28 novembro 2008


Houve um BELO ADORMECIDO que acordou e sentiu dentro da pele que (alma)que algo se tinha passado e que estivera como que ausente da SUA vida, assim como sobrevoando quem era e sentia o corpo vivo como nunca ou raramente TODO ele vertia coisas e sangue, vísceras azuladas sangue e amarelos de lilás e violeta brandindo vulgares tons e fustigados ocos amontoados e vermes pegajosos.

Everyday is alone in itself. Estou numa fase de trabalho da memória como quem escava e fundo em si busca um ser nas entranhas, um menino que cresceu e desenvolve laços envoltos num passado futurista e presentei-a este globo de uma cerca onde o que queremos é ser kangurus ou galgos ou zebras ou um bicho giro qualquer pelo menos no nome...

24 novembro 2008

felina



Pensei hoje em escrever algo segundo uma identidade feminina...
Ela estava em preparos para a noite e o cetim assentava-lhe como finesse estridente em zonas finas e balões nas alças moicanas flagelos momentâneos e bruscos, ela era brusca nas buscas e achava o q queria msm incipientemente ou loucamente...yeap!
Adocicava o trejeito em frontais roucos a agudizarem-se para fascinantes e belas on
Ela descia e sentia-se fresca, suave e sólida vertendo pombais eloquentes e bruscos vendavais que saltavam cangurus e reviengavam...()()()()...vertia a pele em escamas e com o dedo roçava nos beiços em ar sexy e cruzava a perna numn esgueirar das pernas volteface de um ninho daqui para ali.

23 novembro 2008

um voluntario do mundo


Estava lá sentado na estrada, ruela, um terno ser, que ilustrava um hall e que divagaga pela cidade e seu pensar misturavam-se grafittis e passeios velhos nele envolviam-se trapos e grupos de gente interculturas de um globo azul e de tons celestes.

22 novembro 2008

DEUS

Amor em tempos de cólera: 'acredita em deus?'
'não, mas tenho medo dele!'
Deus, o que poderia ser? Alguém maior que criou 'isto' e que perdeu o comando remoto ficando só, chateado a ver auto-destruição com focos fortes de construção, habituámo-nos a ouvir e a dizer mal e assustamo-nos quando pensamos/supomos que idealizamos algo de bom.
Um planeta solto numa galáxia, não é suposto um controlo de todo e tudo o universo...
É uma boa maneira de nos desreponsabilizarmos da vida: deus dará, deus dará e se deus não dá?
Se foi deus ou não pouco interessa, o certo é que 'isto' é esgalhado ao pormenor. É suposto um pasmo sem espasmo?
Uma virtude desvirtuada: pensemos naquele encontro na paragem há 10 anos atrás, aquele foi um acaso mas está em mim aquela velhota num devaneio solitário...DEUS dará e se deus não dá...

E não quebrar a tradicao que dos nossos avós ja vem

Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de ns
Rezar o terco ao fim da tarde
S para espantar a solidao
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mao
Que adianta saber as mars
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os oficios
Entender o suao e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Nao ver os vultos furtivos
Que nos tramam por tras da luz
Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de ns
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de leziria
De boca em boca passar o saber
Com os provrbios que ficam na giria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidao ca no fundo
Fica-se sentado soleiro
A ouvir os ruidos do mundo
E a entende-los nossa maneira
Carregar a supersticao
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradicao
Que dos nossos avós ja vem

Um menino do mar

Menino do Rio
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração, de eterno flerte
Adoro ver-te...

Menino vadio
Tensão flutuante do Rio
Eu canto prá Deus
Proteger-te...

O Hawaí, seja aqui
Tudo o que sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo...

Menino do Rio
Calor que provoca arrepio
Toma esta canção
Como um beijo...

Menino do Rio
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração, de eterno flerte
Adoro ver-te...

Menino vadio
Tensão flutuante do Rio
Eu canto prá Deus
Proteger-te...

O Hawaí, seja aqui
Tudo o que sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo...

Cantar: gosto e é treino! Mas esta música ou um fado seriam um 'atirei o pau ao gato mas o gato não morreu, dona chica assustou-se com o berro o berruuu que o gato deu!'

ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

19 novembro 2008

crash

Fez 2 anos ontem que um clio podia ter morto o condutor e não o fez, generoso!

eu quero aproximar o meu cantar vagabundo de todos aqueles que velam pela alegria no mundo

Qualquer dia acordo e plim! Tiveste um acidente: não andas e não falas!
www.uiowa.edu/~acadtech/phonetics
www.fl.ul.pt/dlgr/SonseMelodias/Materiais/CPPO/ProducaodaFala.pdf
As voltas que a língua dá! Laringe, faringe, diafragma, respiração...etc. Confiança na gente do hospicío mais badalado em portugal.
As coisas que o corpo ensina? E sem dar por isso dei-me a lidar com população tão achegada ao que é o meu curso.
woaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAA!!!

'Um outro. Dizer um outro. Cabeças afundadas em mãos paralisadas. Vértice vertical. Olhos cerrados. Sede de tudo. Embrionária de tudo.'

17 novembro 2008

dia 18 de novembro de 2006


Dia 18 de novembro é um dia mistíco e inspiro expiro venha um mundo snifo-o... acho que passei a acreditar em milagres! Tenho saudades de mim... mas sinto-me e estou vivo! pulsação: 1, 2, 3 e vai ou vem embalado!

16 novembro 2008

JOGADA DE ENVOLVÊNCIA

Enchamos tudo de futuros bons, melhores que de um passado ou presente, algo mais solto daqui dos calos no traseiro vertendo um espirro em colapso bienvenido chocalhando este protótipo minguante ou minguando ficando pequeno ou maior num céu choco e quente. Cada macaco no seu galho eu não me canso de falar! Codorniz voo para aquele e nele cabo e rôlo como codorniz, camelo ou boá (cascavel ou seprpente tsss). Quando você for convidado para subir no adro e se este mesmo deputado defender ou atacar lacinante um gôl em golpes finteiros entra na área eee... à trave! Sobra para um baixinho romário de souza faria uma cueca tiro e gôlllllllllllll! Esvoaça para a grama com bebeto agarrado e cafu arrepia-se ao lado num esvoaçar peitoral rumo à bandeira aos quadrados passando por entre as pernas do juiz de linha e batendo num placard com os dentes que anunciava 'pepsodent'... o estádio ao rubro!

15 novembro 2008

desde que o samba é samba... há já muito tempo!

Movimentos finos como os de quem tem q fazer acordes é o que preciso: terapia operacional ou organizacional ou oficinal ou occiopal ou obliterado ou o-
O principal está cá: sei onde tenho de pôr os dedos agora é preservança!
O pior disto é ter saudades de mim, de andar e falar sim, claro! Mas AUTONOMIA um auto que sempre fui e que sinto querer poder ter de novo!

A7+ E7 A7+ A7/9
A tristeza é senhora
D7+ G7/9 C#7/13 F#7/9
Desde que o samba é samba é assim
Bm7 E7 F#m7
A lágrima clara sobre a pele escura
B7/9 E7
À noite a chuva que cai lá fora
A7+ E7 A7+ A7/9
Solidão apavora
D7+ G7/9 C#7/13 F#7/9
Tudo demorando em ser tão ruim
Bm7 E7/13 F#m7 B7/9
Mas alguma coisa acontece no quando agora em mim
Bm7 E7 A7+ E7
Cantando eu mando a tristeza embora
Bm7 C#7
O samba ainda vai nascer
F#m7 G#7
O samba ainda não chegou
C#m7 F#7/9
O samba não vai morrer
F#m7 B7/9
Veja, o dia ainda não raiou
Bm7 C#7
O samba é pai do prazer
F#m7 G#7/9-
O samba é filho da dor
C#m7 F#7 B7/13 B5+/6 Bm7
O grande poder transformador
1pt solid black;' />

Areia ao vento...


O tal do Fernando era uma Pessoa maluca: navegar é preciso, VIVER não é preciso! Imaginemos um mundo de mortos-vivos? Eu vivo a surreal ideia de estar morto: acabou-se tudo, já não existo... e viajo até ali em crescimento: cresce, cresce e o céu é um limite, ups... bati com a testa, dói!... era ali naquela constelação que queria ser na cauda uma estrela com cinco, não seis!, bicos celestes a boiar pelo ar e sem amonas libertar um eixo radioso e fluorescente grená violeta e/ou mimosas bem-me queres em cheiros doces agrestes e silvos picos de que a cadela ginja não gosta nem o gato favaios fascina e são shot's do estrelar cadente ou biscente quente volátil e ágil... alma voa e sobe flug flug flug torna-se corpórea e terrestre táctil em ombros e cotovelos e joelhos fascínios dobradiças vulgos estremos de um ser ou circo cerco co-co-co cu cu cu ânus não existem no céu nu - MECO - e espraiado vulto splash splash splash, maré vazia onde banho quem sou e naquela onda sou espuma! Já sou um morto que vive, parte de uma constelação e onda! E agora? Quero mais...FINITO!!!

13 novembro 2008

eu vi de longe de muito longe

Eu Vim de Longe
José Mário Branco
Composição: José Mário Branco

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou

E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser

Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

o + e = ao superlativo do eu: narcisismo?

Acreditem que vocês não têm noção do que o vosso corpo é. Alguns se tivessem ou fizessem uma lista dos amigos poderiam ter uma 'noção' do que são. Vejamos, eu aqui no hospicío já tenho gente amiga de quem gosto e que gosta de mim... estranho isto de ser optimista e de encontrar mais positividades que pontos negativos, não!?

09 novembro 2008

ginja


GINJA é uma cadela ou filha que dei à luz num parto sem dor antes alegria que vejo crescer em uivos e latidos enroscados de um fofo focinho que se ajeita em mim doce, saborosa e reforçando quem sou. É tão bem educada como pouco inteligente sai ao pai e é fofinha, a nossa mão desliza como quem veludo ou cetim (coisas nobiliárquicas ou aburguesadas e foleiras pssssssssssssssssssssst que não quero usar nem sentir... talvez num carnaval... ou não!?)´. O que será que ela sente? saudades das idas à aguda... eu tenho da praia, é grave ter saudades de nós E ela já se ajeita sobre mim mas como a catarina acho que têm medo, quero ser pai se bem que nem estes (nem nós entendemos um outro... se calhar é bom!) percebem muito do que são ou vão conhecendo rotinas, sabores e furores.
Uma bebida curta, doce, escura e deliciosa que encanta refrescando gargantas que descem até ao estômago e no corpo se tornam nós lambendo e esfregando-se num curto carinho acarinhando e deixando saudades.

o que e. foi e sera um deficiente?

Ainda nem li o que a wikipédia diz sobre o que é um deficiente... deve ser bom é livre: aprendam ou não... se não vos interessar, pensem que podem ficar deficientes ou não esforçem o juízo (aliás tê-lo nem é bom!)...
O corpo humano fala e diz: eu estou vivo e aqui!
Não me sinto deficiente mas estar dependente custa, tenho dado provas do meu optimismo ou não internet? - entre rendas e/ou redes no cyber-espaço vou comunicando e dizendo 'este espaço serve como crescimento e vou fazer coisas boas com ele', sou maior ou mais bonito q o q achava... SOU!

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
(Redirecionado de Deficiente)


Um aparelho operado com a mão num veículo de câmbio automático permite os deficiêntes com limitações nas pernas dirigir com normalidade.
Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Diz respeito à biologia da pessoa. Este conceito foi definido pela Organização Mundial de Saúde. A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência. Contudo, há que se observar que em contextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação.
O termo deficiente para denominar pessoas com deficiência tem sido considerado inadequado, pois o termo leva consigo uma carga negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios portadores. Atualmente a palavra é considerada como inapropriada, e que promove o preconceito em detrimento do respeito ao valor integral da pessoa.
A pessoa com deficiência geralmente precisa de atendimento especializado, seja para fins terapêuticos, como fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa aprender a lidar com a deficiência e a desenvolver as potencialidades. A Educação especial tem sido uma das áreas que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender estas pessoas, no entanto, a educação regular passou a se ocupar também do atendimento de pessoas com necessidades educativas especiais, o que inclui pessoas com deficiência além das necessidades comportamentais, emocionais ou sociais.
Desde a Declaração de Salamanca, surgiu o termo necessidades educativas especiais, que veio a substituir o termo criança especial, anteriormente utilizado em educação para designar a criança com deficiência. Porém, este novo termo não refere-se apenas à pessoa com deficiência, pois engloba toda e qualquer necessidade considerada atípica e que demande algum tipo de abordagem específica por parte das instituições, seja de ordem comportamental, seja social, física, emocional ou familiar.

08 novembro 2008

uma TURMA

A TURMA é um novo filme que retrata o que um professor atura (?) ou faz viver ou sofrer uma turma de gente algo miscelânea emigrante desde africanos a magrebinos a gente oriental, franceses! dos banlieues. Tenho descoberto em mim uma certa atracção pelo caos: prof. de marginais à vida grave e aguda num hospital, o famoso ALCOITÃO.
Podem achar-me estranho, eu também acharia! Faz-me falta o zé das marias, se calhar tenho uma recordação dele quando era puto, um outro ou antepassado deste, um outro eu mas o mesmo! Ó tempo vollta para trás ou corre para a frente, eu que já fiz disparates como aluno e que já me quis educar ou animar para as tropelias de uma população multioétnica em frança, por aí, num mundo de gente nova a velha a novos a velhos.

'Baseado num livro de François Bégaudeau, A TURMA segue um ano de um professor e da sua turma numa escola num bairro problemático de Paris, microcosmos da multietnicidade da população francesa, espelho dos contrates multiculturais dos grandes centros urbanos de todo o mundo.

François, professor, e os seus colegas, preparam-se para um novo ano escolar. Cheios de boas intenções, estão decididos a não deixarem que o desencorajamento os impeça de tentar dar a melhor educação aos seus alunos.

Mas as culturas e as atitudes diferentes frequentemente colidem dentro da sala de aula. François insiste num atmosfera de respeito e empenho. Mas a ética da sua sala de aula é posta à prova quando os estudantes começam a desafiar os seus métodos.

O filme é protagonizado pelo professor que escreveu o livro que deu origem ao filme e os actores não-profissionais que compõem a turma de alunos foram escolhidos entre alunos de um liceu francês.'

06 novembro 2008

magoa agua braga

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água

Barack Obama: "Há qualquer coisa de espiritual nele"

Cheiremos.
Quem me conheceu morto-vivo só me diz que tive um grande avanço e de alguma forma há boas coisas ou magistrais e tontices ou cabrõezices! Ver-me assim como é? Duas hipóteses :ou desisto da vida ou luto pelo que sou! Opto pela 2ª, talvez seja vaidade, mas todos somos egocêntricos, narcísicos para reforçar... Como é estar mudo? Engraçado,perceber que o cérebro não morre e fala, não que faça grandes relatos ou discursos, como seria uma mesma situação com voz ou barulho? ensurdecedor... nem sei como vai voltar a ser ouvir-me, não há-de ser duma vez mas aos poucos, deficiente? Não gosto da expressão, ineficiente? Alguém com pouca noção ou acção sobre os recursos! Um actor sólido das suas veias, vértebras, muscúlos e ossos, pulmões, diafragma, fígado, laringe, coração e esófago.
Devagar vou longe numa pretensa forma vazia ou cheia de meu ser em quem acredito!

05 novembro 2008

estrelas e listas num fundo branco


Este homem: BARAK AL BAMA, fundou um 25 de abril mundial. Unidos os Estados Americanos com o mundo. Uns 76 anos que erguem como fénix optimista, amigo e aliado fiel um emigrante queniano estreita já os laços com um MUNDO esperançoso de estabilidade e sumo. PARA O BEM vieste em graças num ninho soerguido indo, flutuando leve suave constelado.

02 novembro 2008

jp ALMA

Jorge Palma escreve sobre "Norte"

Quando ouvi o José Saramago, numa entrevista televisiva, tecer considerações sobre optimismo céptico e cepticismo optimista, a questão despertou-me interesse e ficou a burilar na minha cabeça. Entretanto, o David Ferreira ia-me perguntando se já tinha escrito a "tal" canção sobre a guerra e quando eu respondia ao Paulo Junqueiro (a propósito dum possível disco de originais para este ano) que estava tudo bem, ele dizia-me que queria era ouvir canções novas e o resto era conversa. No Verão passado, na praia dos Alteirinhos (Zambujeira do Mar), entre 2 mergulhos e 2 parágrafos do "Equador" do Miguel Sousa Tavares, deitado na areia ao lado da Rita, foi-me surgindo insistentemente uma melodia parecida com centenas de outras escritas por tipos como Cole Porter ou Duke Ellington no século passado, afeiçoei-me a ela e fui-lhe adaptando letras em que entravam crocodilos, arqueólogos, oásis, poetas, detectives, etc. Só este ano é que me decidi pela que consta na "TAMA-RA".

Por outro lado, o Alex convidou-me no final do ano para participar no projecto "WORDSONG" sobre o Al Berto, obrigando-me assim a musicar finalmente o "ACORDAR TARDE". Na Primavera era tudo o que tinha de novo, para além de imensas ideias e uma excelente disposição para gravar 1 disco. Quando soube que o Mário Barreiros não só estava disposto a produzir o meu CD., como teria muito gosto em fazê-lo, percebi que era altura de meter mãos à obra. Agosto foi o mês escolhido, 'bora p'ró Norte! O Elvis Costello tinha-se antecipado na ideia do título, mas acho que ninguém se vai ralar muito com isso. E as coisas foram saindo, houve algumas sessões de aquecimento durante o Euro 2004, pelo que tive de recorrer à proverbial hospitalidade da Regina Castro e do João Lóio, que me acolheram no seu simpático ninho de Matosinhos (hotéis nessa altura, nem pensar). A Regina até achou melhor levar o seu computador para outra sala, dados os horários imprevisíveis da minha veia inspiradora – as letras de "BRINCAR COM O FOGO" e "HÁ TANTO TEMPO" foram paridas numa dessas noites de insónia, deitado no confortável "fouton" (?) onde me instalaram. Entretanto, os músicos "residentes" – Marco (BLIND ZERO), André e Miguel (ZEN), Miguel Ferreira (CLÃ) e, claro, M.B., foram-se familiarizando com a meia-dúzia de músicas que eu já tinha nessa altura.

Ah, em Janeiro tinha escrito "D. QUIXOTE FOI-SE EMBORA" para 1 peça de teatro de Chris Thorpe: "SALVAÇÃO – o sangue é mais real a preto e branco", encenada pela Ana Nave para o Colectivo "O GRUPO" (Incrível Almadense). Nessa altura contei com o habitual apoio do Flak para a gravação desse e dos outros temas para a peça. Com a aproximação dos 30 anos do 25 de Abril, a Ilda Féteira resolveu gravar "25 RAZÕES DE ESPERANÇA", poemas escolhidos e ditos por ela e eu construí o fundo musical. Aí, para além do Flak, contei também com a generosidade e o saber do Tó Pinheiro da Silva (nestas coisas mata-se saudades) e criei um tema recorrente que associei logo à "CORLEONE' S WALTZ" do Nino Rotta para o "GODFATHER" de Coppola. Não é plágio, mas quando ouço "HÁ TANTO TEMPO" imagino sempre um mafioso morto, numa carreta funerária puxada por um burro ao longo dalguma paisagem siciliana, num plácido final de dia. As letras de "NORTE" e "OS DEMITIDOS" foram escritas ao volante, a caminho de Gaia – quer dizer, quando a memória (e a bexiga) ficavam cheias parava na área de serviço seguinte para escreve, etc. Os arranjos dos sopros de "DEMÓNIOS INTERIORES" também foram feitos assim (a ouvir Van Morrison). Claro que depois tinha de se dar um jeitinho no estúdio, o M.B. ajudava. A propósito, as letras do Carlos Tê parecem já virem com música – é só lê-las, cantá-las e gravá-las. O Tê, o M.B., o Mário Delgado, fizeram-me ouvir discos que talvez ajudassem a soltar ideias, às vezes resulta. As orquestrações para cordas foram escritas no Hotel Casa Branca – Praia de Lavadores, onde fiquei instalado durante todo o tempo de gravação – 1 grande abraço para todo o pessoal que me fez sentir em casa – cafés triplos, colas e tónicas muita simpatia. Comecei a escrever as partituras às 2 da manhã, fiz mal as contas e o pessoal da corda lá teve de esperar uma horita pelos papéis – o departamento de Produção da EMI-Valentim de Carvalho não é suposto ter conhecimento disto. O Carlos Bica estava "willing, able and ready", entrou no barco e fez muito mais do que cimentar a nossa amizade.

O Frank Môbus, que toca com o Bica no projecto "AZUL", em Berlim e não só, veio tocar a Paredes de Coura com o seu grupo "DER ROTE BEREICH" e foi ouro sobre azul para a minha balada "OUTONO", que eu compus a sonhar com Chet Baker. Também fez umas malhas na "ESCURIDÃO", se bem que a guitarra principal desse tema seja do Flak. O Mário Delgado levou a sua guitarra eléctrica e o dobro até ao estúdio, tinha feito trabalho de casa e foi o que se pode ouvir. Para o Ricardo Dias bastou aquela hora que separa Coimbra de Canelas e acariciar o acordeão como só ele sabe. "PASSEIO DOS PRODÍGIOS" foi escrito e gravado em 3 horas, já no fim de tudo. Alguém achou que faltava qualquer coisa para abrir o disco. Estou a lembrar-me de tanta coisa, mas vou só salientar a visita dos "DIXIE GANG", que foi uma alegria, uma verdadeira festa! Escusado será dizer que adorei trabalhar com toda esta gente, os que já conhecia e os outros, como os saxofonistas da ESCOLA DE JAZZ DO PORTO, ou o Ant6nio Augusto de Aguiar, que dirigiu a secção de cordas, o entendimento telepático com o Mário Barreiros, a sua mestria. Depois entraram em acção a Andrea (EMI), a Isabel Pinto e o Tó Trips para tratarem da capa, e a fita contínua. Qualquer semelhança entre tudo isto e a realidade não é pura coincidência. Obrigado a todos.

Jorge Palma, Lisboa, Setembro 2004







...........................
Ficha Técnica
Músicos:

Jorge Palma – voz, piano, guitarra acústica
Marco Nunes – guitarra eléctrica, slide-guitar, guitarra acústica
Miguel Ferreira – teclados, metalofone
Miguel Barros – baixo eléctrico
André Hollanda – bateria
Flak – guitarra eléctrica
Frank Möbus – guitarra eléctrica
Mário Delgado – guitarra eléctrica, dobro
Carlos Bica – contrabaixo
Mário Barreiros – bateria, pandeireta, guitarra acústica
Ricardo Dias – acordeão
José Luis Rêgo – saxofone alto
Mário Santos – saxofone tenor
Mário Brito – saxofone barítono

Dixie Gang:
Silas Oliveira – banjo
João Viana – cornetim
Claus Nymark – trombone
Paulo Gaspar – clarinete
Jacinto Santos – tuba
Rui Alves – bateria
David Rodrigues – piano (não colaborou no disco)


secção de cordas dirigida por António Augusto de Aguiar:
Reyes Gallardo, Marta Eufrasio e Carlos Costa – violinos I
Luis Trigo, Maria João Silva e Gaspar Santos – violinos II
Trevor Mac Tait, Luis Norberto, Jorge Alves – violas
Filipe Quaresma, Vanessa Pires e Daniela Brito Gonçalves – violoncelos



‘Norte' foi gravado e misturado no MB Estúdios, em Canelas, Vila Nova de Gaia, em Agosto de 2004, por Mário Barreiros.

Produção: Mário Barreiros

Gravações adicionais por Mário Pereira

Masterizado em Nova Iorque nos estúdios Sterling Sound por George Marino.

Fotografia: Isabel Pinto

Capa: Mackintóxico

Todas as letras e músicas da autoria de Jorge Palma, com excepção de ‘Acordar Tarde', um poema de Al Berto do livro ‘Horto de Incêndio', e de ‘Valsa dum Homem Carente' e ‘Demónios Interiores', letras de Carlos Tê.

Partituras para sopros e cordas escritas por Jorge Palma.


F
Se alguma vez te parecer
Dm
Ouvir coisas sem sentido
F#m
Não ligues, sou eu a dizer
Dm
Que quero ficar contigo
F
E apenas obedeço
C
Com as artes que conheço
B
Ao princípio activo
C
Que rege desde o começo
F
E mantém o mundo vivo


F
Se alguma vez me vires fazer
Dm
Figuras teatrais
F#m
Dignas d'um palhaço pobre
Dm
Sou eu a dançar a mais nobre
F
Das danças nupciais
C
Vê minhas plumas cardeais
B
Em todo o meu esplendor
C
Sou eu, sou eu, nem mais
F
A suplicar o teu amor


B
É a dança mais pungente
C
Mão atrás e outra à frente
F
Valsa de um homem carente
F C
Mão atrás e outra à frente
F
Valsa de um homem carente

F C B C F...

A GENTE ERA OBRIGADO A SER FELIZ

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei

A GENTE ERA OBRIGADO A SER FELIZ

E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no meu mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim

Involuo ou evoluo?

Já começo a fazer tem-tem como os putos e repetindo percebe-se o que digo!
A-E-I-O-U

el jozésito

Ontem abri um livro. Folheei as páginas desnumeradas. Contava a estória de um menino. Menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado. O menino abriu a boca. Da boca do menino de feitio enfeitiçado, sairam palavras grandes e gordas: “a lua é redonda e cor de prata e chove pétalas brancas. As palavras deviam ser servidas num tabuleiro de prata”.
O menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado, com as palavras grandes e gordas que lhe saíam da boca, dizia que à noite comia as estrelas. Queria a lua sózinha a brilhar lá do alto. À noite abria a boca e bebia as pétalas brancas que a lua redonda cor de prata chovia. Queria o brilho da lua nos sonhos que não sonhava.
O menino tinhas olhos negros como o escuro da noite tinha.
À noite, o menino deitava-se no tabuleiro de prata onde julgava que as palavras se serviam. Punha-se a contar as letras como quem conta carneiros em noite não dormida.
O menino esfregava os olhos em jeito de acordado. Então, o corpo do menino, que em não dormir insistia, meteu-se em cima dos pés que ficavam ao fundo das pernas que o menino no corpo tinha e andou toda a noite com os pés descalços e frios na areia granulada que era branca e fina. Nas horas que à noite andou com os pés descalços e frios que tem no fim das pernas, o menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado, encontrou um livro grande e velho de capa empoeirada e páginas desnumeradas. Abriu o livro. Dentro do livro viu palavras grandes e gordas como aquelas que saíam da sua boca.
Ao ver tantas palavras grandes e gordas, o menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado, arrancou as páginas do velho e grande livro de capa empoeirada e páginas desnumerdas, rasgou-as numa grande correria, amachucou-as em bolinhas pequeninas como se fossem berlindes e meteu-as na boca. O menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado comeu as palavras grandes e gordas todas. As palavras eram muitas, tantas que o menino olhava para a noite escura lá no alto toda enfeitada de estrelas brilhantes, e o menino não sabia se havia mais estrelas no céu da noite escura ou se mais palavras no livro grande e velho de capa empoeirada e páginas sem números.
E o menino comia as palavras, continuava a comer as palavras, queria as palavras só para ele, queria guardá-las na barriga, dentro dele, para que quando abrisse a boca todas as palavras grandes e gordas saissem da boca dele. O menino queria as palavras a sairem-lhe da boca como a água que corre quando se abre a torneira.
Quando o menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado acabou de comer as palavras, encostou-se na areia granulada que era branca e fina e barriga inchada de palavras virada para o alto da noite escura que tinha a lua redonda cor de prata lá no cimo. No rosto deslavado, o menino delgadinho, de cabelo despenteado e feitio enfeitiçado, desenhou um sorriso e devagarinho começou a abrir a boca só para de lá deixar sair as palavras grandes e gordas. Elas saiam, uma a uma, como bolas de sabão e subiam pelo céu que a noite escura cobria, subiam em direcção à lua redonda cor de prata que a noite lá no alto tinha. E a lua redonda cor de prata chovia as palavras grandes e gordas em pétalas brancas que o menino à noite bebia. E o menino bebia e a lua chovia. E o menino delgadinho, de cabelo despenteado, rosto deslavado e feitio enfeitiçado que à noite não dormia, deitava-se no tabuleiro em que julgava que as palavras deviam ser servidas, de barriga inchada de palavras grandes e gordas virada para cima a brincar com a lua na hora dos sonhos que a e doirava até aloirar o cabelo ondulado que vibrava muito com o vento e em gotas de água fervilhava azul esverdeado: um belo acordou e fez vénia para um imaginado público!

e és só mãe

No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e órgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas senta-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo. São
silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
AS MÃES SÃO AS MAIS ALTAS COISAS QUE OS FILHOS CRIAM,
porque se colocam
na combustão dos filhos, porque
os filhos estão como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudeza de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
a através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível
amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado por dentro do amor.

01 novembro 2008

letras terapêuticas

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no meu mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim


De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniquidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela famosa dama
- Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitad e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

O que é uma feminista?
Em cada casal há uma mulher e um homem.
Imaginemos (porque há casais em que TUDO se resolve assim) que num casal as coisas se resoolvem numa base muscular, tendo (a)normalmente o homem mais força do que a mulher, é necessário um equilíbrio: um/a advogada ou um/a feminista por autocarro ou metro!

TRAUMA


A psicologia não é traumatizante nãooo!
Queres andar e falar? Não, para quê? nem dá jeito...

greek imperatrice - Mulheres de Atenas

Chico Buarque - Augusto Boal/1976
Para a peça Mulheres de Atenas de Augusto Boal

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Quandos eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas

Gosto de bem viver e tenho-o provado! bem?
coisas simples como beber café clap clap ou comer mars já tinha saudades e de comer atum que eu não gostava e já gosto mas apertar as calças é fodxdido!
tenho que aprender a dar um nó nos ténis...

Bodyboard na neve em surfês

Aqui nesta vastidão que é o corpo assumo que ver-me assim não é desvalor antes 'valor acrescentado. Serei outro com melhor conhecimento de mim e dos que me querem bem: tantos e tão bons. Estive hoje com alguém que me disse que não era preciso 'isto' para me conhecer bem...talvez mas foi a vida que assim quis.
Vi-me num filme e tive saudades, dizia a certa altura qualquer coisa como 'vale a pena viver'.
E esquiava na neve em cima de pranchas de bodyboard e era um gentleman a servir pratos, um kido com k!