18 maio 2009

um dia-a-dia inacessível

Pediram-me para escrever um pequeno texto que descreva o meu dia
> relativamente a acessibilidades. Começo a manhã por levar o meu filho
> à escolinha. Como vou a pé tento ir com segurança no passeio mas é
> impossivel. Com os carros estacionados indevidamente nos passeios sou
> eu que tenho que ir na estrada. Perto da escola existe uma curva
> muito apertada e como não tem visibilidade, peço ao meu filho, que
> vai no passeio com toda a segurança, e porque cabe entre os carros
> para avançar um pouco e ver se vêm carros para eu poder seguir. Ou
> teria um acidente. Depois de ele estar na escola, pego no meu carro e
> sigo para um dos meus voluntariados. A Junta, no Banco de
> voluntariado, onde não existe um lugar de estacionamento para pessoas
> com deficiência. Tenho que procurar um lugar favorável onde possa ter
> a total abertura de porta para que possa tirar a minha cadeira de
> rodas. A acessibilidade da Junta não existe pois era um edificio
> antigo onde não estava previsto trabalhar uma pessoa com deficiência.
> Se tiver que almoçar fora de casa tenho que procurar um restaurante ou
> café com acessibilidade e também, e mais importante com casa de banho
> adaptada, o que é deveras dificil. Ao fim da tarde apanho o meu filho
> e levo-o ao ginásio para a piscina ou karaté. Quanto ao ginásio não
> tenho nenhum problema, está todo acessivel. Mas não existe um
> rebaixamento de passeio à entrada e o passeio é muito alto para
> cavalinhos. Tenho que dar a volta ao quarteirão onde existe um
> rebaixamento e que me permite aceder ao passeio em segurança. Se
> durante o dia tenho que ir correios, supermercado, finanças, é uma
> aventura. Se existe lugar para estacionar, provavelmente está ocupado
> por pessoas não muito civilizadas e sem qualquer tipo de deficiência
> que o ocupam indevidamente. Se são finanças, sou recebida à porta
> pois existe lugar para estacionar mas na entrada só existem escadas. É
> assim como podem perceber: o meu dia é sempre uma aventura cheia de
> desafios a transpôr. Não impedem os mesmos que o sorriso se estabeleça
> na minha cara desde que me levanto até à hora de me deitar.

Sem comentários: