Um amigo
meu que já morreu tinha uma teoria que quero passar: a teoria do
Amor!
Dizia ele
que não importa sexo, raça, idade, classe social; a todas as
pessoas podemos amar se quisermos, basta permitir-nos e o amor vai-se
propagando e quanto mais amares mais Amor tens.
Talvez não seja tão fácil como isso, como parece mas é um bom objectivo passar Amor: quanto mais amor passas mais Amor recebes!
Na sala de cinema no escuro que antecede o filme, quando dão os trailers, vem uma menina fardada falar connosco: - os senhores desculpem mas numa próxima vez vamos pedir que não utilizem uma cadeira 'destas' e utilize a sua cadeira de rodas no espaço indicado, na zona da frente da sala, por favor; usamos todas as semanas os mais variados cinemas e nunca a questão se pôs do lugar pago não ser escolhido por nós.
No comboio intercidades Aveiro Lisboa pedimos ao revisor de apoio um olhar aquando da saída de Tripé em Santa Apolónia:
-Eticamente, o senhor nem deveria estar aqui; tem o Alfa Pendular onde por mais 3 euros tem muito mais espaço para utilizar a cadeira de rodas e tem uma WC preparada para vosso uso; no outro dia veio um tipo como o senhor que não quis utilizar o que a CP pôs à vossa disposição e cagou-se todo em frente a toda a gente; fiz o dito trajecto semanalmente e, Eticamente, nunca me apareceu tão estranha maneira de cumprir o seu cuidado, trabalho pago por nós utentes mesmo pelos que não cheiram mal do rabo.
como não se notou (!?) mudanças assim tão importantes para o bem com Obama não se notará (!?) para o mal com este fanfarrão: perdemos é em postura, elegância e personalidade.
O Sistema político posto em causa: os eleitores deste menino queriam um abanão e Hillary faz parte do sistema, vamos perceber que mudanças terá com este... Idiota!
O mundo vai mudar mas digamos que não precisava de mudar do 8 ao 80!
“Esta rua é alegre.
Não é alegre uma rua anónima
mas a rua de são bento em vila do conde
vista por mim certa manhã após a chuva
e o nevoeiro a dissipar-se já junto de santa clara
E no entanto não é a rua de são bento que é alegre
Alegre sou eu.
E nem mesmo é que eu seja alegre.
Acontece simplesmente que me sirvo destas palavras
numa manhã de chuva para falar falar por falar
e não falar de mim ou de uma certa rua.
Não costumo por norma dizer o que sinto
mas aproveitar o que sinto para dizer alguma coisa.
Isto, porém, são coisas que há já algum tempo se sabem
e talvez venham aqui para salvar este momento
para salvar romanticamente este momento
ou então para ilustrar um pouco desta vida que se perde
e não só ao viver-se mas ao pensar-se sobre ela
ao atraiçoá-la tantas vezes como condição indispensável do poema.
Mas que dizia eu?
Dizia apenas "esta rua é alegre"
O mais é só comigo e com a subjectiva forma como passo a minha vida”
estavam dois rapazes a descansar à beira mar na P. das Maçãs, a fumar um ventil, o primeiro bate mais, depois de uma primeira viagem entre Coimbra e Lisboa com Rachmmaninoff e Dvorak como banda sonora.
começaram uma conversa filosófica: 'será o mar belo ou nós é que o vemos belo?'
é mesmo de quem não tem nada para fazer:
- primeiro, pensar nisso;
- depois, escrever sobre isso 16 anos depois;
- por último, estar a ler isto agora;
o mar é sempre belo (é uma certeza que nos fez crescer...) quando (no inverno e à noite... no verão e ao sol, ao vento, sempre) e onde estiveres (no litoral ou no interior, no alto da serra ou na praia, em todo o lado), há coisa melhor do que aquela água toda junta a embater em ondas contínuas na areia?
tem muito a ver com a tua disposição, logo, muda-a se o queres ver ou imaginar bonito, a verdade é que ele pode ser sempre ser Belo.
Tu podes estar em baixo, estar chateado (e de que serve estar triste se o mar e a vida continuam a estrada? façamo-la divertida!) mas com a pressão da água virás acima.
Tem muito de poesia a vida.
Hoje ia começar a falar e interromperam-me antes de emitir qualquer som: 'não venhas com os teus moralismos!' ou estou muito repetitivo ou: 'que pensas que ia dizer!? qual era o meu moralismo!?' 'hrumpf, que a vida é maravilhosa e não sei que mais...' 'já não sei o que ia a dizer mas acho fabuloso que me associem a esse tipo de moralismos...'
O volume de informação cresce a um ritmo imparável, mas a sua
diversidade e fiabilidade podem estar a diminuir, defende o especialista
em ciências da comunicação Dominique Wolton, que lança o alerta: “A
informação está a ser comida por uma ideologia técnica, e é preciso
resgatá-la”.
Fundador do Instituto de Ciências da Comunicação do CNRS (Centre
National de la Recherche Scientifique) e director da revista
internacional Hermès e da respectiva colecção de livros de bolso, Les Essentiels d’Hermès, Dominique Wolton é autor de dezenas de obras sobre os media, o espaço público, a globalização, ou as relações entre ciência, técnica e sociedade. A mais recente, Communiquer c’est vivre,
acaba de sair em França. Colaborador próximo do filósofo e politólogo
Raymond Aron, Wolton vem construindo há décadas uma original teoria da
comunicação, que procura opor uma abordagem democrática e humanista à
hegemonia do discurso técnico e económico. Convidado do Fórum do Futuro – um “festival de pensamento”,
organizado pelo pelouro da Cultura da Câmara do Porto que abre esta
terça-feira com o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho
Pontifício para a Cultura –, o investigador estará esta quinta-feira no
Teatro Rivoli (19h), para falar do “desafio de paz e guerra no século
XXI”, e dará no dia seguinte uma palestra em Lisboa, no auditório do
Instituto Superior de Economia e Gestão, sobre o “impacto das redes
sociais na comunicação”. Diz que é preciso travar o fascínio acrítico
pelas tecnologias da informação e defende que a Internet precisa de
regras, pois “actualmente é um faroeste que só serve a tirania económica
e financeira”.
Diz que “a velocidade da Internet e das
redes sociais está a devorar a liberdade de informação” e que o
jornalismo não deveria mergulhar nessa voragem. Quer argumentar?
A
Internet é óptima para nos exprimirmos, mas expressão não é informação,
é algo muito mais fácil. Separar os dois é função do jornalista. Ele
deve olhar para a Internet como um novo meio de expressão e ter
consciência de que, enquanto canal de informação, exige um trabalho de
verificação. A última coisa de que os jornalistas se podem esquecer é
que a informação é algo de valioso e difícil, que deve ser feito por
profissionais.
Defende
que a revolução tecnológica aumentou o volume de informação, mas não a
tornou mais diversa, nem reduziu os rumores, que encharcam a Internet e
são frequentemente replicados nas televisões e jornais. É uma
fatalidade, imposta pelo contexto técnico, ou haveria outro caminho?
Não
é uma fatalidade. Na verdade, é até uma grande surpresa. Pertenço a uma
tradição democrática favorável ao aumento da informação, e todos nós,
investigadores, jornalistas, políticos, achávamos que mais informação
era mais verdade: toda a luta pela liberdade de informação, desde o
século XVII, foi concebida a partir dessa premissa. Mas ninguém
antecipou que o aumento da velocidade e a pressão da concorrência
implicavam riscos, e que a informação em directo, que julgávamos mais
próxima da verdade, podia afinal errar muito, porque não há tempo para
verificar. Também não se pensou que quanto mais informação existisse,
tanto mais rumores teríamos, porque os homens são complicados e há muita
gente que se está nas tintas para a informação verificada e prefere os
rumores e as teorias da conspiração. Outra surpresa foi a constatação de
que todos os canais de informação falam das mesmas coisas ao mesmo
tempo e que a crescente concorrência entre eles não tem servido para
alargar o campo da informação. Dou um exemplo: a construção política da
Europa, esta realidade de 6, 8, 15, 28 países que se entenderam, quando
na verdade se detestam, é talvez a maior utopia da história da
humanidade, mas com toda a informação que hoje circula na Internet
parece que já não há curiosidade por este grande projecto político.
E por que é que isso acontece?
Acontece
porque a procura se tornou o critério. E quando nas redacções não se
trata este ou aquele assunto porque não interessa às pessoas, está-se a
trocar a responsabilidade da oferta, que é a grandeza do jornalismo,
pela tirania da procura. Mas o mais grave é não existir um discurso
crítico sobre isto. Estas são questões verdadeiras, que colocam
problemas graves ao nível da deontologia, e até da democracia, mas só
por as levantarmos somos vistos como reaccionários. Uma coisa que me
deixa tristíssimo é ver os jornalistas a passarem horas na Internet, a
darem a volta ao computador em vez de darem a volta ao mundo, quando
fariam muito melhor em sair e investigar. É verdade que sair do jornal
três ou quatro dias para investigar é caro, fazer bom jornalismo é caro,
e essa é uma questão política que teremos de enfrentar, porque a
informação está a ser comida por uma ideologia técnica, e é preciso
resgatá-la.
Apesar das dificuldades que os jornais de
referência ocidentais enfrentam para assegurar a sua viabilidade
financeira, não parece partilhar o pessimismo mais ou menos consensual
que não vê futuro para a imprensa generalista em papel e desespera de
ver surgir, no jornalismo on-line, uma solução estável e replicável. O que é que o leva a manter o optimismo?
Não
sou pessimista porque a história mostra que há altos e baixos, e acho
que o jornalismo tomará consciência de que a abundância de informação
não é por si só um progresso, e que o terreno que essa informação cobre é
hoje mais estreito do que nos anos 80. Os media deixaram de se
interessar por uma série de assuntos importantes, e cada vez dão menos
espaço aos pontos de vista especializados – dos militares, religiosos,
empresários, cientistas –, em favor dessa “peopleização” mundial a que
estamos a assistir [neologismo criado a partir do inglês “people”, que significa “povo” ou “pessoas”, e que os media
costumam usar para designar as suas secções de “celebridades”]. Há uma
fascinação pelas tecnologias de informação que é preciso travar: não é a
tecnologia que faz a informação, são os homens. Eu acho que o
jornalismo acabará por reagir e saberá tirar desta revolução técnica o
que ela tem de bom.
Uma das lutas da sua geração foi
garantir a existência de uma fronteira nítida entre o domínio público e a
esfera privada. Não receia que esta nova geração, que cresceu com as
redes sociais, venha a ter uma consciência um pouco mais frágil dos
riscos de se permitir que essa fronteira se esfarele?
Lutámos
durante séculos até termos, enfim, o direito a uma existência privada, e
agora, com as tecnologias de informação e com o fenómeno da
"peopleização", passamos a vida a publicitar a vida privada. É um
contra-senso. E se esta geração não percebe que é preciso preservar essa
separação, isso é grave, porque essa fronteira foi um verdadeiro campo
de batalha, e conseguir impô-la representou uma grande vitória política.
Não é por hoje ser possível contar seja o que for nas redes sociais, e
haver quem o leia, que devemos fazê-lo. Diante do computador temos uma
sensação de liberdade, mas dever-nos-ia preocupar a contradição entre
esse sentimento de liberdade e o facto de a Internet ser dominada pelo
poder económico, financeiro e técnico do Google, da Apple, do Facebook,
da Amazon.
No mundo das redes sociais vive-se uma espécie
de igualitarismo, em que não há fronteiras nem hierarquias e todas as
vozes têm o mesmo peso. Quando uma parte importante do debate público
emigrou para esta arena digital, e a sua lógica contamina cada vez mais
os media, está aberto o caminho ao populismo?
Sim,
há o risco do populismo. Nas redes sociais toda a gente se exprime em
condições de igualdade, o que é aparentemente democrático, mas, na
verdade, ao abolir-se toda a hierarquia cultural ou intelectual, o que
existe é uma tirania da expressão. O que há a fazer? É preciso que
jornalistas, professores, empresários, políticos, tenham a coragem de
dizer que este espaço de expressão é um progresso, mas que não substitui
as competências do político, do militar, do cientista, do jornalista. O
que eles têm a dizer sobre a sociedade não pode ser posto no mesmo
plano do que eu digo sobre mim próprio num qualquer canto do planeta.
Não
é impossível que o aproveitamento da Internet pelo terrorismo e pelo
crime organizado, entre outras ameaças, leve as democracias a ponderar
colocar restrições à sua utilização, como já acontece, por outros
motivos, em várias ditaduras. Parece-lhe defensável?
Este
novo espaço de expressão e informação que é a Internet precisa de uma
política, no mesmo sentido em que há uma política para as
telecomunicações, os satélites, a imprensa ou a televisão, com coisas
que são permitidas e outras que não o são. Neste momento, a Internet não
tem regras nem limites. É claro que se deve salvaguardar essa dimensão
de liberdade e de emancipação, mas com a condição de se criar uma
política. A grande batalha futura em relação à Internet não é obviamente
acabar com ela, mas estabelecer regras e leis. Actualmente é um
faroeste que só serve a tirania económica e financeira. Há uma mentira
sempre repetida: a que diz que se aplicarmos uma lei à Internet é o fim
da liberdade. Na verdade, é o inverso: é a lei que permite a liberdade,
que protege o fraco, sem ela temos a lei do mais forte, e o mais forte é
hoje o poder financeiro. Falamos da Internet como símbolo de liberdade,
quando ela está ligada aos grandes poderes imperiais do século XXI:
Google, Apple, Facebook, Amazon. É uma contradição que se pode resolver,
desde que se aceite que o progresso técnico é óptimo, mas que agora é
preciso introduzir regras sociais, políticas, culturais.
Tem
insistido na distinção entre informação, que designa a mensagem, e
comunicação, que implica uma relação e uma negociação. Pensa que a
revolução global da informação teve tradução no plano da comunicação,
que os povos e culturas do mundo se compreendem e toleram hoje mais do
que no passado recente?
Uma das grandes fraquezas da
humanidade é que adoramos matar-nos, detestar-nos e não nos
compreendermos uns aos outros. Seria de esperar que todas essas redes de
informação tivessem aumentado a tolerância, mas não é verdade: o
racismo e o ódio ao outro estão de boa saúde. Basta olhar para a Europa e
para o que se passa com os refugiados no Mediterrâneo. Temos uma aldeia
global, mas que é apenas técnica, e essa tecnologia, ao tornar mais
visíveis as diferenças culturais, não só não está a promover a
tolerância, como se arrisca a provocar mais intolerância. É um paradoxo
incrível, mas verdadeiro.