28 fevereiro 2011

A noite...



RESISTÊNCIA (dos xutos e pontapés)

Ela sorriu
E ele foi atras
Ela despiu
E ela o satifaz
Passa a noite, passa o tempo
Devagar
Já é dia, já é hora
De voltar
Aqui ao luar,
Ao pé de ti,
Ao pé do mar,
Só o sonho fica só ele pode ficar...

Nome de Guerra

José de almada negreiros

LXIII

A pessoa verdadeira prefere inimigos autênticos a admiradores sem pontaria.

LX

Quando um homem que ainda não se encontrou tem todo o ar de ainda não se ter encontrado, bravo! Em vez de lástima merece respeito, é um sincero que nasce!
Ninguém no mundo se pode queixar de ter sido vítima da sua sinceridade. O que pode é cada um ficar surpreendido com o facto de a sua sinceridade o ter levado mais longe do que lho permite a sociedade. Este é outro caso.
Até hoje ainda nunca houve outro modo de cada um passar de uma idade para outra da sua vida a não ser pela sinceridade. Os modos de ludibriar esta passagem são sem conta. Mas a única maneira que existe no mundo para revelar cada um, a si e aos outros, está dentro de cada um mesmo, é a sua sinceridade.

27 fevereiro 2011

merchandising

aqui na zona há a temporada da pinha, há uma época em que gente mais nova se junta, porque é uma forma boa de amealhar dinheiro, subindo aos pinheiros mansos e arrancando as pinhas fechadas para serem transportadas e vendidas nas fábricas da zona para tirar pinhões.

certa noite, havia três locais onde vender as ditas pinhas, cinco magnifícos juntam-se: 'e se roubássemos pinhas num para ir vender noutro era fixe e poupava-se trabalho não?'. pela noite dentro, viam-se cinco sombras, iam buscar a um sitío, enchiam sacadas, PUM CATAPUM PUM PUM, subiam uns quantos para os molhos de pinhas, que atiravam para perto dos sacos, onde estava alguém que ia enchendo os sacos, iam depositar na parte de trás de um carro e voltavam, repetindo o processo.
lembro-me que houve discussão porque moreira não queria sujar as calças que eram novas.

OS MOTARDS

houve um tempo das motas, da famel do kimjambo, outro nome adoptado pelo alex, também é, o moçambicano mais doce que conheço (também não conheço muitos), um dom sancho, o povoador, com 8 filhos de 8 mulheres diferentes, cada uma de sua nacionalidade. era nele e no mauro que confiava quando as coisas aqueciam no terreno de jogo, no ringue da praia, sempre tive uma certa arte a desarmar que, por vezes, corria mal, quando o adversário era menos compreensivo do meu estilo de jogo atlético.

logo, motas implica gasolina, é bem mais barato se sacarmos as tampas dos carros da região, colocarmos as motas depósito aberto junto ao buraco por onde se insere gasolina, e puxarmos, inspirando, por uma ponta numa mangueira, a gasolina escorre pela ponta contrária, de um depósito do carro para o nosso da mota. e assim, andavam, com uma classe magistral um grupo de motards nos quarteirões do pinhal!

Zap Mama Iko-Iko(Suca Mama)



hey, hey animem-se q a vida é muito curta para disparates!

26 fevereiro 2011

os 5 magnifícos

Foram fundados, segundo um critério de idade, sob os registos de uma irmandade. o nº 1 era o mauro, o 5º moi même, o caçula, assim como assim, sempre fui o mais novo em tudo.
os restantes, eram o moreira (wanga, bota grande quando foi dread, foi metal também com longa trunfa!) o alex (krasimir jenzef balakov no estádio jo-sé de al-va-la-de atiraaa e...) e o higor.

certo dia, numa incursão pinhalesca, descobrimos num quintal uma mesa de matrecos. ui, não era fixe termos uma mesa onde jogar matrecos todo o dia à borla!?
'vimos cá à noite, o higor inventa que tem uma tia em almoçageme que comprou uma nova e que pensou no sobrinho lindo quando se quis dispensar dela'

lá fomos à noite, a mesa estava num quintal, saltámos, e éramos cinco a pegar, dando pequenos passos, através do pinhal, rumo a casa do zé, havia um espaço atrás da casa com chão em mosaicos que dava, belo!

e por lá andou uma série de tempo, intrigando os pais. foi matrecos, mesa de paus (futebol tipo subbuteo mas feito por nós e com campeonatos sofridos, era o barcelona no tempo do figo, do baía, do couto, do ivan de la peña, do stoichkov, do amunike, aquilo é que eram paus, cobiçados no mucifal inteiro...) ping-pong (com rede sobre a mesa de matrecos coberto pela de paus...), até acabar por ser usado na campanha vencedora do pres. moreirinha à associação de estudantes da escola C+S da SARRAZOLA!

Redemption Songs ~,~ Bob Marley - Legendado br



e quando o amor é solto, sente na alma o AMIGO, nele tenho fé mesmo quando funciona pior... AMIGO tem força e muitaa.

põe a mão na cabeça, pára para pensar, NÓS temos o poder de abalar!!!

24 fevereiro 2011

tschuss und bis bald. viens saint germain que a malta dá-te une coçe!!!

«Estamos num grande momento» - Salvio abriu o marcador na Alemanha e foi, mais uma vez, um dos melhores jogadores em campo do Benfica, que está nos oitavos-de-final da Liga Europa depois da vitória, por 2-0, frente ao Estugarda. Para Salvio, o Benfica está no melhor momento da temporada.

Benfica vence Estugarda (2-0) e está nos oitavos-de-final (Por Mário Rui Ventura)

O Benfica venceu esta noite o Estugarda, na Alemanha, por 2-0, confirmando a passagem aos oitavos-de-final da Liga Europa, depois da vitória no Estádio da Luz, por 2-1, na primeira mão. Segue-se agora o Paris Saint-Germain no caminho dos encarnados.

Num jogo inteligente dos encarnados, e depois de duas oportunidades claras de golo, Salvio, à passagem da meia hora, aproveitou um ressalto no canto marcado por Aimar para, de meia distância, adiantar os encarnados no marcador.

Com uma vantagem confortável na eliminatória, o Benfica geriu da melhor forma o jogo, dominando em todos os capítulos e apresentando uma equipa solidária que raramente concedeu espaços e oportunidades ao Estugarda.

Aproveitando o adiantamento dos alemães, o Benfica criou mais uma mão cheia de oportunidades, quase todas em contra-ataque, mas acabaria por ser de livre que Cardozo, aos 78 minutos, deixou novamente a sua marca na Liga Europa.

Vitória justíssima do Benfica na Alemanha, a primeira da história dos encarnados naquele país. Agora, nos oitavos-de-final, o Benfica encontra o Paris Saint-Germain, que empatou a zero frente ao BATE Borisov no Parque dos Príncipes, depois do 2-2 na Bielorrússia.(d'A BOLA)

Fat Freddy's Drop - Wandering Eye



ericeira: http://www.sumolsummerfest.com/; 24 e 25 de junho, bora lá reggae reggaezar!

23 fevereiro 2011

You and Me Tutorial



eu e ela. queríamos. desejávamos. desenhávamos.

eu e ele, era tanto, reduzido a tão pouco.

eu e ela hoje acaba mal mas amanhã crescerá mais belo porque ganha forças em duvidar.

um NÓS resiste!

tens que ser mais crente! eu creio no homem, acredito nele com alma. you, me and god!

eu e ela ainda não acabou!

efeito espelhado ao inverso!

Doris Day - Whatever Will Be, Will Be (Que Sera, Sera) ver2



o que vier virá por bem!

a tempestade

viver não é esperar a tempestade passar, é aprender como dançar na chuva.

22 fevereiro 2011

autonomia

chateia-me mas irrita-me mesmo ter miúdos, pirralhos, a lidar comigo como se eu tivesse a idade deles ou menos. já só falta o quase!

letra da música dos pinoquinhos 2010

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Haja ou não haja frutos,
Com a mesma alegria.


Basta a fé no que temos,
Basta a esperança no que queremos
Basta que a alma demos,
Pelo Sonho é que vamos.

Ao que é especial,
e ao que é do dia-a-dia
Pelo Sonho é que vamos
Pelo Sonho é que vamos

Chegamos? Não chegamos?
Partimos! Vamos! Somos!


Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Haja ou não haja frutos,
Com a mesma alegria.
(bis)

Sebastião da Gama
Pelo sonho é que vamos
Lisboa, Ed. Ática, 1992

21 fevereiro 2011

«O Benfica tem todas as possibilidades de chegar ao 1.º lugar» - Jorge Jesus

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, afirmou, esta segunda-feira, que o campeonato está longe de estar acabado e que tem fortes chances de voltar a ser campeão nacional.

0-2 hehehe 0-2; 0-2 hehehe 0-2; 0-2 hehehe 0-2; 0-2 hehehe 0-2; 0-2 hehehe 0-2; 0-2 hehehe 0-2...

Da Weasel - Dou-lhe com a alma



a alma canta e dança

Dave Matthews Band - Folsom Field - Everyday



todos os dias, grande pausa. hoje - 21 de fevereiro de 2011 - joguei, dei uns toques em pé, à bola, como prenda de anos à AVÓ JOAQUIM que viu, sorriu e aplaudiu! :) o aquecimento pré-lokomat.

parti um dedo, grande onda, desafio, nunca tinha partido, agora posso dizer olás bem fixes!

20 fevereiro 2011

a minha vida agora?

- tem sido mt tce (traumatismo craneo encefálico);
- terapias;
- Cuba duas vezes;
- muito alcoitão - recorde de tempo internado no centro;
- e agora cercitop;

num estágio de vida como lhe chamo, tenho dado pela vida e n desgosto do q tenho sido: mts amigos, q já foram resistindo a um processo que já dura há 4 anos - 18 de novembro de 2006 - e sinto agora, talvez uma quebra nas visitas, também não duraria tanto no acompanhar um amigo.

- Os meus pais - maravilhoso ser fruto desse AMOR;

-um optimismo estúpido!

17 fevereiro 2011

13 fevereiro 2011

quem és tu, zé gato? (pela leo gruaaar)

“quem és tu, zé gato?
o que é que te faz correr
pelos cantos mais sujos desta terra

tu já deves saber
que mesmo quando vences batalhas
estás longe de acabar com a guerra

quem és tu, zé gato?

mas tu és teimoso como um burro
vai na luva ou vem a murro
nada te faz desistir

a luta é de vida ou de morte
mas a consciência é mais forte
e não te deixa fugir”


[...]

Há a primeira vez que vi o Zé e há a última (e isto é assim com mais ou menos toda a gente que a gente conhece). E entre uma e outra os dedos das mãos chegam para contar as vezes que nos vimos. (E há aquelas duas em que o vi sem ele me ver). Hoje em dia conversamos com os dedos das mãos. (E há muitas vezes em que o leio sem ele me ler).

A primeira vez que vi o Zé: em sua casa. É curioso ou bedelhudo? Tem à-vontade ou lata? Confiante em si ou vaidoso? Era uma vez uma turma que o pai Belo convidou para jantar. O Zé andava por lá. Tinha fome de gente, gostava de rir e de quem sabe fazer rir.

uma vez vimo-nos à beira da estrada
e uma vez vi-o à espera do comboio, na paragem do comboio
(o Zé sabia para onde quer ir - achava eu)
e estivemos em Coimbra, ele namorava uma inteligente moça bonita

(o Zé é um rapaz casadoiro)

e na Gulbenkian, com um amigo

(o Zé é um animal social - e houve alguma mudança platânica nisso?)
Altivo, folgazão (como diz na canção).
Ser de desejo, ah sim, pois é,
a caminho de marrocos
ser de quereres e vontades
de dizer: - sim.
de dizer: vamos.

(encontro o zé das muitas palavras. É provocador, que é um jeito de sair ao encontro dos outros. encontro o zé das muitas palavras. É surrealista, que é um truque de conhecer melhor a realidade.)

a última vez que vi o Zé (e ele não me viu)...ele estava abraçado entre homens de um coro alentejano, a cantar, a rir, rapaz fraterno e igual, avante Zé, que a vida são dois dias e a Festa do Avante são três, avante Zé, o futuro faz-se cantando.
encontro o Zé das muitas palavras, e aprendo enormemente sobre o que é viver.

hinos



'não gosto da clivagem geracional que o hino dos deolinda celebra. não gosto muito das expectativas que traduz mas tem coisas giras: ter-se tornado um fenómeno; ser escrito por uma deolinda eheh.'

Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar



o meu HINO seria mais este: (veio pela LEO gruarrrrrrrr)



"Cidade / Sem muros nem ameias / Gente igual por dentro / gente igual por fora / Onde a folha da palma / afaga a cantaria / Cidade do homem / Não do lobo mas irmão

Capital da alegria / Braço que dormes / nos braços do rio / Toma o fruto da terra / É teu a ti o deves / lança o teu / desafio

Homem que olhas nos olhos / que não negas / o sorriso a palavra forte e justa / Homem para quem / o nada disto custa / Será que existe / lá para os lados do oriente / Este rio este rumo esta gaivota / Que outro rumo deverei seguir / na minha rota?"

12 fevereiro 2011

paciência não parece ser uma virtude de moda.

Queremos tudo imediatamente, gritamos e corremos para chegar mais depressa. Exigimos eficácia já, e não ganhamos nada com isso. Até parece um direito; e somos capazes de pensar que a paciência é dos fracos. Bem sabemos que um homem não se faz num dia. Entrar no ritmo da vida e respeitá-lo é caminho. A paciência é sinal de sabedoria.

quero tempo!

o futuro do ontem é hoje!
quando em abril de 74 se cantaram futuros para um hoje, que estamos bem melhores mas mal, se esperançava!

hoje devo ter dito o pior disparate dos últimos 4 anos 'preferia ter morrido'. 'n devemos deixar q a futilidade e a mediocridade se arrastam E EXPANDAM' diz de cada vez que envio um e-mail, onde concordo!?

11 fevereiro 2011

alá é grande



deu-se uma cena impressionante no mundo: a renúncia do ditador Hosni Mubarak como apenas «o começo» de um processo de transformação no Egipto.

'nós somos o topo do mundo árabe e não voltamos a deixar que caiam de novo sobre nós', dizia um manifestante egipcío!

é mau ir buscar referências muito nossas mas foi como um 25 de abril mundial o fim de um ditador!

06 fevereiro 2011

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Quero fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.

Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

.

imprescindibles!



Mercedes Sosa & Milton Nascimento - Sueño con serpientes

Gracias a La Vida



Gracias a la vida
(Violeta Parra)

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
perfecto distingo lo negro del blanco,
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el oído que, en todo su ancho,
graba noche y día grillos y canarios;
martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario,
con él las palabras que pienso y declaro:
madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
la ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados;
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos, montañas y llanos,
y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano;
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
los dos materiales que forman mi canto,
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos, que es mi propio canto.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.


(1964-1965)
(Mercedes Sosa)


quando acordo e sei que ainda vou viver até depois e depois e depois e continuo a transportar sementes!

03 fevereiro 2011

mais rewind



Manu Chao e Silvério Pessoa no Carnaval do Recife 2008

destravem as línguas poligrotas!

O POLIGROTA

É verdade matemática que ninguém pódi negá,
que essa história de gramática só serve pra atrapaiá.
Inda vem língua estrangêra ajudá a compricá.
Meió nóis cabá cum isso pra todos podê falá.

Na Ingraterra ouví dizê que um pé de sapato é xu.
Desde logo já se vê, dois pé deve sê xuxu.
Xuxu pra nóis é um legume que cresce sorto no mato.
Os ingrêis lá que se arrume, mas nóis num come sapato.

Na Itália dizem até, eu não sei por que razão,
que como mantêga é burro, se passa burro no pão.
Desse jeito pra mim chega, sarve a vida no sertão,
onde mantêga é mantêga, burro é burro e pão é pão.

Na Argentina, veja ocêis, um saco é um paletó.
Se o gringo toma chuva tem que pô o saco no sór.
E se acaso o dito encóie, a muié diz o pió:
''Teu saco ficô piqueno, vê se arranja ôtro maió'...

Na América corpo é bódi. Veja que bódi vai dá.
Conheci uma americana doida pro bódi emprestá.
Fiquei meio atrapaiado e disse pra me escapá:
Ói, moça, eu não sou cabra, chega seu bódi pra lá!

Na Alemanha tudo é bundes. Bundesliga, bundesbão.
Muita bundes só confunde, disnorteia o coração.
Alemão qué inventá o que Deus criou primêro.
É pecado espaiá o que tem lugar certêro.

No Chile cueca é dança de balançá e rodá.
Lá se dança e baila cueca inté a noite acabá.
Mas se um dia um chileno vié pro Brasir dançá,
que tente mostrá a cueca pra vê onde vai pará.

Uma gravata isquisita um certo francês me deu.
Perguntei, onde se bota? E o danado respondeu.
Eu sou home confirmado, acho que num entendeu,
Seu francês mar educado, bota a gravata no seu!

Pra terminar eu confirmo, tem que se tê posição.
Ô nóis fala a nossa língua, ô num fala nada não.
O que num pode é um povo fazê papér de idiota,
dizendo tudo que é novo só pra falá poligrota...

(Autor desconhecido)


Compadre compre pouca capa parda porque quem pouca capa parda compra pouca capa parda gasta. Eu pouca capa parda comprei e pouca capa parda gastei.

02 fevereiro 2011

seguindo quem trilhou nosso caminho

ter presente que já que cheguei "lá" (no alto, topo, onde todos querem estar, talvez não todos...) tenho de me manter por "lá" e isso vai ser muito mais dificil do que ter la chegado.

01 fevereiro 2011

Menino do Rio



Menino do Rio

(Caetano Veloso)

Menino do rio, calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço, calção corpo aberto no espaço

Coração de eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio, tensão flutuantedo Rio

Eu canto pra deus proteger-te

O Hawaí seja aqui, tudo o que sonhares

Todos os lugares, as ondas dos mares

Pois quando eu te vejo eu desejo o teu desejo

Menino do rio, calor que provoca arrepio

Toma esta canção como um beijo