"Eu quero acompanhar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo" (caetano veloso)
15 novembro 2014
o tempo
Conversa comum deu dois textos muito diferentes.
Não fosse o interlocutor dotado de arte filosófica, vejam:
http://filosofiamaisciencias2.blogspot.pt/2014/11/o-tempo-existencial.html
Durante muito tempo pensei / pensava que o presente era instantâneo: era rápido e o tempo presente já tinha passado.
No entanto, ontem (!?) um sábio explicou que ‘esse’ é um defeito atual, vê inovar como um escape do novo ao antigo, que não faz sentido pensar só neste momento, só no agora, neste segundo só, como presente.
Há um passado a preservar, não pensemos que chegamos agora, hoje e mudamos todo o passado, TUDO, para futuro melhor;
conservador?
Talvez pós moderno…
Ele muda de pessoa para pessoa e às vezes a mesma pessoa tem vários presentes, mais rápidos e mais lentos.
Lá vai o meu presente número um em velocidade ultrapassando o meu presente actual, vrumm…
O meu presente actual começou quando comecei este texto.
Não passou à medida que fui escrevendo.
Temos vários presentes, alguns passados e um único futuro.
O meu presente, não é isto, o meu tempo foi invadido de comida pelo almoço.
Esta questão já vem sendo pensada mas não escrita desde ontem (em 12.11) na conversa com o sábio que também vai escrever sobre este assunto.
Enquanto se escreve um mesmo texto estamos sempre num mesmo tempo, num presente!?
Não, um texto pode demorar anos a ser escrito e as ideias mudam.
As ideias mudam consoante são escritas, escrever ajuda a pensar melhor.
Por isso encontras por vezes, escritores que adoras e ao vivo são só isto?
Pensava que eu eras feito doutra massa qualquer, tipo oiro ou assim, mas não, és banal como todos nós.
Fazer durar o tempo é uma virtude, o tempo sempre a mudar com pessoas e ideias novas não me parece grande qualidade, ‘estamos a inovar!’, diz-se / escreve–se por aí como se fosse uma grande qualidade do ser moderno: se se mantém, é porque agrada.
Mudar / inovar é porque não se está contente.
A moda estar sempre a mudar em todas as estações não me parece muito sustentável, nunca se chega a uma roupa que continue a ser elegante, bonita, que ultrapasse os tempos.
Vários tempos, vários espaços, espaço e tempo vivem associados: mudas de espaço, mudas de tempo: a história de vida muda; o contrário não é obrigatório: passamos a maior parte do tempo no mesmo espaço.
O espaço pode mudar muito ao longo do tempo.
------------------------------------------------------------''''-------------------------------------------------------------
Há gente que encontro e penso: 'tem cabeça de pensadora, que pena não escrever!'
É uma maneira de alimentares Presentes, é uma ótima maneira de aproveitares o tempo.
Quantas vezes dou por mim a pensar em situações passadas: 'isto devia estar escrito!'
Paisagens, situações, abstracções, imaginações:
'está inscrito/escrito em nós antes de falado e pensado!' (J. Derrida)
foi aprendido, em dada altura das nossas vidas, e permanece inscrito nas ideias mesmo quando não pensamos nelas, e pode ser comunicado e exteriorizado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário