30 agosto 2020

um texto instalado!

A ideia era escrever um texto sem amarras, livre de tempo e 
espaço, que sirva hoje, ontem e amanhã para quem quer que seja
 ler, viver e saborear: um texto instalado! 

A ideia é improvável de conseguir, não é possível 
tanta abstracção mas ficou bonitinho: 
Era uma quantidade/confusão enorme de acontecimentos a 
passar-se ali ao mesmo tempo, tudo com a serenidade própria 
do tempo querido.

A imaginação dava o poder de viajar para outros lugares e 
outros tempos desconhecidos, por viver – futuros – e já 
vividos - passados, montar imagens.

A fonte incessante das chuvas encheu a lagoa onde 
se ouvem sapos e rãs coaxar; libelinhas, mosquitos
 e outros insectos esvoaçantes; peixes a saltar e 
mergulhar.
O vento parara, escurecera o silêncio, entre os animais e a 
brisa, e tudo apontava pensamentos; a brisa deslizava terna e
 morna ainda repleta do calor do dia de verão.

A cadela meiga e bonita despertara para ir de férias como uma
 lady à espera de outro alimento afectuoso.
Era um torno de existência, como se aquela partida ditasse um
 final e realçasse memórias que a iam querer fazer perdurar 
porque eram memórias fortes e boas.
O pelo dela era preto e castanho.
O olhar dela envelhecido era doce acastanhado, era bonito.

E serenava: ela ia ficar bem com aquela cuidadora, sentia-se 
que gostava do que fazia, G ia arribar: Boas férias e até já!

Ela ia para o bairro alto, muita gente e barulho, não gostava
 muito mas o dono agradava-lhe a companhia; dizia a avó e ela
 lembrava-se bem: o que podia fazer? 
Teimar? 
Protestar? 
Para quê!? 
Mais valia não fazer barulho… havia sempre alguém que 
partilhava consigo um petisco. 

E os gatos!?

Curioso: nenhum aparecera para se despedir e desejar Boas 
férias!
Não devem gostar de despedidas, eram para aí uns doze e nem 
vê-los, nenhum; davam-se bem, sim: cão e gato naquele lar 
comiam do mesmo prato!
Felinos e felizes!

Já tinham vindo quando a cadela era idosa, menos energética e
 com natureza de Avó.

Soltara uma lágrima como se a abandonasse velhota.

27 agosto 2020

pode passar o racismo?

A RAZÃO (link) mais forte para o racismo continuar a existir é a má situação dos locais julgarem, com base em preconceitos que vivem mal porque os outros que vêm de fora - podem ser negros nascido cá como podem ser brancos - é que são a causa disto estar mal.

E quem escreve esta conversa de esquerda é porque vive bem e nasceu com a vida ganha... não sabe o que é a vida a sério, a que custa, a dos pobres que batalham.

Poderá passar o racismo?

Claro, quando houver a educação/noção (ou for apreendida) para um mundo cada vez mais próximo, único e global em que as diferenças de pele são só  mais uma diferença no meio de tantas outras e que as culturas tendem para viver baralhadas no famoso melting pot.


O escritor estrangeiro que mais li é, talvez, James Baldwin. E é, talvez também, o mais atual que conheço. A maneira como descreveu, já há décadas, o que se passa hoje nos Estados Unidos da América, em Portugal, e em parte do mundo ocidental, faz entender o pouco que evoluímos – e, talvez,  também o pouco que temos  lido. “Uma das coisas que mais aflige este país é que as pessoas brancas não sabem quem são e de onde vêm.”, disse Baldwin, em 1986. “É por isso que pensam que sou um problema. Eu não sou um problema. A vossa história é. E enquanto vocês fingirem que não conhecem a vossa história serão prisioneiros dela. E não há dúvida de que não me estão a libertar. Porque não se conseguem libertar a vocês próprios.”

A negação do racismo estrutural na sociedade portuguesa e nos Estados Unidos da América está mais vocal do que me lembro. Mesmo quando a polícia agride ou tortura ou assassina a tiro pessoas negras desarmadas, como os residentes da Cova da Moura, na Amadora, em 2015; Cláudia Simões, em janeiro deste ano, na Amadora; ou George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos da América, em maio. Quando são mortas pessoas negras, em plena luz do dia, depois de sofrerem ameaças racistas, como aconteceu a Bruno Candé, em Loures, há umas semanas; quando se enche de balas o corpo de um homem negro, aparentemente desarmado, com três dos seus filhos no banco de trás do carro, como aconteceu com Jacob Blake, no passado domingo, no Wisconsin. Quando grupos de neonazis de cara tapada se passeiam com tochas à la Ku Klux Klan, como aconteceu à porta da associação SOS Racismo Ou quando 10 pessoas – deputadas eleitas e ativistas pelos Direitos Humanos – são ameaçadas e intimadas a sair do país por, acusam os fascistas, terem traído a nação.

Mesmo quando tudo isto acontece, as coisas parecem não sair do sítio. O que se segue são declarações de líderes políticos negando que o racismo é um problema estrutural - “há racistas, mas Portugal não é racista”, dizem. Outros nada fazem. E outros ainda pedem calma e “sensatez”, como fez o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Martin Luther King Jr., que ficou para a História (ao contrário de James Baldwin), como um dos mais relevantes líderes do movimento por Direitos Civis no Estados Unidos, escreveu, em abril de 1963, da prisão onde ficou detido depois de liderar um protesto não-violento no Alabama, o texto “Letter from a Birmingham Jail”. Na carta, lê-se: “Primeiro, tenho de confessar que ao longo dos últimos anos dececionei-me seriamente com os brancos moderados. Quase cheguei à lamentável conclusão de que a maior pedra no caminho dos negros para a liberdade não são os supremacistas brancos dos Citizens’ Councils ou os membros do Ku Klux Klan, mas os brancos moderados, que são mais devotos à “ordem” do que à justiça; que preferem uma paz podre – a ausência de tensão – a uma paz real, que implica a presença da justiça; que dizem constantemente: ‘Concordo convosco quanto aos objetivos, mas não posso concordar com os vossos métodos de ação direta’; que acreditam, de forma paternalista, poder decidir o calendário para a liberdade de outro homem; que vivem sob um conceito mítico de Tempo e constantemente aconselham o negro a esperar por uma “altura  mais apropriada”. A superficialidade de análise das pessoas boas é mais frustrante do que a absoluta incompreensão das pessoas de má vontade. A aceitação indiferente é muito mais desconcertante do que a completa rejeição."

entrevista que hoje publicamos é sobre isto. Sobre a espera, a desilusão e também a raiva de quem ouve “não, agora não é o momento certo”. Decidimos lançá-la para que se entenda como os temas e os problemas não mudaram de 2018 para 2020 – e a urgência também não. O racismo sempre cá esteve, e sempre foi sentido por “aqueles que os brancos denominaram de negros”, como diria James Baldwin. O que mudou foi que está tudo cada vez mais às claras. O que deve pedir-se agora não é calma, não é sensatez, não é que se espere por uma altura melhor. É que quem tem o poder abdique dele e “deite a casa abaixo”. Mesmo que a isso tenha de ser obrigado.

Até já,
Ricardo Esteves Ribeiro.

25 agosto 2020

Cortesia de Dr. Nelson Caniço.

Muito já se disse e muito há ainda para dizer a cerca das lacunas existentes nos lares, que a praga de um vírus veio por a nú, Ex o relato escrito de quem esta todos os dias no terreno.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS LARES DE IDOSOS COM ACORDOS DA SEGURANÇA SOCIAL, (IPSS) EMBORA CONSIDERE QUE É  UM PROBLEMA COMPLEXO, QUE EXIGE  UM CONHECIMENTO PROFUNDO DA ORGÂNICA DE FUNCIONAMENTO E NÃO PODE NEM DEVE SER ANALISADO EXAUSTIVAMENTE NAS REDES SOCIAIS.
1- Façam-me a justiça de dar crédito às minhas afirmações sem me considerar arrogante e 
sobranceiro, porque tenho um somatório de cerca de 25 anos a trabalhar como médico em Lares, quer em 
regime de voluntariado, quer remunerado, mas com vencimentos que se esvaem quase na totalidade em 
impostos. 
Não me considero, melhor nem pior que os outros, mas procedo como quando iniciei a minha actividade profissional 
há 43 anos, certifico dezenas  ou até centenas de óbitos sempre presencialmente, não me limito a imprimir o 
certificado e enviá-lo pela agência funerária, o ato e as deslocações são a título gratuito e se tiver vestido uma peça 
de roupa vermelha, mudo para uma mais discreta, por respeito ao falecido e ao sofrimento da família. 
A minha vida do dia a dia resume-se praticamente a um raio de 30 km, para estar presente na brevidade possível, 
embora a lei me permita 12 h para certificar. 
Agora que já sabem a minha maneira de proceder, espero a credibilidade que julgo merecer.

2- Sabiam que no Governo PSD/CDS saiu um decreto lei que proíbe aos médicos dos lares pedirem, como até então,
 exames complementares comparticipados, marcação de consultas das várias especialidades e outros atos médicos 
essenciais, o que só pode ser feito pelo médico de família? (Poucos ou inexistentes e dificuldade de resposta) . 
Isto implica atrasos em todo o processo, já de si complicados no SNS e que põe quantas vezes em risco a vida do 
idoso, para além do incómodo dos doentes, quase todos dependentes, terem que se deslocar aos Centros de Saúde 
e Hospitais,  em ambulâncias que têm que pagar e ficam horas nos corredores esquecidos desumanamente deitados 
em macas, (não por responsabilidade dos profissionais) por situações clínicas que, muitas delas, poderiam ser 
resolvidas no Lar !? Que responsabilidade se pode pedir ao médico do lar, que nem um hectograma pode pedir? E o 
actual Governo, na 2.a legislatura, ainda não teve tempo de mudar a legislação? 
Onde estão a Ordem dos Médicos e a Comunicação Social, tão zelosos a criticar e a não referir esta aberração?

3- A Ordem dos Médicos não tem competência legal ( e conhecimentos) para fazer inquéritos aos Lares. 
A sua competência é regular a profissão, apenas isso! Na minha opinião, tentou, assim como o Sindicato 
"Independente" dos médicos, colher dividendos políticos da tragédia de Monsaraz. Não respeitou os 18 mortos, os 
seus familiares e a abnegação, principalmente das auxiliares cuidadoras, que por pouco mais que o 
ordenado mínimo, põem em risco a sua vida e a dos seus familiares.
Como médico de uma geração com valores e princípios, peço humildemente desculpa por esta atitude que 
considero vergonhosa, da Ordem dos Médicos e sublinho que para proceder aos inquéritos há as entidades 
competentes, nomeadamente o Ministério Público. ( Com critério de urgência.)

4- Há 2520 lares IPSS, com 90 mil idosos, que pelo escalão etário e multipatologia são de alto risco, é forçoso que a 
maioria das vítimas mortais aconteçam em lares. ( É óbvio ) Estes pomposamente chamados ERPIS, (estruturas 
residenciais para idosos) são na sua maioria Hospitais de Retaguarda, com doentes acamados, entubados, 
algaliados, dependentes de 3.a pessoa para hábitos higiénicos e alimentares, com recursos humanos, ou mais, ou 
menos diferenciados, totalmente insuficientes, assim como as condições físicas, porque não há vagas nos Cuidados 
Continuados, onde estes doentes deveriam e têm o direito de estar. (A nível nacional faltam 7.000 camas.) 

5- Eu trabalho em 3 lares, porque me sinto útil, sinto-me vivo, com capacidade intelectual e científica para o fazer, se 
não me sentir bem, pego no malote e venho-me embora, ( não era a 1.a vez) não preciso de bajular as Direcções e as 
Coordenações, mas estas têm sido inexcedíveis, especificamente cumprindo e ultrapassando até os planos de 
contingência  preconizados pela DGS e S. Social  no contexto Sars Cov 2,  mas pergunto, como  se consegue o 
distanciamento social de 2 metros num quarto de 3 camas com dimensões reduzidas? Pomos uma cama no telhado? 
E como se convence um doente com perturbações mentais a manter a distância, amarramo-lo? 

6- Eu sei que o texto é extenso, mas é impossível sintetizar, se referisse todos os prós e contras escrevia um livro. 
Afirmo convictamente e com veemência, que apesar de todos os esforços, da dedicação e do cumprimento de todas 
as regras, o que aconteceu no Lar de Monsaraz, pode acontecer em qualquer Lar, incluindo, lógicamente, nos que 
eu trabalho. Basta para isso entrar um funcionário, apenas um, positivo assintomático! 

7-Posto isto, a opinião pública não se deve deixar manipular pelos Opinion Makers, e, sem pôr em causa a liberdade 
de expressão por um segundo sequer, devem pronunciar-se sobre o que sabem e contribuir positivamente para ser 
parte da solução e não manter ou agravar o problema. Para isso, temos alguma Comunicação Social ( quase toda ),
 que devido à guerra das audiências faz jus ao ditado " ouve-se mais um a dizer mal do que mil a dizer bem".

Post Scritpum: Não sou profeta da desgraça, mas com o desconfinamento ( necessário ) a gripe sazonal  e o 
Covid 19 simultâneos,  o agravamento da pandemia é inevitável e as dificuldades nos Lares crescem 
exponencialmente. Por mais fiscalizações que se façam ( pedagógicas,  sem pretender encontrar bodes 
expiatórios) não há milagres! (Urgente a antecipação da vacina da gripe, a sintomatologia pode ser semelhante, 
não se pode isolar todos os doentes, nem enviar todos para as" zonas Covid ". Estou só a lembrar!)


24 agosto 2020

O rimbombar do mar nos rochedos






















Tanto mar, tanto mar (link) é outro texto que me recorda esta (link) música do Chico Buarque que nos alerta para outros fascismos que nos toldam a LIBERDADE.

23 agosto 2020

porque quem lidera a mudança é ele: Joe Biden



Imortais - Mafalda Veiga e Jorge Palma

As eleições do outono (link) nos EUA exigem mudanças totais!



Aconselho os episódios 4 e 6... https://www.rtp.pt/programa/episodios/tv/p38711 é bem bom!




Na final da liga dos campeões no estádio da Luz ganhou a equipa de vermelho como é habitual naquela zona.


Para ajudar à miscelânea: O primeiro gomo da tangerina: livro e música!

20 agosto 2020

O verdadeiro mistério é o visível

Coisas comuns como a escrita, o cuidado ou o exercício físico nos animarem e/ou mudarem.

Como o haver múltiplas maneiras de ser, fazer e investir em ti.

Talvez o essencial não seja tão invisível aos olhos quanto isso ou há muitas coisas visíveis aos olhos que são essenciais também. 

Talvez...

A boa disposição e a alegria, amar pessoas ser bom, faz-nos bem; a fruta amadurecer, comunicar; cada pessoa diferente encontrará mil coisas misteriosas.

O vento, a chuva, o mar, conversar, comer, os animais, o amanhecer. 

Corro o risco de alargar tanto a noção de essencial que torna-se comum mas na realidade se pensarmos/olharmos bem para tudo é um grande privilégio existirmos...

Cada passo, cada palavra, cada gesto, cada olhar, cada respiração, cada som é tanto: talvez esteja demasiado Naive, muito amor por todo o lado...


parece mentira este pesadelo...



Watch Barack Obama’s Full Speech At The 2020 DNC | NBC News

Que depois deste senhor tenha entrado para lá esta Trumpa (que nome adequado... vejam o link!)

18 agosto 2020

Está tudo mal

Mas é bom ver que não funcionamos como rebanho (link) dos venturas e dos Trumps deste mundo!





Estranho é que a trumpa tenha um voto que seja...




Não podemos fazer nada mas sabe bem passar este Amor!


O discurso vale bem a pena: Michelle Obama 


ensina 


a ser melhor pessoa!


17 agosto 2020

Ela é do tamanho de um abraço


É o sopro da nossa vida!

Corajosa, vai-se despedindo terna e doce.

Dá gosto vê-la comer.

Foi voltas ao pinhal.

Nascida em 2004, AA (Antes do Acidente) na outra vida; fêmea (briga familiar por causa dos cio e dos filhos), vida boémia com praia, estudo mas não muito, bairro alto e técnica de engate (tão gira, como se chama, posso dar uma festinha?).

É ladrar às ondas à entrada do mar até mergulhar a nadar em busca do dono malvado.

É comer do mesmo prato com a família felina.

É uma lady!

Ressonar calmo e repousante.

Ajuda aos ladrões a quem lambe as mãos.

É movimento para quem se interessa.

Tem tido ataques, caminha quilómetros, assusta, não quer morrer.

Aleluia: ressuscita!

Tem sete vidas ou mais.

Treme, corpo fraco e grande consumido por demónios.

É AMOR!

É ALMA!

É UMA PARTE DA MINHA VIDA QUE VENERO!

Olhar sempre bonito perante as maiores adversidades. 

E também é fruta, cálice doce alcoólico entre amigos: GINJA!

ESTE Homem é das melhores coisas que o mundo tem...

Você pode ter defeitos, ser ansioso, e viver alguma vez irritado, mas não esqueça que a sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode impedir que vá em declínio. Muitos lhe apreciam, lhe admiram e o amam. Gostaria que lembrasse que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, uma estrada sem acidentes, trabalho sem cansaço, relações sem decepções. Ser feliz é achar a força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor na discórdia. Ser feliz não é só apreciar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza. Não é só celebrar os sucessos, mas aprender lições dos fracassos. Não é só sentir-se feliz com os aplausos, mas ser feliz no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões, períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista para aqueles que conseguem viajar para dentro de si mesmo. Ser feliz é parar de sentir-se vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas conseguir achar um oásis no fundo da nossa alma. É agradecer a Deus por cada manhã, pelo milagre da vida. Ser feliz, não é ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si. É ter coragem de ouvir um "não". É sentir-se seguro ao receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, mimar os pais, viver momentos poéticos com os amigos, mesmo quando nos magoam. Ser feliz é deixar viver a criatura que vive em cada um de nós, livre, alegre e simples. É ter maturidade para poder dizer: "errei". É ter a coragem de dizer:"perdão". É ter a sensibilidade para dizer: "eu preciso de você". É ter a capacidade de dizer: "te amo". Que a tua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz... Que nas suas primaveras seja amante da alegria. Que nos seus invernos seja amante da sabedoria. E que quando errar, recomece tudo do início. Pois somente assim será apaixonado pela vida. Descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Utilizar as perdas para treinar a paciência. Usar os erros para esculpir a serenidade. Utilizar a dor para lapidar o prazer. Utilizar os obstáculos para abrir janelas de inteligência.  Nunca desista....Nunca renuncie às pessoas que o amam. Nunca renuncie à felicidade, pois a vida é um espectáculo incrível". 

PAPA FRANCISCO


15 agosto 2020

pessoa séria, digna e corajosa



Mamadou Ba (link) é um rosto anti estupidez, não se percebe que a cor, cultura, traços sejam formatados como inimigos; a História impede de percebermos o óbvio: que o Racismo é burrice!

Há muitos anos atrás antepassados humanos europeus foram invadir a casa de povos africanos e foram, com certeza, bem recebidos e tornaram-nos escravos aos anfitriões.

Daí para cá o mundo mudou muito e criaram-se colónias, a integração, retiro deles de lá para cá foi mal feita; e a própria noção deles e de nós é errada. 

Somos todos parecidos, somos todos tanto diferentes como iguais.

É completamente retrógrada a estupidez de maltratarmos corpos diferentes quando estranho é sermos iguais.

Fazemos todos partes de um mesmo mundo que nos interessa melhorar até aos insectos e às aranhas.

Envergonha-me viver num país onde o menino André Ventura e o Chega existem assim na AR.

12 agosto 2020

Kamala Harris

Devo confessar que estava a ler Becoming, a miinha história de Michelle Obama e o aparecimento dela não me deixou entusiasmado mas ELA vale a pena, qualquer um face a Trump vale a pena e a idade de Biden mostra que a esperança média de vida aumentou mas está bem acautelada por Kamala Harris (link), mulher e filha multi cultural!

É como encher o balão de ar fresco e energia.

É o futuro: bem humorada, inteligente e boa comunicadora!


E VAMOS REPASSAR QUE É CULTURA PARA NOSSA GENTE.


NOTÍCIA DO LANÇAMENTO NA INTERNET DA WDL, A BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL.
QUE PRESENTE DA UNESCO PARA A HUMANIDADE INTEIRA !!!
Já está disponível na Internet, através do site  www.wdl.org
É uma notícia QUE NÃO SÓ VALE A PENA REENVIAR MAS SIM É UM DEVER
ÉTICO, FAZÊ-LO!

Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes de todos os tempos e explica em sete idiomas as joias e relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta.
Tem, sobretudo, caráter patrimonial" , antecipou em LA NACION Abdelaziz Abid, coordenador do projecto impulsionado pela UNESCO e outras 32 instituições. A BDM não oferecerá documentos correntes, a não ser "com valor de  patrimônio, que permitirão apreciar e conhecer melhor as culturas do mundo em idiomas diferentes:árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português. Mas há documentos em linha em mais de 50 idiomas".
Os tesouros incluem o Hyakumanto darani , um documento em japonês publicado no ano 764 e considerado o primeiro texto impresso da história; um relato dos azetecas que constitui a *primeira menção do Menino Jesus no Novo Mundo*; trabalhos de cientistas árabes desvelando o mistério da álgebra; ossos utilizados como oráculos e esteiras chinesas; a Bíblia de Gutenberg; antigas fotos latino-americanas da Biblioteca Nacional do Brasil e a célebre Bíblia do Diabo, do século XIII, da Biblioteca Nacional da Suécia.
Embora seja apresentado oficialmente  na sede da UNESCO, em Paris, a Biblioteca Digital Mundial já está disponível na Internet, através do sítio:

O acesso é gratuito e os usuários podem ingressar directamente pela Web , sem necessidade de se registrarem..
Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documento e instituição. O sistema propõe as explicações em sete idiomas (árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português), embora os originas existam na sua língua original.
Desse modo, é possível, por exemplo, estudar em detalhe o Evangelho de São Mateus traduzido em aleutiano pelo missionário russo Ioann Veniamiov, em 1840. Com um simples clique, podem-se passar as páginas um livro, aproximar ou afastar os textos e movê-los em todos os sentidos. A excelente definição das imagens permite uma leitura cômoda e minuciosa.
Entre as jóias que contem no momento a BDM está a Declaração de Independência dos Estados Unidos, assim como as Constituições de numerosos países; um texto japonês do século XVI considerado a primeira impressão da história; o jornal de um estudioso veneziano que acompanhou Fernão de Magalhães na sua viagem ao redor do mundo; o original das "Fábulas" de La Fontaine , o primeiro livro publicado nas Filipinas em espanhol e tagalog, a *Bíblia de Gutemberg*, e umas pinturas rupestres africanas que datam de 8.000 A .C.
Os seus responsáveis afirmam que a BDM está sobretudo destinada a investigadores, professores e alunos.

MUITO RICO. GUARDE OS SITES. VOCÊ PODE VIR A PRECISAR. NEM QUE SEJA POR CURIOSIDADE.

09 agosto 2020

porque dá força pensar no mar






E gosto dele, do Valenciano (link) e o desejo alimenta e constrói imagens futuras e recordações, será sempre diferente viver a leitura que nos embala!

Enquanto o país nega, Evaristo mata!

Bruno Candé (link texto de Mamadou Ba) seria só mais um nome se não tivesse a sua morte servido para que (link para texto de Vítor Belanciano) o Portugal racista se tornasse óbvio fruto de descolonizações mal feitas e ter a personagem do André Ventura na AR devia deixar-nos envergonhados a todos.
Espero que o presidente Marcelo perceba que nos debates presidenciais tem uma boa oportunidade para desmascarar e deitar abaixo aquela tromba cínica em vez de dar palmadinhas simpáticas e diplomáticas nas costas.

07 agosto 2020

Preconceito


03 agosto 2020

A propósito de uma estátua em Belmonte e de José Afonso

Segundo a noticia da imprensa o Município de Belmonte homenageia hoje Zeca Afonso com a realização de várias actividades culturais  e a inauguração de uma “estátua em tamanho real”.

Sem ter sequer acesso a uma foto da referida estátua confesso que se torna para mim misterioso quando para além do anúncio da estátua se adjetiva, julgo eu para a valorizar, que é em “tamanho real”

Calculo que que se queira dizer que entre a figura em carne e osso que conhecemos e aquela estátua a semelhança é tão grande que por momentos poderemos dizer “é mesmo ele” ou no pico do reconhecimento “até parece que está vivo”. A estátua será um sucesso (tal como a de Fernando Pessoa no Chiado) se qualquer transeunte se puder abraçar a ela, tirar uma selfie, dar um beijo, um abraço, ou, em revanche fascistóide ou gratuita, projetar uma escarradela ou uma pincelada noturna. A tudo isso a estátua se manterá alheia, ausente e impassível o que, concordemos, é o primeiro sinal de grande dissemelhança com a figura real que quer representar.

Todos sabemos que esse ideal obsessivo de imitação realista pode ser realizado com a maior precisão e rigor. Tiradas as medidas ao referente de algum retrato mesmo que amarelecido, qualquer impressora 3D da indústria 4.0, resolve em poucos segundos a produção robotizada do boneco na escala “real” (uma oportunidade de negócio, dirão hoje). Mas mesmo nesta situação o risco é imenso, tal como contou um dia Umberto Eco, a propósito de um artista também obsecado pelo dito rigor e precisão, que desenhou um cão de lado e não o reconheceu no dia seguinte, quando este lhe apareceu de frente.

Fazer estátuas a poetas convenhamos que não é para todos. Designadamente tendo como objeto José Afonso que era um poeta poliédrico irredutível a um e qualquer angulo de perspetiva. Fazer uma estátua terá que ser um acto de equivalência artística, uma metáfora física que capte a essência e a verdade do poeta. Exercício ainda mais elevado quando é da sua obra que se pode retirar com maior profundidade a dimensão humana, fraterna e solidária da sua existência.

A poesia de Sophia contém muitos poemas que remetem para estátuas gregas, obras de arte, às quais ela retira detalhadamente a alma e o espírito poético que as incorpora. Muito gostaria que todos os atos de homenagem a José Afonso tivessem essa sorte e a dignidade que o poeta merece. Reconheçamos que não tem tido sorte.

Esperemos que não se confirme aquilo que alguém diz ter ouvido ao poeta em vernáculo puro: “as estátuas só servem para os pombos lhe cagarem em cima”.

 



“Confirma-se o mau gosto! Pombinhos podem pousar!”