Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar
In Teatro do Mundo, 1958
"Eu quero acompanhar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo" (caetano veloso)
30 julho 2012
29 julho 2012
moinhos versus gigantes
Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
in "Movimento Perpétuo", 1956
é relativismo de cada qual, ter livre arbitrío no que olha e vê... vê gigantes, vê moinhos, vê coisas diferentes quem vê e como vê, verá tantos tempos como momentos tem o dia, e espaços como sul a norte existem!
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
in "Movimento Perpétuo", 1956
é relativismo de cada qual, ter livre arbitrío no que olha e vê... vê gigantes, vê moinhos, vê coisas diferentes quem vê e como vê, verá tantos tempos como momentos tem o dia, e espaços como sul a norte existem!
gedeão lido na tv
Fala do Homem nascido
Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar
In Teatro do Mundo, 1958
Impressão Digital
Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar
In Teatro do Mundo, 1958
Impressão Digital
26 julho 2012
e sou um 'educador social'
tenho a mania que quero influenciar o outro, como ele me influencia a mim, muitos por dia passam por mim ou uns quantos, alguns passam por mim diariamente.
o 'obrigado' e o 'desculpa' são uma forma (a que encontrámos mais acertada...) de demonstrar que fomos evoluindo enquanto povo, bonita e simples, não gasta muito tempo ser educado.
há um povo miúdo a crescer de nossos filhos, netos e seus colegas que aprendem connosco e que quero tornar melhores educados até ao lar da terceira idade.
desculpem e obrigado!
o 'obrigado' e o 'desculpa' são uma forma (a que encontrámos mais acertada...) de demonstrar que fomos evoluindo enquanto povo, bonita e simples, não gasta muito tempo ser educado.
há um povo miúdo a crescer de nossos filhos, netos e seus colegas que aprendem connosco e que quero tornar melhores educados até ao lar da terceira idade.
desculpem e obrigado!
23 julho 2012
a história
temos uma missão: 'entregar este mundo melhor, pouco ou muito mas melhor, do que recebemos dos nossos pais, tios e avós aos nossos filhos, sobrinhos e netos (etaaa distância, para a frente e para trás, mas acredito!
por sinal: quero dar ao mundo algo melhor.
por sinal, e talvez seja bom ser raro: poucas vezes leio coisas 'daquelas boas', sabem como são? daquelas que dão gosto em existir!?
por sinal, é fácil de dizer mal do facebook, é como pastilha elástica: é doce mas vai perdendo o sabor e não alimenta.
por sinal, é um mundo rápido que criámos de sms e partilhas no facebook...
a maratona é lenta sem sprints mas com um sprint final.
ganha quem luta melhor na lentidão.
este mundo é de corridas rápidas de cem metros.
por sinal, chove e faz sol, queremos ser melhores juntos e com exigência.
sem sinal, STOP... 2012, banzão, facebook, vamos ser melhores, como? não sei mas o sentimento é passar coisas boas ao outro e melhorarmo-nos e aos outros!
a bem ver, TCE's à parte, não tem corrido mal...
'A GENTE VAI CONTINUAR!' (Jorge Palma):
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem á batota
Chega a onde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
por sinal: quero dar ao mundo algo melhor.
por sinal, e talvez seja bom ser raro: poucas vezes leio coisas 'daquelas boas', sabem como são? daquelas que dão gosto em existir!?
por sinal, é fácil de dizer mal do facebook, é como pastilha elástica: é doce mas vai perdendo o sabor e não alimenta.
por sinal, é um mundo rápido que criámos de sms e partilhas no facebook...
a maratona é lenta sem sprints mas com um sprint final.
ganha quem luta melhor na lentidão.
este mundo é de corridas rápidas de cem metros.
por sinal, chove e faz sol, queremos ser melhores juntos e com exigência.
sem sinal, STOP... 2012, banzão, facebook, vamos ser melhores, como? não sei mas o sentimento é passar coisas boas ao outro e melhorarmo-nos e aos outros!
a bem ver, TCE's à parte, não tem corrido mal...
'A GENTE VAI CONTINUAR!' (Jorge Palma):
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem á batota
Chega a onde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
22 julho 2012
tem bom ar
:) sem ninguém estamos juntos e somos muitos... há sempre alguém livre e solto! ;)
da espetacular, incomparável, formidável, inalcançável, excelente, genial, etc. GERAÇÃO de 80, também é o vocalista d'os maridos das outras são'... MIGUEL ARAÚJO!
BOA SEMANA, tive um fim de semana espectacular... :) entrega amanhã... vou!!! a luta é pela vida, pela minha vida, bora lá ganhar a vida! ;)
sou lento e achava esta letra meio parva porque afinal sou 'gajo' mas ouvi o miguel araújo explicar que a letra pretende ser uma critíca às mulheres e a um discurso sempre ouvido para criticar os maridos, do tipo 'viste o marido da sónia? que queridooo, podias ser assim de vez em quando.
no fundo a música elogia-NOS homens! :)
20 julho 2012
uma raposa
'quem deixa a caravana na lama sem lutar por esforçar/soltar cai na lama também' (no filme 'fiel companheiro' sente-se fidelidade)
tem qualquer coisa canina...
teve na mana sua menina e ao protegê-la é muito felina.
protege com raça os seus, tem na família qualquer coisa de alma eterna, dos pais é herdeira forte, na justiça é exemplo.
nos costas é às vezes protecção outras vezes protegida.
rUdolpho é com U aqui e na Noruega...
eu: 'vamos ao queen's?'
ela: 'o que é o queen's!?'
eu: 'é uma discoteca'
ela:'já me estou a ver dançar em cima das colunas! :)'
'- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - Disse a raposa. - Por causa da cor do trigo… (...) Vou-te contar um segredo: (...) É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos... (...) Os homens já se esqueceram desta verdade, - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativas...' (Antoine de Saint-Exupéry)
e esta raposa não parou/pára desde que me conheço de me cativar...
18 julho 2012
a felicidade sucks mesmo se dá bom som
agrada-me estar descontente porque caímos mas levantamo-nos com sentido que somos melhores quando saboreamos a luta.
'dos fracos e desistentes não reza a história.'
a felicidade parece-me uma coisa de chacha, desagrada-me uma ideia de estagnar associada à felicidade.
agrada-me alguma exigência.
ser feliz é bom mas curto.
ser feliz lembra-me o céu que deve ser uma seca.
apetece-me bailar com um grande smile de quem já bebeu uns copos!
boa disposição é que é.
o mar está solarengo.
é como dar chapadas de luva branca.
'dos fracos e desistentes não reza a história.'
a felicidade parece-me uma coisa de chacha, desagrada-me uma ideia de estagnar associada à felicidade.
agrada-me alguma exigência.
ser feliz é bom mas curto.
ser feliz lembra-me o céu que deve ser uma seca.
apetece-me bailar com um grande smile de quem já bebeu uns copos!
boa disposição é que é.
o mar está solarengo.
é como dar chapadas de luva branca.
13 julho 2012
moonrise kingom
Foi o filme semanal.
Muito fora.
Ou muito culto se quiserem ou doutra cultura.
Parece de bollywood ou assim.
Que alucinados ou mocados realizaram isto.
Qd me sentir em baixo penso neste filme e rise up again
11 julho 2012
um brio de mulher
'Zé,
tu sabes como são as coisas,
as pessoas não deixaram de gostar de ti,
em cada amigo teu tu estás lá,
em cada pequeno pormenor as pessoas lembram-se de ti,
nem imaginas a quantidade de vezes que eu e a minha mãe falamos de ti,
do “NOSSO ZÉ”…
mas à medida que o tempo vai passando além de começares a separar muito bem os amigos dos conhecidos…
a vida vai dando as suas voltas…
há amigos que a distancia física nos afasta, há amigos que podem ter tantas e tantas razões para se afastarem…
Só te peço que não sejas demasiado duro com os teus amigos…
tu estás sempre no coração deles, sempre, a toda a hora…
e podes não acreditar mas quando precisam de força os teus amigos buscam-na em TI…
no maior exemplo de força que conhecem…
ninguém te largou á tua sorte, ninguém te abandonou…
a vida é que tende a correr o seu curso… também tu estás a correr o teu caminho (e que caminho…), só que o teu caminho é um passo de cada vez e o caminho dos teus amigos é sempre a correr…
E quando se corre há muita coisa que fica para trás, tanta coisa que fica por dizer e um infindável numero de coisas que ficam por fazer…
Se me ponho a imaginar à quanto tempo não olho para a lua e fico ali dois minutos só a olhar para ela e a comtempla-la, sem pensar em mais nada…
Tu não és das coisas esquecidas que ficam por fazer, tu és das coisas maravilhosas que ficam, muitas vezes, por dar um agradecimento por existires.
Miúdo, tu tens muito a dar a este mundo!
Nunca te esqueças disso!
Tu tens gente na tua vida que está sempre contigo, de coração!'
(Catarina Chaves)
tu sabes como são as coisas,
as pessoas não deixaram de gostar de ti,
em cada amigo teu tu estás lá,
em cada pequeno pormenor as pessoas lembram-se de ti,
nem imaginas a quantidade de vezes que eu e a minha mãe falamos de ti,
do “NOSSO ZÉ”…
mas à medida que o tempo vai passando além de começares a separar muito bem os amigos dos conhecidos…
a vida vai dando as suas voltas…
há amigos que a distancia física nos afasta, há amigos que podem ter tantas e tantas razões para se afastarem…
Só te peço que não sejas demasiado duro com os teus amigos…
tu estás sempre no coração deles, sempre, a toda a hora…
e podes não acreditar mas quando precisam de força os teus amigos buscam-na em TI…
no maior exemplo de força que conhecem…
ninguém te largou á tua sorte, ninguém te abandonou…
a vida é que tende a correr o seu curso… também tu estás a correr o teu caminho (e que caminho…), só que o teu caminho é um passo de cada vez e o caminho dos teus amigos é sempre a correr…
E quando se corre há muita coisa que fica para trás, tanta coisa que fica por dizer e um infindável numero de coisas que ficam por fazer…
Se me ponho a imaginar à quanto tempo não olho para a lua e fico ali dois minutos só a olhar para ela e a comtempla-la, sem pensar em mais nada…
Tu não és das coisas esquecidas que ficam por fazer, tu és das coisas maravilhosas que ficam, muitas vezes, por dar um agradecimento por existires.
Miúdo, tu tens muito a dar a este mundo!
Nunca te esqueças disso!
Tu tens gente na tua vida que está sempre contigo, de coração!'
(Catarina Chaves)
07 julho 2012
um ordinário vs um beto... hrumpf...
'ela a boiar!?'
tem a leveza de um sorriso, é mt meiga e doce.
Engole água às vezes mas dps concentra-se de novo muito e flutua a sorrir.
Descansa como se dissesse ao mar e ao sol que merece.
É mt cômica ela no mar da praia.
Sabe que tem que saber ser do mar e é também seu.
É dócil.
Combinaram pertencer um ao outro e nisso são fiéis.
Ele com olhar paterno protetor.
Ela com olhar brincalhão de filha-desafio.
Olha para o céu a sentir o frio nas costas e na alma a boiar.
O mundo ali é dela.
Entoa cantigas desafinada.
Só ela ouve.
Mergulha e é forte nessa entrega.
Ela no mar é sorriso e olhar reguila.
Gosta da preguiça que o mar permite e é lenta como a água.
É filha do mar e da areia e mana dos peixinhos.
Dá prazer vê-la ter curiosidade no mar.
Brinca muito a fazer carreirinhas e a ser deixada ir empurrada pelas ondas.
Embate na areia e levanta-se de novo toda cheia de areia a correr para a água fria a esfregar-se e a soltar areia.
Levanta água com os pés, molha quem está em volta.
Dança mt brincalhona e feliz abanando-se soltando areia molhada e enfrentando as ondas peito aberto.
depois enrola-se na areia ou na toalha deitada e sabe bem o sol a queimar as costas.
Dps volta com jeito sopimpa ao mar.
Ali tem a grandeza de ter medo e ser frágil.
Ela quando engole água soergue-se aflita a sorrir voltando a deitar-se as vezes no mar, as vezes ao sol.
Dá muito de si ao mar que enrola na areia.
Ali é feliz.
Dá gosto espreita-la escondido e voar a vê-la lá no alto por entre as nuvens.
O mar está solarengo.'
tem a leveza de um sorriso, é mt meiga e doce.
Engole água às vezes mas dps concentra-se de novo muito e flutua a sorrir.
Descansa como se dissesse ao mar e ao sol que merece.
É mt cômica ela no mar da praia.
Sabe que tem que saber ser do mar e é também seu.
É dócil.
Combinaram pertencer um ao outro e nisso são fiéis.
Ele com olhar paterno protetor.
Ela com olhar brincalhão de filha-desafio.
Olha para o céu a sentir o frio nas costas e na alma a boiar.
O mundo ali é dela.
Entoa cantigas desafinada.
Só ela ouve.
Mergulha e é forte nessa entrega.
Ela no mar é sorriso e olhar reguila.
Gosta da preguiça que o mar permite e é lenta como a água.
É filha do mar e da areia e mana dos peixinhos.
Dá prazer vê-la ter curiosidade no mar.
Brinca muito a fazer carreirinhas e a ser deixada ir empurrada pelas ondas.
Embate na areia e levanta-se de novo toda cheia de areia a correr para a água fria a esfregar-se e a soltar areia.
Levanta água com os pés, molha quem está em volta.
Dança mt brincalhona e feliz abanando-se soltando areia molhada e enfrentando as ondas peito aberto.
depois enrola-se na areia ou na toalha deitada e sabe bem o sol a queimar as costas.
Dps volta com jeito sopimpa ao mar.
Ali tem a grandeza de ter medo e ser frágil.
Ela quando engole água soergue-se aflita a sorrir voltando a deitar-se as vezes no mar, as vezes ao sol.
Dá muito de si ao mar que enrola na areia.
Ali é feliz.
Dá gosto espreita-la escondido e voar a vê-la lá no alto por entre as nuvens.
O mar está solarengo.'
01 julho 2012
conselho
veio calmo desprendendo-se como quem não ensina mas aprende, sentou-se por cima da cama.
'às vezes é preciso na vida (contra nós) parar à entrada da rua, ver, olhar, cheirar, escutar, ouvir, pensar, acalmar e depois atravessar. saber esperar é um dom. 'quem espera sempre alcança' e 'devagar se vai ao longe' e 'a pressa é inimiga da perfeição'.
não sei se ele disse isto tudo mas deu-me um bom conselho que eu, puto, não soube tomar!
'às vezes é preciso na vida (contra nós) parar à entrada da rua, ver, olhar, cheirar, escutar, ouvir, pensar, acalmar e depois atravessar. saber esperar é um dom. 'quem espera sempre alcança' e 'devagar se vai ao longe' e 'a pressa é inimiga da perfeição'.
não sei se ele disse isto tudo mas deu-me um bom conselho que eu, puto, não soube tomar!
Intelectus Futebolisticulus (de outro tempo)
Sócrates era o único futebolista profissional do mundo... intelectual. Dava verdadeiros pontapés de bicicleta na gramática, fintava com grande capacidade de argumentação, chutava ao jeito Pollock e fazia passes subtis como uma flauta de pã.
O nome Sócrates vinha da mãe querer um Pensador e o pai um futebolista. Mas todos lhe chamavam "o arquitecto" pela sua organização de jogo. Quando era pequeno faltava aos treinos e jogos para fugir para a escola e a biblioteca, faltava aos exames para ensaiar jogadas estudadas. Em vez de preparação fisíca, Sócrates, abusava da preparação racional, artístico-cultural, intelectual, lógico-matemática e abstracta, numa verdadeira formação integral do atleta.
Sabia todas as condições óptimas para um equipamento em condições: chuteiras puma de 8 pitons nº acima do calçado normal, bla bla bla e tinha até um estudo feito que assegurava que as equipas que jogavam de vermelho e preto tinham mais probabilidade de ganhar um jogo.
Sócrates jogava na lateral porque evitava usar a cabeça compensando isso pela forte cultura táctica, sabia que o 4-4-2 estava completamente desactualizado. Antes de qualquer jogo internacional aprendia todas as coisas importantes sobre a cultura adversária, aprendia a língua, os hábitos, a geografia, as comidas, as figuras, a História.
Marcava golos e dedicava-os a Picasso, a Platão, a Fernando Pessoa ou à Ursula Wolfel. Enquanto os colegas matavam a sede junto ao banco de suplentes, ele dirigia-se lá para tomar nota das ideias fortes tidas no calor do jogo.
Sócrates era evitado pelos jornalistas nos finais de partida. Todos sabiam que daí viria outra explicação do futebol tida à imagem da Teoria da Evolução de Darwin. Adorava autógrafos e dava-os em forma de contos e poesias.
Escrevia uma coluna no jornal A Bola, outra no Jornal de Letras e escrevia sozinho o jornal da Associação do jogador profissional intelectual, por ele criada.
Aprendia com as critícas do treinador, não pelas falhas na finalização ou pela falta de esforço, mas pelas palavras caras que empregava, obrigando a equipa a pagar um salário a um intérprete especialista em Filosofia da Linguagem.
As claques que o apoiava gritavam: "Dá-lhes com a Guernica" ou "Deixa-os estáticos como a Mona Lisa" e gritavam "Xeque-mate" em vez de golooooo.
Quando acabou a sua 3ª tese de doutoramento em Criatividade da Relatividade recebeu o prémio de melhor jogador do ano. Nesse ano percebeu que não conseguia mais: - A beleza do jogo era-lhe tão maravilhosa que não podia perder tempo com jogos, teria que conseguir recriar essa emoção na Arte.
(o meu)
O nome Sócrates vinha da mãe querer um Pensador e o pai um futebolista. Mas todos lhe chamavam "o arquitecto" pela sua organização de jogo. Quando era pequeno faltava aos treinos e jogos para fugir para a escola e a biblioteca, faltava aos exames para ensaiar jogadas estudadas. Em vez de preparação fisíca, Sócrates, abusava da preparação racional, artístico-cultural, intelectual, lógico-matemática e abstracta, numa verdadeira formação integral do atleta.
Sabia todas as condições óptimas para um equipamento em condições: chuteiras puma de 8 pitons nº acima do calçado normal, bla bla bla e tinha até um estudo feito que assegurava que as equipas que jogavam de vermelho e preto tinham mais probabilidade de ganhar um jogo.
Sócrates jogava na lateral porque evitava usar a cabeça compensando isso pela forte cultura táctica, sabia que o 4-4-2 estava completamente desactualizado. Antes de qualquer jogo internacional aprendia todas as coisas importantes sobre a cultura adversária, aprendia a língua, os hábitos, a geografia, as comidas, as figuras, a História.
Marcava golos e dedicava-os a Picasso, a Platão, a Fernando Pessoa ou à Ursula Wolfel. Enquanto os colegas matavam a sede junto ao banco de suplentes, ele dirigia-se lá para tomar nota das ideias fortes tidas no calor do jogo.
Sócrates era evitado pelos jornalistas nos finais de partida. Todos sabiam que daí viria outra explicação do futebol tida à imagem da Teoria da Evolução de Darwin. Adorava autógrafos e dava-os em forma de contos e poesias.
Escrevia uma coluna no jornal A Bola, outra no Jornal de Letras e escrevia sozinho o jornal da Associação do jogador profissional intelectual, por ele criada.
Aprendia com as critícas do treinador, não pelas falhas na finalização ou pela falta de esforço, mas pelas palavras caras que empregava, obrigando a equipa a pagar um salário a um intérprete especialista em Filosofia da Linguagem.
As claques que o apoiava gritavam: "Dá-lhes com a Guernica" ou "Deixa-os estáticos como a Mona Lisa" e gritavam "Xeque-mate" em vez de golooooo.
Quando acabou a sua 3ª tese de doutoramento em Criatividade da Relatividade recebeu o prémio de melhor jogador do ano. Nesse ano percebeu que não conseguia mais: - A beleza do jogo era-lhe tão maravilhosa que não podia perder tempo com jogos, teria que conseguir recriar essa emoção na Arte.
(o meu)
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