29 janeiro 2014

o corpo: Introdução artística a um trabalho científico:








O corpo foi sendo estudado ao longo da História Humana e mudando a conceptualização sobre ele e de cada vida ao envelhecer. 

Há diferentes corpos, tantos como pessoas:

Corpos femininos, Corpos masculinos.

Corpos singulares e plurais, corpos sociais.

Corpos bebés, infantis, adultos e idosos.

Corpos desportistas e sedentários.

Corpos nus e Corpos vestidos.

Há corpos bonitos e corpos feios.

Corpos metafísicos e físicos.

Corpos textuais, Corpos sabores, Corpos ditos e ouvidos, inalados, Corpos sons, Corpos sentimento, 

Corpos palavras, e Corpos imagens.

Corpos na memória.

Corpos eficientes e deficientes.

Corpos normais e anormais.

Corpos capazes e incapazes.

Corpos parados, calados.

Corpos reservados e barulhentos.

Corpos arrastados.

Corpos com e em movimento.

Corpos parados.

Corpos mudos e surdos.

Corpos usados e gastos.

Corpos muito vistos.

Corpos pouco vistos.

Corpos nunca vistos.

Corpos tímidos.

Corpos ginasticados.

Corpos aconchegados.

Corpos preguiçosos.

Corpos soltos.

Corpos presos.

Corpos amarrados.

Corpos livres.

Corpos energéticos.

Corpos sentados.

Corpos deitados.

Corpos em pé.

O Corpo ganha alma e nova vida quando sorri e conversa.

O Corpo é fascinante: tudo é Corpo!

O corpo é banal: todos temos corpo!

Há muitas formas de viver o Corpo, de O sentir.

O corpo é o que somos, fomos e seremos.

É o corpo nossa forma de ser e estar.

De não ser e não estar também.

O corpo somos nós e eles.

Cada corpo é único e individual

O corpo humano varia de muitas formas.

O corpo é amado.

O corpo é desprezado.

O corpo pretende ser sempre mais.

O corpo pretende ser outro.

O corpo pretende ser menos.

O corpo pretende ser o mesmo.

O corpo é arte e é ciência.

Os corpos são…

22 janeiro 2014

há quem nos diga: 'cuidado, n se deixem ir!' (bem hajas Rui!)

Atacaram o Portugal futuro

Este governo, decididamente, está a deixar obra para lá do seu mandato. Não quer só destruir o país agora. Quer deixá-lo sem possibilidades de se reconstruir depois.

 Em três anos, deve haver poucas coisas que escapem à sanha empobrecedora deste governo. Àquelas a que o memorando da troika não obriga lá chegarão eles certamente. É essa a diferença entre um governo de incompetentes e um governo de fanáticos. E que jeito nos dava agora um governo que fosse só de incompetentes.

É pois perfeitamente adequado que a última vítima do governo tenha sido o investimento em ciência. Porque não? Uma das poucas coisas que se poderia atravessar no caminho da estratégia do governo seria a possibilidade de uma economia portuguesa mais especializada, produzindo mais valor, fixando mais conhecimento e exportando melhor. Não é isso que o governo quer. Vou até mais longe. O governo quer o contrário disso: o governo quer uma economia de baixos salários, comprimidos pelo desemprego alto, e produzindo barato para exportar mais (mas não melhor), um país a meio-gás para recursos a meio-gás, e tudo isto complementado por serviços públicos a quem se apertou o torniquete.

É verdade que o investimento em ciência não faz parte da narrativa habitual. Ninguém pode seriamente dizer que Portugal tenha chegado onde chegou por ter vivido acima das suas possibilidades em novos doutorados e cientistas. Mas o problema é precisamente esse: os doutorados e cientistas atrapalham a narrativa. Já se lhes tinha dito para emigrarem. E agora corta-se-lhes a bolsa que ainda os mantinha por cá. Não se vê na política do governo uma réstia de estratégia ou um vestígio de vontade de buscar consenso. Não há um plano. Há uma embirração.

***

Uma das poucas coisas que ainda mantinha a esperança viva era, para quem se interessa por observar estas coisas, o país onde se começava a ver, aqui e ali, jovens cientistas regressados, gente habituada a trabalhar em ambientes de mérito e exigência internacional, capazes de inovar, libertos dos velhos vícios do meio académico português. Agora que esse Portugal futuro foi atacado diretamente, porém, não é momento para a desesperança.

É momento para o contra-ataque.

O Portugal que representa este governo e o Portugal que representam esses jovens é antitético. Se é verdade que a abertura de hostilidades veio do lado do governo, mais verdade ainda é que entre esses dois portugais não pode agora haver trégua.

A missão dos jovens cientistas e académicos continua a ser a mesma: combater a ignorância através do cooperação, do cosmopolitismo, do conhecimento. Essa missão deve agora ser cumprida sem o governo, apesar do governo e, pelos vistos, até contra o governo. Podem ainda não ser claros os meios de adaptar à transformação do país essa ética da colaboração em rede, da troca de informação, da verificação exigente das teorias. Pouco importa. As mesmas virtudes que se empregam no trabalho científico e académico podem ser usadas para resgatar o Portugal futuro.

Ainda não sabemos como, caros amigos, mas chegou o momento de porem mãos à obra. Ninguém o fará por vós.

21 janeiro 2014

18 janeiro 2014

vergonha na AR



Carta aberta ao presidente da JSD e seus compagnons de route

Hesitei em decidir a quem me dirigir: não sei quem hoje é o mandante da JSD, nem a quem prestam vassalagem. Assim, terei de me dirigir ao presidente formal da JSD – e a quem deu publicamente a cara por uma das maiores indignidades que se registaram na história parlamentar da República.
Para vocês, que certamente não me conhecem, permitam-me que me apresente: sou militante do PSD, com o n.º 10757. Na JSD onde me filiei aos 16 anos, fui quase tudo: vice-presidente, director do gabinete de estudos, encabecei o conselho nacional, fui quem exerceu funções por mais tempo como presidente da distrital de Lisboa, fui dirigente académico na Faculdade de Direito de Lisboa, eleito com a bandeira da JSD, fui membro da comissão política nacional presidida por Pedro Passos Coelho, de quem, de resto, fui um leal colaborador. Quando saí da JSD, elegeram-me em congresso como vosso militante honorário.

Por isso julgo dever dirigir-me a vocês, para vos dizer que a vossa actuação me cobre de vergonha. E que deslustra tudo o que eu, e tantos outros, fizemos no passado, para a emancipação cívica, económica, cultural e política, da juventude e da sociedade.

Com a vossa proposta de um referendo sobre a co-adopção e a adopção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo, vocês desceram a um nível inimaginável, ao sujeitarem a plebiscito o exercício de direitos humanos. A democracia não deve referendar direitos humanos de minorias, porque esta não se pode confundir com o absolutismo das maiorias. Porque a linha que separa a democracia do totalitarismo é ténue – é por isso que a democracia não dispensa a mediação dos seus representantes – e é por isso que historicamente as leis que garantem direitos, liberdade e garantias andam à frente da sociedade. Foi assim com a abolição da escravatura, com o direito de voto das mulheres, com a instituição do casamento civil, com a autorização dos casamentos inter-raciais, com o instituto jurídico do divórcio, com o alargamento de celebração de contratos de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Estes direitos talvez ainda hoje não existissem se sobre eles tivessem sido feitos plebiscitos.

Abstenho-me de fundamentar aqui a ilegalidade do procedimento que se propõem levar avante: a violação da lei orgânica do referendo é grosseira e evidente – misturaram numa mesma proposta de referendo duas matérias diferentes e nem sequer conexas. Porque adopção e co-adopção são matérias que vocês pretendem imoralmente enfiar no mesmo saco.

Em matéria de co-adopção vocês ignoram ostensivamente o superior interesse das crianças já criadas em famílias já existentes e a quem hoje falta a devida segurança jurídica e protecção legal. Ao invés, vocês querem que os seus direitos sejam referendáveis. Confesso que me sinto embaraçado e transido de vergonha pela vossa atitude: dispostos a atropelarem o direito de umas poucas crianças e dos seus pais e mães, desprotegidos, e em minoria, em nome de uma manobra política. E isto é uma vergonha.

Mas é também com estupefacção que vejo a actual JSD tornar-se numa coisa que nunca foi – uma organização conservadora, reaccionária e atávica. Vocês empurram, com enorme desgosto meu, a JSD para uma fronteira ideológica em contradição com a nossa História e ao arrepio do nosso património de ideias e valores: o humanismo em matéria de liberdades individuais sempre foi nossa trave mestra. O que vocês propõem é uma inversão de rumo: conservadores na vida familiar mas liberais na economia. Eu e alguns preferimos o contrário. Porque o PSD, em que nos revimos, sempre foi o partido mais liberal em matéria de costumes e em matérias de consciência.
Registo, indignado, o vosso silêncio cúmplice perante questões sacrificiais para a juventude portuguesa. Não vos vejo lutar contra o corporativismo crescente das ordens profissionais e a sua denegação do direito dos jovens a aceder às profissões que escolheram. Não vos vejo falar sobre a emigração maciça que nos assola. Não vos vejo preocupados com muitas outras questões.

Mas vejo-vos a querer que eu decida o destino dos filhos dos outros.

Na JSD em que eu militei sempre fomos generosos: queríamos mais direitos para todos. Propusemos, entre tantas coisas, a legalização do nudismo em Portugal, o fim do SMO, a despenalização do consumo das drogas leves, a emancipação dos jovens menores e o seu direito ao associativismo.

Nunca nos passaria pela cabeça querer limitar direitos.

Hoje vocês não se distinguem do CDS e alguns de vocês nem sequer se distinguem da Mocidade Portuguesa, ou melhor, distinguem-se, mas para pior.

A juventude já vos não liga nenhuma. E eu também deixei de vos ligar.

16 janeiro 2014

Rodriguez



para terem um um dia com força deixo o Sugar Man!!!

Disfrutem-se!!!

Aproveitem-se!!!

15 janeiro 2014

perto da estátua longe do homem




mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

80 anos depois o mundo é assombrosamente diferente:

Cristiano Ronaldo, o avançado português, foi considerado o melhor futebolista do mundo, tal como em 2008, bis na bola de ouro...

Eusébio um moçambicano negro herói do antigo regime (como a Amália humilde) no panteão nacional (Panteão, que, etimologicamente, deriva de pan (todo) e théos (deus), significa, literalmente, o conjunto de deuses de determinada religião.
Eventualmente, o termo "panteão" passou a significar tanto o conjunto de deuses quanto o templo específico a eles devotado. Atualmente, "panteão" é o termo designado para um mausoléu que abriga os restos mortais de diversas pessoas notáveis.).

é mais bola!!! ou não!

outras formas de batalha e guerras mais regradas e sem feridos e mortos :)

jogava e joga os dois para caraças

bergman!



 Mónica e o Desejo, ou Verão com Mónica (em sueco: Sommaren med Monika), é um filme sueco de 1953, realizado por Ingmar Bergman.

Gerou controvérsia no seu país natal e no estrangeiro pelo seu retrato da nudez feminina, em conjunto com o filme Um Verão de Felicidade, do ano anterior, realizado por Arne Mattsson, gerando a reputação da Suécia como país sexualmente liberal.

O filme fez da sua actriz principal Harriet Andersson uma estrela.


 

1953 - 2013: 60 anos...

vou parecer um velho do restelo...

nimas, hoje, 13h30 da tarde, tempo cinzento e aguaçeiros a espaços MAS sala bem composta...

percebi depois:

era Bergman, todas as cenas pareciam telas, pinturas vivas e a nudez...

ensinava-nos que há qualquer coisa de intímo no corpo que hoje se perdeu...

muito giro, tempo muito bem passado.

ah Bergman, tinhas cinema nas ideias...

12 janeiro 2014

Parabéns e muitos anos de vida Sunny e mimo!



Gracias A La Vida

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida, gracias a la vida
é inacreditável de bom, de bonito o poema!!!

Hj é msm dia para comemorar um ano de Amor entre a Sunny e o seu mimo!

é para a vida!!! ;)

Adivinhem quem veio juntar-se aqui na cama um c o outro e comigo !?

A Ginja e o Felix Ferreira Joaquim!!!

Ah pois é!!!

Estou contente!!!

Que façamos muitos mais!!!

Ai ai aiii estou tao apaixonadooo!!!

Supera-me/nos!!!

Sabem quando tudo parece ideal mesmo que seja comum como comer bem em conjunto com os outros e jogar às cartas.

'foi Ferreira!' passa a designar o Bem Estar, tem muito de Joaquim mas está implicíto!!!

06 janeiro 2014

recomeçar a melhorar


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ver,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra
birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta ou recebe mensagens? passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

(Carlos Drummond de Andrade)

03 janeiro 2014

tds dirão ao ler isto: 'também eu sou vil!'

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

(Trecho de “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa)

a palavra de ordem para este ano é Exigêncência



(Sérgio Godinho - O Elixir da Eterna Juventude)

em 2014... 2 0 1 4!!! a cada momento pede-se atenção a descontracção surgirá sem darmos por ela!!! ;)