19 fevereiro 2022

ninguém sabe porque gostamos disto...

E, principalmente, porque gostamos todos e tanto, do mesmo. 

Ninguém percebe. 

Não é natural!

É um privilégio que só 

passando por ele se 

ganha e sente!

É daqueles prazeres 

únicos que são 

individuais mas que 

têm mais gosto quando 

são partilhados.

Que merecem entrega 

do primeiro ao último 

minuto 

porque queremos 

ganhar, ser melhores 

e rir no fim ao 

lembrar jogadas bonitas.

Onze homens e/ou 

mulheres, da mesma 

idade (ou nem por isso) 

vestidos com 

equipamentos (uma 

mesma farda colorida 

com números) gostarem 

de andar, atrás de 

uma única mesma bola, 

contra outra 

equipa de 

onze, equipados 

de maneira diferente 

aos 

chutos e pontapés para 

tentar enfiar a 

bola entre os aros de 

uma baliza adversária.

Como explicar isto a 

alguém que não 

conhece?

Fintar com os pés não é 

óbvio, 

É preciso alguma arte... 

algum empenho!

Como explicar este 

interesse? 

Esta paixão?

Explicar que é por ser 

complicado que tem 

tanta piada, 

por ser difícil, se fosse 

fácil não tinha piada, ou 

não tanta, pelo menos.

E por um jogo ser 

sempre diferente, 

jogado 

da mesma forma, com as 

mesmas regras, mas 

sempre espantosamente 

diferente: é a vida!

Porque há quem 

desempenhe melhor 

certas funções, 

formas de treinar que 

nos melhoram mais que 

outras; e ganhamos um 

certo carinho pela 

equipa, pelos modos 

de fazer diferente, pelos 

olhares, pela forma 

como estamos todos 

juntos a tentar combater 

um mesmo adversário.

E o cansaço liberta boa 

disposição.

Os momentos vividos em 

comum, mesmo os mais 

banais como o vestir e 

despir em conjunto, os 

douches,, o entrar 

nos campos juntos, a 

cumplicidade e amizade 

que ali se criam.

Há qualquer coisa na relação connosco mesmos que 

nos obriga a sermos melhores unidos!

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