O futebol provoca tanta paixão, em tanta gente,
que já houve quem nomeasse esse fenómeno
de adesão com a palavra «futebolismo».
Este desporto que se sobrepôs a todos os outros
e conquistou o mundo, merece no entanto ser
visto numa perspetiva e critíca
e o retire dos «ismos» vazios e redundantes.
O futebol é hoje um «sistema» muito poderoso
e complexo que está para lá dos estádios e das
competições desportivas e invadiu o nosso
quotidiano, mesmo quando não somos adeptos.
O futebol é tão expansivo e tem uma presença
tão generalizada no quotidiano que os estádios
estão longe de ser a sua principal morada.
Ela atrai o poder político e cristaliza de forma
extrema e exacerbada as manifestações do poder
económico e mediático. É um mundo marcado por
heróis e por cultos que geralmente são de duração
efémera e estão sujeitos à lei da circulação do
dinheiro. Aqui, a glória geralmente corre célere
e não se detém. A significação antropológica do
futebol como espetáculo, como competição
e como ritual é um desafio que mobiliza apurados
instrumentos de análise.
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