27 outubro 2015

fim de greve da fome de luaty beirão :)

link da carta

olhar que dá vida!!!

' Músico luso-angolano passou 36 dias sem comer em protesto contra a sua prisão preventiva e a de 14 outros activistas, acusados de tentarem um golpe de Estado em Angola. “A vitória já aconteceu”, afirma.'
 
há vida e esperança: boa  cena!!! (link da carta)
 
Dignidade!!!






Lenine, a vida é tão rara! daí merecer atenção quando é posta em causa!!!

24 outubro 2015

Declaração de guerra por José Pacheco Pereira

Cavaco tinha a oportunidade perfeita para sair a bem... eleger o governo de direita ou esquerda e ficar quieto e sossegado a esperar que não dessem por ele... qualquer um dos cenários tinha defesa e gerava elogios e barulho de um ou  outro lado... com a declaração que fez pôs em causa a imparcialidade do cargo que desempenha e pôs em causa o povo que elegeu a AR que maltratou num comentário anti democrático a la Cavaco... e criou barulheira em todo o lado: juntou a esquerda (como não queria) criando um clima instável.

Pacheco Pereira diz isto...

1. O que fez o Presidente da República na sua declaração foi dar uma chicotada nos portugueses – por singular coincidência, a maioria – de que ele considera não ser o Presidente. Não foi uma chicotada psicológica, mas uma chicotada real. Ao justificar a sua decisão de indigitar Passos Coelho primeiro-ministro – uma decisão em si acertada – com uma declaração de exclusão da vida pública do BE e do PCP e, por arrasto, do PS, abriu uma crise política e institucional cujas consequências estão longe de ser adivinhadas.

2. Embora não o tenha dito explicitamente, disse com clareza suficiente que não dará posse a um Governo PS-BE-PCP, com maioria parlamentar, que ele entende ser maldito, sugerindo que, mesmo que o Governo PSD-CDS não passe na Assembleia poderá deixá-lo em gestão até que haja condições para haver novas eleições. O facto de apenas o ter subentendido pode indicar que possa recuar, mas o tom agressivo das suas considerações faz com que, se o fizer, isso equivalha a uma gigantesca manifestação de incoerência e impotência, em si mesma um factor de instabilidade.

3. Mais: significa que, ao indigitar Passos Coelho, não está apenas a proceder a um acto normal pelo facto de a coligação ter ganho as eleições, o que é em si mais que aceitável, está a fazê-lo para que este permaneça no seu lugar de governo, sem poderes e em conflito permanente com a maioria parlamentar, por longos meses. Cavaco Silva inaugura em Portugal uma prática que já tinha péssimos precedentes na Europa: a de que se fazem todas as eleições precisas até que o resultado seja satisfatório. Ou seja, até que ganhem aqueles que se consideram os detentores naturais do poder, até que o PSD-CDS ganhe com maioria absoluta.

4. Num só acto o Presidente garantiu longos meses de instabilidade política, um confronto permanente entre instituições, uma enorme radicalização da vida política, e tornou-se responsável pelas consequências económicas que daí advenham. A aceitarem este rumo, Cavaco Silva e Passos Coelho passam a ser os principais sujeitos dos efeitos negativos na economia e na sociedade, desta instabilidade, enquanto se poderia considerar que seriam António Costa e a maioria de esquerda os responsáveis, caso existissem esses mesmos efeitos como consequência de um seu Governo.

5. Cavaco Silva ajudou a inverter a vitimização de que o PSD-CDS precisava em termos eleitorais, e este é apenas um dos efeitos perversos da sua comunicação. Na verdade, o que é ainda mais grave é que se mostrou disposto a deteriorar a situação económica do país, e a sua posição face aos “mercados”, que até agora não reflectiram o catastrofismo do discurso interno do PSD-PS e externo do PPE, e que, se agora o começarem a fazer, é porque o Presidente abriu uma frente de guerra e de instabilidade que dificilmente se resolverá.

6. Outro dos efeitos perversos da comunicação presidencial foi dar uma enorme contribuição para que no PS, no BE e no PCP se perceba, com uma clareza meridiana, o que está em jogo e que estão sob um ataque sem tréguas destinado a eternizar a direita no poder, com todos os meios e recursos, de que esta dispõe e que hoje são muitos. A direita teve dois milhões de votos, menos do que a esquerda, mas mesmo assim reveladores de que existe a seu favor um importante movimento de opinião pública, a que se começa a apelar à mobilização, mesmo para o local onde até agora não existia, a rua. A agressividade desses apelos revela que compreendeu que a possibilidade de haver uma expressão política conjunta à esquerda que ultrapasse as divisões históricas que a separavam é um muito sério risco para uma hegemonia que consideravam garantida pela fusão dos votos do CDS e do PSD.

7. Nunca, desde o 25 de Abril, um Governo serviu a direita ideológica e dos interesses como o tandem troika-PSD/CDS. Nunca foi tão grande a troca mútua de serviços entre a “Europa” e a direita política. Comandada pelos partidos do PPE, a começar pelo alemão e os seus aliados, com destaque para o PP espanhol, que tem um directo interesse em impedir a contaminação da política do PS no PSOE e das suas alianças, a “Europa” é hoje um dos mais importantes factores de perda de democracia e de suporte a favor de uma ideologia autoritária, a do “não há alternativa”. Os partidos do PPE estão dispostos a tudo e farão tudo o que puderem, até porque receiam que se possa minar o apoio que até agora os partidos socialistas deram às diferentes variantes do “não há alternativa”. Começou na Grécia, por muito mal que tenha corrido, continuou no Labour, e chega agora à Península ibérica.

8. A aliança do PSD-CDS com os interesses económicos consolidou-se como nunca. Os passeios de Sócrates com os empresários, muitos que agora andam atrás de Passos, Portas e Pires de Lima, são uma brincadeira de meninos com o que se passa hoje. Sócrates distribuiu favores e benesses, Passos e Portas, apoiados na troika, mudaram as regras do jogo em áreas decisivas para o patronato que precisa de poder despedir sem grandes problemas, baixar salários e contar com uma enorme pool de trabalho precário, e de uma ecologia fiscal e social favorável aos “negócios”. Deram-lhes um incremento de legitimação ao propagandearem uma economia que era feita apenas de empresas, empresários e “empreendedorismo”, mas em que os trabalhadores são apenas uma maçada uma vez por mês para pagar salários. Ofereceram-lhes uma voz política como nunca tiveram, e uma voz em que a “economia” passou a significar governar como eles governaram, ou seja, a “economia” exige que se governe à direita, e em que os “mercados” passaram a estar acima da democracia e do voto. Ninguém melhor do que Mario Draghi lhes respondeu a semana passada, ao lembrar que se a “instabilidade” podia ser má para a economia, a democracia era mais importante. Até para a economia.

9. E nunca até agora uma poderosa máquina ideológica e comunicacional existiu para proteger estes interesses económicos e políticos. Desde os think tanks conservadores cada vez mais agressivos, em universidades e fundações, todos com considerável financiamento, até uma comunicação social que, da imprensa económica às televisões generalistas, se tornou quase unanimista no apoio ao Governo PSD-CDS.

10. Outro dos efeitos perversos da comunicação presidencial foi condicionar a próxima eleição presidencial ao dilema da dissolução ou não da Assembleia. Só a importância deste dilema, que dominará essas eleições, revela o erro de cálculo do PS, que decidiu render-se, por fragilidades internas, nesse confronto e entregar de graça a Presidência ao candidato da direita e da comunicação social. Pagarão um preço caro por tal opção.

11. Por último, o Presidente, com a sua declaração de guerra, terá a guerra que declarou. Ao apelar à desobediência dos deputados do PS, tornará muito difícil que eles desobedeçam, sob pena de se tornarem párias no seu próprio partido. Ajudou a consolidar a vontade do PS, BE e PCP de defrontarem em comum o PSD-CDS, e abriu espaço para a imediato anúncio, que ainda não tinha sido feito, de que o PS apresentaria uma moção de rejeição. Favoreceu que, entre PS, BE e PCP, haja mais capacidade de compromissos face a um adversário comum e uma maior consciência de que só um Governo PS que possa durar permite a todos, e não só ao PS, superarem a quebra de legitimidade política resultante de o PSD ser o maior partido e de não terem claramente antevisto esta solução antes de eleições.

12. Onde a mensagem do Presidente – sugerindo, mesmo que não o diga com clareza, que possa manter o Governo Passos Coelho em gestão até novas eleições – é mais grave é no confronto que faz à Assembleia da República. É que se o Governo pode estar em gestão, a Assembleia não o está. É detentora dos seus plenos poderes constitucionais. Pode não só impedir a legislação oriunda do Governo, como pode ela própria legislar e avocar muitos actos que o Governo venha a praticar. Ou seja, numa situação de conflito entre um Governo que recusou e os seus próprios poderes, a Assembleia pode “governar” sem limitações em muitas matérias. E que fará o Presidente? Veta de gaveta, devolve os diplomas, manda para o Tribunal Constitucional? Os precedentes que este conflito pode gerar mostram como a comunicação presidencial está, ela sim, no limite do abuso e da usurpação de poderes.

19 outubro 2015

que palhaçooo!!!



PORTUGAL

  

 

Passos convida PS/Costa para negociações e para integrar o Governo

18 outubro 2015

Temos Homem!!! Está a mobilizar o país: PORTUGAL!!!

Tem carisma e vontade de melhorar



Destruiu a ideia da campanha dos beijinhos, abracinhos e sorrisos norte a sul do país como boa forma de organizar um governo. Provou que conversando com bons argumentos seduzimos e integramos os nossos; e tantos tão diferentes convenceu!

A Direita acha que ganhou (ninguém tem dúvidas disso mesmo) e que isto é intrujice mas:

Há males que vêm por bem e, provavelmente, a esquerda nunca se tinha unido se não fosse 'isto'.

As coisas mudaram e perderam a maioria absoluta: já não podem mandar e ditar em tudo sem água vem...

O BE e o PCP estão a mudar, como mudou o PP há uns anos, e tornam-se europeístas.

Contas são contas e o PSD/PP ganhou nas legislativas mas o arco da governação está a acabar.

O PR diz que já sabia portanto espera-se um governo pensado e bem ou não; felizmente que vai embora e podias ficar com uma bela foto final mas já sabemos o que a casa gasta e eles tiveram mais votos e a esquerda dispersou-se.

Quem viu este homem claro e convicto ontem na TV, passando segurança e confiança e um outro no fim de campanha afónico e sem voz não diria que era a mesma pessoa: Algo está a mudar!

12 outubro 2015

Bem-vindos à normalidade política (Rui Tavares)

Há demasiados anos que pagamos um preço demasiado alto por causa da impossibilidade de diálogo entre a nossa esquerda.

O Portugal político é o país em que a normalidade política é considerada anormal. Em que só a direita se pode entender.

Em que uma maioria anti-austeridade no parlamento é suposta dar origem a um governo minoritário de sinal contrário. Em que o sistema parlamentar é analisado, por comentadores encartados na TV, como as classificações de clubes de futebol. Em que a simples busca de maioria parlamentares em torno de um programa de governo, banal em qualquer democracia desenvolvida, é vista como "inconcebível" por aqueles que se crêem os donos do sistema.

Foi este Portugal político que ficou virado do avesso, na semana passada, quando o PCP declarou que viabilizaria um governo PS, acrescentando que um programa de governo não tem de ser forçosamente igual nem ao programa do PCP nem do PS.

É justo dizer que o PCP, na semana passada, pode ter desbloqueado um impasse de 40 anos na política portuguesa. Enganam-se aqueles que consideram que isto é um regresso ao PREC para a política portuguesa. Pelo contrário, isto é a superação, esperemos que definitiva, dos traumas do PREC na esquerda portuguesa.

Por isso esta manhã, quando se reunirem para discutirem as condições de viabilização de um governo, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda têm a oportunidade histórica de começar a definir políticas alternativas à austeridade, proteger o estado social contra as tendências privatizadoras da direita e, não menos importante, trazer o nosso sistema partidário à normalidade política. Já não era sem tempo.

Há demasiados anos que pagamos um preço demasiado alto por causa da impossibilidade de diálogo entre a nossa esquerda. Há demasiados anos que fica mais fácil à direita  governar porque a esquerda não governa nem conversa. Fica mais fácil baixar salários, cortar pensões, ou beneficiar os sistemas privados em detrimento do público. E, não de somenos, há demasiados anos que temos de escrever e ler crónicas como esta, pela simples razão de que uma geração inteira para quem as rivalidades intra-esquerdistas já não fazem sentido deseja simplesmente viver num país em que os progressistas defendem e implementam políticas progressistas da forma mais eficaz possível — ou seja, não só na oposição, mas sobretudo na governação.

Numa coisa, porém, há que ser compreensivo com a surpresa que estas conversações geraram. Teria sido bom que esta normalidade tivesse sido um pouco mais normal há mais tempo. Teria sido bom que os partidos de esquerda não se tivessem sempre comportado como cão e gato. Que não tivessem dado a entender que a sua disponibilidade governativa implicaria uma rejeição total da integração europeia. Que não tivessem tratado os defensores da convergência como hereges e traidores. Que não tivessem ziguezagueado taticamente durante a campanha eleitoral para esconder o seu jogo. Há que admitir que se assim não tivesse sido, a surpresa e até o choque dos eleitores de direita seria hoje menor.

Mas mesmo aí as conversações da semana passada e desta manhã terão um efeito positivo. A esquerda terá de começar a assumir que a normalidade política dos entendimentos e da governação é — no fim de contas — normal.

A hora e a vez de António Costa ( António-Pedro Vasconcelos)

“The best lack of all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity!”
(W.B. Yeats, “The second coming”, 1919)

“Acaso o nosso destino, tac, vai mudar?”
(Alexandre O’Neill, “Se…”, 1958)

Uma semana depois de o actual PR ter feito um discurso à Nação que nos deixa divididos no julgamento a fazer sobre o seu legado – em dez anos de mandato, Cavaco foi pior quando se calou ou quando disse alguma coisa? –, paira ainda sobre o país um suspense acerca do nosso futuro.
Já muito se escreveu e disse sobre quem ganhou e quem perdeu estas eleições, mas a verdade é que todos puseram a tónica na derrota de António Costa (as indecorosas guerras internas no PS dão conta disso), quando, por ironia, é ele – e não Cavaco – quem tem nas mãos, a partir de agora, a decisão sobre o futuro governo. Isso não lhe facilita a vida – pelo contrário -, mas é nos momentos difíceis que se revelam os líderes.

Costa – e é essa a sua enorme responsabilidade histórica - é agora o fiel da balança: daqui para a frente, nem a dupla Coelho/Portas, nem o PCP com o Bloco podem sozinhos formar governo. Nem o PS. Todos terão que fazer compromissos e cedências, mas, sem a anuência do PS, nenhum deles terá condições para impor um governo ao PR e à AR.

É certo que o PS (como, aliás, o PSD ou o PP) está longe de ser um partido coeso; qualquer que seja a sua decisão, Costa irá provocar ondas de choque internas e contestação dos notáveis e das bases. Como, a prazo, Coelho e Portas acabarão contestados nos seus partidos, logo que o poder absoluto de que gozaram durante quatro anos se fragilizar pelos compromissos que terão de fazer se quiserem manter-se a todo o custo no poder - ou pela marginalização dos seus partidos, se Costa optar, agora ou mais tarde, por uma aliança à esquerda.

Mesmo usando um poder absoluto (com o único escrutínio do TC), desprezando a voz do povo e os protestos da oposição durante quatro anos, Coelho e Portas tiveram, desde o primeiro dia, a oposição declarada dos verdadeiros social-democratas e democratas-cristãos que ainda sobrevivem nos seus partidos – ironicamente, as famílias políticas que garantiram a paz, a liberdade e a justiça social na Europa do pós-guerra e ajudaram a criar a futura União Europeia sonhada por Schuman e Jean Monnet.

Os números não mentem: neste momento, só 21,9% dos portugueses eleitores querem a permanência da Coligação. E logo que se torne visível para todos que o PSD e o PP perderam o poder de dispor sozinhos dos destinos do país, começará, nos partidos do PaF, a luta interna pela sucessão. Pelo contrário, se António Costa conseguir colocar o PS no centro da decisão política nos próximos anos, calará as oposições internas, reunirá o partido à sua volta e ajudará a eleger o PR de que o país precisa e de que não dispôs durante estes dez anos de luto da democracia.

Isso implica saber jogar entre os desejos e a realidade. Se o BE se apresentou aos eleitores como o Syriza de Janeiro, o PS foi obrigado a aparecer na campanha com o rosto do Syriza de Setembro. Goste-se ou não, estamos no euro, sujeitos aos Tratados que assinámos; e, por enquanto, dependentes das decisões de líderes que não elegemos, dos “patrões” de uma Europa que não legitimámos e dos “mercados” que nenhuma força legítima controla. O PS e o resto da esquerda não devem aceitar passivamente esta loucura neo-liberal que está a destruir o projecto europeu e a pôr o mundo à beira de uma catástrofe. Mas, como Tsipras dramaticamente demonstrou, não basta apresentar-se sem gravata em Bruxelas para que Shauble e Dijsselbloem cedam às suas justas reclamações. O trauma da humilhação imposta ao Syriza e ao povo grego pairou sobre a campanha do PS e retirou-lhe a capacidade de mobilização de que precisava para ter ganho com maioria absoluta. Mas, ao mesmo tempo, poupou-o à pesada responsabilidade de governar sozinho dentro de um espartilho imposto pelo Tratado Orçamental, o que iria causar o descontentamento à sua direita e à sua esquerda e, a prazo, fazê-lo cair.

A matriz do PS, de que não pode abdicar, é a defesa da Saúde e da Educação públicas, a justiça social, o reinvestimento na qualificação profissional, a sustentabilidade da SS, o reforço do papel social do Estado no estímulo da economia e do emprego, a independência da Justiça e dos Reguladores.

10 outubro 2015

O estado como casa


A política como nossa casa onde comunicamos, pomos em comum.

Fazer política não é uma chatice/seca que nos faça mudarmos de canal, ou também é  enquanto deixarmos, porque a política é decidir coisas tão básicas como decidir o que comer hoje, se carne ou peixe!  

Fazer política pode e deve ser feito e tornado por nós divertido: fazer um piquenique tem o seu quê  de político... 




O homem voltou, José Afonso

Não devemos separar topo (administrações e governos) das bases e das pessoas com quem vivemos e lidamos no dia a dia, (como tu e eu) e exigir e permitir que exijam de nós (o que nos permite melhorar...), de todos capacidades/qualidades como alegria/boa disposição, honestidade e inteligência, (Não há qualidades únicas nem solitárias, pensei nestas mas outro qualquer pensaria noutras, não alternativas mas complementares) é  Tua e  Nossa responsabilidade.

Queremos todos ser melhores individualmente, nas pessoas pequeninas, mas enquanto sociedade, nos das campanhas que aparecem nas tvs, nas lojas, nas escolas/faculdades, centros de saúde/hospitais...

Não faz sentido pormo-nos à margem: no exemplo que Alguém deu da saúde e trocar hospitais mais pequenos e com menos gente pelos enormidades que acumulam muita gente e centralizam pessoas... Como fazer melhor? dispersar ou congregar? juntar e, ou separar?

Como para fazer muitas casas menores é preciso:

- Pessoal, material e espaço de e para construção civil;

- Vontade e dinheiro;

- Gente boa, bem construída e ensinada (daí as faculdades/ pólos de ensino e experiência) com os melhores professores, vive cá connosco gente com mais experiência disto e vive cá a querer viver melhor também;

- Quem centralize e perceba como fazer tão grande projectos e para isso votar nas melhores ideias, o exemplo do António Costa é bom como pessoa que sabe/procura saber encontrar/conversar as melhores pessoas para levar isto a bom porto;

- Quem esteja em cada pequeno hospital: auxiliares, enfermeiros e médicos;
Winston Churchill disse: "A Democracia é o pior regime, com excepção de todos os outros"...


 

Sérgio Godinho cantou!

Isto, do mundo, não tem sido tão mal pensado como isso…

A ideia de COMUNIDADE rege isto tudo: cada um pequeno faz o seu trabalho o melhor que pode e sabe e trocamos qualidades dentro da nossa casa: o Mundo!!!

07 outubro 2015

O fabuloso dá vontade de voar



(Parade (1974), Jacques TATI)

 A História da organização de uma festa circense organizada entre os espetadores, artistas, palhaços e Jacques Tati.

Ele congregou algumas companhias de CIRCO e criou um espectáculo que nos desperta e faz sentir vivos.

Permite perceber como o corpo humano foi muito bem esgalhado/pensado e está tudo ainda por explorar; com momentos muito divertidos!!!

E é cinema  de qualidade à séria, sem ficção, muito bom!

06 outubro 2015

nas alturas piores surgem qualidades... tive um pesadelo...






...  Tem poucas razões para não querermos mudar e melhorar... temos sem maioria absoluta que conversar e chegar a acordos, TODOS: norte, sul, centro, ilhas; esquerda, direita e centro (ver em anexo quadro eleitoral das legislativas) 

O PR!? Bem, é melhor nem  falar: venha o Marcelo... :) : 'Amanhã o dia é melhor!'

Venha nova gente!!!
NÃO VEIO... intervalo para anúncios; IUPI!!!

Já sabíamos que o António Costa era melhor a conversar que nas arruadas e viu-se  em Lisboa o trabalho bem feito: estou curioso com quem vai ser o governo. 
Mas o Norte é mais populoso e tem o trauma de 'não  somos capital...' e ele tinha sido presidente da câmara municipal de Lisboa e bem mas Portugal votou nos mesmos!!

Não há memória de se sentir toda a gente (a demos) chateada com a corja que elegeu a quem deu poder (cracia); o mal estar far-se-á sentir hoje!?
NÃO FEZ... OH FODA--SE!!!!!!!!!!!!

Esquerdas UNIDAS: É Tempo de Avançar em Liberdade com o Rui Tavares na AR o debate surgirá!!!
NEM SEQUER ELE ENTROU, OH FODA-SE EM REPEAT...

Faça-mo-nos ouvir: ouçam-nos!!!
QUE MÚSICA DA TRETA, MAIS VALE CALAREM-SE!!!

Dizem que nunca se sentiu uma adesão eleitoral como esta... está a mudar; sintam a brisa a soprar... 

QUE VENDAVAL!!!

metade disto não se passou vou adormecer e acordar amanhã e descobrir que isto era um sono mau e:
 
A esquerda (BE, CDU e afins...) não andava em lutas entre si que só favoreciam os a laranja no mapa nacional...

A Gente mudava mesmo e Portugal não parecia dividido ao meio sendo os do norte tão maltratados como os do sul (há o trauma do 'não somos capital' e por acaso o Toni COSTA foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa e fez mesmo um Excelente trabalho...). 

O Rui Tavares tinha mesmo entrado e não a PANcada que levei na cabeça e os debates na AR melhoravam um bocadinho.

A Abstenção atingiu o valor mais Baixo de sempre!!!

A tristeza é uma forma de egoísmo, não esquecer :)

Um neuroanatomista, Jill Bolte, que estudou o modo como as doenças mentais se refletem no cérebro, conta o El País, que “cada um de nós tem o poder de escolher, em cada momento, como quer ser e estar no mundo.” A tarefa parece fácil, mas a verdade é que o cérebro pode às vezes ser o nosso pior inimigo.
Apesar disso há algumas formas de tentar dar a volta a um dia menos animado. Como? Preste atenção a alguns truques que podem roubar-lhe apenas  30 segundos.

1. Tente sorrir. Não precisa de rir à gargalhada, mas agite os músculos da cara. A sua postura irá afetar as suas emoções. Um psicólogo da Universidade de Harvard, William James, explica que “se a pessoa não expressa a emoção, então não a conseguirá sentir”. Sorria, ou pelo menos tente. Será um bom primeiro passo.

2. Brinque com os seus problemas. Brincar com eles não significa estar a reduzir-lhes a importância, mas a verdade é que uma atitude positiva perante o que o atormenta pode ajudar. O psicólogo americano Albert Ellis esclareceu que verbalizar os problemas, exagerá-los como quem diz “Oh meu deus”, “Que mais me vai acontecer” pode ajudá-lo a rir-se da sua própria noção de catástrofe.

3. Converse com um amigo. Às vezes a solidão pode ser traiçoeira. Converse, partilhe as suas angústias. Uma forma de combater a tristeza é não deixar que o isolamento tome decisões por si.

4. Envolva-se em causas sociais. Sentir-se útil, sentir que pode ajudar os outros pode também ajudá-lo a si, torná-lo mais feliz, por estar a contribuir para o bem-estar de alguém. Descubra se alguma instituição social precisa de voluntários e arrisque.

5. Coma um doce, sem exageros. É sabido que a comida não deve ser a solução nem um refúgio para os problemas e que, compensar o desiquilíbrio emocional com alimentos significa que algo está errado. Mas se saborear um rebuçado o ajuda a  reduzir a sua ansiedade e o stress, força. Mas aqui a regra “peso, conta e medida” aplica-se.

6. Escreva numa frase algo importante da sua vida. O objetivo é que tente procurar e agradecer as coisas positivas da sua vida. A autora do livro a Ciência da Felicidade, Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, explica que é importante “manter o foco no presente e apreciar a vida como ela é, analisando e agradecendo os benefícios daquilo que temos agora”. Pense nos pontos positivos que a sua vida tem e não deixe que os negativos lhe roubem o bom humor.

7. Veja o vídeo de um gato. Parece que estes animais têm mesmo um grande efeito terapêutico. Há milhares de vídeos no youtube, que fascinam os utilizadores. O El País conta que Jessica Gal Myric percebeu este fenómeno viral que em 2014 invadiu o youtube, com cerca de dois milhões de vídeos com gatos, que geraram milhares de visualizações e entrevistou 7.000 pessoas para descobrir o porquê desse fascínio. A maioria apontou o sentimento de energia, positivismo e a redução do stress como os principais fatores que os vídeos com gatos lhes transmitiam. Já sabe, se não puder ter mesmo um gato, anime-se com os vídeos deles.





04 outubro 2015

OTIMISMO ELEITORAL



Tem poucas razões para não mudar e melhorar...

Não basta termos uma nódoa de PR (nem fotogénico é: que infeliz pais à nascença: 'é  tão feinhooo, pois mas vai melhorar com a idade...' até hoje...) mas temos um mau/péssimos primeiro  ministro e vice que se dão mal...

'Amanhã o dia é melhor!'

Venha nova gente!!!

Já sabíamos que o António Costa era melhor a conversar que nas arruadas e viu-se  em Lisboa o trabalho bem feito: estou curioso com quem vai ser o governo.

Não há memória de se sentir toda a gente (a demos) chateada com a corja que elegeu a quem deu poder (cracia); o mal estar far-se-á sentir hoje!?

Esquerdas UNIDAS: É Tempo de Avançar em Liberdade com o Rui Tavares na AR o debate surgirá!!!

Faça-mo-nos ouvir: ouçam-nos!!!

Dizem que nunca se sentiu uma adesão eleitoral como esta... está a mudar; sintam a brisa a soprar...

03 outubro 2015

Uma pequenina luz

Uma pequenina luz


Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha

Jorge de Sena, Fidelidade (1958)

Our boys - Clara Ferreira Alves


 
clara ferreira alves.jpg


A Revista do Expresso, 2 de Outubro de 2015 

UMA MULHER RARAMENTE É LEVADA A SERIO, E, SE É, ARRANJA DEZ VEZES MAIS INIMIGOS DO QUE UM HOMEM. NESTE PAÍS ESTÁ TRAMADA

   Há água em Marte. Em verdade vos digo que é mais fácil encontrar água em Marte do que mulheres na campanha eleitoral dos maiores partidos. Sob certas condições, água pode correr em Marte, mas as mulheres não podem concorrer na Terra. Isto é um país de homens. E um país onde as mulheres não são muito solidárias com as mulheres. Pondo de lado a política correta sobre estas coisas, as mulheres neste país estão tramadas. Uma mulher raramente é levada a sério, e, se é, arranja dez vezes mais inimigos do que um homem. É mais escrutinada, discriminada, combatida, facilmente eliminada. É mais mal paga. Uma mulher ganha metade ou um terço a menos do que um homem. Numa lista de “prestígio”, digamos, de 100 pessoas, 90 são homens e o resto é quota.

O problema das mulheres que odeiam mulheres é antigo.

Remete para a biologia reprodutora e o darwinismo, remete para um meio de recursos escassos onde a competição aumenta exponencialmente, remete para a dominação patriarcal, remete para a mesquinhez que se aloja nos cérebros humanos. E se as mulheres não odeiam mulheres, ou fazem um esforço para não odiar mulheres, alinham na prevaricação comum, criticar o aspeto físico das mulheres. Ou a situação psicológica. Uma mulher pode ser feia, velha, maluca. Um homem pode ser interessante, maduro, inteligente. Um canalha torna-se um tipo complicado. Uma ambiciosa torna-se uma megera.

Assisti a isto toda a minha vida.

Não espanta que não haja mulheres nas campanhas eleitorais, com exceção das mulheres dos pequenos partidos da extrema- esquerda. Ana Drago no Livre, um partido votado pelos jornalistas ao esquecimento, as manas Mortágua, sobretudo Mariana Mortágua, e Catarina Martins. E Joana Amaral Dias, que forneceu pretexto para a piada machista. Um homem nu é um acontecimento histórico numa capa de revista e um regalo para os olhos. Uma mulher nua e grávida é um atentado à moral. Ninguém olharia para um homem nu à procura da flacidez.

Os partidões não têm saias, aqui usadas como símbolo diferenciador de sexo. No seio varonil do PSD não se vê um rabo de saia (expressão misógina). É o partido dos rapazes. Our boys. O PSD só tem homens com vozes para a cantoria e o talento para ganhar a maioria. A câmara de televisão passa pelas mesas dos repastos eleitorais, onde florescem caciques com calças e, como dizia o Eça, cheios do talento das calças, e não se avista uma mulher com exceção das groupies. Os homens aplaudem calorosamente os homens como no futebol. É provável que as mulheres estejam na cozinha, ou a servir às mesas, empregos que correspondem ao talento feminino. Alguma vez viram um homem nas casas de banho masculinas sentado ao lado de um pires com moedas? Quando foi a última vez que viram um líder político ter um secretário?

No CDS há umas mulheres, mais raras do que água em Marte, mas só aparecem como as do PSD, untadas pela devoção ao líder e nunca se esquecendo de agradecer a sua posição ao líder reafirmando a sua lealdade ao líder. Deus as livrasse de tentarem derrubar o líder. Uma mulher simplesmente não faz isso. No vetusto PS, a coisa não melhora. Antonio Costa carrega o partido às costas e se há mulheres estão noutro Iugar. Os jornais noticiaram com gosto que uma série de homens se ia juntar a Costa e Passos Coelho nos comícios, Marcelo, Rangel, Assis, e até o defunto Nogueira, de quem ninguém se lembra neste país. Uma mulher? Algures? Em compensação, semana sim semana não, uma mulher é assassinada em Portugal. Nessas notícias não falta o elemento feminino.

A culpa é nossa. A desunião e a incapacidade de atacar enleiam as mulheres em Portugal. Não se trata de sermos discriminadas, trata-se de consentirmos em ser discriminadas e concordarmos com a discriminação. No fundo, achamos que não somos capazes, não seremos capazes, não merecemos ser capazes. Consentimos em desaparecer.

Sou contra as quotas e a favor do mérito. Nunca consegui nada com base na quota e não acredito que as mulheres precisem de quotas. Agustina, Sophia, Maria Barroso e Natália Correia nunca precisaram de quotas. As mulheres precisam de autoconfiança e tempo livre, precisam de uma vida intelectual, que a maternidade, a dependência financeira e a vida doméstica não autorizam. Em Portugal, tem havido um claro retrocesso em matéria de direitos das mulheres e da participação das mulheres na vida pública. Num meio dominado por homens como é a política, o acesso está condicionado e representa-se como uma intimidação. As mulheres têm instintivamente medo da ascensão que implica um cortejo de insultos e ofensas físicas e morais propagadas por mulheres que odeiam as mulheres e por homens que não respeitam as mulheres. As correntes sociais e os seus entusiastas emocionais respiram este ar venenoso. As mulheres são a maioria da população universitária e a minoria no poder político, económico, financeiro e social. E não vejo por aí uma mulher política disposta a mudar o estado das coisas.