com indole curricular pelo jaferreira:

Aí, das Caraíbas, sugeriste-me escrever, “com índole curricular” – coisa que não sei o que é! –, um texto subordinado ao tema “o que é um deficiente”.

Tal prosa parece que tem um destino grandioso, qual seja o de uma qualquer plataforma electrónica, oficial ou oficiosa, je ne sais pas,!



Em todo o caso, a coisa presta-se a algum exercício, pelo que aí vai o que a palavra me suscita.



Deficiente é aquele ou aquela coisa que não é eficiente, que tem defeito... que tem vícios! Defeito é um substantivo que, à primeira, associo mais às coisas do que às pessoas. Estas tem desarranjos, patologias, características mais ou menos desagradáveis …. As coisas com defeitos trocam-se, podem comprar ou vender-se mais baratas, por exemplo.



É certo que antes de qualificadas por deficientes, as gentes eram classificadas como inválidas, coisa bastante mais radical e própria das posturas das câmaras municipais do estado novo. Inválido, hoje em dia, só os iogurtes para além da data constante da embalagem; ou as certidões caducadas, os cartões de crédito que não passam nas máquinas, sei lá!



Por isso, se tivesse de escolher ser inválido ou ser deficiente, sempre preferiria ser este àquele.



É que, como dizia La Rochefoucauld, “se não tivéssemos tantos defeitos, não nos agradaria tanto notá-los nos outros” (dá um jeitão, um dicionário de citações à mão!).



É assim que deficientes somos todos nós!