13 novembro 2025

O aleatório é mágico...



Ninguém sabe como funciona o aleatório. 

Está na sua definição este conceito. 

Que depende de acasos ou de circunstâncias imprevisíveissujeito a  contingênciascasuais e/ou fortuitas.

A vida é aleatória, acontece ou faz-se acontecer: é livre!

Porque nos cruzamos com X pessoa ou Y aqui ou ali ninguém sabe: é sorte ou azar... 

É do além, aleatório.

O caminho que traçamos como caminhantes nos nossos passeios têm magia.

Ninguém é certo das suas vontades, das suas forças e saberes.

Também muita coisa não se sabia ontem e muita está por descobrir amanhã.

09 novembro 2025

- Os primeiros laços no ser -

 


A Verónica era uma mulher inteligente, forte, boa, realista, velhota e com uma alma cheia de força feminina nos seus 75 anos de idade, pedia mais. Funcionária de uma antiga escola secundária renovada e profícua de juventude e de novidades.

As durezas da vida tinham-na tornado algo bruta e com longos momentos masculinos.

Cada Ano Letivo Novo lhe dava brilho no olhar sentir que a escola se rejuvenescia, mas essa energia ia-se ao longo do ano passar com as épocas festivas. Passagem de ano, Páscoa, Carnaval, Verão, fins de semana motivavam o ritmo oscilante em que vivia.

Sentia-se envelhecer, o corpo emperrar, ganhar sons ferrugentos e melancolia no olhar, cada dia pior; às vezes, porque de vez em quando era melhor; mais míope; os ouvidos ensurdeciam; o sabor e gosto perdiam-se; o faro passou a ser cada vez mais unicamente uma cidade capital no Algarve e o tato parecia ter ganho novas credenciais pela perda dos outros sentidos: via, ouvia, cheirava e saboreava pela ponta dos dedos e pela palma das mãos. Mas a alma jovem parecia contrária a esse corpo antigo: desabrochava.

Estava a envelhecer e gostava que os jovens do liceu alimentassem a curiosidade nela nas horas vagas, transbordava experiência que enriquecia com as novas brincadeiras sorridentes, energéticas, alegres e contagiavam.


Era bom um professor faltar, mas contrária à sua profissão e missão; só auxiliava porque havia necessidade, mas as ausências cada vez mais comuns, davam-lhe alimento ao sabor, davam-lhe alunos e dotavam de vida as horas mortas.

Pontuava o seu ser nas horas quando faltava um professor e que insistia em dar alguma alma contrariando a frase inicial deste conto ‘A Verónica era uma mulher boa, realista’, tornando-a algo mágica, longe da realidade.

Inês era uma caloira de 15 anos, baixinha, tinha a alcunha de ‘anã’, era mimada, muito magrinha, quase enfezada, branquinha, olhar esperto e muito desenrascada que já aprendera que tinha mais a ganhar em passar as horas soltas e iniciais da manhã que nas aulas. Passava, primeiro, célere pelo bar, madrugando para comprar algo a partilhar com a amiga velhota Verónica.

Com quem partilhava amigos, conversas e curiosidades: isto do mundo é muito curioso, todos sabemos que é bom comer e descansar, mas quando abusamos há logo uma alma carinhosa que nos apelida de Preguiçosos. E o Amor? Passamos sempre mais tempo a trabalhar: coisa suja e cansativa, que dizes disto meu velho?

Verónica ri e responde: não sei se é tão verdade como isso, como se diz. Comer e descansar é bom, mas não em excesso, depende muito do momento, da idade, da altura do ano. Quando temos algo para fazer não há fome, nem cansaço que nos demova. O amor é das coisas mais mal-amadas nesta vida, sem razão, tens razão; falo do amor na amizade, entre nós dois por exemplo, o palmier e o sumo que nos trazes a partilhar…



- As Verónicas são corajosas e têm muita qualidade -

Após o primeiro período, após as férias, Matilde e Xavier e Matias também começaram a aparecer, mas só nas horas livres por convite de Inês; a Matilde era gordinha, de cor e com a boca cheia de asneiras e sorriso fácil; o Matias era beto, feinho, aloirado, animado, alto e encorpado; Xavier era o bonacheirão, bonito e gordinho.

Verónica surpresa: tantos? Inês, podias ter avisado que melhorava o estabelecimento para receber convidados deste nível. Verónica: acho que está muito acima do requerido, esperado e perspetivado pelo nosso humilde público e convidados. Somos só três, quatro contigo… e sem cerimónias, somos simples ora essa.

Matilde: sentimo-nos honrados por nos receberem no vosso simpático e cordial esconderijo.

Matias: claro, a Inês tem publicitado muito as horas que passa em convívio consigo, ficamos com pena de não termos tido a honra antes. Verónica: o problema foi vosso, da vossa falta de organização, já podiam ter aparecido antes… Matilde: não somos baldas como certas pessoas diz fingindo olhar para o céu a assobiar. E não tínhamos noção que a Verónica tinha um sorriso tão bom e bonito. Verónica: não quero que faltem às aulas para partilhar vida comigo, vocês vêm à escola para aprender. Mas ainda não se apresentaram, quem são vocês?

Inês: bem eu sou a Inês, diz sorrindoVerónica: de ti, já estou farto de saber, mas e os outros!? Matias: first the ladies e faz sinal com a mão ‘avança’.

Matilde: eu!? Opaaaa, o meu nome é Matilde e não gosto de ser chamada por Lady, prefiro Madame ou em tuga: dama!

Xavier a rir: eu, sou o damo dela, o Xavier pa… Matilde interrompe: seu parvo, sou nada dele, eu aqui e tu aí e aponta com as mãos.

Matias: sou eu que educo estas 4 crianças, sou o Matias e ainda vem que encontro uma voz mais serena, saudável e adulta para me ajudar, prazer!

Os protestos do público à provocação fazem-se ouvir… buuuuuu!

Verónica ainda a rir: muito prazer juventude, espero que se sintam à vontade para vir cá dar sem a Inês e que as horas lives sejam passadas com maior gosto aqui

Verónica: quem sou eu com 75 anos de idade, sou experiência por sentir, sorriso por fortalecer e muito ainda por descobrir.

Sou contínua ou auxiliar da ação educativa para os doutores e uma boa companhia.

Já pouco oiço, vejo, cheiro e saboreio, mas tenho imensa curiosidade no mundo por tatear.

O mundo real está muito por criar e imaginar, venha ele...

Burlões

Há um mundo ficcional dentro de cada um de nós, um mundo habitual de espaços e passos, momentos movimentos emoções e palavras. Temos pessoas em nós mesmos que inventar e ficcionar, pessoas que existem. Os sonhos são criados com alusões ao passado e despertares de futuros em aberto, por fechar e concluir.

Temos a responsabilidade (parecia tudo muito bonito não era!?) de criar mundos melhores para nós e para os outros. E (é engraçado) inventar, fazer acreditar na viagem; sermos realizadores ou escritores burlões: caraterizar para onde queremos ir e voar em novos amanhãs por inventar.

Temos, à nossa disposição um leque de atores com quem estamos habituados a ser movidos e ideias a pensar a serem estimuladas.

A principal luta é entre Nós e os outros, o egoísmo e o altruísmo.



 Estavam os seis sujeitos à espera dos nomes para entrar na comunicação real; ainda sem o feminino e o masculino, que iria tornar a refeição um manjar hiperbólico. O Eu, o Tu e o Ele individual conservavam-se à parte em diálogo do Nós, Vós e Eles de grupo geral das massas.

Eu: tenho sentido crescer o egoísmo em mim e não gosto, é que vejo, oiço, sinto, cheiro e gosto sempre por mim e não consigo abstrair-me disso, como é convosco?

Tu: tenho o problema oposto, contrário, sou demasiado virado para o outro, para fora, raramente penso em mim, tenho uma fraca autoestima.

Ele: o problema dele é um misto dos vossos dois, parece que sou um misto dos dois, nunca sou eu, nem o outro. Sou sempre algo que nunca está aqui e agora; estou sempre noutro lugar ou tempo. Lá longe, ontem ou amanhã, é horrível.

Nós: vocês não vêm? Até nos fazem soltar preconceitos numerários ‘lá estão eles nas individualidades’. Eu: calma, vocês têm mesmo a mania das grandezas, não temos de esperar pelos nomes? Vós:  esperai, esperai que eles são muitos e muito dados a individualidades, são muito singulares. Eles: não sei se é inteligente esperar por todos ELES, vêm aos magotes e roubam-nos as melhores mesas, sou muito altruísta, mas a funcionalidade do grupo primeiro. Para ajudarmos uns não podemos prejudicar o todo. Vós: já sou de um tempo passado onde não havia tanta literatura e a modos que já me sinto meio deslocado entre vós com o meu linguajar meio ancestral. Desculpem, mas vou-me isolar, prefiro ir entrando se não vos incomodares?

Ele: Ora essa VÓS não devíeis ter vindo, pelo menos, trajado com esse jeito de ancião clássico, faz-te muita falta quem te componha, uma Vossa, talvez.

Vós: tendes razão, mas na malta nossa já ninguém acompanha minhas valsas, agora é só tunx, tunx a dançar sozinhos e a abanar o capacete.

 


RIEM-SE TODOS!

 

PASSADO: esta geração já não é como as de antigamente, em que o grupo era mais valorizado.

PRESENTE: pareces um velho do restelo, na atualidade, já não há lutas entre gerações.

FUTURO: o grupo é feito de vários indivíduos e é nisso valorizado, no futuro. Mas não alimento rivalidades.

EGOÍSMO: não faz sentido haver guerras entre pessoas, entre espaços e tempos, faz parte da vida e de quem escreve estes textos escolher como mais gostam e sentem, é a vida!

O grupo aumenta e o burburinho também, começam a chegar as primeiras carrinhas com nomes. O NÓS: vamos entrando, vamos entrando, bora, bora, vão-se acomodando e apresentando, diz para os mais anónimos.

O ELES aparecem e dizem ‘que balbúrdia, ainda bem que o livro de cheques é nosso amigo e a máquina do multibanco está bloqueada pelo Futuro’.

Eu: isto da literatura e da escrita é uma forma de nos tirar daqui para ali e de agora para ontem e/ou amanhã, é genial o que nos faz viajar e voar, viver, imaginar, sonhar, é passar a vida do 8 para 800000, para escrever um número que saibas ler.

Tu: As letras e os números são um bocadinho contrários uns aos outros, não é? Há contactos ténues, acho que a escrita está mais à frente.

Ele: ora, isso é incalculável, não estão numa corrida e isso é escrito por um indivíduo de letras, tu. Se soubesses o mundo como está os números, nem sei se podemos competir, está tudo embrulhado numa coisa maior que é o mundo.

Eu: pois, têm razão, esta forma de pensar é pequena. Não é tudo um combate, devemos pensar muito mais em comunicação que em adversários. não somos todos oponentes, devemos funcionar como partes da mesma equipa.

NÓS:  que discurso beato, somos todos irmãos e amigos e queremos todos o mesmo…

EU: que mentira, sou contrário ao grupo?

TU: que mentira, isto é bem mais complicado, o Grupo é feito de muitos EU’s diferentes.

ELE: o ego não está oposto ao grupo, ao NÓS.

NÓS: proponho que vamos entrando e discutimos isso à mesa.

um outro dia...

O OUTRO DIA pode ser já o próximo.



 
Era um café de bairro chamado Beatnik aludindo à juventude inconformista que
nascera nos Estados Unidos da América. 

Os beatniks foram artistas, escritores, poetas,
músicos, entre outros, que participaram do movimento beat nos anos 50 do século XX e
princípios dos anos 60 que subscreveram um estilo de vida anti materialista, na
sequência da 2.ª Guerra Mundial.

Semanalmente um grupo de amigas artistas e produtoras as que eram também
consumidoras e tinham experiências diferentes que partilhavam, a Teresa, a Mónica, a
Sylvia e a Cristina encontravam-se no Beatnik.

 Tinham criado aquele grupo de forma
bastante informal e sem querer nada mais do que partilhar tempo juntas. Tinham
descoberto o gosto da escrita e da leitura casualmente. Reuniam-se, com gosto,
semanalmente. O espaço e tempo não eram indiferentes, tinham sido colegas de turma
na faculdade em Lisboa e procuravam o primeiro emprego. Eram alentejanas convictas.

Tinham ganho o hábito de trocar experiências que tinham vivido isoladamente e
animavam o grupo. Eram assim como um esboço, rascunho de vida futura que criam
criar em conjunto. Estavam abertas a novas ideias e o local ser o Café Beatnik vinha a
propósito.

Mónica: hoje começo eu rápido porque a vida chama por nós, não temos tempo a
perder, vi ontem um filme muito giro com a Juliette Binoche chamado O sabor da vida:
é de 2024.


O SABOR DA VIDA 

É um filme de drama romântico histórico francês, ambientado em 1885 que
retrata os prazeres de fazer refeições e interliga-se com relações entre as personagens,
muito engraçado. É um filme que explora os sentidos: as imagens, as cores, o gosto,
tanto requinte leva-nos a saborear.

Teresa: comecei a escrever, um pequeno texto sobre como o escritor pode levar o leitor
a sentir experiências e parece-me que esse filme vai nessa onda, vou procurar O sabor
da vida deu ontem na RTP 2. Já vai acrescentar ao pequeno rascunho, esboço que
comecei.

Sylvia: ontem vi também na RTP 2 um filme espetáculo Loop(ing), música eletrónica
passado em 2022 em Lyon. 



Rone, Dirk Brossé, Orchestre national de Lyon - Bora Vocal (Looping)

Era outra coisa, outra época, mais atual, mais dançado, mas
fez-me sentir os 5 sentidos, como se estivessem interligados, também devias ver Teresa e vocês todas, é muito bom.

Cristina: ótimo, vou daqui sempre com muita coisa para ver destes encontros, a televisão agora é
genial, assombrosa. Podemos ir ao passado, gravar do futuro, dos 2 RTP, passámos aos
4 coma SIC e TVI e na altura, já era o futuro…

Teresa: Engraçado como precisamos de experiência para criar mundo e procuramos
experiência noutras Artes: cinema, pintura, música, museus, filmes, desportos vidas.

Mónica: dizia Santo Agostinho que a felicidade é continuar a desejar o que já se tem. É
uma rica experiência que nos passa, se conseguirmos viver segundo esta frase à procura
da felicidade. Tantos séculos a viver segundo os homens, fazem falta, mas nada que um
vibrador não resolva.

Cristina interrompe a rir: não é assim tão verdade, os homens não são só sexo, pelo
menos o André não é. Tenho conversas e segredos com ele que não vos lembra a vocês,
muito inteligentes, aprendo imenso com ele.

Sylvia: é curioso como todos temos novas experiências do que somos, fazemos e
queremos nas nossas vidas. Cada leitor lê o seu texto do mesmo livro de acordo com o
tempo e o espaço onde lê.

Cristina: mais essa, estou muito otimista acerca do mundo que virá com novos livros
que formarão o muitas ideias novas que irão criar espaços fabulosos, fantásticos por
descobrir, mas temos de fazer por eles, por nós. A vida chama por nós, até para a
semana e levanta-se em despedidas… (num dia moderno as 24h eram cada vez
menos… mais curtas)

Um OUTRO DIA virá!?

07 novembro 2025

sintam o novo ar que aí vem na América

Zohran Mamdani Says He's Ready for Donald Trump | The New Yorker Interview


Em Nova York!

Após um mau presidente tem que vir um rapper, que pensa bem, é de esquerda, foi eleito na câmara de nova York e sobretudo é anti Trump

29 outubro 2025

estreito ser tenta larguras...

O mar nem sempre está calmo, felizmente

Mas tem fases em que está endiabrado, é preciso encontrar as correntes alegres nele para o tornar de novo Belo, as fantasias coloridas.

Quantas ventanias nascem atrás das esquinas e se escondem por trás dos biombos luminosos claros e aquáticos!?

Quantos soluços são engolidos por piscar de olhos no pescoço!?

Quantos amigos se perdem na vida ou se adiam até ver...

Amores debaixo das mesas entre as canelas e os calcanhares?

E quando suspiramos relembramos amores, gostos e sabores

Memórias do tempo pior para pensar 'estamos tão bem agora', podemos sempre estar pior e melhor.

Estamos bem assim!

15 outubro 2025

somos todos burlões: é um gosto!

Há um mundo ficcional dentro de cada um de nós, um mundo habitual de espaços e passos, momentos movimentos emoções e palavras. Temos pessoas em nós mesmos que inventar e ficcionar, pessoas que existem. Os sonhos são criados com alusões ao passado e despertares de futuros em aberto, por fechar e concluir.

Temos a responsabilidade (parecia tudo muito bonito não era!?) de criar mundos melhores para nós e para os outros. E (é engraçado) inventar, fazer acreditar na viagem; sermos realizadores ou escritores burlões: caracterizar para onde queremos ir e voar em novos amanhãs por inventar.

Temos, à nossa disposição um leque de atores com quem estamos habituados a ser movidos e ideias a pensar a serem estimuladas.

 

Inventávamos provérbios, nos tempos modernos por WhatsApp:

A Sónia ‘tornava as suas fragilidades em aprendizagens’ e ganhava nisso confiança. Estivera na conversa com a amiga Teresa que estava reformada e era professora e força ganha no telefonema, na conversa que nutria as duas.

A tia Isabel partira o braço e não lhe faltava movimento à volta por entre o Diogo, o Jorge e o Francisco. Quem o avisara fora a Sylvia era a sobrinha bem prática, entre outras coisas, muito mais que uma auxiliar e tinha energia quase sem querer. A sua atividade era um monólogo que ligava todos as outras ficções. 

O treinador principal pela primeira vez, um mister na gíria futebolística dissera ‘ainda não começou o campeonato e temos uma equipa fraquinha’; ‘ora essa, o futebol é, como qualquer desafio, muito o momento e tens de criar neles a ficção que podem ganhar todos os jogos se tiverem vontade e carácter’; ‘pois, tens razão, este pessimismo nem parece meu, perder antes do jogo começar.

O afilhado Miguel deixara o convite por escrito, já falado oralmente ‘Querido ZM, para celebrar os 44 gostava de juntar alguns amigos num jantar tranquilo este sábado dia 18 às 20h no restaurante no mercado. Posso contar convosco? Abraço’

Claro que sim querido afilhado, comigo e com a mãe e amiga Teresa tinha sido a resposta matinal.

Olá, Zé Maria, estás bom? No outro dia disseste no nosso grupo de primos que gostavas de arranjar uma ocupação profissional. Envio-te este encontro / feira de emprego na universidade nova Sbe. E promovida por uma amiga minha que me enviou e sugeriu que tu fosses. Acho que era uma boa para ti. Vou dar conhecimento a tua mãe para te ajudar na logística da ida. Grande abraço

Assim enfrentava o mundo com suas ficções e invenções.

Não sei se a ideia de que o mundo real era uma burla o alegrava.

Estavam no meu WhatsApp estes indivíduos e começaram a falar uns com os outros como que por magia: a Sónia, a Sylvia, a Isabel, a Teresa, os Miguéis e eu.

Isabel: As coisas às vezes acontecem não é porque queremos, não sabemos porquê, vou muito bem a andar, de repente tropeças não tens onde te amparar e depois fica-se numa situação sem podermos: parti um braço. Já não tenho como dizer mais.

Eu: E esse 'não saber porquê" é que é mágico. Sylvia: eu queria ver se achavas mágico ter o braço com gesso agarrado ao peito!?

Eu: Se soubéssemos tudo e tivéssemos tudo controlado era mais aborrecido! Assim ficas com mais histórias giras para contar. E podes vir connosco ao encontro que o primo Miguel falou?

Miguel: faz falta ao mundo quem se empregue! 

A Isabel indignada: eu!? Acha? Universidades novas em Carcavelos, estou muito bem onde estou, na creche, que já trabalhei muito, com muito movimento à volta…

Sónia a rir: Zé, isso é para nós, gente mais nova que temos idade para tornar as nossas fragilidades em aprendizagens, a tua tia já encontrou o seu ninho. 

Sylvia sempre hiper realista: achas que ela agora que encontrou o emprego de sonho perto de casa ia para longe? 

Pedro com ar maduro e culto, mão a segurar no queixo: é o que digo sempre aos meus miúdos; vamos para a guerra com as armas que temos.

Miguel: hrumpf, o mundo não é uma guerra 

Pedro: foi uma analogia mal encontrada, mais em voga, desafio.

Teresa: às vezes, no nosso mundo os desafios são muito desequilibrados com combates no WhatsApp entre gente analfabeta. É engraçado como atualmente quem é analfabeto, não sabe escrever está muito mal servido para viver.

Pedro: é bem pior, que ser anão. Diz, encolhendo os ombros…

Miguel: está tudo associado, quem, não sabe ler, normalmente não tem emprego. 

Sylvia, realista: não há falta de pontos negativos nesta vida, neste telemóvel 

Zé Maria: ouch, o meu telemóvel não é negativo, normalmente, tem dias de manhã ao acordar horríveis, mas vocês são animados a maior parte do tempo e não está tão desequilibrado como isso. Para um nascimento, há sempre uma morte e cada ferida tem uma crosta, e lágrimas têm sorrisos.

Amanhã há sempre um sol que nasce.

 

Começam todos a vibrar e acaba a conversa: estou? Bom dia, Samuel, como vai isso?



10 outubro 2025

o ILCN tem dias que parece um Freak Show

- OBRIGADO A CADA UM -


Ir ao ILCN é como ir visitar amigos, hoje o pedacinho com a Maria foi bem fixe mas pensei depois que os países não estão num quadro de valores, numa hierarquia. 

Não são uns melhores que os outros, todos têm coisas boas e coisas más; até Monte Abraão  terá qualidades diferentes. Há países que preferimos mas todos os lugares fazem parte  da vida, que deve ser o melhor possível.

Verónica (terapeuta da fala): tem o hábito de atirar copos ao chão para os recolher como ginástica todas as manhãs, é divertida. 

André 'GERARDO' (um dos dois Totós) é uma recente aquisição, está em aprendizagem ativa, promove o bem estar e bom ambiente no ILCN.

André Batista (neuropsicólogo) low-profile: vive um pouco aparte da ralé.

Diogo - o ar virginal teve agora uma filha Victória com C para não se confundir com a águia, eleva o ambiente o boss.

Marias (2 Neuropsicólogas): a mais recente passa simpatia e boa energia, os olhos sorriem; 

A mais antiga dos bons fins de semana à 5ª feira à partida e sorriso que recebe bem à chegada, é bem bonita e tem um olhar cativante, sou fã dela.

Luísa e Inês (Fisioterapeutas).

A brasileira mais antiga e experiente é certezas.

A Inês é boa energia da linha de Sintra, é serena e devagar se vai ao longe, aprende sem pressas.

O ILCN abusa da neuropsicologia, pobres utentes.

Quanto ao Carlos (o outro Totó) é uma das virtudes daquele centro, sem ele ficamos mais pobres.

Esta clínica é feita muito à custa da neura psicologia, o que não dá muito conforto aos utentes.


inesperado


Não tenho o tempo todo livre, ao contrário do que parece, tenho uma rotina terapêutica: terapias diárias salvo à terça feira, fisioterapia, terapia ocupacional, piscina, terapia da fala, Rummy, amizade, comes, bebes e cinema.

É uma vida de que gosto mas é exigente, só andar e falar bem (coisas normais e habituais, entre todos) dão uma trabalheira que me tornam crente e algo beato...

Conheci por uma amiga comum, A.F. o Paulo e gostei LOGO muito dele... não sei bem como na sua desatenção deu no meu gosto e jeito para a escrita. 


Tornou-se impulsionador para a minha vontade e 
BORA LÁ, pegou num texto meu e deu-lhe corpo de livro. 

Calma, não há pressa nenhuma, não estresses. Supostamente é para te divertires e saboreares não para estressares e ficares sem dormir. Calma, … respira, Sem stress!

Nota minha: usar três vezes o verbo 'stressar' na mesma frase é stressante.

Isto é como saborear um bom rebuçado. Sem pressa. Não transformes isso numa chatice de stress. Olha para as situações, saboreias, sublinha partes interessantes, junta-lhes notas, e reescreve. Mas sem stress. Quando achares q estás pronto para escrever, com todos os elementos que desejas e com as ideias nítidas na tua mente, é porque está na hora de escreveres. 

(Paulo, um freakalhoco livre)

05 setembro 2025

alternando a inclusão


Que tentas tu fazer dessa cassete?

Não toca sem aparelho. 

E o ruído que faz não passa a música assim nesse jeito alternativo, tipo ginasta, bailas muito entre mãos.

E sinto o brilho no olhar de quem baila...

Tem os seus limites mas também tem sabor antigo: ai os gravadores de cassetes, no carro, para jogar consola. 

Aquilo é que era qualidade, quem nunca ouviu um jogo a entrar  no LOAD num mega drive ou num master system, não sabe o que é esforço.




escrever para o altruísmo, para ti


A sombra que faz pensar é outra, longe de nós.

Ela é amante de melhorar o outro.

De fugir do nosso umbigo.

Sem estar nele não existem.

O mundo é enorme e nele podemos ter vários heterónimos e já não é fácil sermos nós, para quê também não ser.

Podes ser tanta coisa mais bonita e que não te atormenta

Deixa-te ir, deixa-te fugir.

Estar solto e livre do corpo, das ideias e só sentir é bom.

Não te repitas, faz do amanhã um novo dia, um dia melhor.


10 agosto 2025

PROVAVELMENTE NÃO SERÁ NADA DO QUE PENSASTE ANTES DE O LER.

 Nem sei o que vou escrever, vertente desorganizada.

 

Faço o contrário do que critico.

 

Se escrever palavras, ideias e textos é comum.

 

Se nascem olhares e boa energia em tudo.

 

Tudo pode ser celebrado e raramente o é.

 

Porquê falar do comum, do que é habitual.

 

Se não nos surpreende!?

 

Se o bem é natural para quê divulgá-lo?

 

Um concerto de música boa pode ser escutado.

 

E o computador pode ser polo de comunicações.

 

Porquê reforçar o mal constantemente!?

 

Torna-lo presente é dizer, falar nele.

 

Isso torna-o menos forte!?

 

Acho que apenas valoriza os momentos maus.

 

Não os torna bons.

 

Façamos por tornar habituais e banais os passos que andam.

 

E as palavras que falam.

 

Talvez não tudo mas há muita coisa por aí que é mágica e não é dita.

 

Não é pensada.

 

Cada nascimento.

 

Cada vida que nasce, corre e sorri.

 

Cada sonho.

 

Cada acordar.

 

Cada adormecer.

 

Cada refeição, cada garfada, cada gosto.

 

Cada olhar.

 

Cada arrepio.

 

Cada gesto, cada impulso.

 

Cada memória de ontem transmite novos amanhãs.

 

Soltar palavras é fácil, mas discorrer pensamentos delas é complicado.

 

Falar bem não é tão fácil como isso.

 

É preciso respirar.

 

Articular.

 

Gerir as regras da gramática.

 

E pensar.

 

Amar é quase natural nas humanas

 

Nelas é o começo.

 

Eles precisam de um empurrão.

 

Em cada ser há diferenças, não só no género.

 

Há muita qualidade por aí que não é dita, nem escrita.

 

Este é um bom tema de conversa para gerar otimismos e comunhões.

03 junho 2025

parte de mim

Esta parte, aquela parte

Parte de mim não sabe

O que queria saber mais.

Não sabe onde procurar

Nem o quê

Nem porquê

Mas grande parte

Está insatisfeita com quem é

Nessa insatisfação cria confiança

Na procura do melhor

Que vai encontrar e melhorar

Mas também realizada com quem já sou

Parte de mim acredita no amanhã melhor

Parte de mim no ontem de onde veio

Tenho outra parte ainda na dúvida

Pode ir voando ao vento

Contra quem virá

Desviando

E acariciando

Fazendo das costas como um ninho

Onde criar vida e gerar sementes

A favor da crença nos amigos

E na palavra sábia

Confia que o olhar

Transmite novas energias

Também pode ser naïve

Como qualquer palavra

Ao vento é estéril

Parte de mim anseia pelo futuro

Outra parte tem saudades do passado

Outra quer só descansar

Parar quieto

E voar ao vento

Parte de mim continua sem saber.

01 junho 2025

15-Érase una vez


Érase una vez

-

Érase una vez
un lobito bueno
al que maltrataban
todos los corderos.

Y había también
un príncipe malo,
una bruja hermosa
y un pirata honrado.

Todas estas cosas
había una vez.
Cuando yo soñaba
un mundo al revés.