Passos da noite
Ao romper do dia
Quantos se ouviram
Marchando a par
Batem à porta
Da hospedaria
Se for o vento
Manda-o entrar
Vejo uma espada
De sombra esguia
Se for o vento
Que venha só
Quem está lá fora
Traz companhia
Botas cardadas
Levantam pó
Venho de longe
Sem luz nem guia
Sou estrangeiro
Nao sou ninguém
Na flor queimada
Na cinza fria
Nunca se passa
Uma noite bem
Foge estrangeiro
Da morte escura
Pega nas armas
Vem batalhar
E enquanto a lua
Nao se habitua
Dorme ao relento
Até eu voltar
Há muito tempo
Que te nao via
(Um anjo negro
Me vem tentar)
Batem a porta
Da hospedaria
É aqui mesmo é muito bom ouvir cantar-te com gosto, Zeca, ficaste nestes maternais e paternais cantares, meu menino!
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