"Eu quero acompanhar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo" (caetano veloso)
18 agosto 2014
a realidade é mágica e a magia é real!
(Sea of Love by Cat Power)
(Boney M. - Sunny (1976)
O sol e o mar!!!
O Félix, o Murtillo e a Ginja representam a forma como vivemos!
A responsabilidade da coragem da Raposa e do Guanaco constroem-nos melhores.
Em jeito de revisão: a realidade é mágica e a magia é real!
A existência do Amor que vem de todos os lados!!!
14 agosto 2014
CARPE DIEM - colha o dia ou aproveite o momento
Robin Williams, a noite e o riso (por João Miguel Tavares)
Robin Williams era o tipo que se estava sempre a
rir, e nós não podemos esperar do tipo que se está sempre a rir, do
homem mais bem-disposto da sala, da máquina de produzir gargalhadas, do
humorista destravado, excessivo e imparável, que pegue num cinto para se
enforcar, aos 63 anos de idade. Ele não. Ele era o tipo divertido.
Infelizmente, a distracção é nossa: não há qualquer relação entre o riso e a felicidade. Ou se há, é uma relação contrária à que se poderia esperar. O humor é uma arma para enfrentar o absurdo da vida e uma das mais elevadas provas da nossa inteligência. O riso é a nossa defesa contra a consciência da finitude e o instrumento privilegiado para espantar a morte; é, digamos assim, o paliativo que Deus encontrou para que conseguíssemos enfrentar o mais abstruso dos dilemas da criação:
"Terás
em simultâneo a consciência da morte e o desejo de imortalidade. Vai ser
terrível. Mas Eu vou deixar que te rias disso."
E nós rimos, claro. E o riso ajuda-nos a suportar dores,
tristezas, melancolias. Mas o bom humorista não tem a mesma sorte - ele
está demasiado perto da matéria que queima, vê com demasiada clareza o
absurdo da vida. É por isso que nos faz rir: tem um acesso privilegiado
ao código do mundo, aponta o dedo à mecânica silenciosa do quotidiano e
desmonta as suas peças, a sua arte consiste em chamar a atenção para um
certo tipo de óbvio (tiques, truques, hábitos, rituais) que nós não
vislumbramos.
Todo o grande humorista tem um acréscimo de lucidez. E
esse excesso de lucidez empurra-o, com assustadora frequência, para os
braços da tristeza e da depressão. Demasiado lúcido para ser feliz.
Repare-se
na biografia habitual dos grandes humoristas: filhos únicos, caixas de
óculos, miúdos privilegiados mas solitários, pouco sociáveis, gordos,
onanistas, nerds, tipos que na adolescência só se conseguem
integrar através do humor - o riso é o cavalo de Tróia que lhes permite
entrar no mundo. Reparem também como praticamente não há homens (nem
mulheres) bonitos no humor.
Robin Williams não era bonito, tal como não o
são Jim Carrey, Jerry Seinfeld, Louis CK, John Cleese, Bill Murray,
Seth Rogen, Tina Fey, Sarah Silverman. A lista é infindável. Para se ser
alguém na vida, pode ser de uma certa utilidade ficar fechado em casa
na adolescência, sem acesso a festas, nem a miúdas. E essa solidão, esse
rasto de clausura, muitas vezes fica lá, e nem Hollywood, nem uma
família - ou três casamentos, no caso de Robin Williams - conseguem
apagar.
Não há nada de relevante que possamos escrever sobre
alguém que se mata - mas ficar em silêncio parece-me cumplicidade com a
morte. Eu sou da geração Clube dos Poetas Mortos, filme que
nunca me atrevi a rever, porque tenho a certeza de que é muito pior do
que a memória que guardo dele. E é impossível ser dessa geração sem
ficar profundamente tocado com o suicídio de Robin Williams. Ele foi um
extraordinário actor sem nunca ter feito um extraordinário filme, mas
para mim será sempre o professor que levou os alunos a subirem para as
mesas, que me apresentou Leaves of Grass, e me ensinou o significado das palavras "carpe diem".
O capitão, como no poema de Whitman, jaz agora morto, mas ao contrário
do poema de Whitman, não houve gesta heróica, nem há razões para
celebrar. Robin Williams mentiu: aproveitar apenas o dia não chega.
Precisamos todos de alguma coisa que nos sustenha, quando o dia acaba e o
riso não sai.
13 agosto 2014
Em defesa dos Artistas Unidos (por Luís Miguel Cintra)
Junto-me ao grupo de colegas, amigos e espectadores que, contra a
decisão da Reitoria da Universidade de Lisboa, sem qualquer espécie de
hesitação, apoiam a permanência dos Artistas Unidos no Teatro da
Politécnica, e se escandalizam se esse Grupo de Teatro se vir forçado a
abandonar aquele espaço.
Nem outra coisa seria de esperar de mim, ainda à
frente da companhia do Teatro da Cornucópia, desde há muito com Cristina
Reis, mas que foi fundada em 1973 com o fundador e director dos
Artistas Unidos, Jorge Silva Melo. Creio que ambos temos a noção de que o
trabalho que cada um de nós tem desenvolvido ao longo da vida à frente
de cada uma das companhias, com as desejáveis e conhecidas divergências
estéticas que as separam, assenta sobre critérios semelhantes e que elas
se completam na função que têm exercido no teatro português. E será por
certo com alguma curiosidade que tomarei conhecimento da descoberta
pela Universidade de Lisboa de um melhor destino, de um ponto de vista
cultural, para aquele simpático espaço a que os Artistas têm conseguido
dar vida.
Só posso admitir que quem decidir, agirá dentro da
legalidade, mas sei que, como infelizmente se vai tornando regra, cada
vez mais se confunde legalidade com liberdade. Se a decisão for no
sentido de se impedir que os Artistas lá continuem a trabalhar, será
mais um acto de vandalismo da parte de uma sociedade que deixou de
acreditar em seja o que for, e sobretudo naquilo que mais a humanizaria:
uma prática cultural que tem vindo a formar gerações e a generosamente
contribuir para uma responsabilização pública. Aqui fica a minha
solidariedade.
O Cerne (por Rui Tavares)
Um dos valores mentais que mais importa preservar
a qualquer momento é a possibilidade de uma atenção concentrada e
indivisa. Há quem diga que ela está em risco hoje. Ela foi difícil
sempre.
Curiosamente, são os dois homens a quem mais se creditou a confusão da era moderna — Voltaire e Rousseau — que melhor simbolizam este pêndulo entre confusão e simplicidade, penumbra e clareza. Rousseau, nos Devaneios do Caminhante Solitário, fermentando em pensamentos; Voltaire, no Candide, depois de uma tormentosa volta ao mundo, encontrando uma verdade simples: precisamos de cultivar o nosso jardim.
Dizemos dos nossos tempos que são de complexidade — eu escrevi-o aqui muitas vezes, e acredito nisso. Mas vale a pena a pergunta: serão os tempos de complexidade ou seremos nós que temos pouco tempo para ver claro? Temos tanta sede de informação, e tantas fontes por onde saciá-la, que raramente conseguimos separar para nós um período de atenção indivisa. E por isso raramente dizemos que é simples. Não caminhámos o suficiente para chegar à simplicidade.
Que aconteceria se o fizéssemos? Qual seria o equivalente, hoje, a cultivar o nosso jardim? Que Portugal e que Europa resultariam desse exercício? Que vida quereríamos viver no nosso tempo, no nosso mundo?
Aí talvez começasse a despontar o cerne. Em vez de encolher os ombros com um país que "é assim mesmo", quereríamos um Portugal altamente educado, com o seu território ordenado e requalificado, com uma gestão razoável dos seus recursos, com uma sociedade mais igual e justa, onde fosse mais fácil fazer planos: de família, de carreira ou de vida. Independente do que acontecesse fora, esse Portugal tentaria sempre ser um bastião de tolerância, de civismo e democracia. Esse Portugal lutaria pela democracia também na Europa, inovando nos instrumentos de cidadania para uma União que agora está de costas voltadas para as pessoas. Ao contrário do que aconteceu recentemente com a escolha do novo comissário europeu, cada momento de decisão na Europa seria para nós um momento de participação e pedagogia informada.
Na vida que quereríamos para o nosso tempo e o nosso mundo as escolhas seriam muito diferentes. Em vez de um mundo mercantilizado, calculista e desumano, daríamos prioridade a erradicar as grandes fontes de sofrimento. Uma epidemia como a do vírus Ébola teria sido desde o início uma grande emergência mundial. E os nossos diplomatas, portugueses e europeus, trabalhariam para ajudar a derrotá-la.
Trata-se da atenção sem esforço, mas
hiper-produtiva, do caminhante que se dedica a pensar em nada. Na
primeira meia hora de caminhada acompanham-nos as preocupações e
distrações de fora, enleadas umas nas outras. Depois elas vão
desaparecendo uma a uma, como véus que caem, e ficamos sozinhos com o
nosso eu. E finalmente o nosso próprio eu parece ceder o passo a um
estado de abertura às coisas. Não terminaremos a caminhada com coisas
resolvidas — isso seria utilitário.
Mas, quem sabe?, passado dias ou
semanas começaremos a ver mais claro e talvez nos venhamos a lembrar de
que foi ali, naquela caminhada, que o nosso estado mental começou a
permitir essa clareza.
Curiosamente, são os dois homens a quem mais se creditou a confusão da era moderna — Voltaire e Rousseau — que melhor simbolizam este pêndulo entre confusão e simplicidade, penumbra e clareza. Rousseau, nos Devaneios do Caminhante Solitário, fermentando em pensamentos; Voltaire, no Candide, depois de uma tormentosa volta ao mundo, encontrando uma verdade simples: precisamos de cultivar o nosso jardim.
Dizemos dos nossos tempos que são de complexidade — eu escrevi-o aqui muitas vezes, e acredito nisso. Mas vale a pena a pergunta: serão os tempos de complexidade ou seremos nós que temos pouco tempo para ver claro? Temos tanta sede de informação, e tantas fontes por onde saciá-la, que raramente conseguimos separar para nós um período de atenção indivisa. E por isso raramente dizemos que é simples. Não caminhámos o suficiente para chegar à simplicidade.
Que aconteceria se o fizéssemos? Qual seria o equivalente, hoje, a cultivar o nosso jardim? Que Portugal e que Europa resultariam desse exercício? Que vida quereríamos viver no nosso tempo, no nosso mundo?
Aí talvez começasse a despontar o cerne. Em vez de encolher os ombros com um país que "é assim mesmo", quereríamos um Portugal altamente educado, com o seu território ordenado e requalificado, com uma gestão razoável dos seus recursos, com uma sociedade mais igual e justa, onde fosse mais fácil fazer planos: de família, de carreira ou de vida. Independente do que acontecesse fora, esse Portugal tentaria sempre ser um bastião de tolerância, de civismo e democracia. Esse Portugal lutaria pela democracia também na Europa, inovando nos instrumentos de cidadania para uma União que agora está de costas voltadas para as pessoas. Ao contrário do que aconteceu recentemente com a escolha do novo comissário europeu, cada momento de decisão na Europa seria para nós um momento de participação e pedagogia informada.
Na vida que quereríamos para o nosso tempo e o nosso mundo as escolhas seriam muito diferentes. Em vez de um mundo mercantilizado, calculista e desumano, daríamos prioridade a erradicar as grandes fontes de sofrimento. Uma epidemia como a do vírus Ébola teria sido desde o início uma grande emergência mundial. E os nossos diplomatas, portugueses e europeus, trabalhariam para ajudar a derrotá-la.
Não acredito que víssemos de imediato os meios de
fazer isso tudo. Não encontraríamos logo — nem talvez nunca — as
soluções definitivas. Mas ao menos saberíamos que temos para onde
caminhar.
11 agosto 2014
porque escrever liberta
'Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a
coragem volta... Ao escrever sei esclarecer tudo - os meus pensamentos, os meus
ideais, as minhas fantasias'
(...)
'Os outros só nos podem dar conselhos ou indicar-nos caminhos
a seguir. Mas a formação definitiva do caráter está nas próprias mãos de cada
indivíduo.' (em Diário de Anne Frank)
08 agosto 2014
tanta gente
é de facto incrível quantos somos e como somos diferentes mas iguais no sermos humanos. é impressionante como tudo continua a pular e avançar. é impressionante conversas, opiniões, sentimentos, sensações, emoções, etc, etc, etc... iguais nessa diferença.
espero continuar fascinado a vida toda com coisas impressionantes como o olhar. Fabuloso todos vermos diferente mas iguais: o olhar faz-me acreditar nas pessoas. e como no meio de tanta diferença corre tudo bem. vivemos juntos e separados de bem com a vida.
hoje acordei a Amar o mundo.
lírico e a suspirar.
Jim Jarmusch
Night on Earth (Trailer)
crítica social inteligente e divertida, muito bem pensado.
cada pequeno Trailer começa com um relógio apontando para uma cidade e um país:
'Night on Earth é um filme de 1991, escrito e dirigido por Jim Jarmusch.
Cinco histórias curtas, cada uma ocorrendo em um táxi, ao mesmo tempo
em uma cidade diferente - Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e
Helsinquia.
Cinco cidades. Cinco táxis. Uma multidão de estranhos na noite. Jim
Jarmusch reuniu um elenco de atores internacionais (incluindo Gena
Rowlands, Winona Ryder, Armin Mueller-Stahl, Beatrice Dalle, e Roberto
Benigni) para este quinteto de contos de deslocamento urbano e angústia
existencial, abrangendo os fusos horários, continentes e línguas. Ver
amorosamente Jarmusch da humanidade a partir do assento do
passageiro faz para um de seus filmes mais charmosos e amados.'
06 agosto 2014
o que não mata e mói torna-nos mais fortes
(O cio da terra - Chico Buarque e Milton Nascimento)
Como um recolher para melhorar este tempo funciona como debulhar a terra onde vai/vou: reconhecer qualidades na paragem semeadas e que vão crescer. O Staff permite, não é para todos, não!
Estágio na vida para me recolher e erguer melhor!
Cada queda é reconstrução da pele!
Cada queda é reconstrução da pele!
04 agosto 2014
É fascinante o poder que temos
A imaginação substitui tudo o que a memória rejeita (João Tordo em O ano sabático)
A imaginação e a memória serão duas das formas mais fortes de personalizar a vida real de cada um, jogam em sequência, são utilizadas à vez; sendo a memória sensorial muitas vezes imaginada e a imaginação outras tantas formada com imagens que ficaram na memória.
Imaginar é bom: faz-nos viver nossos mundos memorizados de outra forma, diferente. Recordar é bom: faz-nos reviver com novos sabores (sendo que recordar é recriar com base no antigo). Normalmente, melhor! (dependerá do estado de espírito mas encontro poucos não interessados no próprio a priori)
É sempre um acrescento à nossa existência, toda a ficção é fruto de um jogo entre as duas: memória e imaginação, filmes e livros têm sempre o condão de serem vistos consoante o espaço e tempo pessoais. Todos temos momentos em que vivemos no mundo da lua: ali somos realizadores/autores da nossa peça/história.
O poder que temos de, cada um, criar nova vida, WOW!
QUANDO RECORDAR E IMAGINAR SÃO ACTIVIDADES DA RAZÃO MENOSPREZADAS PELOS RACIONAIS SOU UM LÍRICO!
AINDA a memória e a imaginação:
Ontem conversa com amigos no jardim quente enquanto o gato Félix se atarefava felino e feliz à roda do grupo trepando à mesa. Ele emigrado em Munich com sua namorada alemã, a espantosa S e este que vos escreve. Conversa sobre cá e lá, coisas melhores e piores. Nem lá é tudo perfeito nem cá tudo horrível. Importa aproveitares as qualidades de lá e de cá. temos muita coisa boa cá e lá não é o paraíso. Cá serás diferente hoje aqui e amanhã ali e lá também mudas no norte e/ou sul, na rua de baixo e/ou de cima.
Sou muitas vezes várias pessoas por dia... Ser vários ZÉS dá trabalho... CADA UM CONSEGUE SER/TER VÁRIAS IDENTIDADES...
Onde estiveres sê por inteiro contigo (s) e com os outros.
QUANDO RECORDAR E IMAGINAR SÃO ACTIVIDADES DA RAZÃO MENOSPREZADAS PELOS RACIONAIS SOU UM LÍRICO!
AINDA a memória e a imaginação:
'somos cidadãos do mundo!', foi o que aprendi ontem...
Sou muitas vezes várias pessoas por dia... Ser vários ZÉS dá trabalho... CADA UM CONSEGUE SER/TER VÁRIAS IDENTIDADES...
Onde estiveres sê por inteiro contigo (s) e com os outros.
01 agosto 2014
Carta ALMA
(Para ser lida quando houver falta de moral e força)
O simples ato de cada um de nós, cada um e todos.
Vivermos juntos.
TODOS olharmos e vermos.
Ouvirmos e escutarmos.
O MAR.
E a praia.
Nadarmos.
Respirarmos, inspirarmos e absorvermos, expirarmos e
suspirarmos.
Cada passo, ter equilíbrio: andar não é fácil mas todos
andamos.
Andarmos
Passearmos.
As cidades.
As aldeias.
As estradas.
Os rios.
As montanhas.
O vento.
RIRMOS.
Falarmos.
Murmurarmos e conversarmos.
Cada palavra.
Cada frase.
Cada conversa.
Cozinharmos comermos e saborearmos.
Cada gesto.
Sentirmos.
Afagarmos.
Abraçarmos.
Ter corpo e vivê-lo.
As diferentes línguas e linguagens.
Os diferentes espaços que existem.
A sociedade ir passando de geração em geração.
De pais para filhos.
De tios para sobrinhos.
De avós para netos.
Entre manos.
Entre amigos.
O PÔR E NASCER DO SOL EM CADA DIA.
AS ESTRELAS.
A NOITE E A LUZ
O FOGO.
O VIDRO.
A MADEIRA.
A AREIA.
AS CASAS.
O PENSAR E IMAGINAR.
E continua…
Tudo é mágico e sunnyrengo!
‘A vida n deve ser
encarada como direito mas antes como privilégio!’
Agora levanta-te e vai ter e dar prazer!
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