12 março 2024

E assim vai o país, Marcelo!


A nova AR:


79 deputados do PSD; 77 do PS; 48 para o CHEGA; 8 da Iniciativa

 Liberal; 5 no Bloco de Esquerda; 4 na CDU (Coligação Democrática

Unitária), no LIVRE e por apurar.

Um parlamento com 230 deputados na AR com 48 do Chega é muita oratória falhada.

O centro encontra-se em empate técnico à espera que os emigrantes desempatem:  nenhum dos líderes centrais (Montenegro pelo PSD e Pedro Nuno Santos pelo PS) convencem.

Neste momento, fica o país a perder, com um elefante na sala chamado ‘CHEGA’ que a ver pelo Líder só pode piorar, se é ele aquela burlesca criatura para quê continuar!?

O Livre apresenta um grupo parlamentar e perde a imagem de ser unipessoal; e ganha nome como “esquerda verde e europeísta”. São eles, Rui Tavares, Isabel Mendes Lopes, Jorge Pinto e Paulo Muacho.

50 anos desde o 25 de Abril mereciam melhor 

festejo!

11 março 2024

Não sei...


Se é mais fácil viver acompanhado e se não encontras par é uma treta

onde pode ser o voto de contestação? hummm... no Chega!

Fraca comunicação

https://www.legislativas2024.mai.gov.pt/resultados/globais 20 partidos, 57% nos dois maiores partidos (PS e PSD) + 18% no 'assustador'  Chega!

A AR com 50 grunhos aos berros não vai ser perceptível.

Espera-se por uma AR confusa e muito pouco parlamentar: uma balbúrdia!

Marcelo, oh Marcelo, também ajudaste a este imbróglio!!!

Se18 partidos sobravam porque é que votaram todos no pior? no mesmo: o Ventura tem carisma com o segurança negro?

Já se fala em novas eleições ainda para este ano...

10 março 2024

postal do dia por Luís Osório



Peço-te com o coração nas mãos que no domingo faças o que eu te digo

1.
Hoje é o último dia da campanha eleitoral.

Decidi não escrever/falar aqui de política partidária. Há demasiados “postais do dia” partidários, mas poucos postais sobre pessoas concretas, heróis improváveis, figuras da cultura ou amadas pelo povo. 

Há muito poucos postais sobre quem se leva a sério, sobre a importância do detalhe, sobre o amor e o desamor, sobre a morte e a esperança, sobre o medo e a infância, sobre a vaidade e o vazio. 

Não me falta lenha para todos os dias querer falar contigo. 

Deixo o exercício nobre de pensar sobre a política para outros fóruns. 

2.

Porém, deixa-me que te peça… 

… sabendo que temos uma relação próxima, que me ouves mesmo que não concordes muitas vezes, que me ouves mesmo sabendo que não penso como tu ou que sou a tua alma gémea. 

De uma maneira ou de outra, tratamo-nos como amigos. 

Não me importa que sejas de esquerda ou de direita, desde que a tua esquerda ou direita consiga fazer pontes com quem não pensa como tu. 

Não me importa que sejas do Sporting, Benfica ou Porto, desde que possamos ir à bola juntos. 

Não me importa o quanto estás zangado ou zangada com o país, desde que isso não signifique desistência ou ressentimento.

3.

Quero pedir-te para ires votar no domingo. 

Faz isso pelos comunistas que tombaram no combate contra a ditadura, pelos que deram o melhor das suas vidas ou morreram nas prisões de Salazar. 

Mas faz isso também por Francisco Sá Carneiro que não poderia ter vivido o grande amor da sua vida se não existisse liberdade e democracia. 

Vai votar no domingo por Mário Soares que viveu longos anos sem ver os filhos, que nasceu de boas famílias e abdicou do conforto de uma vida mansa para perseguir a utopia. 

Mas faz isso também por Freitas do Amaral ou Adelino Amaro da Costa que foram referências de tolerância e de respeito por uma democracia - cristã que hoje quase já não existe. 

Faz isso pelos quatro portugueses que morreram no dia 25 de Abril. Saíram de casa para festejar o fim da ditadura, mas não chegaram a ver o anoitecer de um dia que achavam iria ser o mais feliz das suas vidas.

Sai de casa e vota. 

Onde quiseres, mas vota. 

Faz isso por Salgueiro Maia que nunca quis nada em troca. E pelos capitães que arriscaram a vida naquela madrugada. 

Mas faz também por Gonçalo Ribeiro Teles e António Guterres, por José Saramago e Agustina, por Siza Vieira e Paula Rego, por Tolentino de Mendonça e Eduardo Lourenço, por Ruy de Carvalho e Eunice… 

Faz a cruz na democracia e na liberdade. 

Acredita em Portugal, acredita e faz a tua parte. 

Não deixes aos outros, aos ressentidos, aos vingativos, aos de maus pensamentos, a possibilidade de decidirem por quem respeita o outro em todas as circunstâncias. 

Encontramo-nos no domingo, bebemos um café e damos um abraço.

09 março 2024

.Nancy Vieira apresentação de Gente no B'Leza


África é grande e Cabo Verde, Guiné Bissau, Marrocos e África do Sul terão tantas diferenças como a Alemanha, Canadá, Japão ou Brasil.

A terra natal dela é Guiné Bissau.

Ontem Nancy Vieira encheu o palco do São Luís de alegria, ritmo, convívio e boa disposição; uma palavra para Amélia Muge que produziu este CD!

Chamado GENTE!

08 março 2024

- Crónica Feminina –


- Crónica Feminina –

Talvez se dê menos importância à mulher do que seja devido.

Ela não é só cuidado, tem nela uma força que vai para lá do corpo e 

da razão.

É quase natural a forma como se impõe sem medo na alma, tem 

força não musculada.

É pena só no dia de hoje, 08 de março, percebermos isso ou hoje 

damos-lhe mais importância, mas ELA é inspiração onde nós só 

somos expiração.

Nós e elas não estamos em luta, ela é superior ao ser humano, sem 

ela não existias.

Todos nós viemos, nascemos do corpo de uma mulher.

O homem apropriou-se do espaço público quando a mulher estava 

preocupada a cuidar dos futuros homens e mulheres. Ela é que cria 

igualdades

Há uma luta de géneros e gerações anterior aos nascimentos.

Só recentemente, a mulher ganhou um espaço envergonhado na 

política e com menos à-vontade masculina, têm mais treino!

Porquê? Porque há uma forma de ocupar o palco machista.

Ela é mais discreta, menos presunçosa.

Ela é o lugar que se aprende a dar ao outro.

Legislativas 2024: o que quer o LIVRE para as pessoas com deficiência?


Na verdadeira amizade, em que sou experimentado, dou-me mais ao meu amigo que o puxo para mim. Não só prefiro fazer-lhe bem a que ele mo faça mas ainda que ele o faça a si próprio a que mo faça; faz-me ele, então, o maior bem possível quando a si o faz. E se a sua ausência lhe for quer prazenteira quer útil, torna-se-me ela bem mais agradável que a sua presença; e de resto não é propriamente ausência se há meios de comunicarmos um com o outro. Tirei outrora partido e proveito do nosso afastamento. Em nos separando, melhor e mais amplamente entrávamos em posse da vida: ele vivia, fruía e via para mim, e eu para ele, mais plenamente que se ele estivesse presente. Uma parte de cada um de nós permanecia desocupada quando estávamos juntos: fundíamo-nos num só. A separação espacial tornava mais rica a união das nossas vontades. A insaciável fome da presença física denuncia uma certa fraqueza na fruição mútua das almas.

Michel de Montaigne

06 março 2024

Futuro és de novo o meu país LIVRE;


Futuro és de novo o meu país LIVRE; vejam a página (link) para não serem enganados!

— Porque apoiamos o LIVRE

Queremos regressar ao futuro. É preciso voltar a dar horizonte à política. Atravessar os ecrãs e as manchetes do dia seguinte e construir uma visão que junte o melhor de nós. Só com esperança, só com o ânimo que vem da esperança, poderemos vencer os discursos de ódio e as soluções passadistas.

Queremos mais e sabemos que esse “mais” não só é possível como é necessário. Esta nossa esperança é uma força, é uma inspiração, é uma exigência.

Queremos um Portugal mais justo e mais vivo: um Estado social fortalecido, que não se contente com mínimos, mas que crie condições para que cada um possa ser o máximo de si próprio.

Queremos trazer para os lugares de decisão uma visão ecológica, que não seja mero carimbo para momentos eleitorais, mas que se traduza numa ação real, quotidiana, transversal a todas áreas, de proteção do planeta e de cuidado para com a natureza.

Queremos um país positivo, ambicioso, onde a ciência, a educação, a cultura não sejam vistas como “custos”, mas como os “trunfos” que, de facto, são. Um país que ligue o conhecimento à vida e à economia real, e que consiga guardar os seus talentos para vencer na Europa e no mundo.

Nos cinquenta anos do 25 de Abril, queremos um país ainda mais Livre.




02 março 2024

Ajuda


 

‘A cidade de Lisboa está dividida em 24 freguesias agrupadas (…)

A freguesia da Ajuda foi uma das mantidas aquando da organização administrativa da cidade de Lisboa.’ (in Wikipédia, no dia de hoje, 02 de março de 24)

Ah, não era isto: este texto vai servir-se muito da Analogia como ajuda para se expressar.

Em todos os momentos do jogo há ajuda, é interventiva e interfere, pedindo licença, quase sempre: posso ajudar é uma expressão muito ouvida.

Desde o início ao fim, pelo meio e/ou nos intervalos, é quando se joga a vida que se ajuda.

Vivemos num clima de ajuda mútua; todas as personagens se enquadram no seu papel na peça ativa da vida, no filme vivido não se sabe, por vezes, se ajudamos ou somos ajudados; é a tal história da interdependência.

E as personagens, que somos nós, vivem/vivemos dando mais importância ou menos ao seu papel de ser mais ou menos egoístas e/ou altruístas, dar mais e/ou menos ajuda.

Desde o nascimento à morte.

Em qualquer situação que penses existe uma ajuda.

Seja ela feita como autoajuda ou para quem vive connosco.

Em todas as situações e rotinas, na vida, que pensas fazer.

Ajuda é uma palavra banal para definir o Amor que existe em todas as relações e acontecimentos no dia a dia.

Os bebés, recém-nascidos, velhotes precisam de mais ajuda, são mais dependentes e por vivermos numa sociedade onde existimos uns com/para os outros, ajudamos para combatermos as necessidades.

 

Não está mal distribuída a ajuda, há sempre muitas mãos a querer ajudar em qualquer lado: ajudar ajuda e a prestação de cuidados é feita, mesmo que não queiras, por inúmeras mãos, quando circulas em cadeira de rodas.

Não é consensual esta questão no meu staff, mas acho que podia ser bem pior.

Há que saber ser ajudado também, embora ganhes truques e formas de fazer particulares quando te tornes limitado.

É conhecido pelo meu staff de cuidadores que me devem trancar o pé esquerdo para levantar da cadeira de rodas.

Há pessoas com o dom de saber ajudar, e melhoram a vida!

Todos precisamos de ajuda e de ajudar, faz parte do jogo social esta interação: todos temos profissões que interagem com outras de que beneficiamos.

Todos precisamos de pão, leite, vegetais, frutas, carne e peixe e quem os cria clientes, todos precisamos de alimentação e dinheirinho para suster as necessidades.

O dinheiro e o mercado são das mais belas invenções do ser humano.

Todos precisamos da paz, do pão, da educação, da saúde e da habitação e com estas cinco palavrinhas apenas nascem cuidados e profissões.

Mães, pais, avós e avôs, amigos, familiares, colegas são parte de cada um dos grupos abaixo. Todos podem interagir e interagem uns com os outros.

A sociedade é móvel, dinâmica e comunicativa

Paz: PSP, GNR, BV…, seguranças.

Pão: mercadores, cozinheiros, merceeiros, etc.

Educação: professores, educadores, animadores, etc.

Saúde: auxiliares, enfermeiros, terapeutas, médicos, etc.

Habitação: Arquitetos, engenheiros, obreiros, etc.

Sociedades tão diferentes como a da Argentina, a do Canadá, a da Guiné, a de Portugal, do Vietname com mudanças assombrosas de pessoa para pessoa (internamente os feitios mudam hora a hora), de casa para casa, de divisão para divisão, de rua para rua, cidade para cidade, de país para país, de época para época mudam imenso.

A ajuda pode ser dada de muitas formas diferentes: a ajuda é um conceito muito lato e todos podem e devem participar na vida pública interagindo com os outros.

Usufruo mais de ajuda do que os outros desde que o automóvel foi surfar fora da estrada e posso dizer que a sociedade não está nada mal protegida desde o início.

Tornei-me resiliente, o que ajuda, é como um comprimido que deve ser tragado embebido em otimismo.

 Plátano – ambulância – hospital – hospital – hospital (centros clínicos - Fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala, hidroterapia, hipoterapia, reiki e alternativas) – contactos com amigos – visitas que vêm abrandando até já não estar em perigo.

A ajuda tem sido intensa, por muitas mãos já passou este belo corpinho, muito amor. (isto soou muito mal…)

Foi um autoconhecimento do EU e de muitos que se tornaram mais próximos e entre eles: ‘iam visitar o Belo Adormecido!’, em matilha, quando estava em coma.

Iam ajudar: se não fosse esta Ajuda que me puxou para CÁ, tinha ficado LÁ!

 


29 fevereiro 2024

- Os livros oferecem desafios –



Não se homenageia só os mortos.

Às vezes, só percebemos a falta que
nos fazem depois de mortos, havia
um vivo que eu conheci que tinha o
dom da piada e quando estavam a
mandar vir com ele dizia ainda vão ter
saudades minhas, vão ver?

E tinha razão, o bandido!

Talvez devêssemos homenagear mais
os vivos, mas perdia-se raridade.
Jorge Abegão é uma pessoa com
carisma, que transmite Amor pela vida
dele, de que disfrutamos.

O Abegão, que tem  o dom de me
oferecer sempre (2 livros – o sempre
deve ser usado para números
superiores), que me mudam a vida.

O 1º - Ética – de Baruch Espinosa,
mudou e o 2º - Ensaios de Montaigne -
ainda não li.

O Sempre para um livro é porque o
BARUCH é mesmo fixe!



O que sei é que o companheiro tem
piada e descobriu o fascínio recente de
ser avô, o que deve trazer novo ânimo
à sua graça.

O último vinha com um cartão para te
alimentar a escrita, enfadonha, digo
eu, já deve estar farto dos meus
escritos.

Os livros.

Oferecem imenso, oferecem ideias,
momentos, imaginações, abstrações,
viagens.

Cada livro oferece coisas diferentes.
Deve dar gosto encontrar um bom livro
para partilhar com este, esta e aquela
ou aquele.

Com quem gostas e queres fazer voar
num abraço apertado e que abstrai.

A vida é como um livro novo que nunca
se sabe o que vai ser a cada página,
capítulo, leitura, onde e quando o lês, a
cada momento.

Há quem seja bom leitor, mau, é
preciso manter hábitos de leitura para
ganhar rotinas e horas, locais para ler.
Dás e emprestas um livro a alguém que
desejas bem, que acreditas que vai
usufruir dele, passar bom tempo com
ele, a quem desejas bom futuro.

Dar um livro é de bom amigo.

Dar coisas é de bom amigo, prendes-
nos no afeto de onde ganharemos
liberdade.

Depende do que seja, há quem tenha
muito jeito para oferecer boas prendas
e outras nem por isso.

68 – A Amizade –


Tem que se lhe diga uma amizade!

Não é sorte.

Ou, talvez seja, encontrar tal pessoa X em dado lugar Y em Z tempo possa ser acaso, mas manter a relação já implica gostares, necessitares algo nela.

A necessidade fica aquém do grau de amor que uma amizade precisa.

Há gente com muita qualidade a manter amizades, nunca uma amizade é mantida apenas por uma pessoa, no entanto: ‘eu não tenho amigos porque amigos me não têm!’

Um conhecido que vês uma vez ou duas não se pode chamar de amigo, é provável que nunca mais se vejam se não fizerem por isso.

Nem sempre estamos abertos para a amizade, nem sempre temos vontade de estar com essas pessoas.

A amizade é mais dada às pessoas que são extrovertidas, pouco introvertidas.

Fazem mais facilmente amigos, as pessoas que saem da caixa constantemente.

Talvez não: há vários tipos de amizades.

É individual, mas há quem só a conheça em grupo.

Há pessoas e profissões que sabem ser amigas, profissões da saúde e do cuidado onde és melhor por tratares bem do outro.

Pode praticar-se a amizade: o bem receber e acolher num sorriso.

Que têm na sua personalidade ser amigas.

Em grupos que se encontram habitualmente há sempre rotinas da amizade a que sabe bem regressar e reencontrar porque sabe bem-estar com aquelas pessoas.

Adoça-te a alma, gostas de pensar nelas.

Diariamente,

Semanalmente,

Mensalmente,

Anualmente.

Só no telemóvel ou por email.

Só por escrito ou por voz.

Conservar amigos implica vontade, trabalhar para isso.

Não é certa, a amizade, é preciso sabermos cuidar dela.

Não é constante.

Deixá-la respirar.

Quando andas em grupo e tens atividades parece mais óbvio.

Quando és calado, isolado, introvertido talvez prefiras estar longe dos amigos.

O tempo e o espaço são dois padrões, limites.

Não há regras para a amizade, é daquelas magias humanas e sociais que cada um utiliza como, quando e onde quer.

 

 

23 fevereiro 2024

- Solidão –


Eu não ando só, só ando em boa companhia!

Antes só que mal acompanhado.

 

É preciso grande saber para ser feliz sozinho.

Aprender e há pessoas que têm grande qualidade no estar sozinho.

Há outras que ganham energia nas outras pessoas.

Nunca ninguém está realmente sozinho.

Só talvez quando pensas e imaginas sonhos.

Sozinho: ou está sempre ou nunca.

Depende do que consideras que é estar sozinho.

Podemos estar cheios de pessoas à volta.

E sentir solidão sem termos sótão.

Basta que não estejamos em sintonia com os outros.

Ter muitos amigos e nenhum perto.

Atualmente, dificilmente, estás só, na prática.

Só se quiseres, e, às vezes, nem querendo.

Em teoria, podes sempre escolher estar acompanhado.

Por telemóvel.

Por computador.

Por televisão.

Podes sempre preferir, e às vezes, conseguir ter o privilégio de estar sozinha.

Há quem tenha grande qualidade a estar sozinha.

É preciso ter experiência, treino.

Há quem tenha tele móvel.

E pouco contato com eles.

Com pessoas.

Gente estranha.

Refugiada.

O telemóvel já pouco serve para conversar, falar.

Estar só é bom, pode ser gratificante.

Quando a casa está repleta de gente.

Na multidão às vezes esconderes-te é um refúgio.

No silêncio da noite.

No silêncio.

Há alturas em que é claustrofóbico estar no meio das multidões.

No trânsito.

Em fila.

No comboio na primeira e na última carruagem.


o processo educativo...

- O Processo educativo –

Processo educativo torna o tema pesado.

A ideia de processo é fabril.

Ultrapassa a ideia de família e de casa.

De filho passas a ser aluno.

Educação é mais artesanal e primária.

Mais escolar.

De mãe e pai passas a ter professoras e professores.

Doutoras e doutores,

Cientistas e mestres.

Nas mais variadas áreas,

Conhecimentos

E interesses.

Sais de casa para as escolas.

Há muitos locais onde és pessoa e nele há uma troca onde educas e és educado.

Em todas as relações te formas, cresces, melhoras e/ou pioras.

Tenho ideia de que o crescimento.

É feito ao longo da vida, Step by Step.

Nunca paras de crescer, é vida, é o nosso fado!

Podemos ser educados em todo o lado, até no WhatsApp!

Pode nem sempre complicado,

Nem sempre ser pesado.

Ser mais leve e livre.

Mais descontraído.

Não é defeito, é feitio.

Todos somos melhor ou mais mal-educados.

E há nesta coisa da sociedade complicações.

E simplicidades.

Para cada um.

Cada pessoa.

Cada espaço tem cuidado nas relações.

É preciso alguma vontade de seres melhor.

Ser melhor não é o mesmo para toda a gente.

Se conseguirmos guardar o Amor com que fomos criados.

Oiço muita gente queixar-se da escola.

Que nos padroniza, forma iguais.

É com cada um ser diferente.

E identificar suas diferenças.

Se queremos como pais proteger os filhos.

Talvez seja uma intrusão num papel de professor

Treinador que não é nosso e os educadores são cada vez mais.

Somos todos educadores uns dos outros.

Devemos acreditar no papel social.

E acreditar que a certa altura os filhos

Têm que voar e seguir vidas a solo.

Ser autónomos.

Todos tivemos essa luta que na fase adolescente

É complicada.

O processo será sempre diferente por mais alunos, filhos, professores e pais existam.

Por mais pessoas que existam serão sempre diferentes.

Não há duas vidas iguais.

 


20 fevereiro 2024

na altura é mais complicado ficar calmo!!!


OUVIR este senhor, Luís Osório, alimenta o dia!!!

https://www.rtp.pt/play/p12796/postal-do-dia

1. Diogo Ribeiro tem 19 anos e alcançou o topo do mundo.

Fê-lo numa modalidade onde os maiores especialistas diziam que nunca um português haveria de ganhar uma medalha de ouro – e se quisessem candidatar-se a um milagre teriam de treinar nos Estados Unidos ou num centro de alto rendimento em Londres, Paris ou Melbourne. Diogo Ribeiro tem 19 anos, pouco mais de 1,80 metros, nunca treinou fora de Portugal e é bicampeão do mundo de natação numa especialidade de gigantes de dois metros, os 50 e 100 metros mariposa, as últimas provas em que um português poderia ganhar se porventura acreditasse em milagres.

2.

Ainda não tem vinte anos, mas aquilo que viveu ofereceu-lhe a possibilidade de ter experiências para a troca – é como se tivesse três ou quatro coleções de cromos a mais que agora distribui pelos lugares e pessoas por onde passa.

É que Diogo Ribeiro ainda há dois anos estava numa cama de hospital depois de um desastre de mota.

Quando viu a cara pesarosa dos médicos que o receberam teve a certeza absoluta, mesmo que por umas horas, de que não iria voltar a poder competir, que nunca mais poderia regressar a uma piscina.

Ficou internado com hematomas em todo o corpo, queimaduras nas pernas, um pé fraturado, uma enorme dificuldade em respirar, o ombro deslocado e sem um bocadinho do indicador direito.

Chorou pelo fim de uma carreira em que acreditava.

Só que as lágrimas deram lugar ao combate.
Os exames foram animadores e ele recuperou.

Um mês de cama onde pensou muito sobre o que desejava para si. Sobre os erros que não poderia voltar a cometer. Sobre a dedicação que teria de ser multiplicada. No silêncio jurou que nunca mais falharia no essencial: fazer o melhor possível para atingir o seu limite era a única opção.

3.

E falou com o pai.

Um pai que mitificou a partir do momento que teve a consciência de que nunca mais o iria ver.

Um pai que perdeu aos 4 anos.
Um pai que o ajudou a definir-se na ausência e uma mãe que o definiu quase por completo. A Teresa que hoje também aplaudimos. Porque foi ela quem o convenceu a inscrever-se na natação para não se perder na obsessão por uma ausência.

Não se perdeu.

Na solidão de milhões de braçadas na piscina, o Diogo foi capaz de encontrar um sentido.

E depois na solidão de um hospital, foi capaz de encontrar o segredo para se tornar o melhor do mundo.

Aos 19 anos é o melhor nadador português da história.

E nos próximos Jogos Olímpicos poderá reservar o seu lugar no Olimpo.

Texto e programa de Luís Osório

18 fevereiro 2024

Joseph Conrad

“A vida é uma coisa divertida – aquele arranjo 

misterioso de lógica impiedosa com um 

propósito fútil. O máximo que você pode 

esperar disso é algum conhecimento de si 

mesmo – que chega tarde demais – uma 

colheita de arrependimentos inextinguíveis 

(...)'



“Droll thing life is--that mysterious

 arrangement of merciless logic for a futile 

purpose. The most you can hope from it is 

some knowledge of yourself--that comes too 

late--a crop of unextinguishable regrets (...)'

10 fevereiro 2024

Que Deus nos LIVRE!


O desejo é que votem no Rui Tavares em 10 de Março e que venha uma maioria de esquerda sem maiorias absolutas.

Acho que a nova Geringonça já teria gente nova e inteligente: Mariana Mortágua; Rui Tavares;  Paulo Raimundo e Pedro Nuno Santos.

O miúdo é forte e fala bem, queremos gente desta na AR e no Governo, qualquer pessoa que veja os debates na televisão fica com óptima sensação do Rui, é o melhor em campo!

André Ventura, como alguém disse, parece um teenager numa sala de jogos, sem saber para onde há de virar-se, é um miúdo!

06 fevereiro 2024

A sobreposição de Lisboa in DN

por António Brito Guterres 

(TRAFICANTE DE SONHOS)

O atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa não nasceu na cidade. O seu antecessor também não, e o último presidente da câmara nascido na cidade não era branco. Para quem como eu cresceu em Lisboa, é tudo normal, e seria uma normalidade ainda mais merecida se as suas elites fossem a cara da diversidade histórica e atual.

Em 2018, um estudo da Universidade Católica apoiado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre Identidades Religiosas e Dinâmica Social na Área Metropolitana de Lisboa remata que, dos inquiridos - uma amostra com base no perfil da população -, apenas 33% dos seus habitantes nasceram na região.

Escrito de outra forma, isso quer dizer que 66% da população da Área Metropolitana de Lisboa nasceu noutro sítio, sejam outras localidades do país, Europa, Ásia, América ou África.

Por isso, não é de surpreender que, em 2020, a autarquia de Lisboa tenha definido a cidade - de forma unânime - como antirracista.

Mais audaz, é a candidatura da capital portuguesa a Património Mundial da UNESCO como Lisboa Histórica Cidade Global sugerindo a sua história passada, os “Descobrimentos” e a diversidade de povos presentes em Lisboa como indicadores da primeira cidade global. Digo audaz, porque essa promoção histórica esconde que boa parte dessa diversidade de povos não era livre.

Essa tentativa de ocultar alguns processos históricos é parte da sobranceria de uma suposta sociedade ocidental tolerante que nos impede de olhar realmente para o que somos e permite simularmos que somos outra coisa.

Sobre o nascimento de Lisboa, tanto do ponto de vista mitológico - como cidade fundada por Ulisses -, como do das disputas históricas que a colocam como povoado fenício, cartaginês ou tartesso, em todos os casos, a cidade é composta por populações dos dois lados do Mediterrâneo.

É de interesse geral saber que após o Período Pré-histórico, a população de Lisboa se baseava estruturalmente em berberes com influências fenícias e de Cartago. É essa a população - base de uma Lisboa posteriormente existente, que substituiu e assimilou as últimas comunidades de caçadores - recoletores da região. Somos mouros, portanto.

Do período árabe, há alguns fatores distintivos da cidade. Ibn Hude al-Gudame foi um escritor negro que foi nomeado Váli (governador) de Lisboa no século X, o primeiro caso na península e de acordo com José-Augusto França “a aceitação do negro al-Gudame como governador (...) não deixará de significar uma abertura de espírito dos habitantes da cidade”.

Também vos podia falar da alface (palavra árabe) que veio definir a alcunha dos seus habitantes, ou da forma como atribuímos a categoria de saloios aos habitantes da sua periferia rural, cunho derivado do grupo de muçulmanos que eram taxados para cultivar fora das fronteiras do burgo.

Podemos lembrar, aos que estão tão preocupados com os que vêm de fora, que foram os Cruzados, um grupo de estrangeiros formado por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e germanos, que conquistaram a cidade para ser anexada ao reino de Portugal, numa guerra santa que incluiu o saque, violações em massa e a decapitação do seu bispo (sim, as três principais religiões monoteístas conviviam na cidade).

E não esquecer a forte influência negra na cidade, propositadamente esquecida e arrumada em categorias marginais da aprendizagem. Saber que há 600 anos e durante séculos, onde agora é a Madragoa e a Lapa, havia o Bairro do Mocambo, um bairro formal e fiscal, com a originalidade de ser o único bairro na Europa com uma denominação de língua africana: umbundo.

Os africanos que, enquanto pessoas escravizadas vindas diretamente de África ou do Brasil, contribuíram com a fofa e com o lundum para a fruição que originou o fado, ou para o estabelecimento de uma das mais importantes romarias religiosas da cidade até ao Santuário da Atalaia, no Montijo.

Da história e do presente, nunca houve substituição em Lisboa, mas sim sobreposições: de civilizações e pessoas, em que quem vem fica, montando a sua vida sobre o que existe e acrescentando de si, construindo novos entornos.

Uma marcha sobre Lisboa, contra a sua islamização e com tarjas anunciando que vão “reconquistar Lisboa aos Mouros”, só não é caricato porque sabemos o que querem, mas faz lembrar aquela vez em que um grupo de nazis portugueses foi à Alemanha conviver com os seus congéneres e foram expulsos, por serem mouros.

Pelo caminho, e tendo em conta que o líder do Chega já falou várias vezes - inclusive no Parlamento - sobre a teoria da substituição populacional em curso e sabendo que elementos do Chega estão envolvidos na mobilização para hoje, 3 de Fevereiro, o tempo que se dá a André Ventura nos media podia servir para saber o que diz sobre este assunto, não?


Investigador