02 outubro 2016

Uma imagem nunca criada

foi um exercício engraçado/interessante que o professor pediu hoje no filme e que estimulou a minha vontade de querer pintar e ver se consigo imaginar algo ausente, criar uma imagem nunca criada:


A Sala de Português podia ser histórica, cientifica, filosófica, social, um piquenique, lúdica, ginasta, gastronómica, musical, natural, geográfica mas tinha sempre uma energia boa e mudava nosso estar.

Podia ser picante, doce, amarga, doce, vegetal, carnívora, energética mas tinha um sabor sempre bom, e estimulava a descoberta de nós e dos outros, era um gosto prazenteiro ter aqueles momentos!

Era uma professora fantástica que propunha sempre que nos reinventássemos, dizia ela que a vida tinha  de ser despertada. Se vivêssemos sempre deitados no sofá a ver TV não mudávamos a  cabeça e suas imagens, era aborrecido, por muito que o cinema seja uma boa e barata forma de viajar, de ir a outros sítios; fazia falta mudar de ares.  

Propunha-nos ela que respondêssemos a 'o que é que aprendeste hoje?' e, por certo, havia sempre algo descoberto. E depois conversássemos sobre isso e dava-nos tempo para olhos nos olhos cativarmos algum parceiro. Dizia que se um grupo fosse muito grande podia ser mais estimulante mas perdia-se o interesse e a intimidade.

À priori dava tempo para cada um pensar em gestos, propostas, ideias de como melhorar o nosso pequeno mundo. Estimulava a troca entre nós pela descoberta dos sentidos, afectos e diferentes formas de SER, convidava uma vez por outra peritos nas mais variadas áreas para conversar connosco e responder a perguntas que preparávamos em grupo.

Dizia que 'não havia coitadinhos!' e 'não fui posta neste mundo para ser infeliz...'! falava para tentarmos pensar nos Outros e tentarmos não usarmos a primeira pessoa, o Eu quando tínhamos vidas complicadas facilitava perceber como os melhores (havia imensos ali na zona) viviam e embalava.

Era muito imaginativa e inventiva e tinha um talento especial para fazer surgir valores nos Outros: entrar no mundo dela foi muito estimulante para mim; ensinou-me a perceber a sociedade e que podemos mudá-la e melhorá-la ou sonhá-la.

Naquele ano senti a turma mudar e ganhar valor, crescemos como grupo e fizemos amigos, tenho saudares daquelas aulas, daquele tempo juntos e daquela professora, 'não gosto de facilidades mas ali a facilidade de estar uns com os outros deixou-me saudades!'

2 comentários:

SARA GONÇALVES disse...
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SARA GONÇALVES disse...

Fantastico!!! Tanto o modo como olhas e colocas cada sensação nas palavras q escolheste como o q esse olhar traz ao mundo: a felicidade de estarmos uns com os outros e q cada pedaço de nós é vida!! Agradeço-te lembrares-me também a minha aprendizagem enquanto criança e da responsabilidade feliz de poder transmitir isso tb a outros enquanto dou aulas - e q tenha essa magia e a saiba multiplicar como fez a tua professora e agora tu com este gesto, de o escreveres e partilhares. Obrigada uma vez mais, redobrou-me as forças, o empenho e certamente a dedicação. E tudo isso, feliz. Um beijo