31 dezembro 2019

Quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar… em 2020 ou mais para a frente!



(Jorge Palma | A gente vai continuar)

BOM 2020 PARA TODOS NÓS!


Tenho uma adoração por pessoas, se não por todas, pela grande 

maioria; elas estão em todo o lado, quem não gosta de gente deve 

viver aterrorizado.

Estão até na minha cabeça, invadem-me os sonhos, as ideias, 

dificilmente consigo esvaziar a cabeça delas; não saberia viver 

sem elas.

Gosto de pessoas mas poucas e ordenadas de cada vez: a conversar

sobre temas desafiantes, uma de cada vez, numa amena cavaqueira, 

sossegadas; nada de confusão e barulho.

Gosto delas como nunca estão.

Também gosto delas todas ao mesmo tempo como no Natal; 

também é giro: adoro ir aos hipermercados, a concertos, a festas,

a museus, passear, a piqueniques, adoro ir à praia ver o mar, o 

horizonte parece nunca acabar, o Mar é Belo visto de onde quer 

que estejas, ele diz como estás.

As pessoas são imensas: 
interessantes e aborrecidas; 

chatas e animadas; 

bem-dispostas e rabugentas; 

horríveis e bonitas; 

teóricas, cientistas, filosofas e artistas; 

desportistas, bibliotecárias; 

economistas, intelectuais;  

musicais, para quem cantar no duche pode dar medo ouvir, cantoras

maviosas; 

professoras e alunas; 

utentes, enfermeiras, auxiliares e médicas; 

arquitectas e passeantes; 

conversadoras, ouvintes e fala baratas; 

elegantes e com peso e volume na sociedade, atléticas; matinais, 

tardias, antecipadas, noctívagas; 

ansiosas e relaxadas; 

estudantes, marronas, copionas; 

preguiçosas e atarefadas; 

dançarinas, coreógrafas e encenadoras; 
leitoras e escritoras; 

festivas e tumbas.
E a lista estende-se e continua até perder piada, há pessoas de 

todo o género e para todo o gosto. 

São todas diferentes, parecidas mas cada uma é única, 

Qualquer gémeo terá disso provas.

E nós, sem precisarmos de grandes provas, no nosso dia a dia, 

damos conta disso mesmo, por experiências  diversas.

Sexo, idade, corpo, fisionomia, alturas, pesos, volumes, local de

nascimento e onde vivem, defeitos, qualidades, gostos, 

personalidades, interesses, história pessoal, sonhos, imaginações,

 passados, recordações, realidades, presentes e expectativas futuras, 

culturas, olhares ou  falta disso tudo.
À nascença há sempre a pergunta típica: é menina ou menino o bebé?
Os pais escolhem sempre um nome para cada caso e há quem só queira

 saber aquando do nascimento, não quando possível (técnicas 

modernas…)  se é mulher ou se é homem.

É, apesar de tudo, surpreendente, que vivamos todos num mesmo 

espaço e tempo com tão poucos acidentes e guerras; somos todos 

tão diferentes e isso é tão bom, como problemático.

Todos, temos rotinas, o andar é o exemplo melhor: andamos 

repetindo passo direito, passo esquerdo; mas também há andares 

que distinguimos por serem característicos; mais rápidos, mais 

devagar, correndo, saltando, virando, contornando, destrambelhados; 

todos diferentes mas iguais na base.

Cada um de nós terá muitas coisas iguais aos restantes e, 

muitas mais, distantes.

24 dezembro 2019

BOM NATAL AQUI pelo CIM

MALAPOSTA no domingo, dia 22 de Dezembro.
Havia um jogo entre direitos e tortos. Todo o conceito da peça parte desse jogo, do Tempo de cada um e dessa experiência.
O AQUI já existe há uma década: o elenco deve transfigurar-se e a peça mudar com a mudança do tempo. 
O espectáculo começa com uma cortina corrida, com imagens de corpos numa piscina, à frente de nove pessoas que volta e meia eram ora escondidos, ora descobertos.
A imagem ia mudando! 
Cada vez que era corrida correspondia a novo take e foram muitas vezes as corridas tantas que me dá curiosidade na compreensão do papel da coreógrafa e evolução ao longo da historia nesta obra de arte.
O tempo e o espaço no Aqui, o tempo de cada um dos nove foi coreografado, aparecendo e desaparecendo, senti-me com uma energia boa que cresceu. 
O tempo interior e de cada um de nós aumentou, esticou, mudou.
Como quem imita ou joga às escondidas. entre direitos em duelo nas cadeiras de rodas.
Entra alguém numas muletas, avança até à outra ponta atravessando todo o palco, passa para uma posição deitada. 
E uma cadeira de rodas comandada à distância: em que parece haver um jogo de sedução.
Ergue-se, eleva-se aguentando em pé, estática, é elevada em braços num sorriso.
Andar de muletas não é óbvio, penso eu, grande habilidade e destreza.
Uma pessoa impreparada para um monte (mundo) de cadeiras de rodas.
Um ir aos dedos, às mãos, às pernas, aos pés, ao corpo… 

Depois há muito Amor, namoros entre as personagens. olhares, seduções,
Ana Rita, Bruno, Cecília, Diana, Diletta, Granadas, José 
Marques, Maria Figueiredo, Maria João, Natalia Luiza, Pedro Sena 
Nunes e Rui Peixoto estiveram Aqui!

HÁ MUITO MAIS MAS A MINHA MEMÓRIA NÃO DÁ PARA MAIS: TEM QUALIDADE A JORROS! 


É bem giro, encheu-me a alma ;)

20 dezembro 2019

14 dezembro 2019

Natal: viver como um privilégio e não como um direito

Mudar perspectivas!
Não só de Alegria e Optimismo
vive o mundo
Nem só de nascimentos doces vivemos
Nem tudo é sonho
E imaginações coloridas
Também somos formados
Por vezes
Em contrabalanço
De tristezas,
Coisas feias,
Pessimismos,
Feridas e mortes.
É o ciclo da vida,
Dirão alguns.
Não é fraqueza,
Termos olhares diferentes
Novas perspectivas
Serve-nos para não vermos que, o nosso mundo, nem sempre é igual e recto... mas que se pararmos a olhar, observar com atenção tem muito mais coisas boas que más. Um elogio à vida que raramente é feito no dia a dia, na televisão, nas conversas diárias e nos jornais e é merecido! É fabuloso o ser humano ter inventado tanta coisa; cada casa, cada cozinha, cada fogão, cada armário, cada receita, cada mesa, cada pessoa, cada cadeira, cada casa de banho com suas limpezas, cada cama, cada cobertor, cada lençol, cada almofada, cada sofá, cada carro, cada motor, cada pneu, cada carroçaria, cada computador, cada livro, cada imagem, cada palavra, cada parágrafo, cada texto, o alfabeto, cada língua, cada espaço, cada roupa e muitas mais coisas existem, cada relação com as pessoas que são imensas: interessantes e aborrecidas, chatas e animadas, bem-dispostas e rabugentas, horríveis e bonitas, teóricas, cientistas, filosofas e artistas, desportistas, bibliotecárias, economistas, intelectuais, desportistas, musicais, para quem cantar no duche pode dar medo ouvir, cantoras, professoras e alunas, utentes e médicas, enfermeiras e auxiliares, arquitectas e passeantes, conversadoras, ouvintes e fala baratas, elegantes e com peso e volume na sociedade, atléticas, matinais, tardias, antecipadas, noctívagas, estudiosas, marronas, copionas, preguiçosas, dançarinas, encenadoras, leitoras e escritoras, festivas e tumbas.

08 dezembro 2019

A Magia esculpe se!


Uma crença que abraça;

Nos protege e impulsiona; 

Nos carrega de energia boa; positiva,

Que transparece dúvida, incerteza, procura de apoio;

Transformou o ilimitado em grupo,

O eficiente em pessoas, 

O normal em gente desigual,

Humanidade, diferença, olhares que falam;

Que apareceu como algo casual;

Mas deu passos, disse palavras;

Deu Amor;

Procurou horizontes;

Encontrou multidões;

Que sorriem e imaginam novas descobertas.

Disse talvez, teve ecos de sim e não!

Avançou, 

Timbuteou,

FICOU E TORNOU-SE PARTE!

06 dezembro 2019

a boa energia troca-se!!!


Das qualidades que a vida e a sociedade têm é serem partilhadas por muitas 
pessoas diferentes.

E não é óbvio estar tudo tão bem desenhado e protegido.

Pessoas bem dispostas e alegres puxam boas coisas e tristes e mal dispostas 
também é verdade; já se quisermos ter cuidados é melhor capricharmos no 
Coitadinho.






Não estou certo que a terceira lei da Física se encaixe nas humanidades tão bem 
como isso: ninguém gosta de estar muito tempo com alguém deprimido por muito
bem disposto que seja ou cuidadoso do seu altruísmo.

Comunicativas, introspectivas, altas, baixas, magras, gordas, altruístas, egoístas,
expansivas, sorridentes. metidas consigo, atléticas, físicas, intelectuais, práticas,
pessimistas, optimistas, teóricas, ideológicas e muitas mais diferenças existem, 
tantas que não é possível escrevê-las todas.

Depois, é maravilhoso a energia do amor


03 dezembro 2019

As pessoas são tanta coisa...

Se não fazes como elas acham que devia ser interrogam-se porque não?

Tudo desde o pequeno almoço será diferente em cada um.

Aprenderam desde pequeno qualidades, defeitos, palavras, jeitos e gostos; aprendem tanta coisa que usam e são a seu tempo e no seu espaço.

E vão aprendendo com a idade: ninguém nasce a saber ler, escrever, contar, vestir-se à nascença.

Estar/ser com os outros não é óbvio.

Tentamos convencer-nos a nós próprios que fazemos bem assim e como o outro faz também está bem mas... não é certo por isto ou aquilo!

27 novembro 2019

A desilusão

O Livre é Joacine e Joacine é o Livre?

Quem votou no Livre e elegeu Joacine Katar Moreira tem toda a legitimidade para se questionar em quem é que, afinal, votou. O Livre é um partido perplexo e bipolar. Isto não é o seu fim. É apenas um péssimo início.


Joacine Katar Moreira e o Livre têm um problema de comunicação. A deputada não atende chamadas e a direcção do partido não lê emails. As explicações são demasiado ridículas para acreditarmos nelas. Joacine Katar Moreira convenceu-se de que é maior do que o partido que a elegeu e que a eleição é obra sua e não da campanha e do apoio do Livre.

A deputada sobrepõe-se ao programa do seu partido, a cuja direcção pertence, representa-se a si própria, abstém-se num voto de condenação dos colonatos ilegais de Israel na Palestina (por não saber o que é que o Livre defende nesta questão) e falha a entrega do seu projecto sobre a lei da nacionalidade (uma prioridade do programa), tão autocentrada que está na admiração do seu reflexo. A arrogância da deputada é autofágica.

A perplexidade do Livre é igualmente surpreendente. Rui Tavares sabe bem o que são problemas de comunicação desde o seu rompimento com o BE no Parlamento Europeu e deveria saber que a agenda de Joacine é esta desde o início: um discurso que condena a história colonial portuguesa sem ser capaz de lhe acrescentar contemporaneidade ou de alargar o seu interesse e intervenção a outras causas ou a outros movimentos sociais.
A deputada do Livre não é a criadora do feminismo radical ou do anti-racismo em Portugal, como tenta fazer crer, ignorando o trabalho de décadas de outras organizações e activistas. O seu discurso soa a mero ajuste de contas e padece de um moralismo autoritário. A capacidade para escutar não será das suas qualidades mais desenvolvidas.
O próximo congresso do Livre dir-nos-á se há, de facto, duas tendências formais, ou não, dentro do partido. Para já, está bem claro que há, pelo menos, uma bicefalia. Qualquer que seja a decisão do conselho de jurisdição do partido sobre acusações trocadas entre a direcção e a deputada será tudo menos terapêutica para esta relação de comunicação tão difícil.


O episódio e as suas sequelas certamente que terão os devidos efeitos secundários num partido que conseguiu eleger um deputado pela primeira vez, com todo o capital simbólico que isso teve: uma mulher negra e activista. Quem votou no Livre e elegeu Joacine Katar Moreira tem toda a legitimidade para se questionar em quem é que, afinal, votou. O Livre é Joacine e Joacine é o Livre? O Livre é um partido perplexo e bipolar. Isto não é o seu fim. É apenas um péssimo início.


20 novembro 2019

Ele há gente...



(José Mário Branco - inquietação - ser solidário)


... que deixa em nós esta inquietação de fazer melhor e um sorriso sereno por ter existido.

... que nos pede para avançar tranquilos e erguidos olhando de frente contra os fascismos do nosso tempo.

... que nos impele a ser melhor, mais solidários, também pelo Outro.

... com uma dignidade que ultrapassa tempos e lugares.

... que foram músicos integrais na mensagem que compõem em letras e músicas.

... que deixa uma memória certa e lutadora.

... onde os elogios são bons e múltiplos.

19 novembro 2019

José Mário Branco - FMI: deixou a vida aos 77 anos


José Mário Branco : Eu vim de longe

Letra e música: José Mário BrancoA. Guimarães
Quando o avião aqui chegou
quando o mês de Maio começou
eu olhei para ti
então entendi
foi um sonho mau que já passou
foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
uma flor vermelha n'outra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a fronteira me abraçou
foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
de muito longe
o que eu andei p'ra'qui chegar
Eu vou p'ra longe
p'ra muito longe
onde nos vamos encontrar
com o que temos p'ra nos dar

E então olhei à minha volta
vi tanta esperança andar à solta
que não hesitei
e os hinos cantei
foram feitos do meu coração
feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
e o mês de Novembro se vingou
eu olhei para ti
e então entendi
foi um sonho lindo que acabou
houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
coisas começadas noutra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a espingarda se virou
foi para esta força que apontou

18 novembro 2019

hoje celebra-se a Vida

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2019


13 anos de reabilitação e recuperação, a andar e a falar cada vez melhor: 1/3 de vida! 

Porque tive um acidente. estive para lá, ia morrendo e aprendi a dar valor à vida (esse privilégio) e a esse dom!

12 novembro 2019

IX - Sou um guardador de rebanhos (Alberto Caeiro)

Sou um guardador de rebanhos.

O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.


De que te alimentas, como te crias?

Não se ensina a acreditar na vida, ela é muito pessoal, cada um tem a sua e dela somos feitos; mas ensina-se a ter outro olhar para ela, a ter outra perspectiva.

Mesmo que por egoísmo devemos acreditar nela pois dela somos feitos e é o melhor que nós temos; limitações todos temos e superá-las é o nosso desafio, de cada um, se olhamos para o lado é fácil descobrirmos alguém pior.

Melhor também mas temos que realizar a nossa Vida, por ela estamos responsáveis de a fazer bonita.

Não podermos voar é o mais básico, imaginar o longe é uma arte e um dom.

Acreditar que fazemos a nossa vida ao nosso jeito (não somos como um saco de pano ao vento com cores, sons, cheiros, corpo, imagens, olhares) e desses sentimentos nos construímos.

É importante sairmos de nós porque o nosso Eu dá muito trabalho e ocupa muito espaço, se não nos libertamos dele tornamos o nosso mundo muito pequenino, minúsculo.

Parece uma contradição mas não é: quando nos fechamos em nós, o nosso horizonte é limitado, pequenito; quando nos soltamos do aqui e agora o nosso Eu ganha caminhos imaginados e sonhados irreais.

O mundo é pior para quem é descrente!

03 novembro 2019

O Joker é brutal!!!




Confesso que estava renitente à partida: não gosto de faz de conta - sem pensar que todo o real é uma ficção...

Depois, tiros, sangue e morte, sem perceber que era o mundo que aquele esquizofrénico tinha na cabeça;

E a definição é pesado dizia-me que ainda bem que o meu mundo não é assim e sabe bem pensar no mundo
cor de rosa que teria na cabeça se fosse esquizofrénico

Pesar em toda a vida a andar, fala e amar dá-me a responsabilidade de brincar e sorrir.

Joaquin Phoenix já recebeu todos os elogios, é o papelão de uma vida, memorável!

01 novembro 2019

de quem é a existência?




'Existo.

Sou uma estrutura com a vulgar forma humana.

Sei de que peças se compõe essa estrutura. como se movem, quais são as suas funções.

Sei usá-las normalmente.

Vejo-me. Que me vejo? Vejo os meus pés, as minhas mãos, os braços. as pernas. o lado esquerdo do meu corpo, o lado direito, a frente do meu corpo, a pele a superfície, o contorno da superfície, o movimento da estrutura - máquina que sou.

Sou uma peça única.

Que posso comandar. Donde me comando

Para lá da máquina, onde estou eu exactamente?' (Maria Keil)


Da célula ao universo já muita coisa se tem dito, pensado e discutido; do interior ao exterior de nós  há corpos, há energias, há mundos, órgãos, células, países, vidas, planetas e mares que crescem, que diminuem que nos fazem reconhecer com humildade que somos apenas parte  de algo maior.

29 outubro 2019

86 anos ;)

O VERÃO PARTIU

O verão partiu
e nunca devia ter vindo
será quente o sol
mas não pode ser só isto

tudo veio para partir
nas minhas mãos tudo caiu
corola de cinco pétalas
mas não pode ser só isto

nenhum mal se perdeu
nenhum bem foi em vão
à luz clara tudo arde
mas não pode ser só isto

agarra-me a vida
sob a sua asa intacto
sempre a sorte do meu lado
mas não pode ser só isto

nem uma folha se consumiu
nem uma vara quebrada
vidro límpido é o dia
mas não pode ser só isto

Arseni Tarkovsky

23 outubro 2019

Olha que delicia

Duas enfermeiras fazendo um jogo de espelhos para um  tetraplégico (link) ver o pôr do sol:

 Um pouco mais pra esquerda. 

— Aí? 

— Não, mais pra cima, tá quase, vai.

— Pronto? 

— Aí, tô vendo, tô vendo. 

Que lindo, é ele mesmo. Bola de fogo, quente, luz, bate na minha retina me cegando por instantes, mas logo a visão se acostumou e pude ver o mais belo espectáculo da Terra: o pôr do sol. Cassy pendurado na janela com um espelho e a Laurinha, em cima de mim, com outro. Pude acompanhar seu deslizar pelo poluído horizonte do Pacaembu. 

Havia dias que não sentia sol na minha cara, e o desgraçado se punha bem nas minhas costas

Ele brilhava vermelhantemente, e a mão trêmula e emocionada de Laurinha fazia-o tocar em todas as partes da minha face. Magnífico, cenários que todo mundo via e eu apenas sentia. Nesse dia especial, muita coisa mudaria. Depois de quatro dias me acostumando com o colete, chegara a hora de inclinar um pouco a cama. Era incrível, mas eu estava pronto para sentar, banalidade que tanto esperava.  

22 outubro 2019

vem aí o Lyon!!!


Calma benfiquistas, não faz sentido porque perdemos com o Zénit na Rússia, e em casa com os alemães do Leipzig pormos tudo em causa! (escrito após a derrota com o Zénit por 2 - 0)

A segurança (também europeia) que o Lage dá é fixe e a coisa ainda vai no começo: 20 H Benfica Lyon amanhã

As contas fazem-se no fim  o grupo é equilibrado e são seis jogos, perdemos dois; ninguém ganhou os dois primeiros, os primeiros dois (Zénit e Lyon) ganharam um e empataram outro e o Leipzig ganhou-nos a nós e perdeu o outro, vai com 3!

O Bruno Lage (tem dado provas) e a equipa que vai construindo precisa do tempo das boas e sólidas construções, sólidos alicerces.

Faltam-nos 4 jogos: Lyon em casa e fora (estão em 13º em 20 com oito jogos, 2 vitórias, 3 empates e três derrotas), receber os russos (estão em 2º em 16 com 12 jogos, duas derrotas e dois empates) e ir à Alemanha (estão em 4º em 18ºº: 7 jogos, 4 vitórias, 2 empates e uma derrota).

A Catalunha e o Brexit têm algum paralelismo?

Ambos querem sair (ou talvez não) e largar o poder central, uns de Espanha outros da UE.

Sucedem-se manifestações entre gente unida em luta feia e demonstrações ordeiras de paz: o povo é bonito, multicolorido e empenhado.


Entre o QUEREMOS FICAR e o QUEREMOS SAIR...



Está o paralelismo de ter dois povos empolgados a fazer politica...

Dois povos que vivem melhor, com mais riqueza e cultura,  procurando a individualização correspondente ao mundo moderno (ou talvez não...); Londres já parece estar a querer uma nova eleição para fazer um mea culpa.

Barcelona e a Catalunha procuram defender-se do exterior?

16 outubro 2019

paralelos










LULA (link) ontem na entrevista pelo jornalista Paulo Dentinho na RTP  1 tem a dignidade retirada na crença do reerguer, do recuperar que comparo a estas fotos tiradas por Miguel Valle de Figueiredo em Tondela após os incêndios de 15 de Outubro de 2017.

15 outubro 2019

anti pessimismo

Um pessimista quando começa a falar e engrena pode ser ensurdecedor e não é fácil dar-lhe a volta, a ele e à visão negra que constrói/pinta, é aterrador! 

Começa com um discurso de que esta estrada da vida é sempre a perder e a morrer... morrem os pais, tios, amigos, se andares metido na droga e bebida também podes afundar-te... o corpo todo começa a envelhecer aos poucos e a cair, a adoecer.

Ficas sem palavras, a pensar na resposta que daria se pudesse e soubesse; isso é tudo + ou - certo mas... ou nada disso é verdade: Cada caso é um caso e muita gente para quem isso é mentira!

Há tanta gente a nascer sorrindo e bem mais colorido e beleza no mundo que consigas viver, beber, sonhar, pensar, imaginar.

Se não podes viajar para longe, viaja pelo ontem e pelo amanhã.

E grande parte da vida és jovem, aproveita-a e tens que fazer por valer a força mais longe e rejuvenescê-la.

Quando envelheces não te feches e ensina o outro o que aprendeste enquanto crescias.

Corro o risco de parecer ridículo e piroso mas acredito que há sempre maneiras de olhar mais positivas e optimistas para a realidade e de qualquer forma não ajuda ninguém a pensar melhor lamentar-se com a vida que te aconteceu, é pesado!

Vendo bem, em qualquer vida, não há razões para choros e raras existem que os motivos para erguer-se sejam superiores aos pesos; todo o corpo humano é um mundo infindável de células e organismos e a pior coisa que existe é teres pena de ti.

Viver a vida o melhor que saibas é nossa responsabilidade, de cada um...

Nunca se sabe o que vai ser o amanhã por mais velhos que sejamos.


Não há coitadinhos!

perspectivas

O nosso olhar muda quem somos,

Muda o outro e o espaço que nos rodeia.

Passará diferentes coisas,

Pensamentos,

Sentimentos,

Ideias,

E preconceitos.


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Quero pessoas fortes à minha volta, que me engrandeçam.

Olhares que acreditem que ninguém é inválido,

Todos temos limites

E formas de encarar nossas forças

Às vezes contrários,

Outros complementares,

Sonhos diversos.


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Magia,

Ternura,

Segredos,

Esconderijos,

Respirares,

Velocidades,

e de novo: Samuel Beckett, in Worstward Ho

Em diante. Dizer em diante. Ser dito em diante. Dalgum modo em diante. Até de modo nenhum em diante. Dito de modo nenhum em diante. Dizer por ser dito. Desdito. De ora em diante dizer por ser desdito. Dizer um corpo. Onde nenhum. Mente nenhuma. Onde nenhuma. Ao menos isso. Um lugar. Onde nenhum. Para o corpo. Estar lá dentro. Morrer-se lá dentro. E sair. E voltar lá para dentro. Não. Sair nenhum. Voltar nenhum. Só entrar. Ficar lá dentro. Em diante lá dentro. Parado. Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor.

08 outubro 2019

há nova gente em cena...

Ressalve-se que os 4 deputados eleitos pela emigração ainda não estão incluídos: 230 é o total da nossa AR.

Hoje o PR vai indigitar António Costa como primeiro ministro depois de ouvidos os nove partidos eleitos: PS, BE, PCP, LIVRE e PAN; PSD, CDS, INICIATIVA LIBERAL e CHEGA!

A esquerda cresce e faz-se sentir a estabilidade e o bem estar que traz.

Em 2015 foram eleitas 76 deputadas, em 2019 são 86, é um novo recorde, tem evoluído mas ainda estamos longe da paridade. Nunca houve tantas mulheres no parlamento mas são poucas!

Tanta força têm no nosso dia a dia e tão pouco poder lhes é dado a ELAS.

O PS aumentou em 20 o número de deputados e PSD, PCP e CDS perderam votos, o PAN aumentou de 1 para 4 o BE manteve os 19, surgindo como 3 ª força politica isolada.

Entram o Chega de extrema direita, o Liberal de direita: João Cotrim e André Ventura competem pelo espaço do mais incómodo! (incómodo não é uma qualidade, estamos mal quando deixamos entrar gente desta nas nossas casas...).

E o Livre um ar fresco que vai crescer.

Mais vergonha: Neste domingo, mais quatro milhões e 250 mil pessoas (em 10,31 milhões (2017) não se deslocarem à mesa de voto onde estavam recenseados (45,5%), portanto a abstenção venceu, um em cada dois portugueses não lhes interessou decidir quem gere a Saúde, a Educação, a Segurança Social, a Ciência, a Justiça, a Cultura, as Relações Internacionais, a Defesa, o Ambiente, a Economia, a Agricultura, o Planeamento ou as Infraestruturas, não lhes interessa!

A abstenção leva a que gente bera como os Chega e os Liberais cresçam e apareçam: umas vergonhas levam às outras!

06 outubro 2019

abstenção é alheamento

"Não votar é perder autoridade para contestar" (Marcelo R. Sousa)

Temos uma população com mais estudos, mais conhecimentos mas com uma memória curta dos tempos azedos do Fascismo e ocupada com outras coisas que a vida.

Mas haverá coisa que seja mais essencial num dia de sol, como este, do que gastar dez minutos para ir pôr a cruz nas ideias que te interessam viver (!?)

para ajudar os indecisos a irem votar bem!!!


Abre a porta para começar a ter lá na AR mais gente inteligente para melhorar Portugal!!!

05 outubro 2019

ASSINEM PARA AJUDAR A SALVAR O ESTUÁRIO DO TEJO

Caros amigos,

Se quiserem divulgar pelos v/ contactos, já temos o site on line - ainda com alguma informação por actualizar.

Versão on line em:

https://poupemomontijo.nocentro.com/ (para subscrever entrar no site)

O Governo tenciona ampliar a capacidade aeroportária do aeroporto da Portela em 20% – já para não referir a expansão de capacidade prevista do aeroporto do Porto em 60% – sem qualquer avaliação de impacto ambiental (ou estratégica, como a lei exige), e construir uma infra-estrutura para voos Low-cost no Montijo, em pleno estuário, numa das zonas húmidas mais importantes da Europa e contígua à zona de protecção especial (ZPE) da Reserva Natural do Estuário do Tejo.

Além dos riscos para a segurança aeronáutica e para a saúde, tal implica quase duplicar os passageiros aéreos e aumentar o turismo de massas e a gentrificação da cidade, em prejuízo dos habitantes e em desrespeito pelo compromisso de redução das emissões e descarbonização da economia. Este é, ainda, um investimento previsto para um horizonte temporal curto (cerca de uma década), ao arrepio das boas práticas de gestão e que não dispensará a necessidade de construir em breve uma nova infra-estrutura aero-portuária.

Um grupo de cidadãos uniu-se contra a solução “Portela+1” para Lisboa. As nossas ideias estão expressas no Manifesto “Poupem o Montijo”, divulgado pelo jornal Público, em 14.09.2019:

https://www.publico.pt/2019/09/14/economia/opiniao/aeroporto-sustentavel-lisboa-1885754

Convido-te a ler e a subscrever o Manifesto, agora online. Assina e divulga, se queres ajudar a salvar o estuário do Tejo.