1999 - Virá o tempo de chegar: por agora, caminhamos.
1, 2, 3 partida!
era uma vez uma estrada, um caminho longo até perder de vista... perto de uma clareira subindo até ao cume donde se podia olhar, ver um destino. mão na testa, água!, um rio ou lago, nunca mais se podia esquecer do último troço do caminho qd trincara a maçã.
era longa a rua, perdia-se a luz no terreno, era um destino q só correndo seria ultrapassado. implicava cuidado. pé ante pé devagar splosh, splash, friooo. calor longe, quenteee.
e terminava a rua no centeio.
2000 - São fundamentais duas ou três imagens simples e grandes para as quais o coração se abre pela primeira vez. É como abeirar-se de um vulcão.
sentir o q vimos...
vê-lo uma outra vez...
olhar...
caçar...
a lava circunda um abismo...
a canção...
o teatro...
a música...
o texto...
o coração procura no caos um sopro...
respira o sugado, expira o ontem, hoje e o amanhã...
...
quero dobrar-me e olhar um pêssego, uma nêspera, uma pera, uma laranja , uma banana...
2001 - Primeiro as primeiras coisas.
primeiro levantar, lavar os dentes, esperar na fila, pedir pasta ao animador, esperar na fila, levei um caldo, 'hey, bom dia', estica os punhos, 'olha q levas', preparar a toalha, 'depois sou eu... dás-me banho? sim, com esse balde, devagaaar, issooo, já está! boa, obrigado!', mãozada, levanta o braço, 'olha o sovaco, snif snif', 'porcoooooooooo', 'n! estou limpo, olha o cheiro'.
reunião de equipa.
'animadooooooooooooor, pensei num sketch, entramos em fila e começamos a andar à volta, e a apontar com lanternas a chamar pi-lo-toooooooooo, pi-lo-toooooooooo, e entras tu (aponta) e nós 'pilotooo', começamos às festinhas, sentaaa, 'boa cão', e despedimo-nos em festas... ali deixando o animal!
2002 - Crescer leva tempo a acontecer.
caminho a pequenos passos pacientes palpando o caminho na subida uma descida. e pelo meio um degrau, outro, subo, mais alto, aprecio essa estrada, caminho, ruela, beco, sopé, montanha, cume, vale. o tempo q fiz foi da amizade, rio, baía, enseada, mar, água, fogo terra, água, cinzeno, laranja, amarelo, cor manchada, poça azulada. terreno fértil. lançar vivas, dançar, ganhar.
foi hoje q resolvi festejar o amanhã, ontem li um texto pequenino.
2003 - Quando retomarmos a casa, quero que admires as flores ao longo do caminho.
na volta já n há pressa.
longe o percurso e longo com girassóis e malmequeres.
fui solto, vegetal, azul, fecho o dia.
abro a noite.
2004 - Conversar em silêncio faz as mãos maiores.
muito maiores, pensamos em tudo o q elas podiam fazer e n fazem com ele.
ssssssssssssssssssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.
poisa um clima de confiança, levanta o triste vértice do polegar q cresce.
cai a noite sobre nós cresce uma tarde grande, é manhã...
brisa no sino, natureza suspira o verde.
2005 – Dancemos! E o nada deve acabar-se como todas as coisas.
nada foi lá longe, tudo é falua, boia uma bóia para o crescer
dancemos no lento e triste signo.
bailemos este ritmo.
a manha é cipreste.
coitada da lenta fábula.
outono.
acaba a nadar, bruços, crawll, costas.
2006 – Pedras no caminho? Guardo-as todas. Um dia vou construir um castelo.
construir com o q vibrar.
às pedras direi 'sei lá!'.
telhado...
vivenda...
casa...
quinta...
tijolo sobre tijolo
cegonha...
rouxinol...
pardal...
piu piu
2007 – O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora.
importa saber se mora em nós alguma casa... onde?
guardamos riachos aqui.
era um longo caminho, algo doido, bonacheirão.
chegar é ver o ontem, parar, olhar, abrigarmo-nos do hoje, fecharmo-nos nos braços o peito, rebuscar o vento.
cai uma brisa.
sol.
telhado, sótão, vento, caruma, poço, alpendre, parede...
2008 – É loucura estarmos juntos.
desde q comecei a viver juntei amigos.
gente boa, companhia.
endoideci.
junção de corpos no caminho...
pedra.
poste.
cigarro, dá-me uma passa, está morto, olha o fumo...
2009 – Oh mãe, deixa-me fazer o pino.
mãe, vou para o mocamfe!
o q é isso?
é uns acampamentos com gente jovem, música, é divertido!
e pq?
oh! pq o meu amigo douglas vai e a mafalda também...
aaaaaah a MAFALDAAA também vai, logo viiiiiiiiiiiiii!
fogo n é isso, oh mãe, pronto tb é!
o teu primo fala daquilo com a boca cheia, diz q o melhorou imenso para melhor.. veio fascinado: 'no MOCAMFE fiz amigos à séria, a valer, dos q ficam na vida...' acho q te vai fazer bem! ah, e claro q vais ter sucesso com a mafalda!
'oh mãe, fogoo...' (mãos à ilharga, pontapé nas pedras...)
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