21 outubro 2005

Tendências

Escrever sobre sexualidade e sexo quando se brinca com textos e criatividade torna-se quase natural mesmo para o mais virginal dos escritores. Talvez sirva quase como desinibidor sexual e compreensão de todo um conjunto de pulsões que temos em nós. Esta conversa talvez seja demasiado "psicanalítica" mas é uma sensação que tenho tido ao tentar ser criativo na escrita. Não saber o que e com quem vai ser o futuro interessa pouco, afinal nunca soube e nunca me fez falta saber ou alguém sabe? Será de mim ou é másculo isto das gajas serem um problema?

Um exemplo:

"Irá ela querer fazer amor? E se corre mal? E se sou demasiado rápido? Ela parece batida no assunto, como alguém que conhece os melhores amantes da zona e me vai comparar com eles. Como posso não estar nervoso? Sinto o meu corpo tão inexperiente, tão desajeitado, longe do que deve ser um corpo de alguém da minha idade. De tal maneira que o sexo se tem tornado tabu, não falo da minha sexualidade com ninguém, e não vivo bem com ela. Quem me dera que ela fosse uma mestra, alguém que me ensinasse a viver bem com o amor - acto fisíco e não alguém que me estivesse a testar. Falo de sexo como discurso óbvio para a parvoíce, torna-o obviamente uma coisa corriqueira, como se soubesse tudo sobre ele. Será ela meiga, estará ela pronta para ter um desastre sexual? Nenhuma rapariga atura isso. Estou a chegar. Como deverei cumprimentá-la? Insinuar-me!? Estará nervosa?

Quando entro no café vejo-a deslumbrante. De facto, nesse momento só queria um amor. Algo calmo, conhecê-la devagarinho, sem pressas de ficar. Ponto positivo: sinto-me nervoso como na primeira paixão. Não sei até se não demasiado apaixonado para um primeiro encontro. Tenho medo de assustá-la com o meu impulso de criar em conjunto, e não conseguir abrir uma fresta para quem sou. É divertida e os olhos brilham tanto. Vou beijá-la.

Lembro-me como foi abraçá-la nessa noite e como foi perfeito o descobrir dos corpos. Ao meu senti-o mais meu, mais comigo, na minha equipa. Ela sussurrou-me, ela libertou-se, ela amou-me. Foi assim durante 2 meses. Depois perdi o interesse. De facto, neste momento continuo a querer o que afinal toda a gente quer."

(Edward Saunders, romancista porno)

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