28 abril 2014

Portugal? (por Pierre Aderne)

Há um ano, resolvi realizar um documentário e, por consequência, arrumar a minha barraca em Lisboa (sábia decisão), fiz alguns amigos, conversei com o SR. João da pastelaria do Poço dos Pretos, com a Dona Lurdes da frutaria da Gomes Freire, com o Nuno taxista de São Jorge de Arroios, com primos, tios, etc. e ficou-me a sensação que o grande problema de Portugal é justamente na escolha do que se deve falar para si e para os outros.

Venho de um país sul americano de terceiro mundo, que viveu crise atrás de crise: cruzeiro, cruzeiro, novo, cruzado e por aí vai. Mesmo hoje sendo a sexta economia do mundo, posso lhe garantir que tem gente em Ipanema que ainda hoje passa fome, sem falar em amigos músicos que tocam com a fina flor da MPB, e que por muitas vezes mal conseguem pagar a conta da luz.

No entanto, o brasileiro tem orgulho no seu país e a auto estima anda sempre em alta, com frases que dizem: 'o meu time é o melhor do mundo (mesmo que ele seja o Bangu)', 'deus é brasileiro', 'baiano não nasce, estreia!', 'moro num país tropical abençoado por deus e bonito por natureza'...

Mas, afinal, e o SUS (Sistema Único de Saúde) que mata milhares de brasileiros em milhares em 'hospitais' espalhados pelo Brasil? E quem passa fome do vale de Jetinhonha ao Leblon? e o desvio da verba pública? (na cultura então nem se fala). No entanto, o brasileiro vai à praia do mar  (de mar ou de beira de rio), bate no peito e grita (muitas vezes sem um dente na boca) e diz: 'EU sou brasileiro!'

"E Portugal!?
Portugal é aquele país que descobriu o mundo pelo mar em caravelas que mais pareciam casquinhas de ovo?
O português é aquele 'cabra macho' que se jogava ao mar (da Nazaré a Sagres) para trazer a Amazónia numa mala para a Europa?
E hoje tem medo de ganhar ao Atlético Bilbao no futebol?
Mas o que aconteceu com aquele português que era o 'cara'?

Qual seria a solução para a crise!? Dar um chute no traseiro da troika? Derrubar Passos de Coelho e Cavaco? Demonizar Sócrates? Colocar uma árvore de natal maior do que a da lagoa no Marquês de Pombal? …

Sinceramente, Portugal tem que falar do que é bom: não apenas do pastel de Belém e do vinho do Porto, ou do azeite, tem que se orgulhar de ser um país lindo, de estar no centro do globo, cheio de cultura, que tem escritores de mão cheia como: Fernando Pessoa, José Régio, Valter Hugo Mãe, José Luís Peixoto, Florbela, que tem uma música maravilhosa (de Zeca Afonso passando por Sérgio Godinho, Jorge Palma?, Ary dos Santos, Alain Oulman, Zambujo, Gisela João (Maria Aurora?), Mário Laginha? e Maria João,.

Que tem um sistema de saúde melhor do que o dos Estados Unidos da América e de todos os países da América do Sul, do clima maravilhoso, ter orgulho em ser um dos últimos paraísos não globalizados do planeta, o segredo mais bem guardado da terra, de sua beleza natural, dos socalcos do Douro, as olarias do Alentejo, da jóia de Sintra aos castelos de Monsaraz, Ourém, Óbidos... é o país do Cristiano Ronaldo, do Eusébio, da Amália, mas também do Pedro, da Marta, da Sofia, da Ana, desse povo que ainda vai à tasca e come por 5 euros, que tem empregado e empregador como melhores amigos.

Portugal tem que falar do que é bom! 

A solução é essa! 

A partir daí, tudo melhora, olhar para o mundo e depois perceber que Portugal é o melhor lugar do mundo e a partir daí buscar soluções, alternativas para levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima! :)

V   I  V  A               P O R T U G A L  !!!
Pierre Aderne, músico, cantor e compositor brasileiro





(JARDIM de INVERNO, Pierre Aderne e Susana Félix)


isto é 'melhor do que falecer'





Melhor do que Falecer Todos os dias, depois do Jornal das 8 Compacto ao sábado TVI

Quando Melhor do que Falecer se estreou na TVI, faz hoje duas semanas, todos os olhos estavam assestados no novo apontamento humorístico de Ricardo Araújo Pereira. O problema das expectativas é lixado, e não surpreende, por isso, que as primeiras reacções, ao longo dessa semana, tenham sido de decepção: por ser um simples apontamento de cinco minutos, pelo humorista estar a reciclar sketches que haviam sido apresentados na sua rubrica radiofónica Mixórdia de Temáticas, pela sensação, enfim, de ser uma espécie de “requentado”. Que, conjugado com a longa ausência do Gato Fedorento (excepto em campanhas publicitárias) e com a “confusão” gerada pelo recente (e mal recebido) “coiso” A Solução, não abonava grandemente em favor da emissão.

Entretanto, meteu-se a Páscoa, o campeonato do Benfica, os 40 anos do 25 de Abril, e – como é de rigor nestes tempos de “chapa ganha, chapa gasta” – Melhor do que Falecer passou para segundo plano. Enquanto estava tudo distraído, o programa foi acertando rumos e revelou a sua verdadeira postura: sempre dentro do olhar mais ou menos ácido sobre o Portugal que somos que sempre marcou os melhores momentos de Ricardo Araújo Pereira, mas levando essa acidez e esse nonsense para um subtexto de sátira contundente, muito mais “violenta” do que no Gato Fedorento Esmiuça os Sufrágios, onde a gargalhada ou mesmo o sorriso se interrompe a meio. Exemplares, a esse nível, foram os sketches do Conselho de Ministros em directo com a troika, do telefonema de Nossa Senhora de Fátima a Christine Lagarde, e, sobretudo, essa absoluta obra-prima que é o discurso resignado de Maria do Céu Guerra enquanto descasca cenouras (com aquele primor de síntese que é “a democracia faz-me dores de cabeça”).

Aí, Melhor do que Falecer revela que, mais do que a fazer um simples momento de humor, Ricardo Araújo Pereira está a escalpelizar o “ar dos tempos” em que vivemos, e a fazê-lo como bem lhe dá na real gana (e ainda bem). O sublime genérico animado com a voz infinda de Camané já sugeria que este programa não ia ser bem igual aos outros – foram precisas dez emissões para perceber a fundo que há aqui um tom angustiado, ansioso, escarninho, a vir ao de cima, de uma panela de pressão que explode por um humor com ressalvas. E talvez seja importante explicar que, aqui, não vão ser as audiências (que, ainda assim, têm sido significativas) a “perder” ou “ganhar” Melhor do que Falecer – a emissão televisiva é apenas um dos lados de uma estratégia que tem apostado no potencial “viral” pelas redes sociais, com cada episódio a ser disponibilizado online (http://www.tvi.iol.pt/melhor-do-que-falecer/) para dele se fazer o que bem se quiser. Afinal, não é por acaso que os episódios têm a duração ideal para se descobrirem (e repetirem) na Internet. E foi por esse “de boca em boca” viral que os Gato Fedorento se tornaram no fenómeno que conhecemos.

No meio disto tudo, há duas coisas que não devem ser esquecidas. Primeira: uma exposição diária como esta para um programa de humor é muito difícil de aguentar a curto prazo sem “queimar” – mesmo que estes cinco minutos diários sejam o equivalente a uma emissão semanal, e mesmo que o humorista esteja a fazer apelo a outros actores (com um extraordinário Miguel Guilherme à cabeça), aqui Ricardo Araújo Pereira está sozinho na corda bamba, sem a “rede de segurança” dos Gato Fedorento. Segunda, intimamente ligada à anterior: Melhor do que Falecer apenas vem reforçar uma percepção pública de que os Gato Fedorento são “o Ricardo Araújo Pereira e os outros três de cujos nomes nunca nos lembramos”. Não é verdade, mas depois deste programa mais difícil ainda será contrariar essa percepção, o que irá complicar ainda mais qualquer futuro “coiso” do grupo.

Para já, o saldo de Melhor do que Falecer é o de um programa em crescimento, em movimento, em constante “ajuste”. E com resultados suficientemente positivos para justificar a atenção regular.

26 abril 2014

Gabriel García Márquez


- ¿Qué opina usted sobre los ovnis? -
Mi opinión sobre los ovnis es de sentido común: creo que son naves procedentes de otros planetas, pero cuyo destino no es la Tierra.

- ¿Cree en la posibilidad de la existencia de vida en otros planetas? -
Es conmovedora la soberbia de quienes afirman que nuestro planeta es el único habitado. Creo más bien que somos algo así como una aldea perdida en la provincia menos interesante del Universo, y que los discos luminosos que vemos pasar en la noche de los siglos nos miran a nosotros como nosotros miramos a las gallinas. 

 - ¿De dónde creen que proceden o quién los dirige? -
Los ovnis deben esta tripulados por seres cuyo ciclo biológico es desmesuradamente más amplio y fructífero que el nuestro. No se ocupan de nosotros porque acabaron de estudiarnos hace miles de años, cuando se hicieron las ultimas exploraciones del Universo, y no sólo saben de nosotros mucho más que nosotros mismos, sino que conocen inclusive nuestro destino. En realidad, la Tierra debe ser para ellos una isla de emergencia en los azares de la navegación espacial. 

- ¿Cree que se informa debidamente al público sobre el tema? -
No creo que haya una conspiración de las grandes potencias para ocultarnos la verdad de los ovnis. Eso seria atribuirles a los dueños del mundo más inteligencia de la que tienen. 

- ¿A qué atribuye esta persistencia de algunos científicos en negar, no ya la posibilidad de que existan naves extraterrestres, sino también el fenómeno en sí? -

Lo que pasa es que la humanidad no supo merecer la sabiduría de los alquimistas, que consideraban el laboratorio como una simple cocina de la clarividencia, y ahora estamos a merced de una ciencia reaccionaria cuyo dogmatismo ramplón no admite las evidencias mientras no las tenga dentro de un frasco. Son científicos regresivos que niegan la existencia de los marcianos porque no los pueden ver, sin preguntarse siquiera si los marcianos no serán los microbios que nos hacen la guerra dentro del cuerpo. Mientras la ciencia sea experimental – y no clarividente, como lo fue la alquimia y como sólo puede serlo la poesía en nuestros tiempos – la humanidad seguirá formando parte del reino de los percebes. Seguiremos viendo con la boca abierta esos discos luminosos que ya eran familiares en las noches de la Biblia, y seguiremos negando su existencia aunque sus tripulantes se sienten a almorzar con nosotros, como ocurrió tantas veces en el pasado, porque somos los habitantes del planeta más provinciano, reaccionario y atrasado del Universo.

25 abril 2014

Artigo 21.º | Utopia



(Artigo 21.º | Utopia, José Afonso)

25 de Abril SEMPRE! :)

Mais e Melhor!


Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Nao do lobo mas irmao
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio

Homem que olhas nos olhos
que nao negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

24 abril 2014

O Campeão Voltou! - Benficaaa



as baixas (lesões) são fortes: as ausências de Gaitán e Fejsa, que se juntam a Salvio e Silvio.

ainda assim por muito que se mexa não se dá pela diferença.

ou é desta ou não é: há muito tempo que não se via um Benfica assim, destes!

estamos com a Moral em alta e no nosso estádio mandamos nós!!!

21 abril 2014

ser político



Cá pelo país vai mal, nunca estivemos tão mal em 40 anos desde a Democracia e desde o 25 de Abril de '74 e o Estado Novo.

Acredito que se cada qual fizer o seu bocado de política bem em cada espaço o seu melhor todos vamos viver melhor cá sem ter que emigrar. 

Somos o país mais solarengo e ameno da Europa, com melhor clima; porque não viver melhor aqui do que noutros espaços europeus.

dar bem estar aos espaços comuns dá trabalho.

É uma boa exigência: fazer disto melhor.

Levanta-te Alma!

tá a mudar




o mandato dos homens do Norte (leia-se Pinto das Costas e afins) acabou, está velho e cansado, definhou!

Acabou-se a regionalização.

o Benfica é campeão, quinta feira é que é a sério!!!

ah transalpinos vão ver o que é calcio, de hóquei no gelo estamos fartos!

quando olhas para o banco percebes que têm tudo lugar (mudando um jogador não baixa o nível...) a titular mas só jogam 11.

Tem poucos tugas ou nenhuns mas vivemos num mundo onde somos cada vez mais todos internacionais!
 
Tudo mudou!


Ser benfiquista é estar com gosto e sabedoria na vida!

o mundo é global!




(What a wonderful world - LOUIS ARMSTRONG)

19 abril 2014

n'O Público hoje:

O poder só interessa para fazer o mal. Para tudo o resto basta o Amor (Charlie Chaplin)

N é verdade q as pessoas param de cumprir os sonhos pq estão a ficar velhas. Elas estão a ficar velhas pq deixam de perseguir os sonhos! (Gabriel Garcia Marquez)

O Amor faz-nos sonhar e realizar... sempre!

O Sonho faz-nos amar...

18 abril 2014

BOA PÁSCOA!



Fortes recomeços.

Renascimentos.

 A ideia desta páscoa de 2014 seja que tudo tem inicío com a beleza de ter o conhecimento aprendido com os mais antigos: preservando a boa terra onde vamos plantar novas flores bonitas com luz e calor.

10 abril 2014

alma nua



 'Pircibo lo secreto, lo oculto:
Oh vosotros señores!
Asi somos,
somos mortales,
de cuatro em cuatro nosotros los hombres,

TODOS habremos de irnos,
TODOS habrernos de morir en la Tierra...
Como una pintura  nos iremos borrando.
Como una flor,
nos iremos secando
aqui sobre la Tierra.
Como vestidura de plumaje de ave zacuán,
de la preciosa ave de cielo de hule,
nos iremos acabando...
Meditadlo señores,
águias e tigres,
aunque fuerais de jade,
aunque fuerais de oro
también  allá ireis,
ai lugar de nos descarnados
Tendremos que desaparecer,
nadie habrá de quedar.'

levar a vida como a brincadera mais divertida que temos e inventá-la sempre melhor...

A vida é demasiado importante para poder ser levada a sério! (Oscar wilde)

meti no google a palavra 'brincadeiras' e é infindável o que apareceu.

não gosto de encher o blog de imagens, muitas imagens levam a pensar menos mas muitas mais queria pôr, bah!

há uma expressão que surge, por vezes (demasiadas vezes), e que é dito com tom de injúria: 'tu vês a vida como uma brincadeira, não pode ser...'!

no meu minuscúlo mundo a vida é uma brincadeira sim mas que levo a sério e pode ser, óbvio que pode ser.

uma grande Amiga minha tem uma expressão de que gosto e que a define: 'a vida é muito ótima, é o melhor que nós temos', vamos brincar a viver com tudo o que ela, a vida, tem!






09 abril 2014

O meu país não é deste Presidente, nem deste Governo

Alexandra Lucas Coelho recebeu nesta segunda-feira o prémio APE pelo romance E a Noite Roda. Este é o texto do discurso que fez, no qual critica o actual poder político:
Quero agradecer em primeiro lugar à equipa da Tinta da China, minha casa, Bárbara Bulhosa, Inês Hugon, Vera Tavares, Madalena Alfaia, Rute Dias, Pedro Serpa.
Agradeço em seguida ao júri que atribuiu este prémio: Manuel Gusmão, Luís Mourão, Clara Rocha, Ana Marques Gastão e Isabel Cristina Rodrigues, a quem coube hoje ser porta-voz, com uma apresentação cuidada e surpreendente de E a Noite Roda. Não conheço pessoalmente a maioria dos jurados. Ter-me- -ei cruzado um par de vezes com Ana Marques Gastão e entrevistei há uns 13 anos Manuel Gusmão. Sendo uma honra a decisão deste júri, a presença nele de um poeta que tanto admiro, e trago comigo, é uma alegria. Isto, para usar a palavra que mais associo a Manuel Gusmão, num daqueles versos que se tornam língua geral, lugar-comum a todos, contra todas as evidências em contrário.
Não chega dizer que foi uma surpresa a atribuição do prémio. Começou por ser uma grande surpresa a nomeação, que aconteceu pouco depois de outra: para o prémio do PEN. E a Noite Roda não tinha sido dos meus livros mais bem recebidos pela crítica, nem mais vendidos. Passara um ano e meio sobre a publicação, já nem se encontrava nas livrarias. Eu estava ocupada com a saída de um novo livro, Vai Brasil, e a organizar-me para retomar a escrita de um novo romance, situado no Rio de Janeiro. Se a nomeação para o PEN já me espantara, a do APE pareceu-me quase inverosímil. Para mais, o naipe de finalistas era não menos que excelente: um dos grandes prosadores da língua portuguesa, Mário de Carvalho; dois autores próximos da minha geração que sigo com respeito, Patrícia Portela e Afonso Cruz; e um poeta, dramaturgo e novelista que é dos meus mais queridos amigos, Jaime Rocha. Fico muito contente por ele estar aqui hoje. Fosse eu a decidir, o prémio seria dele, e da sua novela A Rapariga sem Carne. Foi isso que senti ao saber da nomeação.
Semanas depois, estava eu sentada no carro da minha editora, Bárbara Bulhosa, quando me ligam da APE a anunciar a decisão do júri. Pânico, seguido de alerta: está a brincar comigo, certo?, perguntei ao cavalheiro do outro lado da linha, que se apresentara como José Correia Tavares, presidente do júri sem direito a voto. Ele assegurava que não e dava detalhes, que o júri se reunira três vezes, que a decisão fora por unanimidade, e por aí fora até que eu já não estava a ouvir, porque só pensava que aquilo não podia ser a sério. E nos momentos em que acreditava que era, voltava o pânico: aquilo não me podia estar a acontecer. Como assim o prémio APE para este romance: um primeiro romance e este romance?
Antes que eu começasse a explicar ao interlocutor que estava enganado, a Bárbara decidiu intervir, dando-me ordens em surdina: que aceitasse, que agradecesse, muito obrigada. E subimos para um consultório, que era ao que íamos, acabando com a paz da recepcionista, porta-dentro, porta-fora, mal começaram os telefonemas.

Recentemente, a Tinta da China fez uma edição de bolso de E a Noite Roda, de que gosto mais do que a primeira, como objecto. Gosto do tamanho, dos cantos redondos, da capa mole. É maneira, como dizem os brasileiros. Mas nem a folheei, custa-me olhar para o texto. Na Tinta da China, a Inês Hugon e a Madalena Alfaia, que com uma paciência oriental asseguram as revisões, sabem como por mim ficava a cortar provas até à décima, porque mal entrego o livro já não o posso ver, tudo me parece mal, as bengalas, os tiques, o excesso.
Sendo a minha primeira experiência de romance, sinto essa distância de hoje em relação ao texto de E a Noite Roda mais do que em relação a qualquer outro livro meu, talvez porque nos outros a linguagem esteja mais estabilizada num território com regras.
O que me interessa no romance não é o género, mas a ausência de género. Não é poesia e pode ser poesia, não é reportagem e pode ser reportagem, não é viagem e pode ser viagem, não é teatro, cinema, música, arquitectura, agricultura, cosmogonia, correspondência, folhetim, banda desenhada, arquivo, e pode ser tudo isso. Um romance é a liberdade em extensão. Um território de experimentação com um fôlego considerável, que ninguém conseguiu ainda circunscrever além disto: prosa, criativa, de extensão longa, escrita para ser lida.
Uso a palavra romance, não uso a palavra ficção. Tenho dito e repetido — porque a um jornalista que escreva romances pergunta-se isso continuamente — que o que distingue o jornalismo e a literatura não é um ser real e a outra ficção, mas sim um ser um campo sujeito a regras estabelecidas e a outra, idealmente, inventar as suas próprias regras.
Por isso, interessa-me pouco o debate sobre o que neste romance ainda é jornalismo ou já é romance, ainda é real ou já é ficção, como se houvesse uma espécie de grau de pureza, que é sempre o princípio de um pensamento autoritário. Ninguém ainda se tornou dono do que é, ou não chega a ser, um romance, e é por isso que continua a ser interessante fazer romances, e que cada um faça o seu. Na verdade, neste campo, quanto à criação, não há outro lema em que me reconheça tanto: que cada um faça a sua coisa. Faça o que tem a fazer, contra tudo, contra todos: crime e castigo, doença e cura, transmigração da alma ou biografia derradeira.
O que me levou a fazer este romance? O que o distinguia dos livros anteriores? A possibilidade de um território sem regras para o qual eu transportasse vários materiais biográficos: amorosos, políticos, sociais, profissionais. O texto agora entregue a si mesmo, inventando as suas regras, é que estabeleceria a transição para o romance. Um não-género fazendo uso de vários géneros, incluindo a reportagem.
Jerusalém era uma coisa minha, Gaza era uma coisa minha, a experiência de cobrir o conflito israelo-palestiniano era uma coisa minha, eu queria transportá-los para o campo literário porque me interessa transportar para o campo literário tudo o que a experiência tenha tornado coisa minha. Dito de outra forma, aquilo que é a identidade em movimento.
Não é diferente do que fará um médico que escreva romances (ou um arquitecto, um historiador de arte, um diplomata, um advogado, um professor, um burocrata), sempre com menos explicações do que as que são cobradas a um jornalista. Nunca começarei a entender porque se estranha que alguém cujo trabalho é escrever decida escrever outras coisas.
E a Noite Roda não é sequer o melhor romance que eu podia ter escrito entre 2010 e 2011, os meus últimos meses em Portugal e o meu primeiro ano no Brasil. Não foi, certamente, o que muita gente achava que eu devia ter feito. É apenas o que eu precisava de fazer naquele momento para sair do ponto em que estava. O importante não será fazer o melhor que sabemos, mas o que precisamos de fazer, mesmo não sabendo, para sair do nosso limite. Aquilo que nos desloca se estamos fixos, que nos fixa se estamos deslocados.
Recentemente, numa entrevista, perguntaram-me quem gostaria eu que escrevesse a minha biografia. É uma daquelas perguntas a que só podemos responder desabridamente. Respondi que esperava que as personagens tratassem do assunto e não sobrasse nada. Penso nisso como uma espécie de teia de Penélope em que o autor se vai construindo nos livros, ao mesmo tempo que desaparece na vida.
Tudo o que faço é biografia, idealmente cada vez mais real, independentemente de as personagens tomarem as minhas circunstâncias, como acontece em E a Noite Roda, ou não tomarem de todo, como acontece no romance que estou a escrever. Ninguém pergunta a um poeta se o que está no poema é real ou ficção. Aquilo é o que é, é dentro da cabeça dele.
O que cada um vive é seu património inalienável, seu único real património, e é seu direito fazer disso o que quiser, na intersecção com os outros e o mundo, tendo como único limite, para mim, não devassar o património de um outro, de forma reconhecível publicamente.
De resto, o criador não deve conhecer limites e quanto mais escuro, mais difícil e mais indevassado melhor. Aquilo que não se pode escrever é o que há a escrever, é o que falta. Não estamos cá para nos repetirmos nem para nos pouparmos. Pouparmo-nos para quê? Não acredito na vida além da vida.
Sempre quis escrever, desde que me lembro. Os livros tinham todas as vidas. Passei a adolescência a ler romances. Lia os portugueses, os franceses, os ingleses, os russos, os alemães, mais tarde os americanos, os japoneses, os levantinos. O mundo não acabava, eu lia e queria sair pelo mundo. O jornalismo era a possibilidade disso, uma bela possibilidade quando eu tinha 17 anos e as rádios piratas explodiam, ainda nem havia TSF, nem PÚBLICO, nem telemóveis, nem computadores pessoais. A minha geração viveu essa promessa de aventura no trabalho, que hoje parece arqueológica.
Só fui ler poesia compulsivamente depois dos 20. E a poesia, como a rádio, mudou, moldou a minha relação com a escrita. Questão de som, de ritmo, mas também de montagem, de elipse. Não que escrever poemas fosse a minha coisa, tentei, não era. Ler poemas, sim, seria parte do que eu tinha para escrever.
Sempre achei que seria uma questão de tempo começar a fazer livros, e acabei por publicar o primeiro aos 39 anos. Como seria uma questão de tempo o romance chegar. Não há abandono de uma coisa por outra, não deixei de ter na cabeça livros de viagem, reportagem ou crónica, entre os vários romances que quero fazer. É o jardim dos caminhos que se bifurcam, para citar um daqueles autores que sempre admirei à distância, porque Borges é de outra galáxia, de um mundo, digamos, não-carnal. Sou mais do lado Moby Dick, até ao trespassar da última carne, a do caçador. Moby Dick agora sem género, ou transgénero. Moby Dick-Orlando, homem e mulher, humano e animal, deus e demónio. Um Moby Dick antropofágico, depois de ter morado no Brasil.
Não me interessa a fuga, interessa-me o confronto, o embate, o arpão no corpo que sempre fugirá. Chamemos-lhe Moby Dick – ou amor – ou real. A vida verdadeira que é estar aqui a desejar além. A pulsão da guerra, qualquer espécie de guerra, é a sobrevida: vida conquistada à morte.
Nenhuma arte é panfleto, se é panfleto, não era arte. Ao mesmo tempo, toda a arte é política, no sentido em que não existe sem um outro, que pode ser apenas um. O determinante não é que sejam muitos, mas que exista uma relação. Que algo actue entre um e outro.
Este livro é político, como todos os que fiz, como tudo o que faço, pelo simples facto de me pôr em relação com outros. Estar aqui hoje é político, falar em público é político. Onde há um colectivo há política.
O meu feitio seria mais não estar, mas encaro isto como parte de um trabalho que aceitei fazer desde que comecei a publicar, por acreditar que podia, devia, contribuir para os livros chegarem a mais alguém, respeitando eu tanto quem se recusa a fazer isso como quem o faz, por razões que são de cada um e de mais ninguém.
A minha opção é política, digamos. Uma forma de participação, de agir além da militância partidária. A militância não é a minha coisa, ainda bem que é a coisa de pessoas que admiro, entre as quais conto amigos. A minha coisa é escrever, falar dos livros, conseguir fazer disso uma acção.
Estou a voltar de três anos e meio a morar no Brasil. Um dia, a meio dessa estadia brasileira, pediram-me que gravasse um excerto de um conto de Clarice Lispector para o site do Instituto Moreira Salles. Era um conto em que a protagonista era portuguesa, daí o pedido, que a voz coincidisse com o sotaque. Como detestei aquela portuguesa do conto da Clarice. Tudo na boca dela era inho e ito. Era o Portugal dos Pequenitos com a nostalgia das grandezas. Aquele que diz “cá vamos andando com a cabeça entre as orelhas”, mas sofre de ressentimento. O Portugal que durante 40 anos Salazar achou que era seu, pobre mas honesto-limpo-obediente, como agora o Governo no poder quer Portugal, porque acha que Portugal é seu.
Estou a voltar a Portugal 40 anos depois do 25 de Abril, do fim da guerra infame, do ridículo império. Já é mau um governo achar que o país é seu, quanto mais que os países dos outros são seus. Todos os impérios são ridículos na medida em que a ilusão de dominar outro é sempre ridícula, antes de se tornar progressivamente criminosa.
Entre as razões por que quis morar no Brasil houve isso: querer experimentar a herança do colonialismo português depois de ter passado tantos anos a cobrir as heranças do colonialismo dos outros, otomanos, ingleses, franceses, espanhóis ou russos.
E volto para morar no Alentejo, com a alegria de daqui a nada serem os 40 anos da mais bela revolução do meu século XX, e de o Alentejo ter sido uma espécie de terra em transe dessa revolução, impossível como todas.
Este prémio é tradicionalmente entregue pelo Presidente da República, cargo agora ocupado por um político, Cavaco Silva, que há 30 anos representa tudo o que associo mais ao salazarismo do que ao 25 de Abril, a começar por essa vil tristeza dos obedientes que dentro de si recalcam um império perdido.
E fogem ao cara-cara, mantêm-se pela calada. Nada estranho, pois, que este Presidente se faça representar na entrega de um prémio literário. Este mundo não é do seu reino. Estamos no mesmo país, mas o meu país não é o seu país. No país que tenho na cabeça não se anda com a cabeça entre as orelhas, “e cá vamos indo, se deus quiser”.
Não sou crente, portanto acho que depende de nós mais do que irmos indo, sempre acima das nossas possibilidades para o tecto ficar mais alto em vez de mais baixo. Para claustrofobia já nos basta estarmos vivos, sermos seres para a morte, que somos, que somos.
Partimos então do zero, sabendo que chegaremos a zero, e pelo meio tudo é ganho, porque só a perda é certa.
O meu país não é do orgulhosamente só. Não sei o que seja amar a pátria. Sei que amar Portugal é voltar do mundo e descer ao Alentejo, com o prazer de poder estar ali porque se quer. Amar Portugal é estar em Portugal porque se quer. Poder estar em Portugal apesar de o Governo nos mandar embora. Contrariar quem nos manda embora como se fosse senhor da casa.
Eu gostava de dizer ao actual Presidente da República, aqui representado hoje, que este país não é seu, nem do Governo do seu partido. É do arquitecto Álvaro Siza, do cientista Sobrinho Simões, do ensaísta Eugénio Lisboa, de todas as vozes que me foram chegando, ao longo destes anos no Brasil, dando conta do pesadelo que o Governo de Portugal se tornou: Siza dizendo que há a sensação de viver de novo em ditadura, Sobrinho Simões dizendo que este Governo rebentou com tudo o que fora construído na investigação, Eugénio Lisboa, aos 82 anos, falando da “total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página”.
Este país é dos bolseiros da FCT que viram tudo interrompido; dos milhões de desempregados ou trabalhadores precários; dos novos emigrantes que vi chegarem ao Brasil, a mais bem formada geração de sempre, para darem tudo a outro país; dos muitos leitores que me foram escrevendo nestes três anos e meio de Brasil a perguntar que conselhos podia eu dar ao filho, à filha, ao amigo, que pensavam emigrar.
Eu estava no Brasil, para onde ninguém me tinha mandado, quando um membro do seu Governo disse aquela coisa escandalosa, pois que os professores emigrassem. Ir para o mundo por nossa vontade é tão essencial como não ir para o mundo porque não temos alternativa.
Este país é de todos esses, os que partem porque querem, os que partem porque aqui se sentem a morrer, e levam um país melhor com eles, forte, bonito, inventivo. Conheci-os, estão lá no Rio de Janeiro, a fazerem mais pela imagem de Portugal, mais pela relação Portugal-Brasil do que qualquer discurso oco dos políticos que neste momento nos governam. Contra o cliché do português, o português do inho e do ito, o Portugal do apoucamento. Estão lá, revirando a história do avesso, contra todo o mal que ela deixou, desde a colonização, da escravatura.
Este país é do Changuito, que em 2008 fundou uma livraria de poesia em Lisboa, e depois a levou para o Rio de Janeiro sem qualquer ajuda pública, e acartou 7000 livros, uma tonelada, para um 11.º andar, que era o que dava para pagar de aluguer, e depois os acartou de volta para casa, por tudo ter ficado demasiado caro. Este país é dele, que nunca se sentaria na mesma sala que o actual Presidente da República.
E é de quem faz arte apesar do mercado, de quem luta para que haja cinema, de quem não cruzou os braços quando o Governo no poder estava a acabar com o cinema em Portugal. Eu ouvi realizadores e produtores portugueses numa conferência de imprensa no Festival do Rio de Janeiro contarem aos jornalistas presentes como 2012 ia ser o ano sem cinema em Portugal. Eu fui vendo, à distância, autores, escritores, artistas sem dinheiro para pagarem dívidas à Segurança Social, luz, água, renda de casa. E tanta gente esquecida. E, ainda assim, de cada vez que eu chegava, Lisboa parecia-me pujante, as pessoas juntavam-se, inventavam, aos altos e baixos.
Não devo nada ao Governo português no poder. Mas devo muito aos poetas, aos agricultores, ao Rui Horta, que levou o mundo para Montemor-o-Novo, à Bárbara Bulhosa, que fez a editora em que todos nós, seus autores, queremos estar, em cumplicidade e entrega, num mercado cada vez mais hostil, com margens canibais.
Os actuais governantes podem achar que o trabalho deles não é ouvir isto, mas o trabalho deles não é outro se não ouvir isto. Foi para ouvir isto, o que as pessoas têm a dizer, que foram eleitos, embora não por mim. Cargo público não é prémio, é compromisso.
Portugal talvez não viva 100 anos, talvez o planeta não viva 100 anos, tudo corre para acabar, sabemos. Mas enquanto isso estamos vivos, não somos sobreviventes.
Este romance também é sobre Gaza. Quando me falam no terrorismo palestiniano confundindo tudo, Al-Qaeda e Resistência pela nossa casa, pela terra dos nossos antepassados, pelo direito a estarmos vivos, eu pergunto o que faria se tivesse filhos e vivesse em 40km por seis a dez de largura, e antes de mim os meus antecedentes, e depois mim os meus filhos, sem fim à vista. Partilhei com os meus amigos em Gaza bombardeamentos, faltas de água, de luz, de provisões, os pesadelos das meninas à noite. Depois de eu partir a vida deles continuou. E continua enquanto aqui estamos. Mais um dia roubado à morte.

08 abril 2014

conversas de piscina são como as dos elevadores



repetem-se como as estações:

chegou o sol e a primavera.

depois vem aí o verão e o outono e o inverno..

'a gente até se sente mais leve e melhor com calor e luz.

04 abril 2014

Revisão da lei do AMOR!!!



O Bem e o Mal são para quem o faz (sabedoria popular)

Querida Azucena – disse-lhe ele – toda a acção que realizamos repercute-se no Cosmos. Seria uma arrogância tremenda pensar que somos o todo e que podemos fazer o que nos apetecer. Somos o todo mas somos um todo que vibra o Sol, com a Lua, com o vento, com a água, com a terra, com tudo o que se vê e o que não se vê. E tal como o que está fora determina o que somos, assim também tudo o que pensamos e sentimos se repercute no exterior. Quando uma pessoa acumula no seu interior ódio, ressentimento, inveja, raiva, a aura que o rodeia torna-se negra, densa, pesada. Ao perder a possibilidade de captar a Luz Divina, a sua energia pessoal diminui e, logicamente, a que a rodeia também. Para aumentar o seu nível energético, e com ele o nível de vida, é necessário libertar essa energia negativa. Como?

É muito simples. A energia do Universo é uma. Está em constante movimento e transformação. O movimento de uma energia produz um deslocamento de outra. Por exemplo, quando uma ideia sai da mente, a sua passagem abre um caminho no Éter e deixa atrás de si um espaço vazio que será necessariamente ocupado, segundo a lei da correspondência, por uma energia de qualidade idêntica à que saiu, pois foi deslocada no mesmo nível. Isto é: se uma pessoa lançar uma ideia de onda curta, receberá energia de onda curta, porque foi nesse nível de vibração que se lançou a ideia original. Como nas estações de rádio, a sintonia mantém-se. Se uma pessoa sintonizar a Charita del Cuadrante, ouvirá a Charita del Cuadrante. Se uma pessoa quiser ouvir outra estação terá de mudar de sintonia. Portanto, se uma pessoa enviar ondas de energia negativa, receberá ondas negativas.

Ora bem, existe outra lei que diz que a energia que permanece estática perde força e a energia que flui aumenta. O melhor exemplo é dado pela força do rio e pela água do lago. A do lago está estática e, portanto, tem a sua capacidade de crescimento restrita. A do rio circula e aumenta na medida em que se nutre dos ribeiros que encontra no seu caminho. Vai crescendo e crescendo até chegar ao mar. A água do lago nunca poderá tornar-se em mar. A do rio sim. O mar nunca caberá num lago. Mas o lago no mar, sim. A água estagnada apodrece, a que flui purifica-se. O mesmo acontece com uma ideia que sai da nossa mente. Por isso se diz que, se uma pessoa fizer o bem, este voltará a ele ampliado sete vezes. A razão é que no caminho ele vai nutrir-se de energia da mesma afinidade. Por isso deve-se ter cuidado com os pensamentos negativos, pois correm com a mesma sorte.

Se as pessoas soubessem como funciona esta lei, não estariam tão interessadas em acumular pertences materiais. Vou-te dar um exemplo muito grosseiro. Se uma senhora tiver o seu armário cheio de roupa e quiser mudar o seu vestiário tem que deitar fora a roupa velha, pô-la em circulação para que a nova venha. De outra forma é impossível, pois todos os cabides estão ocupados e não há forma de aumentar dentro do armário. Tem um espaço limitado. O mesmo acontece com o Universo. Não aumenta. A energia que se move dentro dele é a mesma, mas está em constante movimento. De cada um depende o tipo de energia que vai entrar dentro do corpo. Se mantivermos o ódio dentro do corpo, como a roupa velha, não deixará espaço para o amor. Se se quiser que o amor chegue à vida, será necessário libertarmo-nos do ódio seja como for. O problema é que, segundo, a Lei da Afinidade, ao deslocar-se o ódio recebe-se ódio. A única solução é transformar a energia do ódio em amor antes que saia do corpo. A encarregada destas tarefas era a Pirâmide do Amor.

(A Lei do Amor de Laura Esquivel)