Fernando Pessoa escreveu no livro “A Mensagem” este poema denominado “O Infante”:
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te portuguez.
Do mar e nós em ti nos deu signal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
falta só um ano para descer a av. da liberdade a pé, chegar ao rossio e perguntar-me e aos tios 'agora, temos que voltar tudo para trás a pé outra vez!? não, vamos ao terreiro do paço, vamos, a pé!?'... pois, sem cadeira, mundo dificíl de quem anda todo o dia sobre os dois pés... grumpf!
"Eu quero acompanhar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo" (caetano veloso)
30 abril 2011
25 abril 2011
25 de abril
nada de novo... geração à rasca, passou? como ouvi hj, 'hj é 25 de abril, estamos todos bem, amanhã? pois, amanhã...'.
há heranças a respeitar em querer melhor pintar futuros risonhos!!! n negar quem lutou!
se está mau, já esteve bem pior, implica alguma vaidade num hj querer um amanhã mais crescido.
1974-2011, uma democracia ainda recente: 37 anos?
gerações à rasca sempre houve, a nossa prevalece por ser actual...
há heranças a respeitar em querer melhor pintar futuros risonhos!!! n negar quem lutou!
se está mau, já esteve bem pior, implica alguma vaidade num hj querer um amanhã mais crescido.
1974-2011, uma democracia ainda recente: 37 anos?
gerações à rasca sempre houve, a nossa prevalece por ser actual...
23 abril 2011
cada um é que escolhe aonde vai... foi um sketch!!!
Está na hora de ouvires o teu pai
Puxa para ti essa cadeira
Cada qual é que escolhe aonde vai
Hora-a-hora e durante a vida inteira
Podes ter uma luta que é só tua
Ou então ir e vir com as marés
Se perderes a direcção da Lua
Olha a sombra que tens colada aos pés
Estou cansado. Aceita o testemunho
Não tenho o teu caminho pra escrever
Tens que ser tu, com o teu próprio punho
Era isso o que te queria dizer
Sou uma metade do que era
Com mais outro tanto de cidade
Vou-me embora que o coração não espera
À procura da mais velha metade
um eu ao expoente dá um 'sou o máximo!'
um metro-sexual que se auto-apaixonou.
o egocêntrico pisou uma rosa e foi picado, um remédio dizia que se devia deixar uma flor de narciso violeta tombar sobre a ferida para beber elogios:
e assim foi...
'sou uma pessoa deslumbrante, maravilhosa com profundo auto-conhecimento e muito pouco vaidosa.
ah! tb sou mt inteligente, a roçar o genial, lindo como o BELO adormecido, e perspicaz a sentir!
gosto muito de mim!!!
eu ando pelo mundo e sou (qd comparo c outros...) apaixonante, de querer levar ao altar, um amor! :)'
depois dos elogios, uma vida para continuar:
tempo pascal vinha ser admirado!
o egocêntrico pisou uma rosa e foi picado, um remédio dizia que se devia deixar uma flor de narciso violeta tombar sobre a ferida para beber elogios:
e assim foi...
'sou uma pessoa deslumbrante, maravilhosa com profundo auto-conhecimento e muito pouco vaidosa.
ah! tb sou mt inteligente, a roçar o genial, lindo como o BELO adormecido, e perspicaz a sentir!
gosto muito de mim!!!
eu ando pelo mundo e sou (qd comparo c outros...) apaixonante, de querer levar ao altar, um amor! :)'
depois dos elogios, uma vida para continuar:
tempo pascal vinha ser admirado!
e hoje lembrei-me que estava vivo
Votos de uma boa páscoa na companhia de Hannah Arendt:
“até nos tempos mais sombrios temos o direito de esperar ver alguma luz, e é bem possível que essa luz não venha tanto das teorias e dos conceitos, como da chama incerta, vacilante, e muitas vezes ténue, que alguns homens e mulheres conseguem alimentar em quase todas as circunstâncias e projectar em todo o tempo que lhes foi dado viver neste mundo [...]” (Arendt, Homens em tempos sombrios: 9-10).
“até nos tempos mais sombrios temos o direito de esperar ver alguma luz, e é bem possível que essa luz não venha tanto das teorias e dos conceitos, como da chama incerta, vacilante, e muitas vezes ténue, que alguns homens e mulheres conseguem alimentar em quase todas as circunstâncias e projectar em todo o tempo que lhes foi dado viver neste mundo [...]” (Arendt, Homens em tempos sombrios: 9-10).
22 abril 2011
mais rewind - 23.10.2006 - maré cheia
"Aquele barco que está lá abandonado junto ao mar tem histórias para contar que ninguém ouve. Histórias que precisam de tempo e atenção. As gentes dispersas estão com falta de tempo, deixaram escoar-se nessa falta.
Não há nada mais cruel que esquecer alguém junto às suas memórias sem poder vivê-las. Viraram-no de ventre para cima, impotente para se virar, deixando-o nu; serve de exemplo a quem tenha tentações de desafiá-lo para uma passeata, um exemplo que diz "isso já foi e já não é". Convenceram-no que estava velho e que ali naquele canto escuro era o local ideal de quem já não serve. Entristeceram-no ao ponto de ter aprendido a chorar.
Fica ali todo o dia, madeira seca e tinta que se solta; a murmurar para si mesmo canções com o ritmo do mar, agitadas ou calmas conforme o estado de alma. Alegra-se quando chove, exaspera-se quando o verão vem e todos caminham em direcção ao mar sem se lembrarem dele. Sente que não é ali que pertence.
Esse barco já sem remos nem destino hoje quis ser fogueira, quis aquecer quem tenha frio. Esse barco foi fogueira e suas histórias ouviu nas bocas de um velho avô marinheiro que contava com todo o tempo do mundo uma história à neta já sem frio.
Compreendeu então enquanto ouvia, ao recordar seu olhar vazio de quando olhava para o mar, que é na entrega que o olhar se enche. Maré-cheia pode vir nesta vida de mudança. Nesse sentido que encontrou para a sua morte renasceu; na morte e na dor foi feliz como era quando era novo e navegava solto lá na baía."
Não há nada mais cruel que esquecer alguém junto às suas memórias sem poder vivê-las. Viraram-no de ventre para cima, impotente para se virar, deixando-o nu; serve de exemplo a quem tenha tentações de desafiá-lo para uma passeata, um exemplo que diz "isso já foi e já não é". Convenceram-no que estava velho e que ali naquele canto escuro era o local ideal de quem já não serve. Entristeceram-no ao ponto de ter aprendido a chorar.
Fica ali todo o dia, madeira seca e tinta que se solta; a murmurar para si mesmo canções com o ritmo do mar, agitadas ou calmas conforme o estado de alma. Alegra-se quando chove, exaspera-se quando o verão vem e todos caminham em direcção ao mar sem se lembrarem dele. Sente que não é ali que pertence.
Esse barco já sem remos nem destino hoje quis ser fogueira, quis aquecer quem tenha frio. Esse barco foi fogueira e suas histórias ouviu nas bocas de um velho avô marinheiro que contava com todo o tempo do mundo uma história à neta já sem frio.
Compreendeu então enquanto ouvia, ao recordar seu olhar vazio de quando olhava para o mar, que é na entrega que o olhar se enche. Maré-cheia pode vir nesta vida de mudança. Nesse sentido que encontrou para a sua morte renasceu; na morte e na dor foi feliz como era quando era novo e navegava solto lá na baía."
aqui e agora
PRECISAMOS TODOS DE PENSAR POSITIVO E ACABARMOS COM O "ESTÁ TUDO MAL"
DESTA FORMA SEREMOS RAPIDAMENTE FORTES
"EU CONHEÇO UM PAÍS..."
Por: Nicolau Santos, Director-adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"
Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.
Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os de toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.
Eu Luís Pirão, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos:
Eu conheço um país que é segundo em net de banda larga na Europa.
Eu conheço um país que tem uma capital com eventos culturais fantásticos que fazem frente a qualquer cidade do mundo. Que tem potencialidades turísticas ilimitadas com restaurantes para todas as carteiras e com comida deliciosa, assim como alojamento para todas as bolsas e de razoável qualidade. Basta ir a Londres e ver toda a gente a comer sandwiches no jardim pois a alimentação atingiu preços exorbitantes nos restaurantes.
Eu conheço um país com uma história ímpar que ligou todos os continentes comercialmente pela primeira vez na história da humanidade no século XVI.
Eu conheço um país que tem a sua selecção de futebol neste mês de Maio no 3.º lugar do ranking mundial em mais de 200 nações, só o Brasil e a Espanha estão à frente com poucos pontos de diferença.
Eu conheço um país que conquistou meio mundo no século XVI com base no respeito pelos outros povos, com base nas trocas comerciais, com base na diplomacia.
Eu conheço um país que venceu os seus compatriotas espanhóis pela força de vontade de um homem chamado Nuno Álvares Pereira e que permitiu a paz para a nação se lançar nos descobrimentos marítimos.
Eu José Lopes, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos e do Luís Pirão:
Eu conheço um País que está a criar um medicamento que previne e combate a obesidade.
Eu conheço um País que produz os melhores sapatos do mundo.
Eu conheço um País que produz os fatos usados na Fórmula 1 e nos astronautas da NASA.
Eu conheço um País que produz o melhor software de GPS do mundo.
Eu conheço um País que faz os melhores lasers do mundo, utilizados na medicina e na indústria aeroespacial.
Eu conheço um País que tem um monumento que tem 6 orgãos, sendo o único no mundo (Convento Mafra).
Eu conheço um País que produz os adereços utilizados pela indústria cinematográfica de Hollywood.
Eu conheço um País que tem a maior variedade gastronómica do mundo.
Eu conheço um País que criou a única palete de cores para leitura de daltónicos.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...
PORTUGAL !!!
Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Vodafone Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).
É este o País de sucesso em que também vivemos, mas nós só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
Vamos mudar a nossa mentalidade para ajudarmos o nosso país que tanto precisa de nós, vamos dar o primeiro passo e falar coisas positivas e optimistas.
DESTA FORMA SEREMOS RAPIDAMENTE FORTES
"EU CONHEÇO UM PAÍS..."
Por: Nicolau Santos, Director-adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"
Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.
Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os de toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.
Eu Luís Pirão, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos:
Eu conheço um país que é segundo em net de banda larga na Europa.
Eu conheço um país que tem uma capital com eventos culturais fantásticos que fazem frente a qualquer cidade do mundo. Que tem potencialidades turísticas ilimitadas com restaurantes para todas as carteiras e com comida deliciosa, assim como alojamento para todas as bolsas e de razoável qualidade. Basta ir a Londres e ver toda a gente a comer sandwiches no jardim pois a alimentação atingiu preços exorbitantes nos restaurantes.
Eu conheço um país com uma história ímpar que ligou todos os continentes comercialmente pela primeira vez na história da humanidade no século XVI.
Eu conheço um país que tem a sua selecção de futebol neste mês de Maio no 3.º lugar do ranking mundial em mais de 200 nações, só o Brasil e a Espanha estão à frente com poucos pontos de diferença.
Eu conheço um país que conquistou meio mundo no século XVI com base no respeito pelos outros povos, com base nas trocas comerciais, com base na diplomacia.
Eu conheço um país que venceu os seus compatriotas espanhóis pela força de vontade de um homem chamado Nuno Álvares Pereira e que permitiu a paz para a nação se lançar nos descobrimentos marítimos.
Eu José Lopes, acrescento mais uns pontos à lista do Nicolau Santos e do Luís Pirão:
Eu conheço um País que está a criar um medicamento que previne e combate a obesidade.
Eu conheço um País que produz os melhores sapatos do mundo.
Eu conheço um País que produz os fatos usados na Fórmula 1 e nos astronautas da NASA.
Eu conheço um País que produz o melhor software de GPS do mundo.
Eu conheço um País que faz os melhores lasers do mundo, utilizados na medicina e na indústria aeroespacial.
Eu conheço um País que tem um monumento que tem 6 orgãos, sendo o único no mundo (Convento Mafra).
Eu conheço um País que produz os adereços utilizados pela indústria cinematográfica de Hollywood.
Eu conheço um País que tem a maior variedade gastronómica do mundo.
Eu conheço um País que criou a única palete de cores para leitura de daltónicos.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...
PORTUGAL !!!
Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Vodafone Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).
É este o País de sucesso em que também vivemos, mas nós só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
Vamos mudar a nossa mentalidade para ajudarmos o nosso país que tanto precisa de nós, vamos dar o primeiro passo e falar coisas positivas e optimistas.
30.10.06 - O sótão quer que a vida se sinta.
Manifesto Sótão
"Degrau, degrau, degrau. Subindo até ao cimo de tudo se chega ao sótão. Oiçam os passos. Chega-se querendo! Numa decisão absoluta, sem “talvez”, nem porquês. Em rimas trauteadas por acaso. Viemos para estar, com corpo, e sentir a palma da nossa mão tocar rugosidades, viemos para estar por inteiro. Viemos para deixar de estar também, para esvaziar a cabeça tanto tanto, até se encher outra vez. O sótão molhou os pés no mar para sentir o frio. O sótão queimou-se.
Não é por acaso que estamos aqui. É um sótão sem porta que quer soprar correntes de ar e deixar entrar aguaceiros, que despenteia quem lá entra, onde podemos desarrumar desarredando. O sótão tem uma janela por abrir e paredes por pintar. Tem almofadas coloridas espalhadas, três candeeiros Pollock, pés descalços e posições tão confortáveis quanto cruzar as pernas. É um sótão onde se pode gritar e fazer barulho, em que é possível estarmos calados. Em que o tudo e o nada são tão importantes como insignificantes, pela opinião de quem olha e vê. O sótão quer que a vida se sinta.
Este sótão de que vos falo está vazio e quer encher-se. Quer ter gente com tudo o que a gente é, deixemos quem não é gente de lado. Nele entra-se e sai-se com a liberdade de lá se estar consigo e com os outros. No sótão há obrigações, as regras devem ser cumpridas até deixarem de fazer sentido. Há a obrigação de sair de si, a obrigação de entrar em ré, de analisar o outro, de falar sem pudor, de fazer caretas e de nos olharmos ao espelho. O sótão é incómodo, pasmem-se se não vos alicio. Lá chegados pode não ser fácil lá permanecer, o sótão tem memórias guardadas, segredos, ideias por pensar, coisas que esquecemos porque não nos convinham. O sótão é exigente. O sótão não quer ser fácil embora queira facilitar dificultando.
Mais um sítio em que há outros como nós. Mais um. Com aquele tão diferente eu vou. Vamos. E arrancar máscaras sufocantes, empunhar máscaras pretas, brancas, disformes e impróprias, vamos fazê-lo tantas vezes, mecânicos, que elas vão acabar por escorrer por si próprias. Vamos ser impróprios, sim, e moralistas. Vamos duvidar, ter fé na dúvida. Desacreditar que sou alguma coisa, compreender racionalmente que posso ser muitos. É ciência.
O sótão quer que te exponhas.
O sótão quer ser o mais diferente possível da palavra “radical”.
O sótão manifesta-se.
O sótão não quer ser pacífico, nenhuma poesia ou peça de teatro foi feita sem alguma garra, algum conflito. Todas as utopias dão trabalho.
O sótão tem beleza, aquela beleza que comove. Dá que pensar, dá que cantar e rir. O sótão abraça e pode ser afectivo. O sótão olha nos olhos, é sedutor e tem prazer. Que prazer? O sótão acredita que não temos que ter todos os dentes direitos e cabelos arranjados. O sótão acredita na vaidade. O sótão acredita no charme mas não quer dever nada à classe.
O sótão acredita na diferença entre géneros e homens. Acredita no plural e no singular. Acredita numa raça de humanos que não se vê na rua, só na intimidade. O sótão gosta de mestiços. Acredita que quem nasce está cercado de desejos e promessas, nasce leve e em futuros, nasce no seio das pessoas e já com história. O sótão tem gestos que não podem ser mudos. Gestos fortes em gente sensível.
O sótão ainda não é mas quer ser, e quer ser sempre mais e melhor. A subir a subir. Oiçam os passos. Degrau, degrau, degrau."
a 30.10.06 publiquei 'O SÓTÃO'. um texto com vida que quando ouvi o meu pai ler, quando estava ainda a acordar do COMA (pois, meninos, já foi passado o coma...) começaram a formar-se lágrimas, gotas, redondas no canto do meu olho.
"Degrau, degrau, degrau. Subindo até ao cimo de tudo se chega ao sótão. Oiçam os passos. Chega-se querendo!"
"Degrau, degrau, degrau. Subindo até ao cimo de tudo se chega ao sótão. Oiçam os passos. Chega-se querendo! Numa decisão absoluta, sem “talvez”, nem porquês. Em rimas trauteadas por acaso. Viemos para estar, com corpo, e sentir a palma da nossa mão tocar rugosidades, viemos para estar por inteiro. Viemos para deixar de estar também, para esvaziar a cabeça tanto tanto, até se encher outra vez. O sótão molhou os pés no mar para sentir o frio. O sótão queimou-se.
Não é por acaso que estamos aqui. É um sótão sem porta que quer soprar correntes de ar e deixar entrar aguaceiros, que despenteia quem lá entra, onde podemos desarrumar desarredando. O sótão tem uma janela por abrir e paredes por pintar. Tem almofadas coloridas espalhadas, três candeeiros Pollock, pés descalços e posições tão confortáveis quanto cruzar as pernas. É um sótão onde se pode gritar e fazer barulho, em que é possível estarmos calados. Em que o tudo e o nada são tão importantes como insignificantes, pela opinião de quem olha e vê. O sótão quer que a vida se sinta.
Este sótão de que vos falo está vazio e quer encher-se. Quer ter gente com tudo o que a gente é, deixemos quem não é gente de lado. Nele entra-se e sai-se com a liberdade de lá se estar consigo e com os outros. No sótão há obrigações, as regras devem ser cumpridas até deixarem de fazer sentido. Há a obrigação de sair de si, a obrigação de entrar em ré, de analisar o outro, de falar sem pudor, de fazer caretas e de nos olharmos ao espelho. O sótão é incómodo, pasmem-se se não vos alicio. Lá chegados pode não ser fácil lá permanecer, o sótão tem memórias guardadas, segredos, ideias por pensar, coisas que esquecemos porque não nos convinham. O sótão é exigente. O sótão não quer ser fácil embora queira facilitar dificultando.
Mais um sítio em que há outros como nós. Mais um. Com aquele tão diferente eu vou. Vamos. E arrancar máscaras sufocantes, empunhar máscaras pretas, brancas, disformes e impróprias, vamos fazê-lo tantas vezes, mecânicos, que elas vão acabar por escorrer por si próprias. Vamos ser impróprios, sim, e moralistas. Vamos duvidar, ter fé na dúvida. Desacreditar que sou alguma coisa, compreender racionalmente que posso ser muitos. É ciência.
O sótão quer que te exponhas.
O sótão quer ser o mais diferente possível da palavra “radical”.
O sótão manifesta-se.
O sótão não quer ser pacífico, nenhuma poesia ou peça de teatro foi feita sem alguma garra, algum conflito. Todas as utopias dão trabalho.
O sótão tem beleza, aquela beleza que comove. Dá que pensar, dá que cantar e rir. O sótão abraça e pode ser afectivo. O sótão olha nos olhos, é sedutor e tem prazer. Que prazer? O sótão acredita que não temos que ter todos os dentes direitos e cabelos arranjados. O sótão acredita na vaidade. O sótão acredita no charme mas não quer dever nada à classe.
O sótão acredita na diferença entre géneros e homens. Acredita no plural e no singular. Acredita numa raça de humanos que não se vê na rua, só na intimidade. O sótão gosta de mestiços. Acredita que quem nasce está cercado de desejos e promessas, nasce leve e em futuros, nasce no seio das pessoas e já com história. O sótão tem gestos que não podem ser mudos. Gestos fortes em gente sensível.
O sótão ainda não é mas quer ser, e quer ser sempre mais e melhor. A subir a subir. Oiçam os passos. Degrau, degrau, degrau."
a 30.10.06 publiquei 'O SÓTÃO'. um texto com vida que quando ouvi o meu pai ler, quando estava ainda a acordar do COMA (pois, meninos, já foi passado o coma...) começaram a formar-se lágrimas, gotas, redondas no canto do meu olho.
"Degrau, degrau, degrau. Subindo até ao cimo de tudo se chega ao sótão. Oiçam os passos. Chega-se querendo!"
Um Índio (Caetano Veloso)
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
(Refrão)
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
da ressurreição
proponho uma imagem:
um saco que se enche e volta a encher: um pulmão!
assim é a vida, espaço para entrar nela ou sair quando estamos fartos dela!
cada recomeço (estamos sempre a iniciar algo, né?) é libertador, manda algum espiríto de concentração (dar um passo, depois outro e avançar na direcção que procuramos) para prosseguir ultrapassando etapas e que se vá procurando novos degraus onde assentar a esperança.
andar é arrasadoramente dificíl, o equilibrío é procurar o horizonte!!!
cada vez acho mais importante a esperança, quando todos deixarem de acreditar, eu vou agarrar mais caminho!!!
nós (plural real) vamos continuar!
21 abril 2011
da vaidade - narcisismo
tem que ser o minímo gostar de nós, pois, temos que nos aturar, dia a dia, hora a hora, haja sol ou chuva, qd estamos sozinhos, connosco ou em grupo!
há uma série de gente de quem gosto que gosta de mim, logo, parece-me que sou uma pessoa de mérito e com grande estima pessoal grito demonstrando estar a viver 'isto' com grande gozo, 'isto' da vida merece ser apreciado...
20 abril 2011
É que a felicidade não vem de ter coisas, mas de ter liberdade e abertura.
O Evangelho tem frases tão provocatórias que por vezes até parecem engano. Esta, por exemplo: "Ao que tem dar-se-á e ao que não tem até o que tem lhe será tirado." Parece não só contraditório como injusto. Mas não, no Evangelho "ter" não significa posse de coisas, mas de amor, esse "ter" significa ter abertura, ter espaço para acolher. Quem o tem pode receber sempre mais! Mas quem não tem abertura nem amor não só não pode receber como até desgasta e consome a sua própria realidade, fechado em si. Não tem comunicação. É que a felicidade não vem de ter coisas, mas de ter liberdade e abertura.
18 abril 2011
17 abril 2011
You and me wake up and make love after a deep sleep
I would dig a hole all the way to China
Unless of course I was there
then I’d dig my way home
If by diggin’ I could steal
the wind from the sails
of the greedy men who ruled the world
Still you’re my best friend
And after a good, good joke
You and me wake up and make love after a deep sleep
Where I was Dreamin’, I was Dreamin’ of a
Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl
I was feelin’ like a creep
As I watched you asleep
Face down in the grass,
in the park, in the middle
of a hot afternoon
Your top was untied
And I thought how nice
It’d be to follow the sweat down your spine
You’re like my best friend
aw after a good, good joke
You and me wake up and make love after a deep sleep
Where I was Dreamin’, I was Dreamin’ of a
Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl
Caught by a wave
my back to the ocean
it knocks me off my feet and
just as I find my footing
here you come again
Dreamgirl, aww Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl, Dreamgirl
(Scat….trails off)
*The Deep end, Deep end
Deep end, Deep end
Deep end
estou farto de plurais
cada pessoa é um universo.
n há os homens. n existe A mulher. nem os terapeutas (q foram a faculdadeS diferentes aprender como ser terapeuta!). tanto ocupacionais, como fisios, são tds terapeutas. :)
n existe as crianças (q já tds fomos...).
dizer q existe a classe dos técnicos superiores de política social é ridículo. 7 gajos em 65... seis gajos e meio, a bem dizer! acho q somos tds, agora, assistentes sociais, técnicos de politíca social foi uma tanga que convenceu meia dúzia de gatos pingados durante 30 anitos :).
falar n'O homem enquanto ser humano... estou farto de plurais.
'os politícos são todos corruptos', sintam-se ofendidos, tanto como eu teremos o direito, ou (ponho-me em causa...) dever de nos sentirmos políticos, habitantes de uma polis!
e os benfiquistas tds... os lagartos tds... os tripeiros tds...
um singular, uma pessoa única!
n há os homens. n existe A mulher. nem os terapeutas (q foram a faculdadeS diferentes aprender como ser terapeuta!). tanto ocupacionais, como fisios, são tds terapeutas. :)
n existe as crianças (q já tds fomos...).
dizer q existe a classe dos técnicos superiores de política social é ridículo. 7 gajos em 65... seis gajos e meio, a bem dizer! acho q somos tds, agora, assistentes sociais, técnicos de politíca social foi uma tanga que convenceu meia dúzia de gatos pingados durante 30 anitos :).
falar n'O homem enquanto ser humano... estou farto de plurais.
'os politícos são todos corruptos', sintam-se ofendidos, tanto como eu teremos o direito, ou (ponho-me em causa...) dever de nos sentirmos políticos, habitantes de uma polis!
e os benfiquistas tds... os lagartos tds... os tripeiros tds...
um singular, uma pessoa única!
do apoderado com amor
Islândia: economia rima com democracia ?
1. Foram os Gregos que inventaram, além da Filosofia (Sócrates, Platão, Aristóteles), tanto a democracia (Sólon, Clístenes, Péricles) para impedir que as casas poderosas eliminem as mais pobres, como a moeda do mercado quotidiano. Inventaram assim a Razão pública, de que Kant saudou o retorno no final do século XVIII, à Filosofia tendo-se juntado os laboratórios das Ciências. Sobrepondo-se às relações de força, a Razão procurará a liberdade: no caso do mercado, o dinheiro dá a liberdade de escolher o que comprar, em vez dum racionamento igualitário (como em Cuba). Note-se que a economia actual, que exige cada vez mais escolaridade a todos os níveis, só é viável com democracia, como à sua maneira asiática a China vai aprender.
2. É certo que o mercado não funciona sem lucros, mas também deveria ser claro que não há critério intrínseco (científico, aritmético) para na produção distinguir a parte dos lucros e a dos salários, o que ocorre sempre por razões politicas (concertação, greves). Há portanto um factor político, que deve ser de razão democrática, no coração da economia enquanto ciência. A especulação financeira (‘especular’ é funcionar em espelho, sem ver para fora) passa-se apenas entre capitais e lucros, ignora as economias que a suportam, como quem serra ramos de árvores neles sentado: a bolsa dela mesma não é democrática. Mas pode ser chamada à democracia, como os referendos islandeses mostram exemplarmente, propondo um bom teste à democraticidade dos dirigentes políticos (holandeses e ingleses) e dos nossos comentadores.
3. Assim como há ciências das línguas, das doenças, da agricultura, o direito, e por aí fora, a economia é só a ciência dos mercados, nem da produção (engenharias) nem dos usos caseiros das coisas compradas (a ecologia é a ciência dos efeitos da produção no ambiente da habitação dos vivos): a economia é apenas a ciência dum sector da sociedade. Mas as sociologias sendo especializadas em sectores diversos (educação, médias, religião, trabalho, etc.), na ausência da sociologia do conjunto da sociedade e menos ainda da globalização, a economia arroga-se esse papel, sem concorrentes à sua altura.
4. Tomando a moeda como unidade de medida que permite reduzir (metodologicamente) a imensa variedade de coisas que se trocam nos mercados, ela não pode senão ignorar a dimensão politica que está no seu coração e revelar-se portanto inadequada para resolver questões democráticas como a que vive a Islândia (os bancos da fraude são privados), situação a que o filósofo Derrida chamou aporia (beco sem saída) devida à conjugação indissociável na economia de duas leis contrárias, a das finanças internacionais e a da democracia (nacional), uma espécie de duplo laço esquizofrénico (Bateson) da economia. Marx teorizou no seu tempo esta aporia como contradição capital / trabalho e propôs como solução eliminar um dos factores, e com ele o mercado e a liberdade, veio a ver-se. O neo-liberalismo da escola de Chicago reinante que reduziu metodologicamente os salários de quem produz com o capital à rubrica dos ‘custos’, com a consequência tornada evidente que em tempos de crise é a primeira ‘despesa’ a ser alvo de redução como desemprego em massa, sinal oposto ao marxismo e que condena a liberdade dos que não têm salário. A chance única do que se intitula socialismo ou social-democracia é procurar obedecer às duas leis e vale a pena ver como vai evoluir o caso da Islândia.
5. Sem ter competência para dizer como, é necessária uma ‘economia política’ adequada aos tempos de hoje, uma ciência que tenha as duas componentes do seu nome, as regras (nomia) e a habitação (oikos, casa) das populações, que deva diagnosticar o lugar do político, que possa evitar o que em 2008 nos ameaçou e já parece esquecido, que a ganância da especulação financeira dê cabo das sociedades. É a falta desta ciência uma das razões mais fortes para as dificuldades estratégicas da esfera socialista, a economia de hoje dá de bandeja o poder à direita e precipita as gentes para a rua, se não houver referendos.
Público em 15 abril de 2011 (com um breve acrescento)
http://www.filosofiamaisciencias.blogspot.com/
1. Foram os Gregos que inventaram, além da Filosofia (Sócrates, Platão, Aristóteles), tanto a democracia (Sólon, Clístenes, Péricles) para impedir que as casas poderosas eliminem as mais pobres, como a moeda do mercado quotidiano. Inventaram assim a Razão pública, de que Kant saudou o retorno no final do século XVIII, à Filosofia tendo-se juntado os laboratórios das Ciências. Sobrepondo-se às relações de força, a Razão procurará a liberdade: no caso do mercado, o dinheiro dá a liberdade de escolher o que comprar, em vez dum racionamento igualitário (como em Cuba). Note-se que a economia actual, que exige cada vez mais escolaridade a todos os níveis, só é viável com democracia, como à sua maneira asiática a China vai aprender.
2. É certo que o mercado não funciona sem lucros, mas também deveria ser claro que não há critério intrínseco (científico, aritmético) para na produção distinguir a parte dos lucros e a dos salários, o que ocorre sempre por razões politicas (concertação, greves). Há portanto um factor político, que deve ser de razão democrática, no coração da economia enquanto ciência. A especulação financeira (‘especular’ é funcionar em espelho, sem ver para fora) passa-se apenas entre capitais e lucros, ignora as economias que a suportam, como quem serra ramos de árvores neles sentado: a bolsa dela mesma não é democrática. Mas pode ser chamada à democracia, como os referendos islandeses mostram exemplarmente, propondo um bom teste à democraticidade dos dirigentes políticos (holandeses e ingleses) e dos nossos comentadores.
3. Assim como há ciências das línguas, das doenças, da agricultura, o direito, e por aí fora, a economia é só a ciência dos mercados, nem da produção (engenharias) nem dos usos caseiros das coisas compradas (a ecologia é a ciência dos efeitos da produção no ambiente da habitação dos vivos): a economia é apenas a ciência dum sector da sociedade. Mas as sociologias sendo especializadas em sectores diversos (educação, médias, religião, trabalho, etc.), na ausência da sociologia do conjunto da sociedade e menos ainda da globalização, a economia arroga-se esse papel, sem concorrentes à sua altura.
4. Tomando a moeda como unidade de medida que permite reduzir (metodologicamente) a imensa variedade de coisas que se trocam nos mercados, ela não pode senão ignorar a dimensão politica que está no seu coração e revelar-se portanto inadequada para resolver questões democráticas como a que vive a Islândia (os bancos da fraude são privados), situação a que o filósofo Derrida chamou aporia (beco sem saída) devida à conjugação indissociável na economia de duas leis contrárias, a das finanças internacionais e a da democracia (nacional), uma espécie de duplo laço esquizofrénico (Bateson) da economia. Marx teorizou no seu tempo esta aporia como contradição capital / trabalho e propôs como solução eliminar um dos factores, e com ele o mercado e a liberdade, veio a ver-se. O neo-liberalismo da escola de Chicago reinante que reduziu metodologicamente os salários de quem produz com o capital à rubrica dos ‘custos’, com a consequência tornada evidente que em tempos de crise é a primeira ‘despesa’ a ser alvo de redução como desemprego em massa, sinal oposto ao marxismo e que condena a liberdade dos que não têm salário. A chance única do que se intitula socialismo ou social-democracia é procurar obedecer às duas leis e vale a pena ver como vai evoluir o caso da Islândia.
5. Sem ter competência para dizer como, é necessária uma ‘economia política’ adequada aos tempos de hoje, uma ciência que tenha as duas componentes do seu nome, as regras (nomia) e a habitação (oikos, casa) das populações, que deva diagnosticar o lugar do político, que possa evitar o que em 2008 nos ameaçou e já parece esquecido, que a ganância da especulação financeira dê cabo das sociedades. É a falta desta ciência uma das razões mais fortes para as dificuldades estratégicas da esfera socialista, a economia de hoje dá de bandeja o poder à direita e precipita as gentes para a rua, se não houver referendos.
Público em 15 abril de 2011 (com um breve acrescento)
http://www.filosofiamaisciencias.blogspot.com/
15 abril 2011
ayooo liga europa
somos msm bons: 3 equipas em 4 e ficava mal aos campeões do mundo não terem ninguém, só pq demasiada ALEGRIA me cansa: F-M-I, pois, F-M-I
10 abril 2011
Deus que te ponha no lugar que merecer
Eu Tive Um Sonho
Marcelo D2
Composición: Marcelo D2
Essa noite eu tive um sonho.
Um sonho diferente,
sonhei com um camarada que não vive mais com a gente.
No sonho ele me disse queo céu é muito quieto,
lá não tem Break,
não tem som,
nem cara esperto.
Eu fico pensando aqui na terra eu era forte.
Todos me conheciam da Zona Sul a Zona Norte.
Eu até pensava em gravar um disco.
Mas chegou uns camaradas pondo um fim em tudo isso.
Mas eu vou ser um pouco atrevido,
vou fazer o céu ficar um tanto divertido,
ele virou as costas e foi todo agitado,
e foi dizendo pros anjos vocês estão muito atrasados.
Vou ensinar o custume do meu mundo esperto,
onde vivia com o peito e com o coração sempre aberto.
Tirem essas camisolas veste um corão bota uma lupa na cara e usa puma de salão e tem também a giria de ladrão: E ae cumpadi como é que é sangue bom.
E o meu estilo rap que é uma coisa e tanta.
E o meu estilo rap que é assim que se canta.
Eu canto assim porque eu fumo maconha.
Adivinha quem tá de volta explorando sua vergonha.
E tem também uma dança diferente uma coisa alucinante que mexe com a gente e depois de dizer aquilo fizeram o julgamento e os Anjos gritaram: queremos Break violento.
Estão dançando e já estão bons,
mas agora no céu todos fazem break de chão estão rodando de costas ainda estão em treinamento e mas esperto é Deus que já faz moinho de vento.
Vou dizer uma coisa como se fosse piadinha:Ele me mostrou uma foto com Jesus de escovinha.
Eu acordei.
Depois de tudo isso e do meu amigo muita saudades eu sinto.
Eu dise: Adeus Skunk nunca mais vou te esquecer, Deus que te ponha no lugar que merecer!
Adeus Skunk nunca mais vou te esquecer, Deus que te ponha no lugar que merecer!
Eu disse:Adeus Skunk nunca mais vou te esquecer, Deus que te ponha no lugar que merecer! Adeus Skunk nunca mais vou te esquecer, Deus que te ponha no lugar que merecer!
Ae eu grito:Hey Hou! Hey Hou
Eu disse:Heeey Hoou! Heeey Hoou!
Eu disse:Heeey Hou! Heeey Hou
Eu disse:Heeey Hoou! Heeey Hoou!
Deus que te ponha no lugar que merecer
Deus que te ponha no lugar que merecer
09 abril 2011
o que nao nos destroi/MATA....deixa/torna-nos mais fortes!!!!!
percebi, talvez tarde, que se já era bom, agora sou ultra bom :)
Conchita Reyes disse: 'ahaha! já dizia o meu paizinho: "eu não sou convencido, sou é mesmo bom!" e és zézito!'
merecem-me por humildade e um lisonjeiro dom na auto-avaliação assumir estas tão profícuas qualidades,,, q enumerarei qd tiver tempo pq msm resumindo demoro um par de horas...
tds os dias percebo qt a vida é importante. hj, por exemplo, fui passear no calmo portinho da arrábida... deslumbrante a vida e o mar!
Conchita Reyes disse: 'ahaha! já dizia o meu paizinho: "eu não sou convencido, sou é mesmo bom!" e és zézito!'
merecem-me por humildade e um lisonjeiro dom na auto-avaliação assumir estas tão profícuas qualidades,,, q enumerarei qd tiver tempo pq msm resumindo demoro um par de horas...
tds os dias percebo qt a vida é importante. hj, por exemplo, fui passear no calmo portinho da arrábida... deslumbrante a vida e o mar!
«Vitória» e «Gloriosa» já assinaram
Não correm, mas voam; não marcam golos, mas são motivo de euforia para os adeptos. O Benfica volta a ter águia. Não uma, mas duas.
Depois da saída de Juan Bernabé do clube da Luz - o tratador e o emblema encarnado vão resolver o diferendo nos tribunais - ficou claro que havia uma lacuna nos jogos caseiros. O magistral voo que marcava o início das partidas saiu de cena e disso ressentiram-se os adeptos que, diariamente, pediam à Direcção o regresso da águia.
Pois bem, ela está aí. Aliás, elas. O Benfica decidiu contratar duas aves que prometem animar o dia-a-dia benfiquista e proporcionar o espectáculo que todos ambicionam assistir.
Pergunta o leitor: então e já têm nome? Sim! Vitória, como a anterior, e Gloriosa. E já podem ser vistas? Não! Apenas no início da próxima época, uma vez que as águias ainda não estão preparadas para a nova realidade.
Aliás, nesta altura, apenas Vitória trabalha na Luz. A espécie de apenas seis anos chegou ontem a Lisboa, subiu ao relvado, abriu as asas um sem número de vezes, lançou um olhar imponente (quase como se quisesse cativar os presentes), olhou no horizonte, tirou as medidas às bancadas (terá até imaginado as reacções dos sócios e adeptos do Benfica em dias de jogo) e subiu ao palanque (que será seu nos próximos tempos) para pousar magistralmente para as objectivas dos fotógrafos. Nem parecia uma estreia.
08 abril 2011
um charmoso de bengala (quadripé)
um miracle. se não acreditam!
ainda sem bengala. apetitoso, sexy, apetecível, afrodisíacooooo e joga para caragooooo.
brutal, fim de semana solarengo na costa... pois é! há vidas do caraças, roam-se de invejaaa!!!
06 abril 2011
E agora eu era um louco a perguntar, o que é que a vida vai fazer de mim
Agora eu era o herói e vivia dentro deste poema
"João e Maria" (letra de Chico Buarque, música de mestre Sivuca)
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
03 abril 2011
talvez não seja do mia couto mas faz sentido!
Um texto brlhante?
Nota prévia: por lapso este texto tinha sido identificado como sendo da autoria de Mia Couto, inicialmente.
Aparentemente a sua autoria é de "Assobio". O valor das ideias do texto mantém-se inalterado, de qualquer forma, pelo que o mantemos aqui, na íntegra, com o devido pedido de desculpas a Mia Couto e a "Assobio.
retirado daqui: http://osocratico.blogspot.com/
Geração à Rasca - A Nossa Culpa
Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de
uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.
Nota prévia: por lapso este texto tinha sido identificado como sendo da autoria de Mia Couto, inicialmente.
Aparentemente a sua autoria é de "Assobio". O valor das ideias do texto mantém-se inalterado, de qualquer forma, pelo que o mantemos aqui, na íntegra, com o devido pedido de desculpas a Mia Couto e a "Assobio.
retirado daqui: http://osocratico.blogspot.com/
Geração à Rasca - A Nossa Culpa
Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de
uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.
02 abril 2011
a vida dura
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
...hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
este tempo vai torna-me melhor. das dificuldades me crio mais forte!
ontem, fui jantar com gente amiga (e tenho descoberto amizades!) da cercitop.
ouvir o pelé ler um texto que havia escrito para o SEU PAULO, comovemo-nos.
jantámos, by-night?
marbelo... karaoke... mesa composta, whisky novo, tão crescido!
o henrique, 'esse menino não pode entrar aqui', belo sorriso sr cpt!
o zé camarão dedicou-me uma música pelo exemplo de coragem que sou, nos últimos tempos, é a segunda vez que me associam a ideia de coragem, nunca me tinha visto como corajoso, acho que com o acidente se tem revelado a coragem.
borborinho... não fosse uma noitada às antigas :)
margarida, o jeito aos ombros, elevá-los à vez, ai ombro esquerdo, temos que treinar!!!
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
...hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
este tempo vai torna-me melhor. das dificuldades me crio mais forte!
ontem, fui jantar com gente amiga (e tenho descoberto amizades!) da cercitop.
ouvir o pelé ler um texto que havia escrito para o SEU PAULO, comovemo-nos.
jantámos, by-night?
marbelo... karaoke... mesa composta, whisky novo, tão crescido!
o henrique, 'esse menino não pode entrar aqui', belo sorriso sr cpt!
o zé camarão dedicou-me uma música pelo exemplo de coragem que sou, nos últimos tempos, é a segunda vez que me associam a ideia de coragem, nunca me tinha visto como corajoso, acho que com o acidente se tem revelado a coragem.
borborinho... não fosse uma noitada às antigas :)
margarida, o jeito aos ombros, elevá-los à vez, ai ombro esquerdo, temos que treinar!!!
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