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"Eu quero acompanhar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo" (caetano veloso)
28 fevereiro 2023
O filme Fissura de Pedro Sena Nunes: 01 de MARÇO no renovado Batalha Centro de Cinema.
27 fevereiro 2023
26 fevereiro 2023
24 fevereiro 2023
Para Ganhar é preciso ser melhor que nós próprios!!!
22 fevereiro 2023
Há gente e onde há gente há Amor.
É sempre assim!?
Pessoas, passos, paisagem, piscina, pontes, pulos: P e S.
Não escrever tudo de uma assentada leva a desunires…
Escuro, sujo e preto.
Horizontes claros.
Há um erro no pedido: é errado pedir imaginação!
Nem ideias soltas, palavras sem sentido.
Dificuldade encontrar a mansidão e pintar multidões.
Impedir a ansiedade e o egocentrismo.
Muito erro: todas as palavras têm sentido.
Como um caminho com demasiadas saídas leva a lugares diferentes.
Para onde isto nos vai levar?
Pensa comigo desconhecido que me ouves ler!
Todas as cabeças pensam diferente!
Têm uma história noutro tempo e espaço, noutro lugar…
Nunca saberemos o que é ver, ouvir, falar e tocar para outro.
Ninguém sabe como é o interior do outro;
Nem os cirurgiões sabem o que vai dentro de cada um…
E vai tanta coisa diferente...
Preparar uma viagem.
Pensar num lugar e suas riquezas, espaço.
Pensar em quem vai connosco, gente.
E no tempo.
Nunca saberemos como vai ser por muito que imaginemos e reinventemos.
Uma viagem é sempre a nossa experiência.
Por muito que preparemos tudo, ficará aquém.É coisa burguesa e nobre.
Um pobre não prepara viagens.
Porque não as faz.
Ou talvez, não seja certo.
O fenómeno das emigrações.
Idas em busca de melhores condições de vida.
É um desígnio dos pobres,
E também são pensadas,
Preparadas.
Mas, de outra forma,
Noutro registo.
Os espaços e tempo têm outras condicionantes.
Um olhar para fora pode ser tanta coisa.
Pode falar de/e para dentro e/ou pode falar de/e para fora.
Podem ser mundos, espaços e tempos, podem ser caminhos.
Um mesmo olhar não pode ser único, também pode ser plural e/ou movimento.
Pode ser triste: raramente não é bonito uma expressão de tanto interior.
É incrível cada olhar que vê, ri, chora, parece que fala.
Um podem ser muitos quando imaginas.
Um cego vê de outra maneira.
E imaginar é das melhores coisas que a vida tem e não tem poucas coisas boas.
Tem muitas, viver é tão bom que devia ser mais óbvio viver, até quando custa nos melhora essa dificuldade.
Tudo implica cuidado, viver implica cuidado: é bem bonito sermos elemento de amor.
A sociedade é exigente e temos responsabilidade nela, também pode não ser, é uma escolha nossa.
A exigência connosco vem desde sempre, em tudo o que fazemos
E seremos sempre um olhar para a frente e para cima porque queremos o melhor da nossa vida!
Sempre?
Sempre é tanta coisa.
Talvez quase nunca... talvez!?
E nunca é pouca coisa.
Um corpo humano é tanta coisa que quando falha/falta é que se dá pelo pormenor daquilo na nossa existência.
Passamos demasiado do nosso tempo a falar do negativo e pouco a falar nas coisas boas que existem e assim perdemos interesse mas passamos preocupação ou talvez não...
ir ao mundo comprar óculos...
Graduação a menos nos óculos e ver o mundo de novo, com mais cores.
Ver de perto e à distância melhor.
Encontrar razões para uma derrota ser positiva.
Porque a outra equipa é de longe muito superior e cresces imenso.
Reconhecer encanto na vida.
No telemóvel, cantar os parabéns a uma amiga com quem vais viajar para o meio do Oceano.
No passado, que recuperas no presente resiliente para um futuro sempre a melhorar.
Na mesma casa desde os 7 anos, que é fria e húmida e encontrar nisso beleza.
Reencontrar uma fisioterapeuta que já não vias há muito tempo e andares sem apoio.
Se é difícil, há 40 anos que nunca foi tão fácil.
Histórias dispersas e nascimentos.
Encontram algum encanto no ter que fazer diferente o futuro.
Sem filhos.
Fugir da norma.
Domingos.
Folgas.
Feriados.
O trabalho quando é interessante.
Tempo abensonhado.
TEMPO!
Encontrar zonas e pessoas amigas onde ser melhor.
Desligar-te do Eu, pensar neles, nos outros.
Encontrar dificuldades para não ter facilidades.
Observar.
Falar com mais tato.
Criar ideias e novidades.
Que desenhar, que pintar, que imaginar, que sonhar?
Encontrar graça no fazer sempre igual.
Erguer os alicerces onde cresces cada vez melhor.
Procurar se entortas é porque é preciso.
Ir ver o jogo. E ganhar.
21 fevereiro 2023
Tanta sabedoria!?
20 fevereiro 2023
19 fevereiro 2023
UMA VÉNIA A BEM DIZER/ESCREVER
InspirAction Shot - Eduardo Jorge - Seeds of Change: take yours and spread
DOMINGO, 12 DE FEVEREIRO DE 2023
“Se as pessoas com deficiência continuarem a contentar-se com esmolas, não perspetivo grandes mudanças
18 fevereiro 2023
17 fevereiro 2023
Evento Final "Seeds of Change: Take yours and spread" - Guimarães é TOP!!!
16 fevereiro 2023
InspirAction Shot - Sara Rocha - Seeds of Change: take yours and spread
15 fevereiro 2023
11 fevereiro 2023
A feminilidade do mundo assusta...
10 fevereiro 2023
Para andar na rua é preciso saber certas coisas...
09 fevereiro 2023
Elogio à dúvida (por Bruno Nogueira)
Para todo o lado para onde olho, só vejo certezas. E não são certezas modestas, são certezas absolutas. Tudo é absolutamente preto ou branco, subtraiu-se o cinzento. A falta que faz a dúvida.
Volta e meia era bom que a dúvida tivesse o mesmo palco e a mesma voz que a certeza. Numa altura em que há pouco ou nenhum espaço para duvidar ou para tomar o tempo que for necessário para se ter uma opinião que não ceda ao populismo, nem ao nervosismo, nem a outros “ismos” que não trazem nada de bom ao debate público de discussões importantes, talvez pensar alto, sem julgamento nenhum prévio, seja uma boa maneira de percebermos que estamos todos ainda a aprender uma série de coisas que achávamos que já tínhamos como adquiridas. Estou também a falar para mim. Nesse processo, muitas vezes avança-se, outras vezes atrasa-se tudo o que se tinha avançado. Ninguém tem de terminar o dia a escolher um lado da trincheira, pode antes aceitar que não sabe, está a tentar saber mais, ou que já pensou uma coisa e agora pensa outra. Para todo o lado para onde olho, só vejo certezas. E não são certezas modestas, são certezas absolutas. Tudo é absolutamente preto ou branco, subtraiu-se o cinzento. A falta que faz a dúvida. A dúvida como motor de tudo. A dúvida como princípio de muitas outras dúvidas, até restarem muitas menos.
Na ciência, é ao manter a incerteza em cima da mesa e admitir que não sabemos tudo, que se avança para descobertas que são certezas só por uns tempos, até se redefinir essa certeza e se começar não do zero, mas do pouco que se conquistou com as dúvidas anteriores.
A certeza de cada um é irrelevante, porque a natureza não contempla espaço para isso, age como tem de agir, apesar de nós. É indiferente ter a certeza absoluta de que o aquecimento global não existe. É indiferente acharmos que a Covid-19 é uma invenção. Repetir muitas vezes uma coisa não a torna verdadeira. A Covid matará os cépticos e os crédulos, e o aquecimento global mudará a vida de todos para sempre, sem olhar a dúvidas e certezas.
É por isto tudo que quando há umas semanas o palco principal do São Luiz foi alvo de um protesto, estranhei tantas certezas absolutas vindas de tantos lados e com tanta rapidez. As redes sociais tornaram-se um pântano de verdades onde não havia tempo para dúvidas. A pressa de ter alguma coisa explosiva para dizer contaminou o espaço que havia para pensar. O resultado foi a morte do debate, e o ataque como verdade única e absoluta.
Descobre-se mais com a dúvida do que com a certeza. A certeza ata com muitos nós o cérebro, adormece a curiosidade e retira-nos o estrondo que causa o espanto e a descoberta. Descobrir que somos o oposto do que dizemos não é desandar, é reaprender a andar. É aceitar a mais desafiante das certezas, a de que somos múltiplas coisas ao longo da vida, e que no último dia somos todos a mesma. Mas até disso tenho dúvidas.
08 fevereiro 2023
quando tudo é bom!
06 fevereiro 2023
Há um novo rapaz na cidade.
Chama-se Héctor Bellerín, é jogador de futebol e veio jogar para o Sporting para o lugar de Pedro Porro. É um futebolista improvável: defensor de causas progressistas como a luta LGBTQIA+ e a luta antirracismo. Em vez de carros topos de gama, usa carros elétricos, mas também anda de bicicleta e usa o metro. É vegan e prefere ler livros escritos por mulheres. Gosta de moda, mas, ao contrário da maioria, demonstra percebê-la e saber utilizá-la. Usa marcas caras, mas também compra roupa em segunda mão. Está traçado o perfil de um homem que tem muito para agradar a quem habitualmente não se deixa seduzir pelos protagonistas do futebol.
Mas falta qualquer coisa. Será que a tem? Parece que sim. Bellerín defende o pagamento de impostos e acha que os jogadores de futebol deveriam pagar mais do que o que pagam. E é aqui que está a pólvora.
Na doutrina de Jesus Cristo os ricos não tinham salvação: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus.” Notem que um camelo é uma corda muito grossa, usada nos barcos, e não o animal. Alguma esquerda também estabelece essa diferença inultrapassável entre ricos e pobres e fixando a virtude nos segundos. Já a direita adora falar em hipocrisia relativamente a quem se diz de esquerda, mas ocupa uma classe sócio-econômica privilegiada. Mas será que os ricos não podem ser de esquerda e será que não podem ser virtuosos?
Não é preciso apoiarmo-nos em nenhuma ideologia, qualquer cínico pragmático pode constatar isto: as pessoas que auferem mais rendimentos dividem-se entre aquelas que acham que pagam demasiados impostos e as que reconhecem no momento da tributação uma parte fundamental da vida democrática – aquele em que contribuem para o bem comum e para a redistribuição da riqueza. Sucede que são casos raros.
A maioria das pessoas que aufere muitos rendimentos tende a achar que paga demasiados impostos. E as desculpas para isso são mais do que muitas. Uns dizem que não gostam de pagar impostos, porque não acreditam na boa aplicação desses fundos por parte do Estado, outros manifestam-se contra o racional dos escalões no imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, etc. O que existe pouco é quem ganhe muito e diga que deveria pagar mais impostos.
Não é preciso apoiarmo-nos em nenhuma ideologia, qualquer cínico pragmático pode constatar isto: as pessoas que auferem mais rendimentos dividem-se entre aquelas que acham que pagam demasiados impostos e as que reconhecem no momento da tributação uma parte fundamental da vida democrática – aquele em que contribuem para o bem comum e para a redistribuição da riqueza
Bellerín preenche todas as cruzes da agenda multicultural e identitária que, fora da esquerda, muitos afirmam também preencher. Não faltam liberais que se afirmam ambientalistas, feministas, antirracistas e, de um modo geral, progressistas. Já muito se escreveu sobre a inutilidade de agendas multiculturais que não têm apego à luta de classes e a uma visão política e económica da sociedade. Subscrevo. Apregoar causas individualizadas é uma armadilha em toda a linha. Qual a validade da luta feminista, se ela não incidir sobretudo nos direitos das mulheres pobres e que ganham menos?
Pois, e sem teorizar e eventualmente sem querer, um jogador de futebol apresentou uma agenda moderna e cada vez mais consensual da esquerda à direita. Está lá tudo. Do ambientalismo à sustentabilidade, a passar pelas causas identitárias. Esta cartilha de causas e lutas pode ser – e é – por muitos confundida com um menu capitalista, como se fosse possível ser liberal e um acérrimo progressista.
Mas tratou de introduzir um detalhe que obriga muitos a recuarem. É que é muito fácil dizerem que são contra o racismo, apesar de fazerem de conta que não sabem que o preconceito racial está profundamente ligado ao preconceito socioeconómico. É muito fácil tratarem cada luta como sendo individualizada e por isso desligada da necessidade de correção das desigualdades sociais, ou seja, da defesa do pagamento de impostos.
Ser progressista não é uma nova versão de ser capitalista nem tão-pouco de ser despolitizado. Ser progressista exige uma visão política e comprometida do mundo. Em que se traduz essa exigência? Na disponibilidade para pagar impostos. É muito concreto e extremamente simples.
Héctor Bellerín também falou sobre a guerra da Ucrânia, mas relembrando que existem outras a que não ligamos nenhuma. E lamenta sermos assim. O que vos estou a tentar dizer é que estamos perante uma novidade no mundo do futebol. Claro que não devemos tratar a novidade com o velho procedimento: o de criar um mito. Mas podemos concordar que existe uma espécie nova na fauna futebolística, o lateral direito de esquerda.