Contornamos o topo.
Professores e alunos preparam-se para entrar na água, na aula
deles.
Eu tenho o hábito de trocar beijinhos voadores que atravessam
a piscina pelo ar com ela, palma da mão, beijo e sopra, agarramos e
colocamos na bochecha.
E sobrevoam todas as cabeças dos alunos dela em exercícios.
Existe uma passagem com um duche com uma zona mais baixa com
uma rampinha para descer e outra para subir onde se pode tomar banho mas que,
normalmente, não é usada.
Normalmente…
Estava ligado o duche e tínhamos que esperar para passar.
Todo molhado esperámos.
Passa a Dude por trás de nós, que nos outros dias
em que não há espera já não vimos.
‘Haja esperança!’
A água começa a diminuir, sinal de que vai acabar e
deixar-nos passar.
Nisto, aparecem, descontraídos, vindos do balneário, dois
rapazes dos seus 8/10/12/14, (olhem não sei que idades tinham) a caminho da aula.
A imagem deve ser própria dos melhores artistas: Dois homens com barba, atrás da água que sai de um duche com
a piscina atrás, barbudos, um em pé atrás de uma cadeira de rodas onde o outro
está sentado.
Imagem tenebrosa.
Fazem sinal de que vão tocar na torneira para tomarem banho.
‘ENTÃO!?’, grita o meu companheiro irritado com a ideia de
passar mais cinco minutos à espera…
Eles recuam a mão olhando ar assustado.
E atravessamos para o balneário.
Sem comentários:
Enviar um comentário