23 outubro 2014

tens que ir a Amesterdão: sim, TU!



Antes:
Amesterdão na Holanda, nos países baixos
Antes: 12 de Outubro de 2014 às 17h52
Vai variar até à partida. Quero tirar 10 fotos dia.
Foi terra ganha ao mar, povo corajoso e que vive bem com a vida. É descontraído, talvez mais frio que os latinos, sorriem menos ou quando sorriem é mais verdadeiro.
Era um país muito aberto, livre, onde havia muitas bicicletas e poucos carros. Está sempre a chover mas disseram-me agora que vamos chegar com chuva para ver como é a Holanda real e no resto do tempo passearmos secos.
Era um país que queria associar aos quatro meses de bom tempo passado em Berlim porque é o norte da europa.
Ruas longas e largas. Muitas praças. Está-se bem em Amesterdão. Não se vê muitos holandeses aqui. Lembro-me de ter trocado um cachecol no euro 2004 com um holandês. Rios, passeios no rio tipo gôndola.
Zonas tipo bairro alto mas mais claras, com mais luz!
Vi agora na net é só a 6 h 39 min de comboio: digamos que Lisboa Porto é metade do tempo mas não tem nada a ver uma com outra… Lisboa e Sintra estão a 50 mins de comboio e dentro de Sintra há a portela e o mar… Também associam Portugal e Espanha mas… não há espaços discriminados: hoje pode ser excelente e amanhã horrível e depois de amanhã de novo sensacional.
Ir com a Sylvia é garantia de tempo bem passado; também é pôr-me à prova: quero dar-lhe o melhor da vida! Quero saber dar-lhe o melhor sem estabilidade, sem saber com o que vou contar… livre e solto. Estar com ela é garantia de prazer, andar de avião tentando anular-lhe o medo!
Quero provar que sou capaz, dificilmente terei melhores condições para o fazer, estou entusiasmado! Que queres fazer em 7 dias? E como o fazer?


Tem a tua cara, és mesmo tu, sim tu que me lês.

não há grandes probabilidades de não te interessar... toda a gente tem espaço: velhos, novos, mulheres, homens, altos, baixos, pessoas com problemas de mobilidade, CICLISTAS! (Não ter bicicleta em Amesterdão é estranho). Os parques são enormes, ruas largas e compridas avenidas com muita gente, há muitos parques. É um país à frente, onde te olham menos, é o futuro.

É pequena, é acessível, o transporte público reina abaixo da bicicleta; há poucos carros, vive-se no rio, há muitos canais. É um sitio simpático, vive-se bem, faz-nos pensar que temos tanta qualidade mais que mar, sol e paisagem.

TODOS são bem vindos!

Cada rua é um lugar para ver, olhar, rever, reolhar, ouvir, cheirar, sentir, saborear... não esperes um sitio muito dado ao outro; é muito reservado, calado; mas se procurares ajuda ou amizade és recebido de forma alegre.

'Aproveita o dia', é dito muita vez, é bom ter muita gente a desejar-nos bem...

14 outubro 2014

Donde és Sócrates? não de Atenas mas do mundo!



'Não sou mais moderno que antigo, nem mais francês que chinês e a ideia de pátria, quer dizer, do imperativo que me impor que viva numa parcela de território pintada de azul ou de vermelho num mapa, e que odeie as outras parcelas assinaladas a verde ou a negro, sempre me pareceu limitada, mesquinha ou profundamente estúpida! Sou irmão pela alma de tudo o q vive, tanto da girafa e do crocodilo como do homem.' da mulher ou da criança.

A minha pátria é o país que amo, ou seja, que me faz sonhar, o que me faz sentir bem.

(Flaubert em a arte de viajar de Alain Botton)

12 outubro 2014

tanta casa sem gente, tanta gente sem casa...



(Edward Hopper, Autómato)


Nas estações de serviço das auto estradas quando vais lá só para beber um café ou fazer um xixi noturno para seguir viagem (...) Nesta última escala, antes que a estrada se integre na floresta infinita, é possível que aquilo que temos em comum com os outros se torne mais importante que aquilo que nos separa deles. (Alain de Botton na Arte de Viajar)

11 outubro 2014

O indisfarçável esgotamento do Governo


Por muito que o primeiro-ministro queira disfarçar, é inegável que o Governo está esgotado. É verdade que Passos Coelho ainda se sai razoavelmente bem dos debates parlamentares, em que mostra preparação e domínio dos dossiers. Mas não é menos óbvio que preside a uma equipa sem energia e sem ideias, cada vez mais propícia ao disparate e menos capaz do rasgo necessário para ultrapassar os imensos obstáculos com que se depara um país acabado de sair de três anos de superintendência externa. Este esgotamento, esta desorientação está particularmente espelhada no último mês de caos na Justiça e na Educação, dois sectores nevrálgicos para se avaliar o nível de desempenho de um governo. Mas é claro que esta espécie de deliquescência da maioria é ainda mais notória quando se espreita os bastidores da acção governativa e se percebe que não há coordenação política, que se acumulam queixas contra a auto-suficiência do primeiro-ministro e que crescem as desconfianças entre os dois parceiros da coligação. Há muito que o Governo deixou de ter qualquer mensagem e é sintomático que este falhanço, que não é de agora, se tenha agudizado com a saída da troika. Por muito que esta constatação incomode as hostes governativas, é inegável que o pós-troika é uma mão cheia de nada, como se o país inteiro tivesse de se resignar à apagada e vil tristeza do défice, do desemprego e da pobreza. Nem visão estratégica para o país, nem capacidade mobilizadora, nem um pingo de esperança escorre dos discursos de que quem vai ao leme dos destinos do país. O apelo do Presidente da República à urgência de se preparar o pós-ajustamento, no seu muito comentado discurso do 25 de Abril de ano passado, não podia ter caído mais em saco roto. E logo pela mão da sua família política.

Mas os problemas da maioria não se esgotam na ausência de mensagem, ou na insistência na mensagem errada. É também muito visível um certo isolamento do primeiro-ministro. Seja por razões operacionais, seja por falta de confiança na sua equipa, nota-se que há défice de partilha de informação dentro do Governo. Apenas a ministra das Finanças parece manter, intacta, a cumplicidade com o chefe do executivo. Se isto incomoda os governantes oriundos do PSD, mais mossa faz na ala centrista comandada por Paulo Portas. Isto conduz à questão inevitável das desconfianças dentro da coligação e explica porque são cada vez mais evidentes as acusações de parte a parte. São homéricas as queixas do CDS sobre a falta de informação interna à volta da elaboração do Orçamento e é cada vez mais indisfarçável a irritação de Passos Coelho contra as pressões que Paulo Portas lhe tem feito através dos jornais. A redução dos impostos tem sido o aspecto mais visível desta guerra surda, mas a urgência de o CDS garantir a continuidade da coligação pode vir a agudizar a tensão dentro do Governo e ameaçar, em definitivo, a estabilidade da actual maioria. Portas sabe que, sem coligação, precisa de sair rapidamente do Governo para tentar refazer algum nível eleitoral. A Passos convém manter o CDS amarrado e dependente até ao limite. Ora, não há maior sinal de esgotamento do que o tacticismo puro e duro, porque é a prova da total ausência de projecto.

08 outubro 2014

indiferente olho e vejo

 
L'Indifférent de Watteau


ansiedade descontraída dá nervoso bom!!!!





Se as nossas vidas são dominadas pela busca da felicidade, talvez poucas actividades sejam tão elucidativas no que à dinâmica dessa busca - com todo o seu ardor e paradoxos - se refere como às nossas viagens.

(A arte de viajar de Alain de Botton)

tanta imagem no museu vivo...

Chardin: auto retrato

05 outubro 2014

treinar o ver


(The Silver Goblet de Chardin - Paris, 1699 - Paris, 1779)

Todos nascemos sem saber ver, andar e falar.
 
Coisas banais a que todos temos acesso e não damos importância.

Ver ver mesmo, olhar como quem vai ver uma exposição, temos muitas, demasiadas imagens, más imagens, todos os telemóveis tiram fotos... devemos dar valor às imagens.

Olhar para um banal estender de roupa e/ou loiça e ver comose descobríssemos pela primeira vez.

Tapar os olhos e desvendar e olhar a ver.

Tapar os ouvidos e ouvir a escutar.

Cheirar: inspirar e expirar.

Encher o peito e esvaziar.

Soprar para dentro de uma caneca com uma palhinha a fazer bolhinhas.

Sentir gelo.

Sentir no corpo nu.

Tocar numa panela quente.

Se vivemos com acesso a mais imagens que nunca (veja-se a internet e a maior longevidade hoje em dia - envelhece-se mais tarde, logo mais tempo de memória) isso resulta num maior acesso a mais imagens e não a melhor imagens.

Muito do que vemos não são zonas nobres e palácios e nas coisas comuns do dia a dia há coisas a aprender, olhares a educar.