Tenho o preconceito de que tenho mais razões de queixa do
que qualquer um: tenho o TCE (Traumatismo Crânio-Encefálico)
do meu lado e tenho tentado evitar a versão de coitadinho que
todos temos.
Todos envelhecemos e nem todos estão sempre a melhorar e o
mais comum é piorarmos com a idade.
Mas há fases/situações em que fraquejo...
Dói-me a alma porque a tenho e temos a deficiência de
estarmos sempre a comparar com outros e passados
longínquos em que fui eficiente e outro, há 16/17 anos coisa e
tal.
Todos temos deficiências por mais pequenas que sejam: usar
óculos é bastante comum. Fazer de calimero é comum, de vez
em quando, pôr a casca de ovo na cabeça é banal.
Ou talvez devesse manter a coragem de me manter
impenetrável e sorriso sempre feito; não, tenho fases em que
se não sou calimero tenho facilidade em encontrar nos defeitos
qualidades.
E já fiz o meu elogio à dor...
(excesso de egocentrismo ou amor próprio!?)
À posteriori, habituei-me a sentir doutra forma contrária ao meu elogio à dor, não porque acho que a minha vida seja fácil porque não é mas porque a alternativa morte era bem pior e tenho sempre melhorado.
A alternativa era estar morto e se comparar com isso estou vivo e bem melhor.
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