Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
"Eu quero acompanhar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo" (caetano veloso)
27 dezembro 2018
26 dezembro 2018
Vamos Fernar!!!
Reaprender o espanto
PRECISAMOS DE REENCONTRAR O ESPANTO. “Espanto” deriva do latino expaventare, que descreve a forte impressão originada por uma coisa inesperada e repentina. Se procurarmos sinónimos, encontraremos “assombro”, “admiração”, “surpresa”. É o contacto (consciente, fulgurante, desarmado, rendido) com a vida maior do que nós, a vida em aberto, não predeterminada. No espanto, a nova e surpreendente expressão da vida prende a nossa atenção à maneira de um relâmpago, de um rasgão imprevisível. Não conseguimos encaixá-la no nosso quadro habitual, pois o seu carácter inédito torna inúteis todos os saberes.
Gosto muito da definição de espanto dada por Adorno: “Espanto é um longo e inocente olhar lançado sobre o objeto.” É, de facto, “um olhar longo”, e isso talvez explique porque consideramos hoje tão pouco o espanto, num tempo que nos programa para olhares breves, relances, observações fugidias e utilitárias, cada vez mais simplificadas. E é um “olhar inocente”, isto é, aberto à revelação do próprio objeto, ao que ele pretende de nós e não ao que imediatamente pretendemos dele. O espanto obriga-nos a uma revisão do que sabemos de nós próprios e do mundo. Obriga-nos a recomeçar como se fosse um nascer. O amor, o conhecimento, a poesia ou a santidade principiam com ele.
José Tolentino Mendonça, “O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas”
25 dezembro 2018
nascimento
Seja o que for, Será bom. É tudo”
Daniel Faria
Boas coisas para todos que se todos melhorarem no seu pequenino mundo o mundo respira melhor: mais leve e aberto, mais claro!
Que a vida vos traga sorrisos, olhares iluminados e muito amor!
23 dezembro 2018
Fernar (pensar) é como o mar, Belo!
Pensar: do latim
pensare (suspender, pendurar nos pratos da balança, pesar,
ponderar)
Pensar: formar
ideias; reflectir; imaginar; julgar; dar alimento a; tratar
convenientemente; fazer curativo
Pensa nisso!
Bem pensado! Não dês que pensar!
Pensar: o mesmo
que fernar
Fernar: do alemão
fern (remoto, distante). Verbo usado em filosofia e pragmática
para nomear o acto de ter pensamentos não evidentes, amiúde fruto
de inteligência, experiência e grande curiosidade. Ao contrário de
processos mentais que requerem longos períodos de reflexão, o acto
de fernar gera pensamentos lestos, capazes de serem exprimidos de
forma simples apesar da sua riqueza ou complexidade.
Para bem pensar e fernar é preciso: primeiro ser animal, respirar,
ter ânimo, bom sopro, fazer a cama todas as manhãs, ter bom
alimento, boa companhia, repartir o pão, aprender, ler, escrever,
ensinar, ganhar bom coração, andar juntos, tratar, amparar, rir com
os olhos, as bochechas e os dentes, ir ao mar.
Vamos pensando.
Vamos fernando!
ASS: ZM
20 dezembro 2018
Para quem busca respostas que servem a todos: Risonhas!
Perguntei ao google sobre o Futuro e... Cerca de 781 000 000 resultados (0,40 segundos)
Estará tão em aberto quanto é possível (e o possível é imenso)
e passa pela minha vontade e dos que me rodeiam: é por aqui!
Será, felizmente, desconhecido!
Está por criar, pintar, escrever, musicar, ver/olhar...
Não se vê para o alto nem de longe, nem de fato e gravata, nem binóculos.
Nem está no horizonte...
É um ponto de interrogação ao fundo/no cimo de uma estrada
Não se sabe como vai ser, felizmente, mas será nosso!
19 dezembro 2018
boas coisas foi teu adeus
(Fernando Belo)
Quando penso em Pai penso em muitas coisas, cores, imagens fascinantes,
Tuas leituras melhoravam meus textos,
Tua falta de audição tornava exigente a fala,
Passeaste muito ao meu ritmo,
Altruísmo numa terceira idade activa
Como segurança e guarda costas precioso
TU foste gargalhadas ,
És e deixas Alegria, Pensamentos, Brincadeiras, Filosofia,
Jogos, Descoberta da verdade, Intimidades
E queremos estar à altura do que querias que vivêssemos.
Vives em nós, fizeste-nos mais fortes, preparados para o mundo,
Quando penso em Pai penso em muitas coisas, cores, imagens fascinantes,
Tuas leituras melhoravam meus textos,
Tua falta de audição tornava exigente a fala,
Passeaste muito ao meu ritmo,
Altruísmo numa terceira idade activa
Como segurança e guarda costas precioso
TU foste gargalhadas ,
És e deixas Alegria, Pensamentos, Brincadeiras, Filosofia,
Jogos, Descoberta da verdade, Intimidades
E queremos estar à altura do que querias que vivêssemos.
Vives em nós, fizeste-nos mais fortes, preparados para o mundo,
Tu e eu, eu e tu
Vivemos muitas birras,
Muitos conflitos,
Tinhas o dom de me irritar como poucos,
Muito Ensino e cinema,
Refeições partilhadas, gostos parecidos, manias contrárias,
O Há males que vêm por bem teve em ti meu cúmplice primeiro,
Bom companheiro, bom amigo, bom desafio,
Vivemos muitas birras,
Muitos conflitos,
Tinhas o dom de me irritar como poucos,
Muito Ensino e cinema,
Refeições partilhadas, gostos parecidos, manias contrárias,
O Há males que vêm por bem teve em ti meu cúmplice primeiro,
Bom companheiro, bom amigo, bom desafio,
Tivemos olhares agradecidos e de desculpa,
É a vida!
Foste um pai do Carago: Obrigado!
É a vida!
Foste um pai do Carago: Obrigado!
- compreender é um espanto! e Seja um texto de paixão! e uma leitura: Se esta rua falasse de James Baldwin!!!
06 dezembro 2018
Quem não te há-de amar, menino a ti!?
Zeca Afonso - Menino do Bairro Negro
E se até dá gosto cantar,
Se toda a terra sorri?
Quem não te há-de amar,
Menino a ti!?
Ele era a tua sombra e o tu o reflexo dele.
Ele era a fidelidade e o companheirismo.
Ele fazia crer que a idade era um mero número.
Ele fazia-me rir.
Ele é um Senhor!
- Está tudo bem Sr. Fernando?
- Tudo bem é para os novos".
(Sandro Casanova)
voto de pesar da AR
VOTO
DE PESAR
PELA
MORTE DE FERNANDO BELO
Faleceu
no passado dia 3 Fernando Belo.
A
vida e a obra de Fernando Belo têm a marca da heterodoxia e do
permanente diálogo exigente e culto entre diferentes saberes.
Nascido
em 1933, licenciou-se em Engenharia Civil no Instituto Superior
Técnico em 1956. Frequentou depois o seminário e, depois da sua
ordenação como padre, foi capelão militar da Base da Ota. O seu
compromisso político com a luta contra a ditadura esteve na base da
sua transferência para a paróquia da Baixa da Banheira.
Em
1968, licenciou-se em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina
e pelo Instituto Católico de Paris. Data de 1974 a publicação, em
França, da sua obra “Uma leitura materialista do Evangelho de
Marcos: narrativa, prática e ideologia” que abriu corajosamente o
campo da exegese bíblica ao relacionamento entre os universos do
cristianismo e do marxismo e que foi considerada nessa altura uma
estratégia exegética visionária. Isso mesmo foi reconhecido pelo
Instituto de Teologia Protestante de Paris, que lhe atribuiu o
doutoramento honoris causa em 1977.
Foi
professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo-se
aí doutorado em 1989 com uma importante tese sobre a linguística de
Ferdinand de Saussure, campo que continuaria a trabalhar com brilho
em obras como “Epistemologia do Sentido” (1991) ou “Filosofia e
Ciências da Linguagem” (1993), tendo a sua reflexão e escrita
incidido também sobre a relação entre a Filosofia e a Ciência.
A
Assembleia da República exprime o seu sentido pesar pelo falecimento
de Fernando Belo e apresenta as suas sentidas condolências aos seus
familiares.
As bem aventuranças de São Mateus
Mateus 5:3–16
3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus;
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, falarem todo mal contra vós por minha causa.
12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
13 Vós sois o sal da terra; e se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar? para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte,
15 Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Homem sábio, homem bom (por Rui Tavares)
Quando penso em Fernando Belo, lembro-me da tríade que compunha a crença dos zoroastras. Essa tríade era simplesmente: bons pensamentos - bons gestos - boas palavras. Como se nada mais fosse preciso.
Conheci Fernando Belo pela primeira vez num debate organizado pela minha prima Irina numa escola secundária de Olivais/Moscavide. Creio que o ano era 1993. O tema era o Maio de 68, nos seus 25 anos. Na mesa estava ele, que viveu em Paris durante o maio de 68, e era à altura padre católico; o historiador e escritor Paulo Varela Gomes; e eu (só sobrevivo eu; é a primeira vez que me acontece).
Lembro-me que os estudantes queriam falar do passado. Paulo Varela Gomes queria falar do presente. E Fernando Belo falou do futuro. De inteligência artificial, do futuro do trabalho, de ecologia e de genética e de muitas outras coisas — temas que hoje estão na moda; em 1993 ainda não era bem assim.
Foi a primeira vez, se não erro, que estive com o filósofo (que fora padre e antes disso fora engenheiro e que pelo meio fora diretor de jornal e creio que até autor de programas televisivos documentais) Fernando Belo. Mas eu já conhecia Fernando Belo antes porque para mim ele não era filósofo nem ex-padre nem nada disso mas simplesmente o pai do meu grande amigo da faculdade André Belo, com quem depois fui para França fazer o doutoramento. E por isso ele se tornou para nós rapidamente também o pai da Clara e do Zé Maria e o companheiro da Teresa Joaquim, também autora e professora. E por isso ele passou a ser, gradualmente, o homem de barbas grandes e olhos curiosos que nos recebia em casa dele e ouvia com abertura e atenção o que tivéssemos para lhe dizer de interessante, independentemente de idade ou trajetória ou origem.
(Um dia, antes de se reformar, estava ele a avaliar testes. “Uma chatice”, dizia. Porquê, os alunos eram ignorantes? “Não, não, é porque quando dizem coisas interessantes fico depois imenso tempo a pensar naquilo e não cumpro com as minhas outras coisas”).
Estou convencido de que a obra de Fernando Belo vai ser muito lida e inspirar muita gente no futuro. Como argumento apresento os seus dois últimos livros, cujos índices ele me mandou por e-mail antes da publicação (saíram recentemente pela Colibri). Um deles é um livro sobre “a unificação dos saberes”, um tema de toda a sua vida, a que costumava chamar “filosofia com ciências”. O outro tem um título belíssimo e um subtítulo mais certeiro ainda: Seja um texto de paixão. Onde se mostra que sem a Filosofia não haveria Europa.
O leitor pode achar que este livro me interessa porque nele se fala de Europa. E não errará. Só que mais importante ainda é o que está por detrás: a filosofia. E mais importante ainda é o que está por detrás da filosofia: o amor, a amizade. Demoramos muitos anos a achar que a parte mais importante da palavra filosofia é a segunda metade, sofia, o conhecimento ou sabedoria, quando o que é decisivo é a primeira parte da palavra, philos, ser amigo ou amante da sabedoria. Com sofia apenas pode ser-se apenas um sofista, ou um sabichão. Para se ter o resto, que é o mais precioso, é preciso ter o ímpeto de amor ou amizade pelo conhecimento sem o qual este não vale a pena.
E o que é esse resto, quando se tem tudo? E nós temos, de certa forma, tudo (está é mal distribuído). Temos um universo de dados potencialmente infinito em todas as direções. Dos dados, podemos extrair informação. Mas a informação não chega. Da informação, podemos extrair conhecimento. Mas o conhecimento não chega. E do conhecimento, ou melhor, do amor ao conhecimento, podemos extrair sabedoria. Mas mesmo a sabedoria não chega se não soubermos ser bons.
Isto para os filósofos da Antiguidade era uma banalidade, porque a filosofia era uma forma de nos ajudar a viver (e preparar a morrer). Para os filósofos da Modernidade é possível que as camadas adicionais de complexidade nos tenham feito perder o fio à meada. O que é necessário agora é — para filósofos como, sobretudo, para não-filósofos — recuperar o valor dessa progressão até à sabedoria e à bondade que era então uma banalidade e que durante séculos se acreditou que poderia levar até à felicidade e à liberdade nesta vida (e não apenas após a morte e o fim do mundo).
Claro, nem todos os filósofos, sejam homens ou mulheres, são bons. E nem todas, sejam mulheres ou homens, são sábias. Mas a necessidade de ser ambas as coisas não pode ser menorizada nem desprezada ao abrigo de um qualquer snobismo ou trollismo contemporâneo.
Quando penso em Fernando Belo, lembro-me da tríade que compunha a crença dos zoroastras (antes dos gregos havia os persas; e o zoroastrianismo em que eles acreditavam já era uma crença velha quando o cristianismo era jovem e até mesmo antes, quando Aristóteles e Platão estavam vivos). Essa tríade era simplesmente: bons pensamentos — bons gestos — boas palavras. Como se nada mais fosse preciso. Se calhar não é.
Estão sempre muitas coisas a acontecer no mundo. Mas se não pararmos para lembrar as pessoas que nos ajudam a fazer sentido delas, limitar-nos-emos a viver aquela vida inconsiderada que segundo os primeiros filósofos não merecia a pena ser vivida. Além disso, Fernando Belo era um leitor atento desta crónica, e foram dezenas as vezes que escreveu ao rapazote que era amigo do filho dele para concordar ou discordar. Hoje é a primeira vez que sei que não o vai fazer. Não sei se concordaria ou não. Mas sei como terminaria a mensagem: “boas coisas!”. E é assim que vou terminar, para ele e para nós: boas coisas.
leituras de um homem bom que fica!!!
Comentário da Amiga Maria Vitória Vaz Pato:
O Luis Miguel Cintra com quem tive honra de trabalhar numa peça para não actores no teatro da Cornucópia, tornado-nos amigos nessa altura falamos por acaso de um amigo comum o Fernando Belo a quem não conseguira convencer vir ver a nossa peça. então oLuis Miguel contou como o FB jovem padre se via com os adolescentes provocadores nas aulas de moral no Liceu . Mas que ele guardava dele grande amizade e que gostaria de voltar a estar com ele. Organizei um almoço e o teu pai veio a minha casa e encontrara-se julgo que em 2018e ficaram os dois muito continentes e julgo o teu enviou-lhe textos depois desse encontro
"De desassombro de amor a alegria a generosidade a formar um ser humano . Entre mim e ele houve uma cumplicidade que assentou na amizade pelo meu pai (Luis Lindley Cintra) ficou no cemitério minha espera quando todos sairam no fim do funeral.
Que pena não vou ir a Lisboa estou no Porto e seria muito duro. desculpa não estar mas mando um abraço muito triste”
De Luís Miguel Cintra lido por Maria Vitória Vaz Pato
Sobre a curiosidade, a alegria e a sorte
A curiosidade no pai é cativante e contagiante: constrói como pessoa e como mulher. Leva por caminhos que nunca pensei seguir e faz crescer cada vez mais. As conversas que tínhamos levavam a levantar questões e ajudaram a seguir o que segui. Pelas questões que cresceram.
Quando ele dizia após uma conversa, que tinha que ler um determinado livro, por vezes, ficava zangada: por já não ter que procurar e descobrir o livro. De certa forma cortava a pesquisa, principalmente quando eram sobre Biologia. Mas depois percebi que tinha a sorte enorme de ter acesso a tanta coisa, que se calhar de outra forma não descobria. E passei a aproveitar disso e até descobri outros livros.
Também percebi ao ler os mesmos livros que ele que descobria coisas de que ele não tinha falado, que não tinha descoberto ou dado atenção.
A alegria é outra coisa contagiante, que se alia também à sorte que teve na vida - à custa de muito trabalho é certo - mas também à custa dos riscos que correu e do caminho que fez. Um caminho de que se orgulha, pois fez dele o que é hoje, tendo sido tão diversificado e tão rico que chega a ser comovente.
Comove-me ser tua filha, pai!
(escrito pela mana Clara para os 85 anos do pai, feitos em dia 30-10.2018)
(escrito pela mana Clara para os 85 anos do pai, feitos em dia 30-10.2018)
03 dezembro 2018
ensinaste-nos que isto, da vida, é divertido...
Segunda feira, 03 de Dezembro de 2018Olha o sol que vai nascendo, anda ver o mar… e seaté dá gosto cantar, se toda a terra sorri… (de
José Afonso)Cantavas e eu adormecia, sempre foste muitoafinado, é das primeiras imagens que tenho minhas,enCantador!A imagem que guardamos tua é clara, alegre, dosolhos a sorrir, pensativa, é uma imagem forte eboa que ajuda a viver melhor.Falavas muito em morte, na tua morte mas nunca noshabituámos a ela, até gozávamos contigo:
‘pois, pois, já sabemos, vais morrer não é!?’E, agora, morreste mesmo mas vais voltar emmemórias, leve, magro, a andar devagar e aresponder quando te perguntam: ‘tudo bem? tudo bemé para gente nova... mas também não está tudo mal...’Não foi falta de aviso e tiveste uma vida admirável.Se estamos tristes porque vamos ter saudades tuas,temos quase o dever de mostrar alegria por quem
foste.‘A morte faz parte da vida preparem-se para viverbem a minha.’Andaste por tantos mundos muito diferentes,escreveu-se isto para o próximo natal, para tuavoz ler e melhorar o texto naturalmente:Fernando (Nan) – o Pensador DivertidoOra, falemos de mim, Fernando de meu nome, nasciem 1933, sou acanhado, envergonhado e com poucojeito para falar ao público.Tirei uma licenciatura no Técnico em EngenhariaCivil, dizem as más línguas que foi uma bênção nãoter exercido pela falta de jeito prático quetodos me reconhecem mas são só calúnias,
sou um jeitoso!!!Fui padre, fui pároco de duas paróquias, Ota eBaixa da Banheira.Fiz uma leitura materialista do Evangelho de SãoMarcos, o que me deu este ar mais solene.Deixei crescer o cabelo, fui revolucionário, e fuiperceber como era isto de ser gente lá fora, naBélgica e em Paris; casei-me e tornei-me pai duasvezes: da Clara e do André que me tornou avô de duas
lindas: o malandro!
Lá para França e com uma cultura mediterrânica.Voltei após o 25 de Abril para ser professoruniversitário em Filosofia da Linguagem nafaculdade de letras.Gosto muito de pensar, ler e escrever; ter ideias;sou um intelectual.Divorciei-me e voltei a casar, tenho um trunfo,alguém que me ensina e ajuda a viver melhor: aTeresa, a minha vida era tão pior sem ela…tivemos um filho.Formei-me já na terceira idade como segurançavigilante ao meu terceiro filho, o mais novo, o ZéMaria, num trabalho para reformados.Uma palavra última para oOptimismo que nos ensinaste e vive em nós agora epara sempre.Boas coisas ensinaste-nos nas despedidas e Boascoisas soltamos agora na tua despedida e até já
01 dezembro 2018
dia 02, Domingo 14h30/15h em frente à AR!?
Gostava
de propor-vos aparecermos todos para dar força ao Eduardo Jorge!?
Para
perceberem a importância do MAVI (Movimento de Apoio à Vida
Independente) podem ver hoje uma entrevista com alguém com uma alma
que transborda pelas 20h no Jornal do canal um e todos temos alguém
à nossa volta em dependência a precisar de um auxiliar ou um
cuidador a precisar de emprego...
E
passarem mensagem para sermos muitos!
Subscrever:
Mensagens (Atom)