cantai comigo irmãos do medo
Cantai comigo que o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém

Hoje um menino venceu a morte
Nasceu franzino mas é Deus forte
Será chamado Emanuel
E sustentado de leite e mel

De longe chegam os povos
Vindo à procura de tempos novos
Cantai comigo que o sol já vem
Eu já alcanço Jerusalém

06 dezembro 2009

deus

deus perece ante o mau estar e mau jeito.
deus é um designío deste ser.

nós somos srs de um tempo num espaço.
somos vértice nesta circunferência.

fomos lago, somos rio, seremos mar, água num sopro.
carne de um corpo em paz.

semente germina o centeio.
jaz um lustro.

um muro caíu.
livre-arbitrío.
felizes somos aí!

05 dezembro 2009

MUNDIAL

Brasil estrelar, uma Costa do Marfim à sombra de um internacional DROGBA. uns coreanos para pôr os olhos em bico de uns repentinos 3-0 em 66' que acabaram numa gloriosa exibição do el EUSÉBIO nos 5 a 3... ou tenrinhos ou durinhos amendoins mas cerveja preta com fartura!!!

FESTA!!! O mundial já começou...

04 dezembro 2009

história...

... DIA 4 DE DEZEMBRO DE 2009, um dia em que andei na água sem apoio o comprimento de uma piscina. A ANDREIA disse que tinha respondido à pergunta da última aula: 'quando vou andar?'. O pé esquerdo está a manifestar-se!

02 dezembro 2009

A GINJA É:

Uma doce lembrança do que foi, ainda agora encostou-se, serena e amiga, à cadeira de frente para a mesa como quem confia. Respira como olha, vejo-a preto no malhado, língua áspera salivar, carinhosa...

Ela é suave e terna. Magrinha, de familía, algo sra do seu focinho, n lida bem com cadeiras, falta-lhe pele, mas tem um corpo comprido que vai até ao rabo. Ladra quando nos vê à mesa, eduquei-a bem, não ladrava... mas estive imenso tempo longe. ELA É A GINJA!!!

Deus é um cara gozador, adora brincadeira ...

Pois prá me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria nasci batuqueiro Eu sou do rio de janeiro

... me fez esmifrado, magrito,
mas para me compensar me deu sorriso...
sou sacana, fugidio, moço, da luta eu vejo um rio...

existe um espaço onde somos um presente...

Nós sem os outros somos... NADA!

Na vida

no respirar

nos pássaros

nas crianças

no sussurro respirado

na casa

no amigo

numa noite

no amanhecer

no deitar

no dormir

no viver

no talento

enquanto damos

e recebemos

existe um espaço onde somos um presente...

desde pequenino traçava meu destino

Nós sem os outros somos... NADA!

frases em fases

Depressa e bem não há quem...

01 dezembro 2009

UM REBELDE

JAMES DEAN, lindo no tempo e espaço, olhar sobre o cigarro, palavras que arranham pela suavidade, rebentam, numas fúrias da beleza, gritos sussurrados e soprados amolgam o chão.

Hoje as gentes galvanizam-se querendo ser galãs, gente melhor.

Hoje numa rotina emudeci.

Amanhã sobreviverei, pois, tenho que ultrapassar-me, superar-me sem prazos.

Já vi tudo.

Ontem um corpo explodiu.