12 agosto 2012

:) o que fala de mim diz-me/se?



é bom olhar para ti e sentir que tudo pode fazer sentido e ser bom mesmo assim.

foi com músicas como esta e a márcia que íamos pela estrada fora em direção ao joão luís e que bom o teu olhar.

cantar o boa noite convosco foi um primeiro passo do meu (é meu e se não penso nele todos os dias penso nele sempre com um carinho bom que me abraça) mocamfe :)

a Maria e o Miguel são um orgulho de afilhados.

e com o meu compadre crescemos convosco em pequenos passos.

ser muito mais que testemunha da beleza do vosso AMOR não me pedem nem peçam.

mas faço-o priveligiado.



'sei que é fácil de montar o aparato da menina que é culta'


MOCAMFE: (mandei um caramelo, weeeeeeeeeeee!)

BOM DIA!

caturrinhas 2012.

Que orgulho de pessoas.

o MOCAMFE parece-me bem entregue, agora é a vez dos que animaste e dirigiste, e que bem me senti por sentir que tinha feito muito bem o meu papel.

e olhar para eles, vocês, e sentir como cresceram bonitos.

mas há a palavra 'autonomia' a fazer-se sentir.

educar bem passa também por saber dar o espaço do educador aos educados.

Se sentia um mocamfe moribundo, ontem em caturrinhas 2012 desfez-se o erro:

O mocamfe está com um olhar brilhante e inteligente e um sorriso bem vivo.

Lancem caramelos ao ar e apanhem com a boca.

'fazei o bem quando apetece o mal'.

foi um Bom dia pensante :)

falta fazer alguma coisa!?

claro mas noutros lados.


Vou contar-vos uma história.

Viemos do mundo lá de fora, estrangeiros, este espaço já foi sendo tornado vosso, chegaram com mochilas às costas, depois escolheram tendas, foram escolhendo, ou foram sendo escolhidos, espaços e amigos, foram cativando ou foram sendo cativados.

Este espaço já está diferente de quando cá chegaram.

Vocês já terão privates caturrinhas…

O mocamfe é estranho para quem vem de fora.

Não! Emendo: o MOCAMFE é estranho, ponto final.

Há gente a berrar, o grupo responde, parecem índios.

Imaginem um BOA NOITE visto por gente que não conhece de fora ou de dentro, estranhíssimo, não é!?

Quem toca viola tem direito a outra visão e outro som, imaginem como será terem uma roda de corpos de caturrinhas a olharem para vocês e não se poderem enganar.

Gente a bambolear-se.

A cantar umas rezas estranhas em pé à volta de alguém sentado no chão a tocar uma viola.

Todo o desconhecido dá insegurança.

Todo o diferente cria medo, uma pessoa em cadeira de rodas deixas-nos assustados, não estamos habituados a lidar com essa pessoa. (e que passo enorme senti ter ido de casa - coimbra - campo - casa sem cadeira de rodas)

Deixa-nos curiosos, será que sabe viver como nós?

Quem vê de fora este invólucro afetado pensa ‘coitadinhooo’.

Todos os dias lido com pessoas que vêm ver, ouvir, tocar, cheirar, lamber.

Não se pensa que por dentro deste corpo, e sem falar, há alguém que vos consegue escrever este texto.

Quero falar-vos de um grupo que está escondido: o mundo deficiente ou incapaz (não há palavras boas para designar esta gente, não há palavras agradáveis, tenho conhecido muita gente que passa o dia rabo sentado numa cadeira de rodas bem mais eficiente e capaz do que tantos).

Minha história:

Na madrugada do dia 18 de Novembro de 2006, pelas 4h da matina, o Zé Maria teve um acidente, no regresso a casa, numa reta cinematográfica ladeada por plátanos.

Desde esse dia ressuscitou (falava-se mesmo em morte) e passou a olhar para a vida com outro encanto.

Ultrapassou o coma e parece que quis dizer:

‘OLÁ VIDA, ISTO PARA MIM AINDA NÃO ACABOU!’

‘Devagar se vai ao longe’ e tem recuperado sempre de forma positiva mas lenta.

Descobriu a vida e o otimismo.

Desde muito tempo deitado e sentado, começou a andar em pé no tripé há pouco tempo.

Faz-me falta andar sozinho, anda tudo à procura de uma cara-metade e eu quero estar sozinho, não quero outros, não quero rodinhas, não quero altruísmo; o que eu quero é ser/estar sozinho, sou egoísta…

Não quero esperar por vocês na hora do almoço, comida quente à frente a esperar que todos se sirvam.

Tenho fome, a comida está a arrefecer.

Agora os meus objetivos são elevados: jogar futebol e trabalhar na rádio.

Parece que tudo o que tenho feito nos últimos cinco anos e meio parece querer dizer que ‘impossível é nada’ e quero viver convosco.

Grandes desafios na vida e a forma como são ultrapassados formam pessoas fortes.

Estou muito mais forte após este tempo.

Como houve as revoluções feminista e racial, falta fazê-la por uma classe invisível, apagada e escondida: a dos deficientes ou incapazes.

O mocamfe é muito estranho.

Há um discurso que diz que ser diferente, fora da norma, não está na moda.

Aproveitar o verão para vir acampar longe da praia e do mar, vir cantar e tocar viola é muito weird, quase NERD; fixe é surfar e curtir grandes mocas nos festivais;

querem ser EFICIENTES, certo!?


e que gosto dá pensar em como estavam ali reunidos a debater em conjunto passos a dar e passar na maratona da vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

que bom ler-te, rever-te, reconhecer-te!

obrigado pela visita... volta sempre amigo zé

compadre joao