23 maio 2015

o mundo lá fora




Falam-me de um mundo lá fora.

Um mundo horrível, onde todos são feios, porcos e maus,

É um mundo desinteressante onde ninguém sorri porque faz rugas, todos usam gravatas e ninguém lê por prazer, porque sabe bem, não se escreve só porque apetece, um mundo horrível onde só os melhores são felizes: todos vivem em concorrência, em rankings.


É fácil fazer inimigos e amigos não existem, um mundo medonho e assustador onde é difícil confiares em alguém e todos podem ser moralistas...

Não há sociedade, nem família alargada, é própria de famílias filhos únicos: é feita de inimigos e não podes dar opiniões se queres influenciar decisões... não há tempo para dizer coisas que não são importantes e que não fiquem bem na acta.

É um mundo de aparências.

É um mundo egoísta e que não pára na passadeira

Um mundo de trabalho.

Ninguém trabalha por gosto, só porque sabe bem...

Dizem que vivo num mundo dos sonhos cor de rosa, colorido, num mundo protegido do mal onde há coisas estranhas e vistas assim por ingenuidade,

Onde 'há males que vêm por bem' e coisas mágicas e incorpóreas.

Que do meu mundo é fácil gostar, também ELES gostavam se pudessem.

Segundo ELES o mundo verdadeiro é mais cinzento ou negro.

Quando lá chegar e bater no fundo vou perceber como é tudo mais difícil.

Não sei porque falam tanto de um mundo onde não apetece viver, afinal, ele 'é melhor do que falecer!'

Esse mundo de que falam é o que passa na televisão, as faculdades de jornalismo e comunicação social formam adeptos criadores de um mundo real, quando bateres com a cabeça no chão vais entender... ah, pois vais... o mundo a sério é mais real.

Devo confessar que o meu mundo é muito otimista e adora a vida.

O meu está aqui para ser partilhado, tem a facilidade de ser simples e barato, não é complicado tê-lo e viver apaixonado por ele

É animal e humano, tem água fresca ou aquecida mas que desperta prazer.

O meu mundo tem melhores coisas: Mais difíceis e por isso melhores

Mais Gente com P grande de pessoas.

Mais sítios onde se está bem, onde tem no vazio por preencher sua maior riqueza, arquitetura aproveita espaços comuns,

Nas boas ideias, vozes e palavras e passos bem ditas e dados.

Coisas boas é vago mas alimenta pensar nelas,

Discursos que fazem sorrir porque são inteligentes.

Nas cores e formas bem construídas,

Na imaginação.

Em que sonhar tem o seu quê de magia.

Mais pinhal e mais mar.

Gente na rua a andar de bicicleta em grupo.

Fala de andar  de helicóptero e avião privados como se fosse fácil e barato.

Mais animais como a Ginja e o Félix,

Mais gente Amiga, e que semeia vontades boas.

Mais olhares esperança.

De crianças que nascem  e crescem bem e a melhorar, tábuas rasas do existir.

Fontes de sentimentos nunca sentidos ou já vividos e revividos porque dão gosto.

Festejar estar vivos mesmo, ou sobretudo, já muito idosos.

Nascimentos com tudo do mais simples

Um mundo real. 

Mais rio.

Mais Amor...

Mais menos realidade e ciência

Mais animais como a Ginja e o Félix. 

Mais gente Amiga que questiona e te faz pensar.

Cinema que faz chorar e não faz rir, que é bom por ser difícil, se fosse fácil não tinha piada.

Mais abraços.

Olhares esperança.

Mais História e Filosofia, mais Fernando Savater e Allain Botton: Filho de filósofos sou: 'para Aristoteles, a tarefa do conhecimento começa pelo espanto que sentimos perante tudo o que nos rodeia e pela curiosidade que quer explicar  como funcionam as coisas!'

Este meu mundo tem leveza e água, comidas boas e brincadeiras

2 comentários:

Mariana Malta disse...

No teu mundo há tempo, e podemos ir devagar.

No teu mundo não consumimos, saboreamos antes.

No teu mundo, virammo-nos mais para o nosso mundo.

Obrigada Zé.

Unknown disse...

Que bom que é estar no teu mundo, Zé! Um forte abraço.