18 maio 2021

Aqui vai um poema do António Barahona

Eu estava sentada na areia molhada era de noite, eu tirei a arma do bolso um homem veio por trás de mim, segurou me no braço levantou me no ar, fiquei com as marcas dos dedos dele durante oito dias e disse-me:


"- Todos os dias vou ao mar e não sei se volto e tenho mulher e oito filhos acha que também devo suicidar-me? "

 

A partir desse dia quis viver e jamais me hei de esquecer da cara daquele homem que estava descalço e eu tinha os lábios roxos de frio. 

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