27 dezembro 2017

Escolhe a vida



(Underworld - Born Slippy [Trainspotting])

Escolhe a vida


Escolhe, sê escolhido pelo Amor, deixa-te acompanhar dele, 
procura-o, desafia-te a encontrá-lo em cada olhar, gesto, estar, 
sentimento, reflexo do outro.

Escolhe despertar a tua atenção para os sentidos e acorda-os: 
ouve, escuta, respira, inspira, expira, cheira, sente, tacteia, saboreia, 
degusta paladares, vê e olha.

Escolhe pensar em coisas boas e em 'fazer o bem quando apetece 
o mal!' 
porque as coisas boas puxam coisas melhores e as coisas más, 
puxam coisas piores.

Escolhe tornar já hoje o futuro num 'amanhã sempre melhor!'
Escolhe viver e celebrar 'a vida como privilégio e não como direito!'

Escolhe olhar sempre para tudo com o olhar de quem olha 
pela primeira vez, de forma infantil e descobrir tudo de novo.

Escolhe estar sempre pronto para criar raridades e afastar 
banalidades.

Escolhe puder sempre falhar porque todos falham e o desafio 
é falhar melhor, não te encolhas/escondas por/com medo!
Escolhe os Desafios e aproveita-os ao máximo!

Escolhe sempre caminhos que te despertem da 
preguiça física e mental.

Escolhe ler e escrever.

Escolhe andar  direito e equilibrado, falar alto e devagar, inspirar e expirar.
 
Escolhe brincar.

Escolhe pensar na vida com optimismo porque o mar em 
qualquer altura e lugar é belo.

Escolhe o altruísmo como melhor forma de ser Egoísta.
Escolhe ler e ouvir muito para te encher a cabeça de criações, 
cores e sons.

Escolhe sempre o lado melhor para o grupo.

Escolhe não fazer coisas que não gostas de fazer e fazer as que 
tens prazer, encontrar prazeres nas que não gostas de fazer.

Escolhe procurar crianças dentro da gente mais velha e acariciar 
peles rugosas e macias, comparar palmas e dedos das mãos.

Escolhe imaginar futuros possíveis para as crianças.
Escolhe jogar ao ‘o que é que aprendeste hoje?’ e regalar-te com 
o que encontras de novo em cada dia sem dar por isso.

Escolhe abraçar com tudo.

Escolhe escutar as ondas do mar à noite...

Escolhe ouvir no escuro.

Escolhe alternativas ao ser normal, vivendo rotinado.

Escolhe participar activamente nas decisões do grupo, 
ser mais parte da solução que do problema.

Escolhe gostar de experimentar e provar.

Escolhe comer e descansar bem como parte de estar melhor 
para brincar a viver.

Escolhe olhar e ver para saíres de ti.

Escolhe ser melhor sempre: não vás pelas facilidades 
porque se o jogo fosse fácil não tinha piada. 

fio de jogo

Este é a segunda imagem/texto/som/alimento para o desafio a que me proponho:


filho e pai
A história não sei bem como se passou mas surgiu-me no e-mail esta veia artística com a explicação:  aqui vai este arranjinho feito por mim, pai (a quadra) e filho (a foto que é da sua janela na minúscula casa arrendada na Vila Sousa na Graça).

O que sei é que a vida não pára e ela é rara e que o fio de jogo me agrada..

Conheço os dois de miúdo, ao filho vi crescer de forma assombrosa, ao pai torná-mo-nos amigo fiel um do outro com cumplicidade e confiança.

POEMA de A. Pires Cabral

DEFEITO DE FABRICO

Quando nasci, trazia de origem
um farol que despejava luz a jorros
sobre o que quer que fosse,
mormente sobre as dobras
pérfidas da noite.

Mas, por estranho que pareça,
também os faróis estão sujeitos
às leis da erosão,
e o meu farol deliu-se. Hoje não é
mais do que um triste farolim de bicicleta
que apenas me alumia dois palmos de noite.

Amanhã estará reduzido
a uma simples lanterna de bolso
com que mal poderei reconhecer
o lugar onde estou.

Até que um dia será, está bom de ver,
o mais fiável cúmplice da noite –
– da noite que devia dissipar,
e não fundir-se nela.

Defeito de fabrico.
Mas a garantia caducou e o fabricante
nega-se a ressarcir-me do escuro.

26 dezembro 2017

BOAS FESTAS!

A realidade é complicada

Cada vez há mais pessoas e cada pessoa traz suas caracteristícas.

Nem no Natal nos livramos dos problemas com a saúde e parece que aumentam com a idade e mais natais (tanto ovo gasto em tanto doce diferente, porque não reciclamos?), com a velhice aumentam os Ais Ais e as queixas; todos vamos para lá, de novos para mais idosos ou experientes e para lá chegarmos com saúde vamos comendo menos doces, e tendo menos prazeres e gostos no caminho não é!?

De Natal para Natal parece vir mais pessoas e aumenta a confusão e é filas e mais filas nesta altura às compras em todo o lado; tens a certeza que não anda para aí gente desconhecida aproveitar-se da tua boa vontade?

Ah pois, reciclamos pessoas!

E aumentam os nascimentos e os bebés a renovar-se!

E os gastos? Em tua casa também têm aumentado? Tudo aumenta, menos o salário... esse não tem aumentado...

Depois dos calor abafado e seco que faz sede, vem a chuva, vem o frio, vem o vento; isto é muito complicado, nunca estamos contentes...

Há muita gente: pessoas com quem convivemos ou falam melhor ou pior, ou são tão inteligentes que nem se consegue conversar com elas ou são burras que nem se percebe como são assim: até para ser estúpido é preciso arte!

Há muita gente: ou são tristes sem nada que as alegre ou contentes sempre a rir sem razão, parvos...

E a andar mal!? Parece que cada vez há mais pessoas a viver durante mais anos e a andar de forma diferente... falta capacidade de manter, conservar e reprimir novidades.

Tantas pessoas diferentes de lugares e de gerações diferentes e o que têm em comum? O desinteresse por esta pregação...

Deixemos este que seria o discurso pessimista que vocês não pagaram bilhete para ouvir; olhemos agora para as mesmas questões com outro olhar onde a realidade é melhor, só agora começa a ser bom...

(muda para um tom alegre e que passa Optimismo)

A realidade é mágica!

Cada vez há mais pessoas que recebem conhecimentos dos mais antigos e transmitem imagens, cores e sons diferentes.

No Natal tudo é esperança, irradia alegria, energia, saúde e bem estar, queremos estar cá por muitos mais Natais, e faremos por isso, por saborear, criar, fortificar personalidades em olhares abertos e sorrisos doces que dêem vida e experiência; com espírito a ganhar almas novas, novos corpos e novos mundos! No natal o futuro é maior!

De Natal para Natal parece que vamos compreendendo melhor quem somos e ganhando confiança e gosto em existir uns com os outros!

Ah e corpos meninos que dançam na sua juventude são recebidos por corpos experientes e vividos, que sorriem em olhares que dão esperança de que 'isto', do mundo, não vai acabar agora. Perante a presença do Amor o salário interessa muito menos, e o A M O R renova-se com mais força!

Tantas pessoas diferentes em lugares e tempos diferentes e o que têm em comum? Sermos pessoas a descobrir o que é isto da vida.

Depois do corpo quente e bronzeado, do mergulho no mar e de beber algo fresco e que desliza garganta abaixo, vem o chuvisco na cara que sabe bem, o vento que empurra como magia, entras em todos os lugares e estão confortáveis e aquecidos;

E as pessoas diferentes que encontramos e nos ensinam a experimentar fazer melhor, é incrível como há tantas formas de viver e conviver.

Parece que cada vez há mais pessoas a viver e a andar de forma diferente... e a diversidade é óptima, conseguir manter qualidade adicionando-lhe novidade. Nem sempre o melhor e mais rápido caminho é a direito.

Termos que fazer por a vida conjunta neste mundo valha muito a pena e cada vez mais sinto que estar vivos é impressionantemente bom!

25 dezembro 2017

bom dia de natal a todos!!! (nasçam bonitos!!!)

Porquê festejar estar vivo!?



E há tantas coisas que valem a pena: (lê com calma e imagina...)

- a escrita, a leitura: é mágico!

- um telefonema, um abraço apertado, carinho e ternura;

- um amigo, um grupo de amigos;

- perspetivas futuras entusiasmantes;

- a família em seus vários momentos;

- uma música que gostas;

- visitar descobrir museus;

- a curiosidade e o segredo;

- o vento e chuva na cara;

- o mar e as ondas, as gaivotas e o pôr do sol;

- a praia, a areia, a beira mar;

- o rio, andar de barco;

- a água transparente;

- os passeios no pinhal;

- os animais todos (até os insetos);

- ver muitas fotos (novas e antigas);

- um chá num dia frio;

- um gelado num dia quente;

- gostarmos de um sítio, de países a que nunca fomos/iremos;

- o imenso espaço desconhecido;

- dizerem-te ‘gosto de ti!’

- viajar, descobrir, planear;

- a leveza da piscina;

- memórias entusiasmantes;

- quando ajudas alguém;

- quando sais de ti para o outro;

- a abstração e a sintonia;

- as sinfonias;

- os concertos;

- a arquitetura, o olhar para o espaço largo e amplo

- o cinema, um filme bem feito e pensado;

- ser puxado para cima;

- as ideias puxarem-se umas às outras;

- o corpo humano: as pernas, os pés, a pele, os dedos, os músculos, o tronco, a cabeça, o cabelo e pelos;

- as refeições, as receitas, os condimentos;

- passar tudo de geração em geração;

- as palavras, as frases e os textos;

- comer quando temos fome, beber quando temos sede;

- as flores;

- as cores e tons claros e escuros;

- o toque em tecidos de olhos fechados;

- as imagens e pinturas;

- as diferentes personalidades e como muda cada uma ao longo do dia;

- cada pessoa ser tão grande;

- os poços, o ar, o vento;

- cada vida estar encaixada noutras;

- as estrelas, o sol e a lua

- mascarar, fazer de conta, inventar;

- criar mundos novos;

- sonhar, dormir, descansar;

- brincar e jogar;

- as mulheres;

- a filosofia;

- as crianças;

- os homens;

- inspirar e soprar;

- piscar os olhos, os olhares;

- o entusiasmo e alegria;

- conversar em sintonia com amigos.


- tanta coisa boa que podemos tirar prazer... 

18 dezembro 2017

Mãe coragem



A vida tinha sido dura com aquela jovem menina, tinha-lhe tirado o amor atropelado quando estava grávida com um filho dele, de alguma forma a dor forte infligida transformara-se em muito Amor.

Ela tinha um dom: no meio das maiores confusões de gente, sabia recolher-se e dar a cada um a sua atenção e tornar especial cada qual.

Não quero que a memória do pai o abafe! disse, claro que não: o pai era grupos e comunhão entre pessoas; se a herança não se fizer sentir (o que ainda não sabemos) não o abafará!

A menina transparecia esperança e era forte na sua subtileza, desconhecia maldades, era uma bonita imagem erguida e elegante de alguém que tinha feito da dor força sem ser coitadinha.

Tinha-se tornado Mulher valente e corajosa soprando Amor!!!

A realidade muda muito

E escrevi o post anterior a gozar com dois amigos meus que acham que o meu mundo é irreal ou surreal.

A minha realidade é fantasiada ou mal entendida.

Pensei em descrever numa série de posts diferentes  perpectivas da realidades e portanto o blogue vai entrar numa espécie de coscuvilheiro observador pondo-me à prova

QUALQUER SEMELHANÇA ENTRE OS PERSONAGENS QUE SERÃO AQUI RETRATADOS E A REALIDADE É PURA COINCIDÊNCIA

A Realidade


Pode ser una e crua, como todos sabem.

A Realidade é sólida.

É dura, permanente, constante e impessoal.

Usa fato e gravata e cumprimentos discrertos.

É urgente que percebas que ela é assustadora, para que quando te deparares Ela, com o mundo real medonho, triste, frio e feio não te assustes.

Ela existe e anda aí, cuidado.

Essa história lírica e filosófica de que há tantas imagens como olhares e pessoas não paga impostos, nem gera saúde, é irreal!

Sobre a realidade não se pode escrever, nem fazer poesia.

Nem fazer pinturas, nem desenhar.

Nem fazer músicas, nem cantar.

A ginástica e os jogos são formas militares de entender o mundo, de treinar e melhorar o corpo para viver melhor;

Basta olhar para um relógio, suas horas e minutos, conta dias, meses, anos, décadas e séculos;

Basta ver o tempo passar para entenderes a realidade;

Olha o espaço é real, assim como os pedreiros e engenheiros, o betão e o cimento;

Os arquitectos e o sonho de vivermos todos bem nem tanto, cabanas e tendas são reais, são muito frágeis;

A realidade dá trabalho, é cansativa, implica suar;

Não se anda a brincar realmente, por isso tem tanta piada fazer de conta, não é real!

Há muitas histórias em todo o lado guerreiras, lutadoras: nas montanhas, no mato, na selva, em terrenos lisos e planos sem casas, terrenos reais; com lama, sangue, suor e lágrimas

14 dezembro 2017

como manter a calma!?

mantendo o nível das expectactivas razoável, assim:

- se supusermos que a maioria das coisas normalmente acaba por se revelar um tanto decepcionante (mas isso não faz mal);

- que a mudança ocorre vagarosamente (mas a vida é longa);

- que a maior parte das pessoas não é muito boa nem muito má (incluíndo nós mesmos);

- que a humanidade tem enfrentado crise após crise (e, no entanto, lá se vai arranjando);
(in pág 53 de Alain de Botton, as noticícias, um manual de utilização)


E para os camaradas benfiiquistas: estamos juntos (poesia é bom para a alma- link)!!!


11 dezembro 2017

estão a maltratar o futebol português



O que estamos a falar é de um sistema muito profissionalmente montado pelos próprios clubes, que se traduz na produção de insultos, no lançamento de cortinas de fumo e em ataques bem planeado.


Não deixa de ser tristemente irónico que no preciso momento em que Portugal é campeão europeu de futebol, Cristiano Ronaldo colecciona Bolas de Ouro e os futebolistas e treinadores portugueses acumulam por esse mundo fora um prestígio que nunca tiveram até hoje, o ambiente do futebol em Portugal esteja ao nível mais reles de que há memória. Os maiores clubes bateram no fundo, e todas as semanas assistimos a cenas capazes de fazer corar as vendedoras do mercado do Bolhão. Nunca se viu isto em lugar algum do mundo civilizado, e do incivilizado acho que também não – temos as três instituições do país com maior capacidade para mobilizar pessoas e paixões totalmente alheadas das suas responsabilidades públicas; completamente envolvidas em polémicas rascas, acusações descabeladas e ofensas gratuitas; e que por sua vez são constantemente alimentadas por presidentes, por comentadores e por essa cada vez mais patética figura que é o director de comunicação.

O que é trágico nisto – e verdadeiramente preocupante – é que não estamos a falar apenas de indivíduos mais ou menos caricatos, que passeiam o seu admirável talento para a desconversa e para a desonestidade intelectual pelos canais de televisão. Não. O que estamos a falar é de um sistema muito profissionalmente montado pelos próprios clubes, que se traduz na produção de insultos, no lançamento de cortinas de fumo e em ataques bem planeados, que envolvem toda a cúpula do futebol de Benfica, Porto e Sporting. Pedro Guerra – só para referir o exemplo mais vergonhoso, oriundo do meu próprio clube – poderia ser apenas uma figura pitoresca e de mau gosto. Mas não: ele é simultaneamente alto funcionário do Benfica e a suprema pérola que o sistema produziu, tetracampeão do mais puro e revoltante fanatismo.
Infelizmente, apesar dos três jornais desportivos diários, dos infinitos programas de desporto e das generosas páginas dedicadas ao futebol em jornais de referência, faltam boas explicações para tudo isto. Precisamos de jornalistas capazes de nos explicar como e porquê chegámos aqui, a um tempo em que o jogo jogado se tornou uma quase insignificância, e jogadores e treinadores têm cada vez menos protagonismo, enquanto presidentes, árbitros e comentadores dominam uma fatia cada vez mais alargada da atenção mediática. Nada disto é inocente – é como se a queda sucessiva da qualidade das equipas portuguesas e do futebol que praticam tivesse de ser sobrecompensada com o protagonismo mais descabelado dos dirigentes e o crescimento das conspirações.


Isto polui todo o ambiente em que vivemos, afectando a qualidade do nosso espaço público, com milhões de portugueses inoculados com uma forma totalmente infecciosa de gerir a dissensão e administrar os conflitos. O futebol envenena tudo, a começar pela minha própria profissão. Ver jornalistas que em tempos respeitei, como Francisco J. Marques ou Nuno Saraiva, a desempenhar hoje os papéis de caceteiros dos seus clubes, transformados subitamente em serviçais do patrão e com linguagem de peixeira é uma coisa que dá a volta à tripa a quem valoriza a integridade pessoal e coloca a reputação profissional acima das paixões futebolísticas.  Eu sei que toda esta gritaria ocupa tempo de antena, vende jornais e dá audiências televisivas. Mas estou profundamente convencido que, aos poucos, começa a afastar as pessoas decentes do futebol. Está a acontecer comigo. Está com certeza a acontecer a muitos mais.


O que me parece estranho é que haja cada vez mais programas destes de comentários políticos a aparecer e, portanto, é sinal que têm sucesso... mas quem vê aquelas tretas!?

SOLO BASS





Do Chopin a Łukasz Adamczyk... do piano do Chopin a este meu, fazem-se coisas fixes!

A vida é um lugar maravilhoso!

“Imaginemos a extraordinária habilidade
de um malabarista,
que não pode interromper o processo
de manter todas as bolas no ar
sem deixar que alguma caia,
e temos uma representação teatral
 da vulnerabilidade e do risco da vida.
 Pensemos [...] que está já a imaginar
uma actuação ainda melhor” (p. 57)
 

09 dezembro 2017

Salvador Sobral já tem um novo coração: a melhor prenda de natal!!!

Salvador Sobral recebeu, esta sexta-feira, um transplante de coração, após ter sido encontrado um órgão compatível.

o minuto certo

Filipa Leal

Dizia-te do minuto certo. Do minuto certo do amor. Dizia-te que queria olhar para os teus olhos e ter a certeza que pensavas em mim. Que me pensavas por dentro. Que era eu a tua fantasia, o teu banco de trás. O teu desconforto de calças caídas, de pernas caídas, da rua que não estava fechada porque nenhuma rua se fecha para o amor.
Na cidade do meu sono, havia palmeiras onde alguns repetiam putas e charros e atiravam pedras ao rio. Mas eu nunca gostei de clichés. Nem de quartos de hotel. Nem de camas que não conheço. Eu nunca abri as pernas, entendes? Nunca abri as pernas no liceu. Nunca abri as pernas aos dezassete anos, de cigarro na mão. Eu nunca me comovi com o sonho de ser tua. Eu nunca quis que ficasses, entendes? Que viesses. Queria que quisesses de mim esse minuto certo, essa rua húmida de ser norte. Queria que me quisesses certa, exacta, como o minuto onde me pudesses encontrar. Eu nunca quis de ti uma continuidade, mas um alívio, uma noção de ser gente, entendes? Eu nunca quis de ti o sonho do sono ou da viagem. Nunca te pedi o pequeno-almoço, a ternura. Nunca te disse que me abraçasses por trás, que adormecesses. Eu nunca quis que me desses casa e filhos e lógica. Que me convidasses para dançar. Queria os teus olhos a fecharem-se comigo por dentro e tu por dentro de mim.

08 dezembro 2017

façamos com que os desejos se tornem realidade:

A Época natalícia aproxima-se, assim como o Ano 2018.

Por isso, desejo certezas de que nos tornaremos melhores como Seres Humanos.

Desejo que este Natal os olhares se encham de brilho,

Que os sorrisos se tornem afáveis,

Que haja mais paciência para escutar,

Que os apertos de mãos e abraços sejam mais demorados,

Que a ternura adoce,

Que a gratidão se espalhe,

Que a compaixão se partilhe,

Que as reconciliações surjam,

Que os gestos de solidariedade aumentem,

Que a paz se instale,

Que as lágrimas sequem,

Que as respostas se encontrem,

Que a Esperança transborde,

Que a Harmonia invada os Lares,

Que o Amor seja o porto seguro,

Que as dores diminuam,

Que as magoas se dissipem,

Que a magia ilumine,

Que a Amizade nos engrandeça,

Que a bondade nos inspire,

Que a nobreza nos transforme,

Que os sonhos nos sorriam,

Que o perdão seja verdadeiro.

Feliz Natal e Bom Ano 2018
 
Paula Reis

não sei se era poesia ao que soava

Poesia ou prosa?

 Nem tão pouco se era o que queria escrever,
Sei que a poesia me parecia fazer crescer o Eu,
Que tentava evitar por ocupar muito espaço,
A prosa parecia-me mais larga e com mais a dizer,

Por outro lado, o som poético soltava-se lentamente,
Quase que se arrastava e aninhava confortável em mim,
E era mais próprio do novo Eu que procurava,
O Eu do Amor!!!


O Eu do amor

Em cada gesto seu procura Amar
Não num sentido sexual ou carnal
Que isso é fácil
A qualquer esquina com Hera se faz

Mas  Amar por inteiro
É mais complicado, difícil 
É preciso sair de si e entrar em dó ou ré
Olhar fundo e entender

O privilégio que não direito que temos
Inspirar de novo
Expirar outra vez
E atravessarmos a pele do outro

vou ver se escrevo!

Desagrada-me o meu blogue ser só copy paste das coisas que gosto... 


poesia política


A UE está um caos, é como um muro a ruir, cheio de brechas e remendos.
Há quem diga que se há muita coisa má, há muito mais boa.
A estrutura foi bem montada; agora ventos, chuvas e sóis vão, 
felizmente, continuar a existir.
Contra Trumps e independências a escaqueirar.
Da Flandres, das nacionalidades Basca e Catalã, da Baviera, do Norte de Itália e da República de São Marino são tudo peças a resolver
Existem Geringonças e Centenos a aguentar o projecto


poesia sonhada


Era um espaço sereno e tranquilo,
Um tempo que nunca tinha sido sentido, 
Nunca tinha sequer existido,
Era a primeira vez que se criara naquela cidade, 
Carente de coisas novas e boas,
Aquele nicho onde se edificava o amor!


Era e foi lá naquela terra,
O tempo cronológico ou meteorológico,
Nunca tinha sido vivido,
Não sei se futuro água chuvoso ou futuro solarengo,
Sei  que não era passado, nem pesado,
Era Esperança!


Foi e será proclamou-se atempadamente,
O espaço largo e aberto,
Mas para Sempre ia deslizar,
Todos os sonhos são, serão Sempre leves,
Era um conjunto de cores que pediam imaginação,
Ali cantava-se bonito!


Cantava-se ensinando,
Olhares brilhantes amigos e fraternos,
E Sempre ia brilhar luminoso e quente,
Comidas que deixavam conversas,
E à roda de danças e teatro,
Conhecia-se o céu.


Esse espaço voador, 
Onde o tempo era enternecedor,
Procurava recolher e acolher,
Pensava no equilíbrio e transparência,
Na beleza e n'alma,
Força escrita,
Amor, esperança, canções e céu...


Perspectivas

Há quem seja forte e alto,
franzino e pequeno,
Há quem seja doce, amargo e azedo,
Há muitas coisas por pensar
Ou criar ao improviso,
Sem pensar muito,
Só escrever.

E abusar das letras redondas
Como OS CCCS e ESSES
E OOOS e PPPS
QQQS e RRRS
Há muitas letras redondas,
E quadradas, triangulares
E o que quisermos imaginar.

Gente GORDA e magrinhaaa mas
Esperta e imaginativa como tu,
Bons alunos e marrões,
Há quem copie muito,
Leia e veja jornais,
Adivinhe realidades

Talvez tu estejas errado por não te custar viver,

Ao teu lado vive-se mal,
Talvez tu estejas errado por não te custar viver,
E não sofreres em conjunto,
Acho estranho isso vindo de ti,
Que egoísta.

Queria ver como era
se não tivesses o teu suporte familiar,
DESCULPA LÁ tê-lo e ser mimado,
DESCULPA LÁ se não sou descriminado,
Pareces jornalista, que vergonha!
Que egoísta!

Queria ver se não pudesses ver ou ouvir,
Só não poder andar é muito fácil,
Queria ver se não pudesses falar,
Ah, isso já não consegues...
Que egoísta! Só pensas em ti!!!

Que egoísta!!!
Temos que saber fazer parte,
De um grupo descriminado,
E sofrer por cada um,
E sofrer por todos

07 dezembro 2017

uma prenda da Beatriz



E se ninguém me der forças, e se ninguém confiar
Se eu for invisível e se ninguém me enxergar
E se eu perder a fé, e se eu não ficar de pé, se eu voltar a cair
Se a lágrima escorrer se por medo de sofrer eu pensar em desistir
E se quando eu cair ninguém me estender a mão
E se quando eu me perder sem rumo sem direcção, se eu não achar caminho
Se eu estiver sozinho no labirinto da vida se tudo for escuro
se eu não ver um futuro na estrada a ser seguida
e se essa tal futuro for pior que o presente
e se for melhor parar do que caminhar para frente
se o amor for dor se todo sonhador não passa de um pobre louco
se eu desanimar se eu parar de sonhar queda a queda pouco a pouco
se quem eu mais confio me ferir, me magoar
e se a ferida for grande e se não cicatrizar?
se na hora da batalha minha coragem for falha
se faltar sabedoria, se a derrota chegar
e ninguém me abraçar na hora da agonia
se for tarde demais, se o tempo passar
se o relógio da vida do nada se adiantar
e se eu avistar o fim chegando perto de mim
impiedoso e veloz
sem poder retroceder fazendo perceber
que o se foi meu algoz
E se eu pudesse voltar ,
se o Se fosse diferente
Se eu dissesse para mim mesmo
Se renove, Siga em frente, Se arrisca
Se prepare se cair jamais pare, se levante,
Se refaça, se entenda, se conheça
E se chorar agradeça cada vez que achou graça se desfaça da preguiça ,do medo, da covardia
Se encante pela chance de viver um novo dia
Se ame e seja amor
Se apaixone por favor.
Se queira e queira bem. se pegue, se desapegue se agite, desassossegue
E se acalme também, se olhe, se valoriza, se permita errar,
Se dê de presente a chance de pelo menos tentar.
Se o Se for bem usado o impossível sonhado pode se realizar.

06 dezembro 2017

ainda Centeno!!!

O fim de dois mundos

Se a partir do estrangeiro a eleição de Centeno marca o fim de um mundo, a partir de Portugal ela marca o fim de, não um, mas dois mundos.

É fácil aferir o impacto da eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo através da imprensa internacional, dentro e fora da União Europeia. Para o New York Times, a eleição de Centeno marca já um olhar para lá da crise que afligiu a moeda da UE (como escrevi aqui segunda, “a longa depressão do euro está a acabar”); para o Le Temps, de Genebra, “Centeno deverá reformar o euro”; para o francês Libération, trata-se da eleição de “um homem de esquerda”; finalmente, para o El País, a eleição de Centeno “põe um ponto final simbólico na austeridade”.

Se olharmos cá para dentro, porém, rapidamente encontraremos quem ache que todos estes observadores não percebem nada disto ou que devem ter começado ontem a prestar atenção à moeda única europeia. Na política como no comentário nacional não falta quem seja taxativo. À direita alega-se que o cargo é importante, mas que Centeno não poderá ter na Europa a competência que persistem em negar-lhe em Portugal. À esquerda o argumento é inverso: se Mário Centeno pudesse mesmo contribuir para reformar o euro não lhe tinham dado o cargo — até porque, como está proclamado, o euro é irreformável por decisão dogmático-ideológica. A sanha com que BE e PCP se atiraram à escolha de Centeno é pelo menos tão agressiva quanto o escárnio com que a direita recebia essa possibilidade ainda há pouco tempo.

Estes comentários merecem, em si, comentário. A doutrina dominante tem sido a de que eles se explicam por razões táticas. De olhos postos no futuro, PSD e CDS desvalorizam a vitória de Centeno e BE e PCP tomam as suas distâncias para poderem ganhar margem em relação ao governo. Não estou convencido. Ao contrário da doutrina dominante, não acho que possamos explicar estas reações a partir do futuro mas antes a partir do passado. Elas não prenunciam aquilo que os atores políticos possam vir a dizer. Pelo contrário, elas denunciam aquilo que os atores políticos (e os comentadores, e os académicos, e os economistas, sejam eles pró-austeridade ou anti-euro) deixam de poder dizer daqui para a frente.

Se a partir do estrangeiro a eleição de Centeno marca o fim de um mundo, a partir de Portugal ela marca o fim de, não um, mas dois mundos.

O mundo da direita acaba porque a partir de agora é impossível dizer que as políticas económicas do governo são irresponsáveis e, por isso, nos levam diretamente contra a lógica do Eurogrupo. Se assim fosse, como se explica que o Eurogrupo tenha decidido consagrar a cara dessas políticas?

À esquerda, não têm conta as vezes que me foi dito — repetitivamente e amiúde aos berros — que eu era um otário se pensava que um governo minimamente de esquerda em Portugal não iria ser recebido de outra forma na Europa que não fosse pelo fechamento das torneiras do BCE que nos levaria a sair do euro. Um orçamento que “nós” aprovássemos, assim rezava a lenga-lenga, era um orçamento que a Europa chumbaria. Ora, já lá vão três orçamentos que nós aprovamos — e a malandra da Europa nomeia o autor desses orçamentos para presidir ao Eurogrupo.

Alguma coisa está mal, tanto para uns argumentos como para os outros. Dois mais dois não podem dar ao mesmo tempo três e cinco. Agora é questão de tempos até que os defensores de tais argumentos se apercebam de que carburam no vazio, mas ainda não excluo que me repitam impacientemente o quanto estou errado ao dizer que uma governação à esquerda é compatível com a UE (tal como estive errado quando disse que a Grécia não iria sair do euro, que Portugal não iria ser punido com sanções, etc.).

Em suma, estas reações políticas (e, não o esqueçamos, do comentariado e da academia) explicam-se mais pela frustração do que pela tática. Elas revelam a irritação com a realidade que refutou aquilo que certas reputações e pequenos poderes repetiram tão convictamente durante tantos anos. A incompatibilidade entre esquerda e Europa era dogma em ambos os lados, mas agora já não se pode dizer à direita que a política anti-austeritária é irresponsável, nem à esquerda que ela é anti-União Europeia.

É o fim de dois mundos diferentes, aparentemente opostos, mas operando segundo princípios fundamentalmente equivalentes.

Rui Tavares


O mundo anti europa da esquerda (BE moderno e PCP experiente) caí porque o ministro das finanças do governo da Geringonça foi eleito para o Eurogrupo as desconfianças caem; o mundo da direita deixa a austeridade como única via possível vazio.

O Mário Centeno tecnocrata e burocrata não será o que teremos.

The Smartphone "Circus of I"



Gostei tanto deste vídeo apresentado por José Eduardo Martins no por outro lado ontem como odiei a posição de oposição, retrógada de direita, dele face à eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo (O Eurogrupo é a reunião mensal e informal dos Ministros das Finanças dos Estados-Membros da Zona Euro, países cuja moeda oficial é o Euro, com vista a coordenar a sua política económica, presentemente, o Grupo tem 19 membros); não faz sentido se uma pessoa é aceite politicamente na Europa, por ter feito um bom trabalho cá, dizer que lá fora a perspectiva é mais difícil e é diferente porque quem manda a sério são só dois: Alemanha e França! 

Mas, o importante é o vídeo, é giro e olha para a frente!

O filme Lucky acho que fazia bem ver a todos ir ver...



Pena não estar mais acessível em Portugal não só em Lisboa!!!

Lucky é uma alcunha de tipo seco e rijo que fuma muito e tem rotinas, é um filme anti queixume, o actor principal morreu o ano passado com 91 anos e faz de Lucky.

1h28 que não dás por passar e sais com vontade de abraçar o mundo. 

LUCKY ilustra a jornada espiritual de um ateu com 90 anos e as personagens peculiares que habitam na sua cidade desértica, no meio de nenhures. Tendo sobrevivido aos seus contemporâneos, o tempestuoso e independente Lucky encontra-se no precipício da vida, enveredando numa jornada de auto-exploração, em direcção ao que costuma ser inatingível: a iluminação.


03 dezembro 2017

gostar de futebol


Pode-se apelar de infantilidade retardada, de disparate ou não saber o que fazer na vida... não será por certo um gosto único de todos os que gostam: todos são tantos!

- benfiquistas, lagartos e tripeiros;

- de todos os clubes no mundo;

- homens e mulheres (é um desporto machista, cada vez menos mas ainda é);

- de todas as idades;

- de todos os sítios;

- de todas as idades, raças, cores e credos;

- heterossexuais e homossexuais;

- toda a gente pode gostar ou não de bola: é como todos os gostos, democrático!

Há gente que nunca jogou e adora (não será muito banal...) ver um jogo; há quem tenha um grande desgosto porque tenha perdido uma grande carreira como jogador de futebol, há pais de futebolistas que aprenderam a ver e gostar de ver jogos, há namoradas que não perdem os treinos, há de tudo.

Gostar de futebol é individual, vês sozinho (para dentro e introspectivo) e social (é uma boa forma de fazer amizades, cantar entusiasta, pular), discutes com amigos os lances; se não gostas de futebol és mais facilmente excluído, podes por não seres viciado na bola seres um sucesso entre as miúdas, se gostas e passas a vida na taberna e não tens amigas és rejeitado.

Há quem tenha teorias tácticas tão evoluídas que se intrometem no estudo. É possível ser inteligente e gostar de futebol; quem tenha no futebol uma forma de socializar.

O futebol é um jogo que tem imensas variantes:

- raramente ou nunca é só um jogo,

- é uma arte humana de quem lá está a jogá-lo em cada posição, mais ofensiva, de transposição e defensivas;

- há diferentes formas de encarar cada jogo e jogada;

- em cada campo (o tal 12º jogador é forte em alguns lugares),

- em cada táctica,

- em cada treinador,

- na celebrada mística... o clamor do estádio!!!

O Futebol pode ser encarado como uma substituição da guerra/luta antiga... por vezes, róis-te todo a ver jogos!