20 novembro 2011

a alma do dia

'Não era afinal isto que esperávamos
Não era este o dia'
(ruy belo, poesia ao resnacer do dia)

não era hoje que íamos aproveitar a luz, o espaço, o dia e a noite?

A minha cachopa sabe a chocolate
Roubou-me um beijo e eu paguei o resgate
Assaltou casas nos meus seis sentidos
(...)
A minha cachopa sabe a chocolate
Quem não a conhece amor deste quilate
Não faz ideia da vida que dá

(sérgio godinho, 'a minha cachopa')



porque hoje resnaceu um sopro, ontem foi muito bom apreciar o teu olhar sorridente, meu zm!

sempre resnacer, sempre um primeiro dia com outros passados (não convém esquecer passados. o presente já passou e o futuro ainda vai ser), sempre um momento, uma hora, um fim de tarde, a fazerem-nos querer mais com amor, entrega ou a amizade. é simples o olhar!

Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
espalhem a notícia do que é quente
e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse

Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher bonita

A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
o ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou

Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

(sérgio godinho, 'espalhem a noticía')

nascemos todos e morreremos todos.
vive a vida em pleno!
todos partimos de um parto!
todos os dias nasce alguém!

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