01 junho 2022

Dentro do telemóvel há gente UM





Era uma crónica que não pretendia dizer nada.

Nem ser.

Sem principio, nem fim, nem o durante, o meio, estava seguro.

Era um género menor, sem tempo, sem grande reflexão, podia ser escrita num 

espaço qualquer…

O seu corpo curvado abandonava-se à idade sempre mais velha.


O texto era impreciso e num espaço longe dali.

Na cabeça de quem escrevia.

Tudo, todo e tanto menos.

Feminina, masculino, sem género.

Era indefinido.

Era desconhecido.

Por outro lado, ou agora pretendia dizer tudo aquela crónica.

Ser escrita.

Com inicio, fim e durante o meio dizer muitas coisas seguras.

Seria um género forte, por ser impessoal.

Com tempo: 01 de Junho de 2022. Filosófico.

Num quarto com vista para o verde fresco e suave. Vivo.

O seu corpo direito vivia dentro dela, introspetivo.

E malgrés tout, escrevia imaginações e memórias.

Horizontes, Larguras, Viagens, Certezas, Sonhos, Deslizares, Ventanias.


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