06 maio 2017

cinema experienciado/vivido



 Fátima - João Canijo

O périplo de 11 actrizes que caminharam de Vinhais, Trás-os-Montes, até ao Santuário de Fátima.
400 quilómetros em 9 dias, já sabemos que um filme do Canijo implica alguma qualidade e este leva as pessoas a fazerem a peregrinação, a viverem toda a intensidade (tensão, atrito) de muito tempo em conjunto.

'Nesta peregrinação', diz Canijo, “tirando o ritual de rezar o terço e de alguns cânticos, fala-se muito pouco de religião”. E tricas, zangas, confrontos e rupturas, é o que há mais!

No filme é praticamente tudo improvisado, embora elas respeitem tudo o que tinha que se passar e quando em cada cena”, 

Primeiro era um filme sobre as relações humanas de um grupo de mulheres, obrigadas as estarem 24 horas sobre 24 horas, como uma prisão. Depois surgiu a ideia da peregrinação e aí surgiu-me uma ideia tão importante como a relação entre as mulheres, que é a relação da humanidade com a necessidade de fé. E em último sobre essas duas coisas. A ordem não sei bem qual é, porque elas confundem-se também e porque uma é paradoxal em relação à outra.”

'O próximo filme vai ser uma encenação do real em termos da veracidade das personagens. Isso vai ser levado mais longe do que neste. Elas são como são e elas são o que são. E depois há um desafio que, mais do que isso, é uma necessidade minha. Quero fazer um filme como fiz o ‘É o Amor’, praticamente sem equipa. E vai ser só com mulheres também.'


RITA BLANCO

 “Isso também teve tudo a ver com a minha primeira experiência. O meu pânico era, se eu perdesse forças, e começasse a ficar para trás, não iam esperar por mim. Tive essa experiência num dos primeiros dias. E ficou-me gravado na memória, como uma coisa muito dolorosa. Então, cada vez que alguma pessoa ficava para trás eu sabia o que essa pessoa estava a passar.” (Rita Blanco)

É uma excelente actriz, consegue fazer esquecer-nos, constantemente,  que está a actuar e a fazer de conta, tem alma, é uma aglutinadora das forças do grupo!
 

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