06 maio 2013

Sigamos o cherne, minha Amiga!

Desçamos ao fundo do desejo

Atrás de muito mais que a fantasia

E aceitemos, até, do cherne um beijo,

Senão já com amor, com alegria...

Em cada um de nós circula o cherne,

Quase sempre mentido e olvidado.

Em água silenciosa de passado

Circula o cherne: traído

Peixe recalcado...

Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,

Já morto, boiar ao lume de água,

Nos olhos rasos de água,

Quando mentido o cherne a vida inteira,

Não somos mais que solidão e mágoa...


Alexandre O'Neill

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