04 setembro 2013

shhh!!!



A fala

Com o acidente, e correspondente TCE, que sofri perdi capacidade de falar bem (e de andar sem apoio), fui afectado nos músculos responsáveis por formar palavras.

A minha fala tem dificuldade em dizer alguns sons, dizendo as vogais sem dificuldade.

Nunca tive tanta noção da importância que falar tinha, e tem, antes do acidente: ‘casa roubada, trancas à porta!’

Falar é parte importante da comunicação, somos seres sociais, vivemos com o outro em sociedade, todos os nossos sentidos são virados para fora: ‘os mais conhecidos são cinco: A visão, audição, tato, paladar e olfato, mas é consenso na comunidade científica que os seres humanos possuem muito mais’.

Vemos, ouvimos (e lemos), sentimos, saboreamos e cheiramos voltados para o exterior; vivemos numa sociedade, nascemos doutrem e, geralmente, morremos entre gente amiga que presta sua homenagem à vida passada.

A fala expressa/demonstra sentimentos; em todas as profissões, em cada estar o modo de falarmos torna-se no que somos.

Ser professor, ser ator, ser político, ser jornalista, ser treinador, ser guarda redes, ser capitão, ser enfermeiro, ser médico, ser terapeuta, ser auxiliar, ser pai, ser mãe, ser filho, ser tia, ser tio, ser avó, ser avô, ser humano e em tudo a voz tem importância.

Até no género, no sotaque, na língua que falas.

A voz transmite sensações.

A tua personalidade é definida também pela voz.

Para falar comigo é preciso tempo, bom, para estar com qualquer pessoa é preciso tempo, calma, atenção mas para estar comigo é preciso mais tempo porque não sou/estou facilmente compreensível/percetível.

Também preciso de me concentrar, falar (e andar) é mais complicado do que se pensa.

Tenho um jogo: venha falar comigo que a sua capacidade de compreensão demonstra a sua inteligência.

O afeto dá pontos nessa perceção.



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