30 outubro 2005

(In)Pulso

Este blog não é um blog, é um espaço onde escrevo para mim e que talvez caia num estilo consultório sentimental. A advertência é séria: será sempre escrito na primeira pessoa. Normalmente tento fugir a isso, aqui assumos os meus eus.

Escrever nele é uma forma de me autoconhecer pela escrita, talvez de revelar medos, que tenho mas que escondo porque quero ser forte. Uma obssessão por mim. Não quero assumir mais defeitos, e aqui posso fazê-lo como forma de lutar contra eles. Não merece, portanto, ser lido este blog em forma de monólogo interior senão por mim.

Algumas pessoas encontrarão dúvidas comuns às minhas, a maior parte acusar-me-á de "foleiro" e "ensimesmado". Assumido por mim.

Talvez tenha dúvidas corriqueiras, daquelas que toda a gente tem. "E afinal, andamos todos em busca do mesmo não é?", falar de amores e da falta deles.

21 outubro 2005

Tendências

Escrever sobre sexualidade e sexo quando se brinca com textos e criatividade torna-se quase natural mesmo para o mais virginal dos escritores. Talvez sirva quase como desinibidor sexual e compreensão de todo um conjunto de pulsões que temos em nós. Esta conversa talvez seja demasiado "psicanalítica" mas é uma sensação que tenho tido ao tentar ser criativo na escrita. Não saber o que e com quem vai ser o futuro interessa pouco, afinal nunca soube e nunca me fez falta saber ou alguém sabe? Será de mim ou é másculo isto das gajas serem um problema?

Um exemplo:

"Irá ela querer fazer amor? E se corre mal? E se sou demasiado rápido? Ela parece batida no assunto, como alguém que conhece os melhores amantes da zona e me vai comparar com eles. Como posso não estar nervoso? Sinto o meu corpo tão inexperiente, tão desajeitado, longe do que deve ser um corpo de alguém da minha idade. De tal maneira que o sexo se tem tornado tabu, não falo da minha sexualidade com ninguém, e não vivo bem com ela. Quem me dera que ela fosse uma mestra, alguém que me ensinasse a viver bem com o amor - acto fisíco e não alguém que me estivesse a testar. Falo de sexo como discurso óbvio para a parvoíce, torna-o obviamente uma coisa corriqueira, como se soubesse tudo sobre ele. Será ela meiga, estará ela pronta para ter um desastre sexual? Nenhuma rapariga atura isso. Estou a chegar. Como deverei cumprimentá-la? Insinuar-me!? Estará nervosa?

Quando entro no café vejo-a deslumbrante. De facto, nesse momento só queria um amor. Algo calmo, conhecê-la devagarinho, sem pressas de ficar. Ponto positivo: sinto-me nervoso como na primeira paixão. Não sei até se não demasiado apaixonado para um primeiro encontro. Tenho medo de assustá-la com o meu impulso de criar em conjunto, e não conseguir abrir uma fresta para quem sou. É divertida e os olhos brilham tanto. Vou beijá-la.

Lembro-me como foi abraçá-la nessa noite e como foi perfeito o descobrir dos corpos. Ao meu senti-o mais meu, mais comigo, na minha equipa. Ela sussurrou-me, ela libertou-se, ela amou-me. Foi assim durante 2 meses. Depois perdi o interesse. De facto, neste momento continuo a querer o que afinal toda a gente quer."

(Edward Saunders, romancista porno)