28 junho 2021

o Amor está em tudo!!!


Somos todos diferentes, felizmente, e ainda assim, todos iguais!, a frase é sobejamente, conhecida entre o povo!

Que quer isto dizer?

Que apesar das complementaridades e ganhos devemos ter a subtileza e humildade para compreender que não é por andares sempre com o rabinho sentado num trono que és melhor que ninguém…

Qualquer pessoa sentada numa cadeira de rodas é diminuída à partida, vais a uma loja qualquer comprar roupa, ignoram-te, e falam com quem te acompanha porque, à partida, não entendes.

Todos funcionamos por conceitos que se instalam em nós previamente e tu, próprio, vais mudando à partida, mudando a tua auto noção; por conceitos entendes, lês, o mundo!



Outro assunto ligado com este: o Amor está em tudo!!!

Porque é que falar numa coisa sublime como o Amor, que temos  que ter uns pelos outros, precisamos de ser mal criados?

Não temos mas chama a atenção para o óbvio e para a importância que nos merece; ELE (em maiúsculas) faz falta, importa fazê-lo viver, libertar!!!

É unânime que as pessoas umas com as outras ganham energia, energias diferentes consoante os espaços e situações: na praia, num curso online, num ginásio. na escola ou universidade, a passear. na serra, aqui e ali és o mesmo mas diferente!

Com pessoas diferentes és diferente, libertam-se energias próprias aos estados da amizade, do namoro, do aluno, do professor; és tudo numa só pessoa!

Nós Deveríamos Todos Ser Feministas


Chimamanda Ngozi Adichie dá uma lição  inteligente e humorada que faz querer ser feminista!

esquecemo-nos muito disto e não devíamos!!!


You as a Life are the greatest phenomenon. 

26 junho 2021

Somos todos estrelas num firmamento qualquer...


Já devem saber que agora sou um aproximado/apaixonado de dançarino; qualquer semelhança entre dança e aquilo que tento fazer é pura coincidência mas é ARTE e, principalmente, queria reforçar o papel ideólogo das coreógrafas Ana Rita Barata e Mara Pacheco.

Tentem encontrar-me... 

A tática e leituras está brutal, alguns jogadores podiam ser melhores mas há quem tenha alto nível!!!

Está um trabalho muito bem pensado!

26/06 (sábado) – 21h!!!

Cliquem aqui acima, aqui (http://www.visoesurbanas.com.br/)

EXIBIÇÃO NO CANAL DO YOUTUBE DA CIA. ARTESÃOS DO CORPO(https://youtu.be/Jz8b_VL2P88)

23 junho 2021

Quando acaba algo, algo também começa! (sábia Raquel dixit)



Era um sentimento muito visto, sentido e, ainda assim raro (link); que existe sempre 
na construção de um grupo mas é sempre diferente: melhor ou pior. 

E este tinha deixado aquela sensação boa de que havíamos construído alguma 
coisa serena, forte, de mudança, de que algo ficara em nós bom.

Uma aprendizagem, palavras, ensinos, memórias, uma forma de estar.

Quando começou nada nos ligava, quando acabou o sentimento  de que 
íamos ter saudades era igual, entre todos, íamos sentir falta daquela gente.

23 alunos (!?) + 5 formadores constantes (!?) pessoas de que os nomes já não 
seriam só mais um, que agora conhecíamos jeitos, gostos, associávamos a um 
gesto, uma voz, ideias, uma forma de estar, uma personalidade.

Pensara, podia construir um curso igual com as mesmas pessoas mas não era 
verdade, os momentos de elevador que a voz Joana Morais e Castro preenchia 
com a sua qualidade provavam essa dificuldade.

O curso tinha sido muito bem pensado; parecia em cada aula melhorar, mantivera a 
qualidade ao longo de três meses (Abril, Maio, e Junho de 2021).

Foi uma formação avançada: "Diálogo(s) e Deficiência(s): A construção de 
narrativas para a inclusão", nunca sabemos o que vai ser antes de acontecer, 
antes de o construirmos; é assim com qualquer corpo, qualquer vida, qualquer 
momento, qualquer dia. 

Incluir é uma palavra que exclui porque põe de fora , incluir num círculo revela 
que há quem esteja de fora, é a melhor que nós temos mas cria preconceitos.

Talvez, seja uma palavra a mudar, talvez retrate um estado a passar para outro, 
devíamos ser todos exclusivos.

Não se ensina a ver ganhos nos limites, melhor seria se fosse fácil mas não teria
 tanta piada: talvez a vida sem desafios fosse melhor!? Não creio...

Depois lembro-me de nomes e associo a caras em janelas, em dizeres, ensinos,
Direitos humanos, vida independente, as oficinas semanais, modelos da 
deficiência, da relação com o silêncio que há em nós, na turma; da literatura, do 
cinema, da pintura e da música na deficiência, casos práticos e de experiências 
na comunidade, cursos para pessoas em déficit, primeira pessoa de uns e de 
outros.

Aquelas pessoas que até há bem pouco tempo eram desconhecidas… e que 
agora são nossas/minhas Amigas e me fazem sorrir.

O que é a Deficiência? 

Tenho impressão que não é possível responder, nem aproximar; a deficiência 
não é, vai sendo; e sendo coisas diferentes; como se pode conceptualizar 
um/ou vários corpos muda/mudam, não se pode definir, felizmente. 

Tu e Eu teremos dificuldade em dizer quem somos mais que nome, idade, 
género, nomes de família, altura, peso e isto não diz nada sobre nós; só que 
somos, fomos e seremos até deixarmos de o ser.

Foi uma formação avançada que me formou, tornou melhor, tenho dito!

20 junho 2021

13º Visões Urbanas 20/06 | GEOGRAFIA HUMANA | CiM (Portugal)


Geografia Humana, o nova espetáculo da CiM - Companhia de Dança irá ser transmitido no dia 20 de Junho, pelas 15h (Brasília) e 19h (Lisboa) no canal de youtube da Cia Artesãos do Corpo.

Estudamos as superfícies, um possível território, uma paisagem, um lugar. Observamos a distribuição das coisas, dos movimentos, de fenómenos e ajustamos. Medimos o espaço, criamos memória do corpo que o habita e criamos relações com o meio ambiente. São detalhes em transformação com uma ordem inacabada onde podemos escutar o delicado de um espaço e tempo aberto.

chegaram silenciosos e discretos: MUITO OBRIGADO à turma!!!

(ficam imagens no meu ser, em mim!)


                    - Ficam imagens no meu ser, em mim! -


Apareceu (link) quase sem dar por isso e aquelas pessoas foram entrando no meu voo.


A nossa intenção deve ser 'amar tudo!'

Disse-lhe um médico ao telefone a um pai que pensava adotar uma criança descapacitada: 'Não subestime o poder do Amor!'

Habituei-me a elas, fizeram-me sorrir e melhoraram o CÉU.

Ensinaram-me outros voos...

Fizeram crescer, tornaram-se parte do caminho.

Todos cuidamos uns dos outros, essa é a magia da comunidade; quando és cuidador, família ou cuidado é complicado tu ficares num só...

Separaram-nos em salas em certas atividades e brincava  fico sempre no melhor grupo!

Mas a verdade é que os grupos eram todos fortes...

E os Céus vão connosco!

Quando acaba algo, algo também começa: E este grupo é isso!

OBRIGADO PELA VOSSA QUALIDADE no curso after hours!

17 junho 2021

CML EM (RE)AÇÃO DIRECTA




O bairro de telheiras conta com a prestimosa e generosa ação de um artista, Luís Ferreira, que se dedica a valorizar artisticamente, no jardim e junto às hortas, troncos secos de árvores cortadas, pedras, pequenas esculturas de arame ou outras. Dar vida ao que está morto e abandonado, renascer e realçar o que está vivo. As pessoas passam e gostam e não deixam de registar as obras nos seus telemóveis. Os objetos artísticos fazem parte já do mundo das crianças que habitualmente frequentam o parque ou o Pátio-Côr-De-Rosa, como eu lhe chamo.
Os troncos secos das árvores estavam ali há anos. Árvores que tiveram de ser cortadas porque estavam a apodrecer e, provavelmente, porque não foram acompanhadas e tratadas atempadamente.
Hoje deparei-me, de manhã cedo, com uma máquina e três funcionários da CML a destruir e arrancar os referidos troncos artísticos. Questionados os funcionários a resposta não pode ser outra: -"Cumprem uma ordem".
É verdade que os serviços da CML, ultimamente, andam numa azáfama de embelezamento circundante pouco habitual. E sabemos porquê.
Mas grave é o que consegui apurar de imediato como a razão mais verosímil para esta "eficiência" do serviço. Há alguns dias, uma funcionária da CML destacada para prestar serviço numa entidade pública em Telheiras, ao sair do Metro reparou no artista em "flagrante delito" na execução de um dos seus trabalhos artísticos. Interpelou-o chamando a atenção para a "ilegalidade do acto" e de imediato denunciou-o ao colega fiscal da CML que em poucos minutos se pôs no local para "tomar conta da ocorrência", identificar o "prevaricador" para a devida participação. Hoje a CML destruiu e removeu os referidos troncos artisticos.
Se a CML queria substituir os troncos secos por árvores novas, levaria o bom senso a extração desses troncos artisticos fosse de forma a preservar as obras e deslocá-las para a valorização das hortas ou de outros espaços no jardim. Mas como explicar a um betonado responsável pelo serviço da CML, como diria René Magritte, que "Ceci n'est pas une pipe"? Aquilo não são simples troncos secos e só um coração de pedra não percebe isso.
Espero que os meus concidadãos vizinhos me acompanhem neste protesto reagindo enérgica e solidariamente com o artista quando ele for notificado pelos zelosos serviços camarários do esperado auto e da respetiva multa.


16.06.21
Jorge Abegão


13 junho 2021

Senhor António: — O senhor nunca há-de ver esta carta (Fernando Pessoa)




Senhor António:

O senhor nunca há-de ver esta carta, nem eu a hei-de ver segunda vez porque estou tuberculosa, mas eu quero escrever-lhe ainda que o senhor o não saiba, porque se não escrevo abafo.
O senhor não sabe quem eu sou, isto é, sabe mas não sabe a valer. Tem-me visto à janela quando o senhor passa para a oficina e eu olho para si, porque o espero a chegar, e sei a hora que o senhor chega. Deve sempre ter pensado sem importância na corcunda do primeiro andar da casa amarela, mas eu não penso senão em si. Sei que o senhor tem uma amante, que é aquela rapariga loura alta e bonita; eu tenho inveja dela mas não tenho ciúmes de si porque não tenho direito a ter nada, nem mesmo ciúmes. Eu gosto de si porque gosto de si, e tenho pena de não ser outra mulher, com outro corpo e outro feitio, e poder ir à rua e falar consigo ainda que o senhor me não desse razão de nada, mas eu estimava conhecê-lo de falar.
O senhor é tudo quanto me tem valido na minha doença e eu estou-lhe agradecida sem que o senhor o saiba. Eu nunca poderia ter ninguém que gostasse de mim como se gosta das pessoas que têm o corpo de que se pode gostar, mas eu tenho o direito de gostar sem que gostem de mim, e também tenho o direito de chorar, que não se negue a ninguém.
Eu gostava de morrer depois de lhe falar a primeira vez mas nunca terei coragem nem maneiras de lhe falar. Gostava que o senhor soubesse que eu gostava muito de si, mas tenho medo que se o senhor soubesse não se importasse nada, e eu tenho pena já de saber que isso é absolutamente certo antes de saber qualquer coisa, que eu mesmo não vou procurar saber.
Eu sou corcunda desde a nascença e sempre riram de mim. Dizem que todas as corcundas são más, mas eu nunca quis mal a ninguém. Alem disso sou doente, e nunca tive alma, por causa da doença, para ter grandes raivas. Tenho dezanove anos e nunca sei para que é que cheguei a ter tanta idade, e doente, e sem ninguém que tivesse pena de mim a não ser por eu ser corcunda, que é o menos, porque é a alma que me dói, e não o corpo, pois a corcunda não faz dor.

Eu até gostava de saber como é a sua vida com a sua amiga, porque como é uma vida que eu nunca posso ter — e agora menos que nem vida tenho — gostava de saber tudo.
Desculpe escrever-lhe tanto sem o conhecer, mas o senhor não vai ler isto, e mesmo que lesse nem sabia que era consigo e não ligava importância em qualquer caso, mas gostaria que pensasse que é triste ser marreca e viver sempre só à janela, e ter mãe e irmãs que gostam da gente mas sem ninguém que goste de nós, porque tudo isso é natural e é a família, e o que faltava é que nem isso houvesse para uma boneca com os ossos às avessas como eu sou, como eu já
ouvi dizer.
Houve um dia que o senhor vinha para a oficina e um gato se pegou à pancada com um cão aqui defronte da janela, e todos estivemos a ver, e o senhor parou, ao pé do Manuel das Barbas, na esquina do barbeiro, e depois olhou para mim para a janela, e viu-me a rir e riu também para mim, e essa foi a única vez que o senhor esteve a sós comigo, por assim dizer, que isso nunca poderia eu esperar.
Tantas vezes, o senhor não imagina, andei à espera que houvesse outra coisa qualquer na rua quando o senhor passasse e eu pudesse outra vez ver o senhor a ver e talvez olhasse para mim e eu pudesse olhar para si e ver os seus olhos a direito para os meus.
Mas eu não consigo nada do que quero, nasci já assim, e até tenho que estar em cima de um estrado para poder estar à altura da janela. Passo todo o dia a ver ilustrações e revistas de modas que emprestam à minha mãe, e estou sempre a pensar noutra coisa, tanto que quando me perguntam como era aquela saia ou quem é que estava no retrato onde está a Rainha de Inglaterra, eu às vezes me envergonha de não saber, porque estive a ver coisas que não podem ser e que eu não posso deixar que me entrem na cabeça e me deem alegria para eu depois ainda por cima ter vontade de chorar.
Depois todos me desculpam, e acham que sou tonta, mas não me julgam parva, porque ninguém julga isso, e eu chego a não ter pena da desculpa, porque assim não tenho que explicar porque é que estive distraída.
Ainda me lembro daquele dia que o senhor passou aqui ao Domingo com o fato azul claro. Não era azul claro, mas era uma sarja muito clara para o azul escuro que costuma ser. O senhor ia que parecia o próprio dia que estava lindo e eu nunca tive tanta inveja de toda a gente como nesse dia. Mas não tive inveja da sua amiga, a não ser que o senhor não fosse ter com ela mas com outra qualquer, porque eu não pensei senão em si, e foi por isso que invejei toda a gente, o que não percebo mas o certo é que é verdade.

Não é por ser corcunda que estou aqui sempre à janela, mas é que ainda por cima tenho uma espécie de reumatismo nas pernas e não me posso mexer, e assim estou como se fosse paralítica, o que é uma maçada para todos cá em casa e eu sinto ter que ser toda a gente a aturar-me e a ter que me aceitar que o senhor não imagina. Eu às vezes dá-me um desespero como se me pudesse atirar da janela abaixo, mas eu que figura teria a cair da janela? Até quem me visse cair ria e a janela é tão baixa que eu nem morreria, mas era ainda mais maçada para os outros, e estou a ver-me na rua como uma macaca, com as pernas à vela e a corcunda a sair pela blusa e toda a gente a querer ter pena mas a ter nojo ao mesmo tempo ou a rir se calhasse, porque a gente é como é não como tinha vontade de ser.

(. . .)

— e enfim porque lhe estou eu a escrever se lhe não vou mandar esta carta?
O senhor que anda de um lado para o outro não sabe qual é o peso de a gente não ser ninguém. Eu estou à janela todo o dia e vejo toda a gente passar de um lado para o outro e ter um modo de vida e gozar e falar a esta e àquela, e parece que sou um vaso com uma planta murcha que ficou aqui à janela por tirar de lá.
O senhor não pode imaginar, porque é bonito e tem saúde o que é a gente ter nascido e não ser gente, e ver nos jornais o que as pessoas fazem, e uns são ministros e andam de um lado para o outro a visitar todas as terras, e outros estão na vida da sociedade e casam e têm batizados e estão doentes e fazem-lhe operações os mesmos médicos, e outros partem para as suas casas aqui e ali, e outros roubam e outros queixam-se, e uns fazem grandes crimes e
há artigos assinados por outros e retratos e anúncios com os nomes dos homens
que vão comprar as modas ao estrangeiro, e tudo isto o senhor não imagina o que é para quem é um trapo como eu que ficou no parapeito da janela de limpar o sinal redondo dos vasos quando a pintura é fresca por causa da água.
Se o senhor soubesse isto tudo era capaz de de vez em quando me dizer adeus da rua, e eu gostava de se lhe poder pedir isso, porque o senhor não imagina, eu talvez não vivesse mais, que pouco é o que tenho de viver, mas eu ia mais feliz lá para onde se vai se soubesse que o senhor me dava os bons dias, por acaso.
A Margarida costureira diz que lhe falou uma vez, que lhe falou torto porque o senhor se meteu com ela na rua aqui ao lado, e essa vez é que eu senti inveja a valer, eu confesso porque não lhe quero mentir, senti inveja porque meter-se alguém connosco é a gente ser mulher, e eu não sou mulher nem homem, porque ninguém acha que eu sou nada a não ser uma espécie de gente que está para aqui a encher o vão da janela e a aborrecer tudo que me vê, valha-me Deus.
O António (é o mesmo nome que o seu, mas que diferença!) o António da oficina de automóveis disse uma vez a meu pai que toda a gente deve produzir qualquer coisa, que sem isso não há direito a viver, que quem não trabalha não come e não há direito a haver quem não trabalhe. E eu pensei que faço eu no mundo, que não faço nada senão estar à janela com toda a gente a mexer-se de um lado para o outro, sem ser paralítica, e tendo maneira de encontrar as pessoas de quem gosta, e depois poderia produzir à vontade o que fosse preciso
porque tinha gosto para isso.
Adeus senhor António, eu não tenho senão dias de vida e escrevo esta carta só para a guardar no peito como se fosse uma carta que o senhor me escrevesse em vez de eu a escrever a si. Eu desejo que o senhor tenha todas as felicidades que possa desejar e que nunca saiba de mim para não rir porque eu sei que não posso esperar mais.
Eu amo o senhor com toda a minha alma e toda a minha vida.

Aí tem e estou a chorar.

Maria José

não tens mais nada que fazer!?


Quem o diz tem sempre ar superior e que o que estamos a fazer não interessa e que tem uma vida super interessante.

Pois bem, até para desarrumar é preciso talento...

E de facto, está provado por A + B que havendo um bom objetivo e vontade de o atingir tudo pode melhorar-nos: comer, brincar,  escrever, dançar, conversar, disparatar, VIVER!

11 junho 2021

NO CÉU PODEM NASCER ÁRVORES!


Se acreditarmos com muita força os sonhos acontecem, por exemplo: acreditar no estrangeiro. Não acreditar é fácil e talvez o mais óbvio, acreditar é difícil por isso tem tanta piada.

Não faço ideia com que idade começamos a crer no longe, suponho que seja gradual.

Não acreditar em planeta/mundo, supõe que isto, Portugal, do norte ao sul, seja tudo o que existe; o que não vês e vives é imaginado.

Acreditar ou não acreditar é uma escolha; tu crias as tuas realidades, sonhos, ficções, ilusões, imaginações ou sonhos!

Quanto de nós é sonho?

Porque ir pelo fácil, é um desafio menos arrojado, requer menos imaginação; é das coisas melhores que nós temos a vontade de criar e inventar.

Se nos restringimos ao aqui e agora o nosso mundo é muito curto, muito limitado; sonhar é bom, voar, deixar os pés fugir da terra.

O mundo era muito limitado se nos restringirmos a comer carne e peixe; ao presente, sem futuro, nem passado.

Repara o meu pai dizia muita vez: faz-me muita confusão não acreditar no que, tantos maiores, acreditaram e lhes serviu para viverem melhor.

A nossa intenção deve ser ‘amar tudo!’

Disse um médico ao telefone a um pai que pensava adotar uma criança descapacitada: ‘Não subestime o poder do Amor!’ e ele adotou!

Ando fascinado com a força que ganhamos nas pessoas!!! É imensa; ok, não em toda a gente mas na maior parte delas.

É sobrenatural, dá energia e magia que transportamos e passamos uns aos outros: desde o acordar, comer o pequeno almoço até ao deitar comendo a ceia (também não como, deixa lá!) que vivemos inundados de pessoas, amor.

Estão em todo o lado: maternidade, berçário, creche, infantário, primária, preparatória, secundária, universidade, empregos, lares, cemitério, praia, rio, deserto, mar, online e offline; norte, centro e/ou sul, por aqui, por ali e por aí.

Estão em tudo: na roupa que usamos; na música que ouvimos; na escrita que lemos, escrevemos; nas palavras que falamos, ouvimos, conversamos; na comida que comemos, inspiramos e cozinhamos; nos passeios que viajamos; nas memórias que recordamos; em todo o lado as pessoas.

Um olhar luminoso anima-te!




07 junho 2021

sextas à noite...


Foi assim a primeira conversa para discutir temas que a todos importam, a primeira abre o apetite:(link)

04 junho 2021

porque calado concordas!!!

Silêncio ou Voz? É uma grande dúvida, não saber distinguir quando o silêncio deve ser mais alto do que o som da voz. Ando a tentar aprender, com os erros de ausência ou presença excessiva. Peço desculpa se não consigo afinar, continuarei a tentar dançar no ritmo. Por falar em música...Provavelmente muitos não saberão mas há cerca de 1/2 semanas foi lançada uma música por um grupo de Rap chamado Tekilla. A música, tem a intenção de combater o racismo e começa com a seguinte frase « se não és mongolóide, deves ser autista ». No videoclip aparecem músicos famosos, entre os quais o músico Carlão. Nos dias que se seguiram, assisti a uma onda de indignação, mas analisando friamente, essa onda de indignação e ofensa só partiu de grupos ou pessoas que têm autismo e/ou trissomia 21 (ou que são familiares e amigos). Do resto, silêncio.

O Carlão, numa tentativa generosa, fez uma pedido de desculpa (só no Facebook, no instragram não) dirigido aos familiares e amigos das pessoas « afetados com o Síndrome de Down, autismo ou qualquer doença física ou mental ».

Tenho andado a digerir este episódio...não sei bem o que mais me choca...se a letra (violenta e discriminatória) associada a uma música que pretende chamar a atenção sobre a discriminação...se o silêncio do próprio grupo de música sobre isso...se o pedido de desculpa do Carlão, generoso mas cheio de discriminação e capacitismo...se o silêncio do resto da sociedade (com a exceção de quem vive diariamente discriminação direta e/ ou indiretamente, como é o meu caso).

Naturalmente, lutar contra a discriminação com discriminação anula toda a luta maior pela dignidade de todos os seres humanos. E se o Tekilla não sabe isso, lamento mas não sabe de discriminação e então percebo que esteja em silêncio, como o resto da sociedade. A música, a cultura, são espaços privilegiados para ativismo e chamadas de atenção, são fundamentais. Se, ao ser violenta provoca silêncio na sociedade, os nossos alarmes devem soar. Os direitos humanos não são só para alguns, são para todos. Daí serem universais. A luta antirracismo é minha também e não a consigo diferenciar da luta pela dignidade das pessoas com deficiência. Têm demasiado em comum, são lutas irmãs (aliás, ao longo da história assim foi e é). Este episódio está centrado naquilo que considero mais perigoso em qualquer sociedade: a desumanização de um determinado grupo de pessoas. Num pequeno episódio, percebemos que esta condição de se retirar todas as qualidades humanas de uma pessoa está presente. Aconteceu. Acontece. Até por pessoas que gostamos. A voz das pessoas com deficiência não foi escutada em lado nenhum e nem o pedido de desculpa foi dirigido a elas. Não existem, não interessam. Muito mais do que à violência da música, assisti a uma violência coletiva de permissão e silêncio. Muito mais do que a generosidade do pedido de desculpa, assisti à violência da não existência sobre a autodeterminação, sobre as dores e alegrias das pessoas com deficiência, em específico com síndrome de down e autismo. Assisti a um episódio de violência, consentida no coletivo, pelo silêncio. E por isso quebro o meu silêncio, para manifestar a minha total indignação e vergonha, não apenas na dita música mas, sobretudo, na forma invisível com que este assunto foi tratado. A minha filha, com síndrome de down, não merece este desrespeito, nem todas as pessoas com síndrome de down e autismo. Não podem ser assim violentadas. Convido o Takilla e o Carlão a nos ouvirem durante 10 minutos, tenho a convicção que mudarão o vosso olhar e o vosso coração. A vossa luta é a nossa. As lágrimas são as mesmas. Ouçam as nossas. Não abram trincheiras onde não existem, preferimos abraços. Ser voz, é isto também. Escutem a nossa, por favor, estamos aqui.

(de Joana Mello e Castro)

A NOSSA cabeça sonha coisas...


O Antropólogo e jornalista 

Miguel Vale de Almeida 

a rezar o pai nosso 

para o público 

na festa do Avante!

03 junho 2021

Apareceu como uma piscina vazia de corpos cheios e depois 'Solaram'

CDC - Companhia de Dança Contemporânea de Angola - "Piscina CDC - Companhia de Dança Contemporânea de Angola - "Solo"