25 setembro 2022

Otimismo, realismo OU pessimismo

Boa sorte!


Não se escolhe ser mais otimista, realista ou pessimista!


Costumo dizer que sou otimista, que a sorte e os astros 

sorriem mais facilmente a quem sorri para eles… hoje 

percebi que não é uma opção e que todos preferimos ser 

otimistas, ou não!?


Talvez não e o mais sensato seja ser realista.


Pessimista é saber que a vida não é fácil mas que é 

melhor viver não esperando nada de extraordinário, se 

acontecer, estamos cá para desfrutar/aproveitar.


Não é uma opção, ser um ou outro.


Em cada momento pesamos o encontrado e escolhemos 

o olhar, a perspetiva!


Sorrir é importante com realismo, pessimismo ou 

otimismo?

21 setembro 2022

Patrícia Pedrosa - Género em Arquitectura


Uma mulher que não é espartilhada: é várias coisas!

Mãe, Arquiteta, Feminista, Adulta, Estudante, Professora, Ativista, pelo menos.

Garagem, Lugar de Fala (Episódio 1)  

Our Souls At Night na Netflix


Jane Fonda e Robert Redford são sinónimo de cinema de qualidade e é uma história de ficção como a realidade deveria ser, a ver: ternura, meiguice, calma e de Amor!

20 setembro 2022

A bicicleta não era autorizada!

Nem o computador me autoriza publicar a bela fotografia tirada pelo Rui Gato que deu mote a este texto: uma bicicleta presa/amarrada a um poste numa calçada e sua sombra. 

Por falta de documentos: licença, livrete e carta para pedalarem nela;

Já estava encostada ao poste há uma eternidade...

A sombra ditava linhas, curvas, mais largas, compridas, curtas, 

suavidades.

Era não autorizado aquele desenho: onde já se viu aquilo?

Não tinha movimento.

Estava parada: uma bicicleta não era feita para aquelas artes!

Sombreado em quadrícula: a coisa parecia imaginada, suspeita!

Vamos dar uma volta a pé, ali ao jardim, onde há um lago e pombas 

que cagam e voam.

Cagam de cima, cagar é feio, desculpem este voo imaginado que vos

põe caca na cabeça.

Vamos limpar ali ao lago, molhada a caca ainda é pior, fica 

enlameada.

Já vinha cheio de óleo e queimado pelo sol.

A bicicleta não se quis mexer!


Que poético podia ser este passeio imaginando um casal pelo jardim.

Podia mas não queria ser, não era poeta nem poesia.

Que doce este movimento de linhas dançantes levadas pelo sol ao 

fim da tarde, lembravam romance, imagens

 musicadas.

E cores mais claras, compridas, doces, amargas e brincalhonas.

Iam o casal deitar-se no relvado a sorrir aos beijos, mãos brincando 

aos dedos que festejam energias.

Abraços e olhares soltos assim.

Entre cruzar as pernas e braços que abriam a deixar entrar magia

 inspirada. 

Repoisar e escolher um bote para passear por entre os patos.

Remar. Chop chop choi Choi. Chop chop choi Choi.

Água a lavar a cara e peixes a brincar no fundo entre algas e verdes.

Remos rente à superfície desenhavam outras linhas e geometrias.

Chop chop choi Choi. Chop chop choi Choi.

Era um barco artista que se enchia de vaidades num orgulho.

E lanchavam sacando sandes, sumo e fruta da mala; partilhavam 

com os patos e peixes o amor!

Chop chop choi Choi. Chop chop choi Choi.

19 setembro 2022

A sociedade da avaliação contínua (Vítor Belanciano)

Nas sociedades dominadas pela ideologia hiper - individualista, por um lado, temos aqueles que são enaltecidos como clientes, e muitos outros que são culpabilizados pelo aparente insucesso na corrida implacável pela competitividade.


Na escola é um método de avaliação em que o que conta é o desempenho integral dos alunos e não apenas os exames. Mas a avaliação contínua há muito que saltou dos bancos estudantis. Hoje parece que nada escapa ao cálculo, à medição ou quantificação. Pessoas, atividades ou instituições vivem obcecadas com pontuações, indicadores e rankings.

Uma cara verde sorridente. Uma cara amarela que nem sim nem não. Uma cara vermelha furiosa. Em lojas, hotéis, restaurantes ou instituições surgem ecrãs que nos permitem clicar num destes ícones para expressar o nosso grau de satisfação com os empregados. O mesmo sucede, depois de uma chamada para um operador telefónico, uma visita do canalizador ou uma viagem de Uber, classificando-se o serviço de 0 a 5 estrelas, tal como se qualifica bares, hospedagens ou pessoas em aplicações de encontros.

Nas relações de mercado a competição e a ambição são muito valorizadas. Mas essa lógica concorrencial não se limita aos negócios ou transações comerciais. Tornou-se uma característica da vida quotidiana. Vivemos num estado permanente de rivalidade, não apenas em termos de riqueza, estatuto e poder. A roupa, a aparência, os clubes desportivos a que pertencemos, os consumos culturais que fazemos, o trabalho, a habitação, a família, o número de seguidores nas redes sociais ou a percentagem de gordura corporal que muitas vezes está acima do que é recomentado no artigo da revista, também servem para os mais diversos cálculos. Nesta era hiperconectada proliferam formas de medir o nosso desempenho. A classificação constante dos outros determina o estatuto de uma pessoa em tempo real.

Dessa maneira é produzida uma nova normalidade social que se caracteriza pela indiferença para com aqueles que não são considerados úteis. Nas sociedades dominadas pela ideologia hiper-individualista, por um lado, temos aqueles que são enaltecidos como clientes, e muitos outros que são culpabilizados pelo aparente insucesso na corrida implacável pela competitividade. Quanto mais somos influenciados por esta ideologia, mais nos enredamos num ciclo destrutivo, que gera angústia, mina a auto-estima e produz ressentimento.

Os números são relevantes para decifrar a realidade. O problema é o sentido acrítico com que lidamos com eles. Às vezes mais parecem mitos que se explicam por si próprios. O filósofo espanhol Daniel Inneraty dizia que, quando não entendemos uma sociedade, passamos o tempo a medi-la e a quantificá-la. O drama é quando fazemos cálculos a partir de erros de base. Na vida colectiva passamos o tempo a guiar-nos pela ideia de crescimento — sem articular quantidade com qualidade, equidade, sustentabilidade, boa governança, protecção ambiental ou bem comum. E individualmente é a desigualdade gerada pelo sistema económico que atinge muitos no amor-próprio e no medo de serem julgados insignificantes, nesta sociedade da avaliação contínua.

17 setembro 2022

Studio B, Unscripted


Como pensar no mundo pelo cinema e pela literatura com Ken Loach e Edouard Louis

A arte deve tornar o mundo insuportável, mostrando a que ponto o mundo, na realidade, o é; e é ao mostrar como ele é insuportável que se pode dar os outros a energia e inspiração para o tornar mais suportável, mais belo.

Édouard Louis


16 setembro 2022

Como afastar adeptos dos estádios: um manual


A Liga de Clubes diz que uma das prioridades este ano foi o “regresso das famílias aos estádios”. E isso é tudo muito bonito em teoria e nas intenções, analisa Bruno Vieira Amaral, ao escrever sobre a criança de 10 anos que, na bancada do estádio do Famalicão-Benfica, foi obrigado a despir a camisola da equipa que apoia: “há ideias que nunca chegam a sair do papel e há outras que nunca deviam ter chegado ao papel porque, quando chegam, podemos ter a certeza de que haverá sempre alguém alegremente disposto a aplicá-las”

12.09.2022 ÀS 12H33

DEFODI IMAGES

Os adeptos de futebol em Portugal são uns privilegiados. Enquanto os jogadores levam cartões amarelos por despir a camisola na comemoração de um golo, nas bancadas os adeptos são obrigados a fazê-lo, ou seja, o que é proibido para o jogador é obrigatório para o adepto. Sortudos! Mas o melhor é não exagerar nos privilégios. Ainda bem que o adepto obrigado a tirar a camisola do Benfica por se encontrar em zona proibida, na chamada “bancada dos adeptos da casa” em que não são admitidas exceções à monocromia clubística, era uma criança. Imagine-se que fosse uma senhora ou um senhor mais complexados. Teríamos um caso bicudo para resolver, programação normal interrompida, diretos de nutricionistas via Skype, comentários do Presidente da República e do Dr. Quintino Aires (que lamento muito que não sejam a mesma pessoa).

Mesmo assim, não nos podemos queixar das instituições. Ao que parece, Pedro Proença agendou uma reunião. Valha-nos São Pedro! As reuniões são a aspirina das dores de cabeça da Liga. Qualquer que seja o problema, marca-se uma reunião. Em casos de maior gravidade, marcam-se logo duas não por não se acreditar que o problema seja resolvido à primeira, mas porque duas reuniões de rajada, anunciadas com aquele tom ponderoso de Conselho de Estado, revelam uma determinação irreprimível para marcar reuniões.

Diz a imprensa que essa reunião será com os diretores de segurança dos clubes a quem presumivelmente serão dadas indicações de comportamentos que os funcionários a seu cargo devem evitar: obrigar uma criança a ficar em tronco nu, empurrar pessoas em cadeiras de rodas pelas escadas abaixo, acariciar o crânio lustroso de um adepto careca, etc. Sabemos que são comportamentos quase irresistíveis, mas estes heróis têm de combater a sua própria natureza e usar o bom-senso. Dir-me-ão que exagero e distorço, que os regulamentos não obrigam a que as crianças fiquem em tronco nu na bancada dos adeptos da casa, que “apenas” proíbem a entrada de adereços associados ao adversário. Mas quando o resultado é esse, ninguém se livra da ignomínia usando como escudo a letra da lei.

O que me leva à hipótese de que a segurança terá feito mais do que aplicar, com zelo e imparcialidade, o regulamento. Suspeito de um prazer sádico na ortodoxia ainda que instigado pelo ambiente dos “adeptos da casa”. Os seguranças, cuja presença tinha sido notada pela última vez num túnel aqui há uns anos, têm agora uma área em que podem exercer a sua autoridade sem temor de serem espancados: de acordo com o artº 15.º, alínea c) do Código da Indumentária em Recintos Desportivos (que acabei de inventar), o segurança que detete a presença de um intruso menor de idade em zona proibida deve recorrer a todos os meios ao seu alcance, inclusive comunicações via rádio, para imobilizar o indivíduo e retê-lo até à chegada da polícia, devidamente acompanhada do polícia da moda ou avaliador de adereços.

Deve o segurança certificar-se que o indivíduo provocador retira a camisola e que não tem outra escondida nos calções, perguntando-lhe nomeadamente o seguinte: “por acaso não tens outra camisola escondida nos calções ou na bolsinha do teu pai?” Conhecendo a natureza manhosa e traiçoeira dos petizes, o segurança deve desconfiar de uma obediência célere às suas ordens. Mesmo pressionada pelos urros de adeptos da casa, a criança pode tentar vestir a camisola de novo com argumentos que não devem comover o representante da autoridade enquanto a autoridade não chega: ter frio, ter calor, estar a recuperar de uma pneumonia.

Agora, sim, exagero. A culpa não é minha, é dos cenários absurdos que os responsáveis do nosso futebol insistem em transformar em realidades risíveis. A Liga defende que medidas como esta são pensadas para trazer mais adeptos aos estádios e reforçar o sentimento de segurança dos que lá vão. Diz mesmo que uma das prioridades este ano foi o “regresso das famílias aos estádios”. E isso é tudo muito bonito em teoria e nas intenções. Mas como é que conciliamos essas ideias extraordinárias com o facto puro e duro de uma criança de dez anos acabar a ver um jogo meio despida? No nosso futebol ciclotímico, tão depressa vitorioso como logo a seguir deprimente, há ideias que nunca chegam a sair do papel e há outras que nunca deviam ter chegado ao papel porque quando chegam podemos ter a certeza de que haverá sempre alguém alegremente disposto a aplicá-las

Campo dos Bargos: O Futebol ou a Recuperação Semanal da Infância por Jorge Reis do Sá


Regressar à infância: não é isso, afinal, o que mais se procura? Esquecer as preocupações e as responsabilidades e, de novo, jogar à baliza com os primos. A maior ânsia é não se ser batido pelo remate do mais velho. É isso que o futebol permite: regressar à infância a cada quinze dias, sempre que joga o clube de eleição. E esse jogo acontece no campo mais memorável: chame-se ele Luz, Alvalade, Antas, ou Bargos, o do Famalicão.

07 setembro 2022

O esconderijo do ciúme

Conheço um gato e uma gata que são irmãos. A gata odeia o irmão e odeia-me a mim, mas já percebi tudo. São ciúmes. Gosta do irmão e gosta de mim — mas não suporta que eu goste do irmão e que o irmão goste de mim.


Os gatos são como tudo: quanto mais se aprende sobre eles, mais se percebe que cada gato é como é — e que não vale a pena falar de gatos em geral.

Acontece o mesmo nos estudos: começa-se por um mistério e, ao princípio, acredita-se que se vai resolvê-lo numa década ou duas. Mas não: quanto mais se sabe, maior é o mistério. A diferença é que agora sabe-se porque é que não se sabe.

Aliás, é por isso que costuma ser mal interpretada a famosa frase de Platão: “Eu só sei que nada sei.” Sócrates não está a dizer que não sabe nada. Está a dizer que sabe uma coisa, com toda a força (e alegria, e alívio) de saber uma coisa. Essa coisa que ele sabe, baseada no que ele veio a saber, é que não sabe nada. Por outras palavras, não está na dúvida: sabe quase de certeza que não sabe nada.

Conheço um gato e uma gata que são irmãos. Conheci primeiro o gato e só passado um ano é que começou a aparecer a irmã. Ao contrário do gato, a gata tem muito mau feitio. Odeia o irmão e odeia-me a mim, tolerando-me só por causa dos petiscos que lhes levo. Nem se limita a soprar. De vez em quando, se me atraso na abertura do envelope do manduco, arranha-me, para eu aprender como é que é.

Mas um dia apanhei-a sozinha e parecia outra gata: ternurenta e paciente, calma e solícita. Concluí que era o irmão que a punha fora dela própria. E assim se confirmou durante os meses seguintes.

Até ontem. Ontem apanhei-a às marradinhas ao irmão e pus-me a observá-los a brincar, com grandes correrias e grandes cumplicidades. Afinal, são muitos amigos.

Hoje de manhã, voltou a assanhar-se quando fui ter com eles e, de repente, percebi tudo.

São ciúmes. Gosta do irmão e gosta de mim — mas não suporta que eu goste do irmão e que o irmão goste de mim.

Os ciúmes põem-nos monstros. Fazem tudo para se disfarçar de outras emoções, como a raiva, a desilusão, o desgosto.

Por isso é que são difíceis de apanhar: parecem outras coisas. Será que as pessoas ainda são piores?

06 setembro 2022

Encontro Sindical na Aula Magna - Momento cultural com A Garota Não


Garota não (link) tem aqui uma entrevista que ainda não li mas é garantia, por vir dela, de qualidade!

Esta Garota é do melhor: não é de show business, nem musicalidades fáceis e tem a qualidade de ser alternativa ao mau gosto.

Gosta de Fausto, Zeca Afonso, José Mário Branco e Sérgio Godinho: assim é fácil gostar dela!


Já li a entrevista do Vítor Belanciano (um pormenor importante, bela condução) e a miúda ainda é melhor do que julgava; parecia que tudo em que tocava se tornava valioso!

03 setembro 2022

não há jogos impossíveis: SLB - PSG!




São 11 contra 11 e o Roger Schmidt é garantia de qualidade e futebol bonito e ofensivo!

Temos um Plantel (link) engraçado com putos associados a experientes! 

Comecei a escrever e são todos bons! 

Vlachodimos, Neres, Enzo Fernandez, Drexler, Aurnes: perdoem-me o excesso do estrangeirismo mas... Gonçalo Ramos, Florentino Luís, Rafa, João Mário e Henrique Araújo: que equipão!

Claro que a mudança de paradigma não é alheia a isso: 

Levar todos os jogadores para estágio em Inglaterra, mostrando que todos conam; treino aberto (não sei se foi ideia dele) em pleno estádio da luz, os adeptos são das melhores qualidades que temos: somos muitos e apaixonados!!!

O PSG joga num campeonato melhor e eles têm em 6 jogos, 5 vitórias e um empate: tem um plantel com nomes como Renato Sanches,  Messi, Neymar, Mbapé, Danilo e Sérgio Ramos por exemplo.

Têm o objetivo de ganhar a Champions, Christophe Galtier treina a equipa: que jogão!

02 setembro 2022

Fazer de outra maneira: alternar!


Não de acordo com a Norma mas que não é ilegal.

Criar alternativas: como enfrentar a ideia errada de que não podes fazer nada melhor que outro qualquer!?

Vão achar sempre que não é eficiente, que a tua História não conta, não diz nada, principalmente, quando não falas!

Pensar que podes fazer de outra maneira nunca é o mais evidente.

Principalmente, se forem jovens: por um lado, estão mais abertos, por outro as experiências são menores.

O jogo humano é um imbróglio muito divertido!

passo


Passo por ti e não digo nada;

Passo a vez;

Passo por ti e fico 

A conversar;

Se passas não ficas...

Passo forte que deste.

É um armador de jogo: passa tudo por ele!

Passo palavras, dou amor.

Passeando andavas;

Passo a passo tu vais lá!

Em pontas dos pés passeio.

Demos um passo maior que a perna!

Passear com tato,

Com cuidado, como quem atravessa uma passadeira.

Passarola!

Acrescenta tanto à nossa querida Amiga MÃE (por Álvaro Marçal)

Há magia em toda a vida
Encanto em cada recanto 
Beleza em toda a destreza
Hó que manhã abençoada 
Que é isto se não uma toada

Nasce nasce pequenino
Aqui e ali tanto miminho 
Nascemos nós também 
Nascer assim sabe também 

Tu nasces sempre pra mim
Em cada dia que vem
E eu desejo sempre tanto
Tudo o que de ti vem 

Nasce e cresce nosso tesouro,
E assim somos tão grandes
O dia também já nasceu 
Sorri, canta, tudo é teu.

Vem vem devagarinho 
Que sorriso linda mamã
Eu nem sei como descrever
Esta lindíssima manhã. 

Hó e agora que escrever?
Nesse sorriso  tão lindo
Nesse grandioso ser
Que é todo o infinito.

E cada dia
Cada instante
Cada batida
Cada momento
Cada palavra 
Cada gesto
Cada olhar 
Cada silêncio 
Cada palavra
Cada magia

01 setembro 2022

caem palavras a la Elza Pound


Palavras que não dizem nada

Ecoam balofas

Caem quase surdas, íntimas da praça pública

Alheias a quem as diz,

A quem as fala, canta, saboreia.

Pinta e olha.

São socialistas.

Não são de ninguém e são de todas as famílias

Femininas e masculinas.

São do mundo, recém nascidas.

São plurais, reais.

Livres.

Transparecem dores, falhas na respiração ofegantes,

Que expiram e transpiram.

Afunila serenidades que acalmam cores

Redemoinho assombreado que estilhaça brasas acesas e incandescentes.

Serenos planaltos que acorrentam os rios marejando.

Também são coloridas: verdes, vermelhas, azuis, roxas, lilases e amarelas.

Brancas e Negras, Cinzentas.