31 janeiro 2011

um processo



um caminho, uma rua, um traço de luz, gente e mais gente, hospitais, médicos, terapeutas, beijos, sorrisos, corpos, água, animais.

começo-plátano; meio-agora; fim-andar e falar, correr e gritar!

um fim, este:

"Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro"

ou outro. os fins são criados por nós ou não!

30 janeiro 2011

Amigo (da mana clarabela)

Amigo é um ser diferente dos outros
É alguém que ama, com atenção.
Que ajuda e que quer ajuda
Que quer ser amado e que nos procura.
Amigo é um ser diferente dos outros
Muito bonito... por dentro
Que ensina e que aprende
Que confia e que quer confiança
Amigo é um ser diferente dos outros
Tão especial...

nós sem os outros não somos nada!

um pai pelos filhos

Era uma vez, um menino-pai q crescia e parecia ter tomado algo q o rejuvenescia na alma, melhor q rejuvenescia-o sempre enquanto envelhecia!

De facto, n se percebia bem se o mundo havia sido criado para brincar com o ele ou se ele havia nascido para brincar com o mundo.

Nasceu em S. Mamede. Cresceu na elite de campo de Ourique, foi-se afastando daí sempre deixando lá apoio! Meteu-se nas teologias, aprimorou-se, aprendeu o q era a pessoa, ganhou sensibilidade

Daí o Nan passara a um ser mais racional no técnico, que aquilo da universidade não era brincadeira, ganhara lá o toque genial de cruzar a perna enquanto lia o jornal.

Farto de armar aos cucos, meteu-se na palavra e na revolução, cresceu-lhe a barba, deu-se com Zecas e tal.

Descobriu, às tantas, q a conversa fazia pensar, ora aquilo, deu-lhe para escrever, descobriu q até tinha jeito para ensinar e q ensinando aprendia! Descobriu q viver podia ser divertido!



Descobriu isto enquanto comia uma torrada cheia de manteiga. Derretendo-se lentamente, a manteiga e ele. Depois foi-se embora. Foi de S. Mamede que partiu? Ia para Campo de Ourique? Já não me lembro. Só me fixei na torrada e nos pormenores que derretem. Seria preciso toda uma viagem na memória dele, refazer mil coisas e mesmo isso não bastaria: seria preciso, direitamente, dobrar o tempo ao contrário.

A única coisa que retive do que aconteceu depois foi isto que ele que me disse: "à chaque jour suffit ça peine". Em francês e tudo. Caraças. De início percebi mal e entendi: "à chacun suffit ça peine". Mas não era isso. Mais tarde percebi que não podia ser essa a frase, até porque não era verdade. Alombamos com as nossas penas e com as dos outros também. Portanto, cheguei à conclusão que a frase correta só podia ser a outra. Aliás, fui chegando à conclusão. Uma pena por dia. É. Foi assim mesmo:

descobri isso por mim mesmo muito depois de ele ter dito. Tudo isto demora muito tempo, muitos dias, algumas penas. Na verdade, temos menos penas do que dias, e ainda bem. Acho que ele também podia ter dito isto
Mas ele era assim. Dizia coisas com razão antes de poder ter razão, o que, vendo bem as coisas, é normal no paternal ofício.

Enquanto acabava de escrever isto, um bocadinho de manteiga pingou da minha torrada distraída e encheu-me de gordura a parte vital do teclado. Zero. Delete. Crash.

Telefonei à minha irmã — uma notória especialista em teclados — a pedir ajuda...



Era uma vez um pai que gostava de ser menino, talvez por isso tenha descoberto a sua vocação mais tarde do que a maioria das pessoas, enquanto deambulava pelas engenharias, teologias e afins.

Era uma vez um pai que gostava de aliar força e doçura: "convém a um homem aliar força e doçura, ser forte sem ser bruto, ser doce sem ser fraco". Fraca é coisa que ele não é, pois quem foi capaz de fazer as rupturas que fez e os caminhos que percorreu é tudo menos fraco.

Era uma vez um pai que se tem revelado de uma força extraordinária e de um amor incondicional, acompanhando a recuperação de um filho.

Era uma vez um pai que gostava de conversar e que nesse gostar induziu nos filhos o gosto pela curiosidade, tendo sido o melhor professor que os seus filhos tiveram.

Era uma vez um pai que também gostava de ler e escrever, o que fez com que os seus filhos fossem também-todos-um pouco literários.

Era uma vez um pai que tinha alguma dificuldade em demonstrar a afectividade, o que talvez se devesse à educação que teve, mas que com a idade amadureceu.

Era uma vez um pai que pelo olhar se vê a bondade que vai no seu interior.

Era uma vez pai que me ensinou isto tudo...e muito mais que não se consegue dizer por palavras.

29 janeiro 2011

era uma vez

um menino q acreditava no mundo, nele se tinha descoberto, e nesse mundo acreditava q cada hora, momento, minuto, segundo..., sempre havia algo para criar com sonho, fantasia, magia e muita realidade, isso já era assim há uns 30 anos e n parecia querer mudar, por isso sorria, sorria muito :) pq amanhã ainda cá ia estar e isso dava-lhe sabor a vida melhor...

nesse menino, havia futuro numa meninice, em ser sempre menino, gostando de crescer sempre brincando. o seu blog podia ser brincadeirices pois tinha nos brincos uma afirmação de rebeldia!

às tantas, achou que a vida carecia de magia e arranjo, nisso criou um acidente e uma recuperação... foi longo o processo mas sempre a melhorar.

Marcelo D2 e o Filho - Loadeando (Acústico)



mas para a vida melhorar, como é que faz?

à procura da batida perfeita (acústico MTV)



fazendo analogias ando, a afinar acordes no viver, procuro sempre mais e melhor, ainda mais agora (fiz do agora o meu tempo e espaço), batidas a aperfeiçoar porque se já sou bom, melhoro!

pau q nasce torto pega nisto com toques de querer tardar ou nuncar e se endireitar!

vamos fazer barulho... ele é o marcelo d2!!!

27 janeiro 2011

Marcelo D2 - A Maldição do Samba



era uma vez, um menino q acreditava no mundo, nele se tinha descoberto, e nesse mundo acreditava q cada hora, momento, minuto, segundo..., sempre havia algo para criar com sonho, fantasia, magia e muita realidade, isso já era assim há uns 30 anos e n parecia querer mudar, por isso sorria, sorria muito :) pq amanhã ainda cá ia estar e isso dava-lhe sabor a vida melhor...

Pearl Jam Alive



i'm still alive e bem alive!

26 janeiro 2011

Chico Buarque - Morena de Angola - Carioca



para ti, morenaça, dança em mim! o chico dá-nos o som para esta dança! a minha cachopa sabe (cada vez mais e melhor TAMBÉM) a chocolate!

24 janeiro 2011

Kussondulola - Pim Pam Pum



pim, pam, pum cada bala mata um, lá em cima do huambo (começaram os problemas...) tem um copo com veneno, quem bebeu morreu.
kiribi, kiribi, macaco macaco querébuá, querébuááá.
pim, pam, pum cada bala mata um, lá em cima do huambo, tem um copo com veneno, quem bebeu morreu.
kiribi, kiribi, macaco macaco querébuá, querébuááá.

foi hj q tentei cantar isto na terapia da fala, ser terapeuta não é fácil! pois não!

21 janeiro 2011

show de bola do Ball

supondo



da amizade.

suponho que quatro anos é demasiado mesmo para o maior amigo.

suponho que eu desistiria bem antes.

a amizade é de um para o outro, não estar à altura, habituarmos mal alguém implica uma MUDANÇA digna desse nome. eu mudei muito? talvez tenha tirado um tempo para pensar na vida, facilitando-a!

pedir contas a nós, eu já sou tu e já fui ele.

tudo o q sei é q enquanto durar faço o melhor q sei e se n morri na (preciso tratá-lo mal, cabrão!) merda do acidente, isto foi como um empurrão para bem viver, venham daí cmg! bora!

19 janeiro 2011

foi uma prenda dele

“Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém, há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.”

Mãe Coragem, Bertolt Brecht

12 janeiro 2011

Menino do Rio



um menino da praia, de hoje aqui e agora. alguém que descobriu na vida um sonho a melhorar! o que eu quero, 'que me perguntem amanhã!'

10 janeiro 2011

É a vida. o que é que se há-de fazer? VIVER!

É A Vida (O Que É Que Se Há-De Fazer?) - Sérgio Godinho (Letra)
Artista: Sérgio Godinho
Música: É A Vida (O Que É Que Se Há-De Fazer?)

Há-de ser mais claro
tudo um dia, vais ver
tudo nos lugares
que tu separares
entre
o tanto que há pra viver

Por agora é tudo
confusão, tempestade
grita no mar alto
dança no asfalto
cruza
os dias da tua idade

É a vida
o que é que se há-de fazer?
é a vida
o que é que se há-de fazer
Viver!

A noite agora acaba
a lua segue p´ro sol
faz uma directa
corre que nem seta
rumo
ao branco do teu lençol

Olha-te ao espelho
triste-alegre estarás
na boca um sorriso
nos olhos granizo
do amor
hoje deixado p´ra trás

É a vida
o que é que se há-de fazer?
Viver!

Mais tarde verás
o que hás-de ser nesta vida
doutor de aventuras
médico de curas
actor
duma comédia sentida

Sejas o que sejas
hás-de ser invencível
escolhe bem amores
enche-te de cores
pinta
tudo o que em ti é possível

É a vida
o que é que se há-de fazer?
Viver!

08 janeiro 2011

Gabriel O Pensador



porque um gabriel ainda pensa e arrasa:

Eu caminhava no meu Rio de Janeiro quando alguém me parou e falou:
"Aê parceiro, me dá tua mão que eu quero ver se tá com cheiro
Porque eu sou um cara honesto e detesto maconheiro"
Eu tinha acabado de sair do banheiro e dei a mão pra ele cheirar
Mas foi uma cena bisonha
Ele cheirou a minha mão por um tempo e eu disse:
Espera, tu não é o Capitão Nascimento?
Que vergonha, meu capitão
Procurando maconha no calçadão
Qual é a tua missão?
Eu vi teu filme mas não me leva a mal
Não me tortura assim não que eu sou um cara legal
Em certas coisas eu concordo contigo
Mas não é assim que você vai achar os grandes bandidos
Esse país tá fodido

Ele falou: 'Eu sei disso
Quando eu entrei na PM, eu assumi um compromisso, eu luto pela justiça'
Eu também
Sem justiça não tem paz e sem paz eu sou refém
A injustiça é cega e a justiça enxerga bem
Mas só quando convém
A lei é do mais forte, no Bope ou na Febem
Na boca ou no Supremo
Que justiça a gente tem, que justiça nós queremos?

Os corruptos cassados?
Nunca serão!
Cidadãos bem informados?
Nunca serão!
Hospitais bem equipados?
Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!

Os impostos bem usados?
Nunca serão!
Os menores educados?
Nunca serão!
Todos alfabetizados?
Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!

Capitão, não sei se você soube dessa história
Que rolou num povoado peruano se não me falha a memória
Um político foi morto pelo povo
Um corrupto linchado por um povo que cansou de desrespeito
E resolveu fazer justiça desse jeito
Foi um linchamento, foi um mau exemplo
Foi um mau exemplo mas não deixa de ser um exemplo
Eu sou contra a violência mas aqui a gente peca por excesso de paciência
Com o "rouba mas faz" dos verdadeiros marginais
Chamados de "doutor" e "vossa excelência"
Cujos nomes não preciso dizer
A imprensa publica, mas tudo indica que a justiça não lê
Diz que é cega, mais o lado dos colegas ela sempre vê
Capitão, isso é um serviço pra você!

Deputado! Pede pra sair!
Pede pra sair, deputado!
Sabe o que você é? Um muleque, é isso que você é
Senador, pede pra sair!
(Desisto!)
Mais alto senador!
(Desisto!)
Vagabundo, cadê o dinheiro que você desviou dessa obra aqui?
(Eu não sei não!)
Fala, Vossa Excelência, é melhor falar!
(Eu não sei!)
Cadê a verba da merenda que sumiu?
02, o corrupto não quer falar não! Pode pegar o cabo de vassoura!
(Tá bom, eu vou falar, eu vou falar!)

Os corruptos cassados?
Nunca serão!
Cidadãos bem informados?
Nunca serão!
Hospitais bem equipados?
Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!

Os impostos bem usados?
Nunca serão!
Os menores educados?
Nunca serão!
Todos alfabetizados?
Nunca serão! Nunca serão!! Nunca serão!!!

Conversei com o Nascimento que não pensa como eu penso mas pensando nós chegamos num consenso
Nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo mundo, menos esses vagabundos lá da cúpula corrupta hipócrita e nojenta
Que alimenta a desigualdade e da desigualdade se alimenta
Mantendo essa política perversa
Que joga preto contra branco, pobre contra rico e vice-versa
Pra eles isso é jogo, esse é o jogo
Se morre mais um assaltante ou mais um assaltado, tanto faz
Pra eles não importa, gente viva ou gente morta
É tudo a mesma merda
Os velhos nas portas dos hospitais, as crianças mendigando nos sinais
Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários e presidiários e policiais
Nós somos os otários ideiais
Enquanto a gente sua e morre
Só os bandidos de gravata seguem faturando e descansando em paz
Enquanto esses covardes continuam livres, nós só temos grades
Liberdade já não temos mais!

Nunca serão!
Nunca serão!
Nunca serão! Nunca serão !! Nunca serão !!!

Nunca serão!
Nunca serão!
Nunca serão! Nunca serão !! Nunca serão !!!


Boa 06, também atirando com o meu fuzil fica fácil, né?
Caveira

05 janeiro 2011

para uma artista da minha terra

QUIMERA DO OURO

Letra e Música de Sérgio Godinho

Quero
querido
sussurar-te um " quero tudo "
ao teu ouvido

Tudo
contudo
é bem pouco para o muito
em que me desnudo

Eu quero
eu queria a lua
eu quero a tua
boca que eu quero tocar
se estou já nua

Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar

Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar

Quero
carente
quero o zero
da contagem decrescente

Quebra
limites
leva a mão que te apetece
aos apetites

Eu quero
a lua e vénus
quero ao menos
toda a luz
que o sol me traz
quando nos vemos

Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar

Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar

Quero
a corola
duma flor que se a desfolho
me consola

Rosas
hortensias
são viçosas
do teu corpo as aparências

Eu quero pisar luas
quero as tuas
pernas com que a coisas lindas
me habituas

Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar

Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar

novo ano, vida nova... ANDAR? !!!

RECEITA

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.





Carlos Drummond de Andrade

01 janeiro 2011

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

aqui vão estas palavras de re-inicio do poeta Carlos Drummond de Andrade:
"...Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente".

um ano novo com vida nova mas em continuidade... o que passou sou eu!

01.JANEIRO (um recomeço do existir convosco, reinvento!)

Começar, estamos sempre a começar. Temos um Ano Novo pela frente, mas começar de novo não é começar outra vez, não é repetir alguma coisa, é começar de outro modo, com novidade. E o primeiro gesto devia ser o de agradecer esta imensa oportunidade. Este ano será aquilo que fizermos dele: se cultivarmos uma atitude de egoísmo e individualismo, será assim; mas se nos comprometermos com a construção da paz e da justiça no mundo, então teremos um bom Ano Novo. Não esqueçamos ao longo do ano que começa hoje que há uma imensa sabedoria em viver cada dia como se fosse o primeiro e há uma imensa felicidade em viver cada dia como se fosse o último. As duas coisas são possíveis ao mesmo tempo.

NÃO HÁ SOLUÇÕES, HÁ CAMINHOS
Vasco P. Magalhães, sj