Chico Buarque - As Vitrines Eu te vejo sumir por aí... Te avisei que a cidade era um vão, Dá tua mão, olha prá mim, Não faz assim, não vá lá, não... Os letreiros a te colorir... Embaraçam a minha visão... Eu te vi suspirar de aflição... E sair da sessão frouxa de rir... Já te vejo brincando gostando de ser, Tua sombra se multiplicar, Nos teus olhos também posso ver, As vitrines te vendo passar... Na galeria, cada clarão... É como um dia depois de outro dia... Abrindo o salão... Passas em exposição... Passas sem ver teu vigia... Catando a poesia... Que entornas no chão... Já te vejo brincando gostando de ser, Tua sombra se multiplicar, Nos teus olhos também posso ver, As vitrines te vendo passar, Na galeria, cada clarão... É como um dia depois de outro dia... Abrindo o salão... Passas em exposição... Passas sem ver teu vigia... Catando a poesia... Que entornas no chão...
São cortinas por onde espreitas. Nelas um louco respirar emudece, banha-se o tempo de saudades, angústias, tormentos, soluços, dores. Aqui era um sonho. Ali um suspiro. Ela sabe que vai ganhar, Ele vai gritar, dançar, cantar! Vão soltos ver o apaixonado mundo da solidão, era onde tremiam e enalteciam o verde funesto e a ganga. Vão e não soltam emoldurados o grito de ontem. O tempo era aqui. Ali chovia. Foi semente, pão, pedra, murmúrio.
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