01 setembro 2021

Como manter o otimismo?


Há dias em que não nos apetece e dizer mal de tudo é bem mais fácil. Estamos sempre mais velhos e cansados. Nada do que passa na televisão interessa, nem no telejornal. As conversas com os amigos são muito interessantes mas deprimentes. Da vida nada de novo, já foi tudo pensado, já foi tudo feito. E está tudo cada vez pior. Está tudo monopolizado, centralizado sempre nos mesmos. A música já não interessa, não tem nada a ver connosco. A literatura já não existe, toda a gente escreve genialidades nas redes sociais. Porque hei-de manter o alento? Porque isso, do pessimismo e do otimismo, se contagia. Queremos ajudar a melhorar, fazer o nosso papel. E quanto mais andamos mais percebemos que as coisas importantes são outras
e estão na amizade e no amor, não no intelecto destrutivo. 
Porque não posso ser outro a juntar-me ao negativismo.
A sociedade (veja-se o vírus) encontra sempre formas bonitas de renascer/reviver.
É fácil lembrarem-se que melhorou com o ‘bicho’, pode ser que o interessante seja 
descobrir que células se renovaram...
E os nascimentos.
Os sorrisos.
O humor.
As ideias. 
Tudo isto é sublime se desmontarmos peça a peça.
A escrita não existia, as letras, as palavras e os sons.
A vida não é um direito, é um privilégio.
Para quê perder tempo a pensar nas coisas más que o mundo produz?
Para não parecermos patetas alegres?
Tornamo-nos pesados?
A verdade é que se pensarmos nas coisas bonitas da vida teremos uma leveza 
contagiante 
que não acabará.
Com energia vinda do sol.
Chuva que regam os campos.
Cores naturais.
Abraços e beijos.
Duches.
Vozes ternas e amigas.
Prazeres à mesa.
Mário Viegas.
Michel Giacometti.
Teatro.
Ser avô, a neta. 
Talvez não seja útil só ser.
A vida seja inútil!?
Mas é espetacular.
Por certo, dirás que já passaste por esta fase ignorante mas a experiência tem-te
 ensinado outros males...
Não podemos contrariar o que nos ultrapassa, um sistema que se vem 
instalando no nosso mundo e a juventude está cada vez pior.
É só ecrãs.
E redes sociais.
Mundo à base de imagens.
Há mais canais do que conseguimos ver.
Cada vez mais individualismo.
Mensagens curtas, gostos e não gostos.
O mundo parece ter perdido a graça dos grupos e dos amigos.
Sempre foi comum as gerações mais velhas entrarem num esquema de velho 
do restelo.
Só temos que perceber que tudo faz parte do processo.
Estamos todos a fazer o melhor que sabemos mas isso não é comum no que 
resulta… ou não queremos todos o mesmo para o mundo!

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